quinta-feira, março 14

Sem Rei mas com um Roque que desfez ilusões

A ilusão foi bem portuguesa na passada noite, em Málaga. 'Ilusión' e 'Ilusão' são palavras completamente diferentes, não tanto pela língua mas, pelo significado positivo ou negativo que espanhóis ou portugueses lhe conferem. Ilusão é criada por erros de percepção e no caso do FC Porto esses, foram bastantes. Durante a tarde 'cheirou-me' a 2004, 'cheirou-me' a Riazor, até porque a arrogância espanhola - assentada na tal ilusión positiva de remontar - teve o mesmo contexto da meia-final da Champions ganha ao Depor na Galiza. O equipamento violeta e a mesma entrada confiante reforçaram-me o sentimento, até o Málaga conseguir ser mais forte nos duelos e nunca mais largar as rédeas do jogo.

O jogo da 2.ª mão, em Málaga, era importante por várias coisas. A passagem aos 'quartos', o dinheiro, o prestígio, a confiança, a crença. Tudo coisas secundárias que dependeriam sempre de uma: estofo. Estofo de equipa grande, estofo de campeão. E foi por aí que o FC Porto mais uma vez baqueou na tal competição que não perdoa distracções, que não perdoa desequilíbrios, que não perdoa... ilusões. O FC Porto parecia mas não foi. Os toques, os passes, a intensidade, foram criando a falsa percepção que estes dragões tudo aguentariam para trazer da Andaluzia o resultado necessário para seguir em frente. Mas assim não foi, muito porque a determinada altura todos os duelos individuais foram perdidos permitindo ao Málaga ser aquilo que não foi no Dragão, nem na primeira meia-hora do 'seu' jogo.

Foi estranho, demasiado estranho, ver algo que começou tão bem desmoronar como um baralho de cartas. A determinado momento os dragões deixaram de ser mais rápidos, deixaram de chegar primeiro e permitiram ao Málaga construir, subir, criar. Vítor Pereira explica o fenómeno pela amostragem de cartões amarelos, mas o técnico espinhense terá que ir mais fundo no raciocínio. Terá de olhar para a queda da equipa no Parque dos Príncipes, terá que olhar para a história portista nos 'oitavos', para poder descortinar a verdade na quebra portista. E a verdade é que há sempre um tremelique, uma falta de forças e certezas, tão grande que não permite que a equipa continue a transcender-se. Olhe-se, por exemplo, para Helton. A segurança e agilidade espelhadas no campeonato português em nada se parece com as exibições a eliminar onde mais interessa, na Champions. De repente... tremelique e o 'Lado B' do guardião, e da equipa, fica extremamente visível. Demasiado para se permanecer na ilusão de que esta equipa faria, alguma vez, história.

Tudo se deita a perder pela não manutenção de ideais. Apregoa-se posse e ela até tem sido cada vez mais regular. Foi-o (como já referido) até na primeira meia-hora deste jogo. Mas perde-se um duelo e deixa-se de depender dos cartões amarelos e elas (a posse, a identidade e a certeza) desaparecem? O Málaga sobe linhas e deixa-se de se sair a jogar pelos centrais? Jogar fora e estar tão perto do que se quer não é desculpa para equipa que pensa ser grande. Essas, não deitam foram identidades e modelos por demais bradados ao vento. O 'La Rosaleda' era o teste e Santa Cruz fez questão de sublinhar o chumbo e de deixar a nu a diferença entre 'Ilusão' e 'Ilusión'.

O FC Porto quer sempre o seu jogo. Não o quer partir, não o quer descontrolado, mas, quando isso acontece, sofre como uma criança demasiado mimada. Não cria, não inova e deixa de marcar por isso. Fica a zero a ver o comboio passar. A falta de imaginação do último terço tem sido gritante para os objectivos propostos. As boas exibições no Dragão (PSG e Málaga) criaram a ilusão, mas fora dele, fora da zona de conforto, a força do FC Porto esfuma-se quando os adeptos mais precisam dela.

