segunda-feira, outubro 20

À noite no Museu

Ainda o clássico, claro! Uma partida que trocou as voltas ao FC Porto, no seu próprio estádio, jamais se esgotaria tão cedo nos dias vindouros. Até porque quem teve o condão de abanar a normalidade tinha o estranho habito de não o fazer, de não conseguir soltar-se das suas próprias amarras, há vários anos. O Sporting, com Marco Silva, foi, por exemplo, aquilo que o FC Porto de André Villas-Boas, e de Vítor Pereira, foram na Luz. Mas para que o excelente feito leonino não se esgote em comparações com o rival, enaltecer a identidade e coragem do plano do leão é extremamente necessário até porque é por aí que o futebol português tem de ir. Ele que é tão pródigo em alterações quando defronta os seus adamastores. Assim, haver quem lembre que identidades não se mudam, "ao sabor do vento", só é bom para o 'todo' do futebol luso. Foi assim, desculpem de novo, que o FC Porto chegou ao êxito e foi assim que o Benfica, mantendo Jesus, se equiparou andando ombro a ombro com o rival. Com Marco Silva a evoluir o trabalho de Jardim (e com Bruno de Carvalho a reclamar os louros a cada intervenção) o Sporting tem tudo para tornar estas contas ainda mais interessantes - isto, se conseguir que a sua defesa controle (bem) melhor a profundidade.

A três seria melhor, é verdade. Mas, para isso, o FC Porto tem de transcender a síndrome que já o assola há praticamente um ano. E de Fonseca a Lopetegui, passando por Luís Castro, a falta de identidade do dragão é bem visível. Assume, assim, importante carga a lição de Marco Silva no Estádio do Dragão. Terá Pinto da Costa deixado fugir o melhor treinador para o Sporting? Logo ele que esteve ali, tão perto, quando deu a primeira dose a Paulo Fonseca. Claro que a resposta à pergunta dependerá de Lopetegui e de como o basco entender o momento. E não nos parecendo que Lopi deixe de pensar em futebol e que faça algo 'só porque sim', resta explicar que o seu plano esbarrou em Patrício e, depois disso, num 'miolo' muito mais forte que o portista (já desde o ano passado). A ideia era preencher o sector em que o Sporting é, visivelmente, mais fraco: a defesa. Adrián ainda confundiu algumas vezes, Quintero outras, mas sem rotina não há finalização decente. Depois Nani, que embala o leão como poucos se lembram, forçou o resto.

Assim, se Lopetegui entender que tudo isto não passou de um pesadelo e que a solução continuará a passar por dar ao carrossel até dias melhores chegarem, é provável que PC tenha de intervir. Uma visita, mais exaustiva, ao Museu não seria má ideia. Lá Lopetegui encontraria as bases de Mourinho (uma a duas alterações no 'onze', exceptuando as forçadas), as de André Villas-Boas (duas a três alterações no 'onze') e as de Vítor Pereira na segunda época (uma alteração no 'onze' exceptuando as forçadas). Já na primeira época do espinhense [Vítor Pereira] o sabor do vento também enjoou o Dragão. Meio-campo por definir, 'onze' por criar e, claro, erros que custaram vitórias e tranquilidade à equipa. Isto até Lucho...

Onde Lopetegui encontrará o seu Lucho, não sabemos. O que se sabe é que o basco se tem dado, sim, ao luxo de desperdiçar médios para a ala (provavelmente desviaria El Comandante para uma delas) e oportunidades para consolidar uma equipa que tem imensas soluções para, depois, se enquadrarem. E ao mínimo deslize, no Dragão, os corações apertam e visão tolda ao ponto de as saídas de bola não distinguirem colegas de adversários. Lopetegui quer subir ao céu, dando primeiro três voltas ao Mundo para escolher a melhor roupa. E o tempo urge...

10 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É um Porto estranho, sem dúvida.
    Não percebo como por exemplo Tello, apesar da lesão em Paços, não tem jogado mais vezes a titular.
    Adrián, que quase não contava, passa a titular assim de repente.
    Quaresma nem se vê.
    Não sei qual seria o melhor onze do Porto. Teoricamente algo como:

    Fabiano,
    Danilo,Maicon,Indi, Alex Sandro
    Casemiro, Herrera
    Oliver (Quintero)
    Brahimi, Tello
    Jackson

    Não sei quantas vezes estes senhores jogaram juntos...

    Em relação ao Sporting, tem na defesa o seu ponto mais fraco. Paulo Oliveira ainda parece muito verde e Mauricio demasiado limitado.
    Mas acho que em tudo o resto estamos iguais ou melhores que o ano passado.
    E isso pelo menos dá-nos mais legitimidade para sonhar...

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  3. Herrera não tem lugar neste 'onze'. Mas o exercício de fazer um 'onze' é bom, até porque isso é coisa que já não vejo há uns jogos. Aqui vai o meu - que duvide que o Lopi se lembre:

    Fabiano (Helton quando estiver bem); Danilo, Marcano e Indi, Alex Sandro; Rúben Neves, Óliver e Brahimi; Tello, Jackson e Quintero.

    Claro que só isto não contaria tudo, mas já ajudava.

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  4. Qualquer 11 do FCP que tenha lá o Herrera não é um 11, é um 10. lol
    Até o puto Oliver é bem melhor.

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  5. O Oliver a 8!?
    Mas que grande confusão!!!
    Adrian, Quintero, Brahimi, Oliver são extremos, avançados ou médios ofensivos?

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  6. Óliver é médio - 8 ou 10.

    Brahimi também - mas que rende na ala tal a sua capacidade.

    Quintero é opção minha - a la James!

    Adrián é... caro.

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  7. O Porto defensivamente tem uma falta de qualidade gritante! Dupla de centrais lenta e pouca evoluída tecnicamente, 2 laterais muito fortes a atacar mas a defender nada de especiais e depois o principal problema Casemiro e Herrera São as melhores opções para o miolo mas isso é umA falta evidente de qualidade.

    Ofensivamente o Porto tem de longe o melhor plantel na liga com vários suplentes que seriam de caras titulares de sporting e Benfica.

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  8. Mais ainda quando o principal problema da defesa do Porto é... ofensivo. Aquela bola queima...

    E não me esqueço dos erros defensivos. Custa a crer, mas o Marcano é o melhor central do Porto. Acho que fica tudo dito.

    De resto Rúben Neves é muito superior a Casemiro naquela posição. Óliver e Brahimi são os melhores médios. Vítor Pereira, com este plantel, fazia maravilhas.

    Abraço Ace, e parabéns! =)

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  9. E preparem-se porque o Lopetegui diz que o Bilbao é o adversário mais completo que o Porto apanhou até agora. Cheira a goleada...

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