Pensei que era desta que o SLB passava em Braga com distinção. Se até o Guimarães já ganha jogos, porque não? Mas enganei-me. Em Braga voltou a acontecer uma coisa parecida com um jogo de futebol que parece satisfazer muita gente.
Desta vez não houve bolas de golfe (já agora, aquilo não dá castigo nenhum, é?) nem houve aquele ambiente, digamos, intenso, animalesco e violento. Custa sempre que as tradições se diluam no tempo. Claro que ainda houve tempo para o cântico preferido de todos os adversários do SLB (não de apoio às suas próprias equipas, mas antes de ofensa ao SLB – aqui é bom saber que as tradições se mantêm).
Sem luz no estádio, a equipa do SLB foi a mais prejudicada, visto que dominava o jogo por completo até à primeira interrupção. Daí até ao intervalo, não houve jogo e, por acaso, houve um golo, nascido de um penálti inexistente. A bola bate no braço de Emerson que o tem, pareceu-me, encostado ao corpo, não aumentando, por isso, a área de defesa (ou seja, sem intencionalidade de cortar o lance).
Do outro lado, Luisão é agarradíssimo na área e Proença nada assinala. Folgo em saber que há (outras) tradições que se mantêm.
Ficando mais um pouco em Proença: no ano passado houve estender de braço de Javi (mesmo que depois de ter sofrido falta) que deu expulsão. Ontem, Gaitán é agredido na cara, logo aos 6 minutos, e o bracarense só viu amarelo. Uma agressão que será certamente condenada por todos os quadrantes do futebol.
O SLB jogou mal, na segunda parte. Mas, dadas as circunstâncias (o ritmo cortado e a substituição forçada de Gaitán, que estava a ser o melhor em campo) e o resultado, não é caso para grandes preocupações. Um empate em Braga nunca é um mau resultado, assim como não o foi o empate no Dragão.
Um jogo como o de ontem serve para tudo menos para avaliar o comportamento de uma equipa. Houve pouco empenho? Talvez, fiquei sem perceber (nos primeiros 25 minutos não me pareceu).
Há, sem dúvida, questões que se prendem com a gestão do plantel, com as substituições, com os abaixamentos de forma de Aimar, Witsel, Nolito, Cardozo ou Maxi, que são questionáveis mas, com os 15 dias de descanso que aí vêm, há tempo (se houver vontade) para recuperar a equipa para o embate contra o SCP, onde só a vitória interessa.
Estamos na frente sem termos perdido nos principais campos do primeiro terço de campeonato. Estamos na frente apesar de sermos constantemente prejudicados pelos árbitros. Até quando?
O FCP manteve a bitola exibicional e nem um penálti inventado lhes deu a vantagem madrugadora. São o principal candidato ao título mas temos de aproveitar o facto de nem com as habituais ajudas se descolarem dos outros candidatos. Acontece muito raramente.
O SCP continua em estado de graça. O holandês ponta-de-lança é bem capaz de chegar aos 20 pénaltis esta época e estou ansioso por ver quem se atreverá a desvalorizar a marca de golos por esse facto. Pereira deveria ter sido expulso (agressão clara) e houve muita sorte na conquista dos três pontos.
PS: Artur disse que "em Braga temos sempre que jogar contra 11 e mais os truques fora de campo!". Já lá jogou, lá deve saber o que diz.