Segue-se o tão aborrecido campeonato que é  o principal causador destes tão dolorosos desaires. A falta de competitividade é tal que o 'bebé' pode sempre seguir no seu conforto. Sem jogos partidos, sem desafios, sem erros que se paguem caro, o FC Porto não pode sair da sua 'mediania'. Urgem desafios novos e competitividade. Talvez os dirigentes dos clubes de 'Champions' - os que caiem nas fases de grupos e nos oitavos - se devessem lembrar disso quando estragam a torto e a direito a nossa pobre Liga.

35 comentários:

Hugo disse...

Discordo apenas numa coisa Marco. O Campeonato é fraco sem dúvida mas para mim o principal causador destes desaires é a falta de mentalidade competitiva.
Por exemplo, não consigo perceber como aos 15 minutos contra o Estoril paramos de jogar para entrarmos em poupanças para a Champions e deu o resultado que se viu...
Outra coisa que desapareceu é o estofo e a superação mental que costumava existir em provas europeias.

Filipe disse...

A culpa não é da nossa liga. Sem Moutinho, que ontem desapareceu por volta da meia hora de jogo, o FCP não vale grande coisa a meio-campo, sobretudo porque o Lucho já não dura mais de uma hora. Se a lesão for para durar ainda vão começar a achar o nosso campeonato competitivo.

O Danilo cada vez me parece mais um imenso desperdício de dinheiro.

Mike Portugal disse...

O Hugo tem alguma razão quando fala em mentalidade competitiva.

O nosso campeonato não gera muita mentalidade competitiva nos jogadores, senão vejamos:

- "Ai ai ai que é muito cansativo fazer 2 jogos por semana"
- "Ser campeão é mais facil se sair das competições europeias mais cedo que o adversário"
- "Nós já ficamos contentes se pontuarmos com o clube XPTO"

E podería continuar por aqui fora. O nosso campeonato não é competitivo e não gera mentalidade competitiva nos jogadores, salvo raras excepções. Acaba por ser normal que mais cedo ou mais tarde a desconcentração surja.

Por esta razão é que o campeonato Espanhol e Inglês são os primeiros. E também por isso é que acho parvo afirmar-se à boca cheia, cada vez que ganhamos a uma equipa Espanhola (como aconteceu na 1ª mão) que, tanto FCP como SLB lutariam pelos primeiros lugares no campeonato Espanhol se lá jogassem. A mentalidade competitiva é tão, mas tão diferente.

Tasqueiro Emigrante disse...

Os Malaguenhos a darem porrada em tudo o que tocava na bola e o árbitro condicionado pelos adeptos a deixar passar tudo...

O Iturra conseguiu chegar ao final do jogo sem levar um amarelo.

Mas o momento do jogo foi a NÂO EXPULSÂO do Toulalan aos 65 mins que fez uma entrada assassina sobre o Lucho. As leis da UEFA são claras...entrada por trás sem bola é para vermelho, mas o árbitro fechou os olhos.

Quanto à expulsão do Defour nada a dizer.

Ficou um amargo porque este Málaga é mais fraco que o Paços de Ferreira.

Filipe disse...

Sim o Málaga é tão fraco que passou a fase de grupos (sem derrotas), algo que Benfica e Braga não conseguiram. É tão fraco que venceu o Real, algo que o Paços seguramente faria nas calmas.

Mr. Shankly disse...

Mais fraco que o Paços?

O Mike tem razão, a nossa liga não é competitiva, nenhuma liga competitiva tem duas equipas sem derrotas com 3/4 do campeonato decorrido. Mas acho que ninguém diz que Benfica e FCP lutariam pelo título em Espanha. Quanto muito poderiam lutar pelo acesso à Champions.

Tasqueiro Emigrante disse...

Sim Filipe, este Málaga é muito fraco em relação a outras equipas...por isso é que fica um amargo por termos sido eliminados por eles.

Mike Portugal disse...

Mr. Shankly,

É obvio que é sempre um exercício especulativo, mas eu diria que o SLB e o FCP lutariam, no máximo, pelo 4º lugar em Espanha com as equipas que têm.

Mas obviamente que isto vale o que vale, pois se estivessem em Espanha, poderiam ter orçamentos superiores já que tinham receitas superiores também. Portanto também não dá para tirar grandes conclusões.

