Segue a 'Série Fonseca' com um resultado expressivo, mas sem escapar a um pequeno susto. O resultado final revela a qualidade das primeiras opções do FC Porto que, contra uma equipa com pouco valor, puderam passear a sua classe. Nas 'manchetes' estão inscritos os nomes de Iturbe, Lucho e Jackson mas pelo pincípio - mais concretamente na primeira-parte - sobra a rasteira que Paulo Fonseca pregou às segundas opções.
Lembram-se de Iturbe? Lembram-se certamente. Antes de ser o menino dos belos golos de pré-época já era comparado a Lionel Messi, o que por si só é já uma tentativa de homicídio à carreira. Isto porque qualquer qualidade que o 'Juanito' possa ter, ela nunca será, nem de perto nem de longe, comparável à do maior astro do futebol mundial. Assim por mais que faça, a esse nível, Iturbe será sempre um 'flop'. Isto para quem o persegue por uma história que pela América do Sul já tem barbas brancas. No Brasil eram os novos 'Pelés' ou os 'Pelés Brancos'. Na Argentina todos os 'pibes' com mais valor já eram a encarnação do génio de Maradona. Perguntem, por exemplo, a Aimar. Por agora, sem surpresa, eles são todos 'Messis'. Mas dizia eu que todo o 'buzz' à volta de Iturbe foi suficiente para o limitar. Mas nem só a maldosa (sim, não se faz isso a ninguém) comparação o travou.
Vítor Pereira nunca foi um fã de corredores de fundo. Ir à linha e cruzar não faz parte do manual do 'Guardiolismo' e por isso Atsu e Iturbe, assim como Kelvin antes de se confirmar talismã contra o Braga, nunca foram os preferidos. Legítimas opções de um técnico que se sagrou bi-campeão mas que tinha o hábito de rasteirar os sócios e adeptos com um truque, velho conhecido, da malta do futebol.
Não estarei em erro se disser que no FC Porto - como em todas as equipas dignas desse nome - há um núcleo central. Como ainda ontem se viu, quando Danilo, Lucho e Jackson entraram toda a equipa pareceu outra. Ninguém pensa sem cérebro e no caso das equipas, o cérebro é a rotina que é emprestada e criada pelos jogadores de maior qualidade. O tal núcleo duro que Juan Iturbe, por exemplo, nunca experienciou. Quantos minutos jogou Iturbe com Lucho? Quantos minutos jogou Iturbe com o núcleo duro em campo?
Dizia eu acima que Vítor Pereira tinha o hábito de, em jogos com menor grau de dificuldade, mudar toda uma equipa lançando miúdos ao ar sem rede. Kelvin, por exemplo, foi capaz de virar o jogo com o Braga e foi capaz de oferecer o título ao FC Porto quando - isso mesmo (!) - entrou para oferecer outras soluções ao núcleo duro de VP. Antes, entrava para se mostrar e confirmar aos adeptos que não servia. Pudera...
Ontem, na Venezuela, Paulo Fonseca repetiu a brincadeira. Sem referências, foi possível ver os jogadores, por várias vezes, a gesticular à procura de soluções. O mapa para os golos estava no banco e chegou a ser confrangedor ver o FC Porto jogar na primeira-parte. Que impressão se pode tirar de Carlos Eduardo, de Ghilas, de Iturbe, se até Fernando, Defour, Fucile, Mangala e Varela - que já são velhos conhecidos - pareciam uns 'aleijados'?
Dirão os mais cépticos que se um jogador é bom até com 'bidons' joga, mas, pedindo perdão por ofender as famílias visigóticas, informo que não sou da opinião que os jogadores ganham campeonatos e jogos sozinhos. Iturbe, por exemplo, só poderá ser avaliado quando for integrado no núcleo duro. Até lá fica a promessa para uns e o 'flop' para outros. Para mim fica na retina alguém capaz de desequilibrar no um para um, ganhar a linha ou de fazer as tão preciosas diagonais que rasgam defesas. E, medindo pela segunda-parte de ontem, se for Lucho a assistir...