... mas esta Velha Senhora não é nada de se deitar fora. Enquanto jogou com onze jogadores a Juve deixou sempre o Bernabéu de pé
atrás. Isto até Chiellini se tornar na segunda figura deste Real
Madrid-Juventus. E dizemos 'segunda'
porque em campo estava um ser com um magnetismo incontornável. O mesmo que
lhe permitiu atrair para si todos os momentos-chave do jogo. O
portentoso jogador que é Cristiano Ronaldo segurou o jogo a favor dos
merengues e, como é hábito, deixou tudo o resto para segundo plano.
Ainda a Juventus media o seu '4-3-3' (na Serie A, Antonio Conte faz
jogar a Vecchia Signora em 3-5-2) e já Ronaldo perfurava a sua nova
linha defensiva. Logo aos 4' (para quê mais tarde?) o português
aproveitou um movimento interior de Di Maria para traçar uma diagonal
que acabou cheia de sucesso.
Mas seria uma pena que o belo
plano de jogo que a Juventus levou a Chamartín se afundasse logo ali.
Pirlo e Cia trataram de mostrar que a campeã italiana se faz também de
muito critério com bola e, assentando-a de pé para pé, os italianos iam
daí então, a pouco e pouco, dominando o jogo. Contudo as investidas de
Carlos Tévez não chegavam para bater o regressado Iker Casillas. Era
preciso algo que é como 'kriptonite' para o Real Madrid: Os 'blancos'
caíram na armadilha de pressionar alto uma saída de bola desde Buffon e
deixaram destapado o espaço que a Juventus ia utilizar para empatar o
jogo. Foi Llorente - ao aproveitar uma defesa incompleta de Casillas a
um cabeceamento de um incompreensivelmente solto Pogba - o autor da
poética justiça que era a Juventus não continuar em desvantagem no
marcador.
Saídas de bola e pressões que dão em golo...
sofrido, fazem lembrar o Real do próximo adversário para a Liga
(Barcelona-Real Madrid, sábado, 17.15), e talvez isso lhe tenha
despertado a raiva. Isto porque, depois do empate, foi altura de novo
repentismo merengue e altura também de Chiellini começar a aparecer no
jogo. O central italiano não pôde com Sérgio Ramos e, por entre a
confusão habitual que se dá sempre que há quatro centrais na área,
derrubou o espanhol. Um penálti claro que Ronaldo não haveria de
desperdiçar.
Dois erros defensivos que foram pagos bem caro por
uma Juventus que mostra saber dominar territorialmente o Real Madrid
mas que não aguenta a velocidade blanca. E como não há dois sem três...
seria uma arrancada de Ronaldo a decidir, de vez, o jogo. No 'um para
um' com (adivinhem...) Chiellini o português foi naturalmente mais forte
e o italiano usou, e abusou, do braço para o travar. Com naturalidade,
depois da jogada, Giorgio acabou expulso gorando assim as reais
possibilidades que a Juventus tinha de surpreender os merengues.
A partir daí instalou-se um enorme bocejo no Bernabéu, que só foi
interrompido pelo, já viral, 'pontapé na atmosfera' de Vidal. O chileno
deveria pedir cartão amarelo para o fantasma 'Gasparzinho' visto que
aquilo é coisa que não se faz. Mas, brincadeiras à parte, a rivalidade
destes dois colossos é séria e assim são também as contas do Grupo B,
que ditam que no Juventus Stadium a Velha Senhora não pode deixar
escapar de novo este 'Ronal' Madrid.
Real Madrid-Juventus, 2-1 (Ronaldo 4 e 29 g.p.; Llorente 22')
Grupo B - Liga dos Campeões
Real Madrid 9
Galatasaray 4
Juventus 2
FC Copenhaga 1
Foto: Getty Images
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