O que é óbvio é que para o campeonato Português, tanto um como o outro estão a precisa de orçamentos acima de €60M para serem campeões.

O que se quer no futuro? Continuarem a aumentar os orçamentos para garantir campeonatos até a diferença ser tão grande para os outros, que quando forem obrigados a descer a queda vai ser grande?

É que os adeptos só pensam ano a ano.

Filipe disse...

Esta época o Málaga já venceu o Real e o Milão. É de certeza muitíssimo fraco.

zorg disse...

Falta ao porto imaginação ofensiva. Já tinha sido evidente no primeiro jogo, onde foi asfixiante em termos defensivos, conseguiu muita posse de boa, mas criou quase zero oportunidades de golo e acabou por só conseguir marcar num lance que deveria ter sido invalidado por fora de jogo. E isto, quando o Málaga também vinha para o dragão sem grande ambição ofensiva, dava de bom grado a posse de bola ao porto e vinha preocupado essencialmente em não sofrer golos.

No jogo de ontem, o porto voltou a ser completamente inconsequente em termos ofensivos, mesmo antes da expulsão. Só que desta vez o Málaga não ofereceu a posse de bola de bom grado e não se contentou em defender bem. O resultado foi que o porto não só não conseguiu a mesma eficácia em termos de pressão, como tremeu muito lá atrás. Sofreu 2 golos, mas podia ter sofrido mais 1 ou 2. O Málaga acaba por passar com justiça.

Unknown disse...

Realmente é complicado ler mais um bom texto do Marco e depois ter que levar com estes comentários do Tasqueiro... é o 80 e o 8 do "portismo", à semelhança, aliás, do que fez este Fcp nas duas mãos.

Mas voltando ao essencial, acho que o Marco fugiu a um tema incontornável - Moutinho.

Foi evidente que Moutinho ainda não estava a 100%, pelo que a sua entrada a titular, apesar de 30 min razoáveis, parece-me um erro técnico, táctico e até psicológico.

As declarações de James no final do jogo indiciam isso mesmo, pois ao dizer que poderia fazer o jogo todo, está, subtilmente, a referir-se à debilidade física de Moutinho, sendo a sua titularidade, naqueles termos, claramente desmotivante para os colegas que poderiam estar em melhor forma.

Isto realça um factor muito negativo neste Fcp, que é a excessiva dependência da equipa pelo próprio Moutinho, "obrigando-o" a jogar, mesmo sem estar nas melhores condições.

Isto não é bom em nenhum clube, mas particularmente no Fcp, com a tradição de ter o colectivo sempre acima das individualidades, é um sinal de fragilidade, a meu ver, muito significativo.

E tudo isto tem, obviamente, um culpado, que se chama Vítor Pereira.

O mais incrível para o "portismo", é que esta época, com aquela super equipa, Vítor Pereira arrisca-se a ganhar, apenas, a taça da liga, a tal que o "portismo" sempre desvalorizou...

Não admira, pois, que o alarme tenha tocado. Caso o Fcp não ganhe o campeonato, será um das piores épocas em termos de títulos no reinado de PdC. E com uma equipa daquelas... quem diria?

SL

Anónimo disse...

Com isto acredito que o FCP ficou mais perto do título nacional, por todos os motivos já apontados.

Em relação ao jogo, também considero que tem de haver uma referência a Moutinho. Ou à falta dele.

O FCP podia até perder o jogo com o rapaz em campo, mas duvido que perdesse a eliminatória.

De qualquer maneira, foi um falhanço difícil de digerir, pois esta equipa do Málaga está ao nível de um Zenit, na Europa do futebol. E aquele brasileiro, sozinho, custou 18 milhões.

Confesso que esperava mais dos espanhóis que apresentaram um futebol muito pouco criterioso, apoiado em demasia na qualidade individual de alguns dos seus jogadores.

Tenho sérias dúvidas que passem a próxima eliminatória, a menos que apanhem o Gala, e mesmo assim...

Pulha Garcia disse...

Concordo que falta mais competitividade ao futebol Português, mais atitude, mais equipas a jogar para ganhar, menos "faltinhas" a interromper os jogos, mais pessoas nos estádios, tudo isso.

