Diz-me como perdes dir-te-ei quem és
O
presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, fez um balanço da
época 2012/13 na sua rubrica da Revista Dragões, tendo dirigido elogios a
três elementos dos principais rivais: Jorge Jesus, do Benfica, e
Jesualdo Ferreira (agora no Sp. Braga) e Rui Patrício, do Sporting.
"Glória
aos vencedores - FC Porto (Supertaça e campeonato nacional), Vitória de
Guimarães (Taça de Portugal) e Sporting de Braga (Taça da Liga). Glória
aos responsáveis dos três clubes, aos seus técnicos e aos seus
jogadores, que nos relvados conseguiram materializar os sonhos dos seus
dirigentes e as estratégias dos seus treinadores. Glória ao Paços de
Ferreira, que após uma época excecional conseguiu surpreendentemente a
qualificação para a Liga dos Campeões, sob o comando de Paulo Fonseca",
escreveu o líder dos dragões.
Pinto da Costa, a cumprir o 31.º ano
e 13.º mandato na presidência do FC Porto, tendo celebrado o 27.º
título de campeão nacional dos portistas, deixou um desejo face às
descidas de Moreirense e Beira-Mar: "Que voltem depressa."
"Ao
Sporting, que não foi além do sétimo lugar e que não conseguiu sequer a
qualificar-se para as eliminatórias da Liga Europa. O trabalho do
Jesualdo Ferreira (um grande senhor do futebol) e a brilhante época de
Rui Patrício não mereciam tal descalabro. Finalmente o Benfica, que nos
deu imensa luta fruto de um plantel valioso e numeroso, e sobretudo pela
capacidade da atual grande figura do clube - Jorge Jesus. Estes foram
para mim "Os Gloriosos" vencedores e "Honrosos" vencidos", completou
Pinto da Costa. (Diário de Notícias)
É
algo que defendo: um grande Benfica fez do FC Porto um grande campeão. E
seria assim, também, se o desfecho desse a vitória à equipa da Luz.
A dúvida é se PC teria este discurso se fosse ao contrário, mesmo que em consciência soubesse que assim tinha sido.
É algo que os dirigentes têm de perceber e interiorizar: rivais mais
fortes em nada prejudicam. Fica a ganhar o futebol, a Liga e o próprio
clube, que assim se vê obrigado a transcender-se. E se se transcende
jogará melhor também na Europa e representará melhor Portugal.
Ora, voltando ao segundo parágrafo, se PC não reconhecesse um grande
Benfica, na hora de uma suposta derrota do FC Porto, não estaria também a
dar o melhor exemplo aos adeptos (que criticariam certamente tão nobre
gesto), que em nada aprenderiam com a derrota e que viam o seu ódio ao
rival ser intensificado. É o tal efeito bola de neve que os dirigentes
não sabem parar a tempo de os pais poderem levar os seus filhos ao
futebol sem temores.
(Tudo o que escrevi, aplica-se também a
Luís Filipe Vieira e ao 'menino' que quer que os adversários "tenham
medo" das vitórias do seu clube)
5 comentários:
Porra, mas bebeste quantos litros de ingenuidade, hoje, Marco?!
O que tu pretendes, que é o mesmo que todos nós pretendemos, não existe, e não existirá, enquanto os actuais dirigentes do nosso futebol continuarem a desempenhar os seus papéis.
PdC é o rosto principal do nível baixo a que chegámos.
PdC sabe muito, mas já todos nós percebemos como funciona o seu pensamento.
Faz-me lembrar os agora "especialistas políticos", ex-políticos de então, que surgem todos os dias nos ecrãs de TV, como salvadores, como iluminados e, pior, como inocentes na construção da actual miséria que se vive neste país.
São os culpados da desgraça.
Que se fodam todos eles, mais as palavras mansas e hipócritas de PdC.
Não bebi, daí as minhas 'dúvidas' apontadas no post. Achas que se o desfecho fosse ao contrário, o PdC elogiaria o Jesus e o Benfica.
Já agora, achas que perderia alguma coisa se o fizesse?
Claro que não perderia, mas isso seria a forma como nós desejamos que fosse o futebol (não tão romantizado, mas pelo menos, cordial nos momentos importantes).
O problema é que a génese de PdC não é essa. A génese da nossa classe dirigente, não é essa.
Acho que não há lugar a dúvidas neste tema, foi apenas isso que quis transmitir.
O que o Pinto da Costa possa dizer de elogioso sobre Benfica ou Sporting não tem um pingo de sinceridade, por isso nem ligo. Basta ouvir as escutas para perceber que, para ele, o ideal era ver Lisboa a arder...
Peyroteo, não dúvido. Por isso condeno.
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