Agora quando dizes ". Sem jogos partidos, sem desafios, sem erros que se paguem caro, o FC Porto não pode sair da sua 'mediania'. Urgem desafios novos e competitividade." discordo. Para uma equipa como o FC Porto sentir mais desafios novos e mais competitividade basta que comece a jogar sem árbitros comprados, o jogo pelo jogo de forma honesta, com títulos ganhos apenas dentro de campo.

Ontem, na minha opinião, o FCP jogou mais ou menos o mesmo que por cá. A questão é que faltaram os dois melhores jogadores da equipa. João Moutinho e Pedro Proença.

Tivesse o jogo sido na Luz e apitado pelo Sr. de gel, e aquela cabeçada do Maicon, um metro fora de jogo (como mandam as regras) tinha valido a passagem na eliminatória. Não digo que o Porto não seja melhor equipa que o Málaga. Mas quando tudo se complica o normal para o FCP é aparecer um roubo de arbitragem, como por exemplo no jogo da primeira mão ... E depois queixam-se que os jornais não dão mais destaque às notícias do Porto ...

Filipe disse...

Luís, tem piada referires o Zenit pois estava no grupo do Málaga. Ficou a 5 pontos, foi despachado em Málaga por 3-0.

Tasqueiro Emigrante disse...

luis,

mais me dás razão...por isso é que digo que este Porto perdeu contra um clube muito fraquinho.

Passou o Málaga porque o Porto não foi uma equipa equilibrada ontem.

Esta equipa do Málaga não tem fio de jogo e baseia-se muito nos rasgos individuais de certos jogadores.

Se formos a ver o Porto ontem entrou bem em jogo mas após o 1º golo descambou tudo e a expulsão do Defour ajudou "à festa".

Curiosamente após o 2ºgolo o Porto mesmo com menos 1 passou a jogar melhor...mas sem avançados é muito dificil.

Anónimo disse...

Eu sei disso, Filipe. Mas o Benfica também passou duas vezes à frente do MU e não é por isso que considero ambos os clubes ao mesmo nível.

Há uns tempos fiz um post sobre os níveis das equipas que o Benfica apanhou na LC com JJ. Vou ver se o descubro, já volto.

Anónimo disse...

http://sectorb32.blogspot.pt/2012/10/o-benfica-europeu-de-luis-filipe-vieira.html

Em que nível colocas o Málaga? Eu coloco ao lado do Zenit e do Spartak.

J. disse...

Perguntem ao Barcelona, Juventus, Bayern ou Manchester United o que é a competitividade dos seus campeonatos.
Em Janeiro já se sabiam que iam ser campeões.

Mr. Shankly disse...

"O que é óbvio é que para o campeonato Português, tanto um como o outro estão a precisa de orçamentos acima de €60M para serem campeões."

Ou para não serem :) A questão é que concorrem um com o outro, o Real também tem um orçamento gigantesco para ficar em segundo, e o City idem. Não se podem colocar as coisas nesses termos.

Filipe disse...

Eu coloco o Málaga ao nível do Porto, não é favorito contra os tubarões mas consegue dificultar-lhes a vida.

As quebras do Porto noutros jogos ao longo da época foram de eficácia, este foi dos primeiros jogos esta época em que não teve o jogo controlado, mesmo quando tinha 11 em campo.

Tasqueiro Emigrante disse...

Filipe,

discordo de ti...

não se pode dizer que o Porto não tinha o jogo controlado...

pode-se dizer sim que teve 2 ou 3 falhas nivel defensivo, em que 2 resultaram em golo.

de qualquer maneira o Málaga nunca foi uma equipa perigosa que desse a entender que fosse marcar mais 1 ou 2, ou até mesmo golear.

zorg disse...

O Málaga não só deu a entender que ia marcar mais 1 ou 2 golos, como marcou mais um golo, que foi mal invalidado pela equipa de arbitragem.

LMGM disse...

Não vi o jogo só vi o resumo. Quando cheguei ao fim daqueles 3 min., dei por mim a pensar, se o jogo fosse cá o Porto passava ou pelo menos o Defour não era expulso, o golo do Maicon era validado e algo me diz que o de Roque era invalidado.

Mas isto são suposições, tive apenas uma certeza que se confirmou. O Porto perdeu, vão fazer queixinhas da arbitragem... Obrigado calimeros, ai desculpa, campeões.

Tasqueiro Emigrante disse...

zorg,

iluminado...sim é verdade que foi mal invalidado...

e a agressão do Toulalan aos 65 minutos sobre o Lucho? Amarelo por uma entrada assassina ás pernas por trás e sem bola...

Viste ou passou-te ao lado?

zorg disse...

Não vou discutir a arbitragem, até porque acho que no conjunto das duas eliminatórias o porto sai bastante beneficiado e, por isso, é ainda mais ridículo do que o costume vir-se queixar das arbitragens.

O meu comentário era só em relação à tua afirmação anterior ("o Málaga nunca foi uma equipa perigosa que desse a entender que fosse marcar mais 1 ou 2"). O Málaga não só foi uma equipa perigosa, não só deu a entender que ia marcar mais 1 ou 2 golos, como até marcou mais 1 golo. Ou seja, a tua afirmação é factualmente incorrecta.

Mike Portugal disse...

Mr. Shankly,

Não era por aí que queria entrar. O que estou a querer dizer é que para o nosso campeonato, precisar dum orçamento de €60M (isto é um valor por baixo porque sei que é maior) para competir pelo título, é ridículo.

Nós não geramos receitas que possam equilibrar este tipo de orçamento e obrigatoriamente o valor terá que descer.

Isto parece é um daqueles leilões em que um dá um valor e há outro que vai aumentando em 1 centimo só para ir fazendo crescer o valor do outro. Há uma altura em que vai rebentar.

Tasqueiro Emigrante disse...

zorg disse...

"Não vou discutir a arbitragem"



Então? Primeiro dizes que o Málaga teve um golo mal invalidado e agora já não queres discutir arbitragem?

Ha pois...já me esquecia...a favor do Porto não te convèm falar...

O árbitro perdou não só essa expulsão ao Toulalan mas também uns amarelos, principalmente ao caceteiro do Iturra.

Não queres comentar arbitragens então não fales delas com intenção de provocar.

Depois ainda têm a lata de dizer que eu é que fujo aqui aos assuntos...

J. disse...

Sim, falar de árbitros nesta eliminatória é ridiculo.
E ainda nos tinhamos que lembrar na forma como o Porto marcou na primeira mão.
Acho que Vitor Pereira dá sinais de que não sabe mais.
O Porto vai ser sempre isto. Uma equipa arrumada, sem grandes ideais, competitiva sim mas a depender quase sempre do génio de 2 ou 3.
Ontem não entrou mal, mas quando as coisas se puseram feias, não se mostrou como equipo, escondeu-se e no fim foi á procura do prejuizo.

zorg disse...

Eu acho que o porto é uma equipa forte em termos defensivos. Acho também que é uma equipa genericamente bem orientada, no sentido em que é capaz de perceber e executar aquilo que o treinador pretende.

No entanto - e já tinha referido isso no rescaldo do jogo da primeira mão - acho que é uma equipa sem imaginação ofensiva que tem conseguido resultados, essencialmente graças a inacreditável forma do jackson martinez (tem mais 10 golos, ou coisa que o valha, do que o segundo melhor marcador do campeonato que até faz parte do ataque mais concretizador). Quando não há Jackson, dificilmente há porto, em termos ofensivos.

cincoAzero disse...

é preciso o Porto estar em risco de não vencer nada (a taça da liga ou nada é a mesma coisa) para ser considerada uma boa equipa !
da mesma forma que precisa de perder para ser capa do pasquim bola.


é obviamente uma enorme desilusão por aquilo que o Porto fez na 1º mão e pelo pouco que o MAlaga fez em ambas as mãos e em superioridade numerica >45 min
defour foi um idiota mas toulalan devia ter tido o mesmo destino
danilo com um canto despropositado acabou por criar o lance do 2º golo.

pro ano há mais

cincoAzero disse...

@pulha
claro que esse comentário não pode ficar sem uma imagem (não gostam mas lá vai) do golo do david luiz ao Braga
http://1.bp.blogspot.com/_bVa1pGQ4REY/SXXpb0wOKJI/AAAAAAAAAD4/id52SNEXzew/s320/Golo+David+Luis+Braga+Benfica+Vukcevic+rio+ave+sporting+01.JPG
http://4.bp.blogspot.com/_Lo0Od1viYLs/SW6NKgm1wuI/AAAAAAAAAaA/0OrUIA-PFVc/s200/jorn14_SLB-MAR-ForaJogoDavidLuiz.JPG

e não é "um metro fora de jogo (como mandam as regras) "

Pulha Garcia disse...

cincoAzero,

futebol vai ter sempre erros. O problema é que no futebol Português os erros são quase sempre a favor do Porto. Tendo em conta que estamos a falar de uma equipa já condenada por tentativa de corrupção e variadas vezes associada a crime organizado, é normal que as pessoas em geral não atribuam grande valor às vitórias do teu clube.

(agora, aqui entre nós ... não ficas com curiosidade, quando olhas para os outros clubes?)

Marco Morais disse...

O melhor de tudo, no Sector, é que, parece-me, há cada vez mais um núcleo que se preocupa em discutir realmente o que se passa nos jogos. Isso é claramente bom para o blog e para os seus visitantes. =)

Sobre o jogo, alguns pontos:

- À Liga Portuguesa falta-lhe competitividade. Não fugi a isso. As equipas não têm mentalidade e isso é o ponto mais importante, é verdade. Mas secundariamente também é verdade que os 'nossos' dirigentes não querem saber do produto. Falar mal dela e fragilizá-la constantemente, enfraquece-a como organização competitiva. A fava? A fava é ficar 'n' vezes pelo caminho contra equipas com potencial inferior, na Europa.

- O FC Porto tinha obrigação de fazer mais com ou sem Moutinho. Notei coisas mais graves para enaltecer e que acontecem ano após ano em jogos decisivos na Europa. O Porto ter sempre o onze de gala é questão que não se põe. A identidade reclamada não pode depender tanto disso. A determinada altura o recuo foi evidente e o controle emocional não existiu, foi aí que se perdeu o jogo. Moutinho tem um papel importante, mas dava para fazer mais em relação à questão-chave do jogo.

- Não dá para falar de arbitragem sem roçar a hipocrisia. O Málaga marcou três golos e só viu dois serem validados. É verdade que Toulalan devia ter sido expulso, mas também, como no golo de Moutinho no Dragão, a arbitragem nem sempre acerta. Faz parte e não vem mal ao Mundo por isso. Defour devia ter sido mais inteligente. Para um clube que se diz experiente, tem muito a aprender no que toca a estes jogos se quer subir de nível.

- Não foi uma expulsão, por exemplo, parecida com a de Nani.

- A questão-chave, torno a dizer, foi a incapacidade para controlar o jogo quando o Málaga começou a chegar primeiro ao que o Porto tanto reclama: a bola. O jogo nem sempre se pode desenrolar onde somos mais fortes.

- A tão apregoada posse é importante para fazer chegar a mesma a situações de golo. Para isso tem de haver mais que 'bola no Jackson e fé em Deus. Varela não faz uma diagonal, não vai à linha. Apenas mantém a posse. Defour não é extremo, apenas mantém a posse. Manter a posse sem movimentações para fazer golo dá zero oportunidades de golo. Quem fica na cara do golo na equipa do Porto? Jackson e um médio (Moutinho ou Lucho) em cada 3,4 jogos.

Marco Morais disse...

Junte-se ao último ponto, Izmailov. Também, neste momento, só mantém a posse. James, sem confiança e sem rasgo, também, neste momento, só mantém a posse.

Realmente dá muita posse, dá. Mas a posse serve para criar. Talvez não em catadupa mas para ir criando, vá.

zorg disse...

Estou genericamente de acordo contigo, Marco. Já na altura do jogo da primeira mão, o porto não me tinha impressionado. Tinha sido eficaz e pressionante, é verdade, mas pouco criativo em termos ofensivos.

Muita posse e pouca uva.