Ainda o clássico, claro! Uma partida que
trocou as voltas ao FC Porto, no seu próprio estádio, jamais se
esgotaria tão cedo nos dias vindouros. Até porque quem teve o condão de
abanar a normalidade tinha o estranho habito
de não o fazer, de não conseguir soltar-se das suas próprias amarras,
há vários anos. O Sporting, com Marco Silva, foi, por exemplo, aquilo
que o FC Porto de André Villas-Boas, e de Vítor Pereira, foram na Luz.
Mas para que o excelente feito leonino não se esgote em comparações com o
rival, enaltecer a identidade e coragem do plano do leão é extremamente
necessário até porque é por aí que o futebol português tem de ir. Ele
que é tão pródigo em alterações quando defronta os seus adamastores.
Assim, haver quem lembre que identidades não se mudam, "ao sabor do
vento", só é bom para o 'todo' do futebol luso. Foi assim, desculpem de
novo, que o FC Porto chegou ao êxito e foi assim que o Benfica, mantendo
Jesus, se equiparou andando ombro a ombro com o rival. Com Marco Silva a
evoluir o trabalho de Jardim (e com Bruno de Carvalho a reclamar os
louros a cada intervenção) o Sporting tem tudo para tornar estas contas
ainda mais interessantes - isto, se conseguir que a sua defesa controle (bem) melhor a profundidade.
A três seria melhor, é verdade. Mas,
para isso, o FC Porto tem de transcender a síndrome que já o assola há
praticamente um ano. E de Fonseca a Lopetegui, passando por Luís Castro,
a falta de identidade do dragão é bem visível. Assume, assim,
importante carga a lição de Marco Silva no Estádio do Dragão. Terá Pinto
da Costa deixado fugir o melhor treinador para o Sporting? Logo ele que
esteve ali, tão perto, quando deu a primeira dose a Paulo Fonseca.
Claro que a resposta à pergunta dependerá de Lopetegui e de como o basco
entender o momento. E não nos parecendo que Lopi deixe de pensar em
futebol e que faça algo 'só porque sim', resta explicar que o seu plano
esbarrou em Patrício e, depois disso, num 'miolo' muito mais forte que o
portista (já desde o ano passado). A ideia era preencher o sector em
que o Sporting é, visivelmente, mais fraco: a defesa. Adrián ainda
confundiu algumas vezes, Quintero outras, mas sem rotina não há
finalização decente. Depois Nani, que embala o leão como poucos se
lembram, forçou o resto.
Assim, se Lopetegui entender que tudo
isto não passou de um pesadelo e que a solução continuará a passar por
dar ao carrossel até dias melhores chegarem, é provável que PC tenha de
intervir. Uma visita, mais exaustiva, ao Museu não seria má ideia. Lá
Lopetegui encontraria as bases de Mourinho (uma a duas alterações no
'onze', exceptuando as forçadas), as de André Villas-Boas (duas a três
alterações no 'onze') e as de Vítor Pereira na segunda época (uma
alteração no 'onze' exceptuando as forçadas). Já na primeira época do
espinhense [Vítor Pereira] o sabor do vento também enjoou o Dragão.
Meio-campo por definir, 'onze' por criar e, claro, erros que custaram
vitórias e tranquilidade à equipa. Isto até Lucho...
Onde
Lopetegui encontrará o seu Lucho, não sabemos. O que se sabe é que o
basco se tem dado, sim, ao luxo de desperdiçar médios para a ala
(provavelmente desviaria El Comandante para uma delas) e oportunidades para
consolidar uma equipa que tem imensas soluções para, depois, se
enquadrarem. E ao mínimo deslize, no Dragão, os corações apertam e visão
tolda ao ponto de as saídas de bola não distinguirem colegas de
adversários. Lopetegui quer subir ao céu, dando primeiro três voltas ao
Mundo para escolher a melhor roupa. E o tempo urge...
10 comentários:
É um Porto estranho, sem dúvida.
Não percebo como por exemplo Tello, apesar da lesão em Paços, não tem jogado mais vezes a titular.
Adrián, que quase não contava, passa a titular assim de repente.
Quaresma nem se vê.
Não sei qual seria o melhor onze do Porto. Teoricamente algo como:
Fabiano,
Danilo,Maicon,Indi, Alex Sandro
Casemiro, Herrera
Oliver (Quintero)
Brahimi, Tello
Jackson
Não sei quantas vezes estes senhores jogaram juntos...
Em relação ao Sporting, tem na defesa o seu ponto mais fraco. Paulo Oliveira ainda parece muito verde e Mauricio demasiado limitado.
Mas acho que em tudo o resto estamos iguais ou melhores que o ano passado.
E isso pelo menos dá-nos mais legitimidade para sonhar...
Herrera não tem lugar neste 'onze'. Mas o exercício de fazer um 'onze' é bom, até porque isso é coisa que já não vejo há uns jogos. Aqui vai o meu - que duvide que o Lopi se lembre:
Fabiano (Helton quando estiver bem); Danilo, Marcano e Indi, Alex Sandro; Rúben Neves, Óliver e Brahimi; Tello, Jackson e Quintero.
Claro que só isto não contaria tudo, mas já ajudava.
Qualquer 11 do FCP que tenha lá o Herrera não é um 11, é um 10. lol
Até o puto Oliver é bem melhor.
Concordo!
O Oliver a 8!?
Mas que grande confusão!!!
Adrian, Quintero, Brahimi, Oliver são extremos, avançados ou médios ofensivos?
Óliver é médio - 8 ou 10.
Brahimi também - mas que rende na ala tal a sua capacidade.
Quintero é opção minha - a la James!
Adrián é... caro.
O Porto defensivamente tem uma falta de qualidade gritante! Dupla de centrais lenta e pouca evoluída tecnicamente, 2 laterais muito fortes a atacar mas a defender nada de especiais e depois o principal problema Casemiro e Herrera São as melhores opções para o miolo mas isso é umA falta evidente de qualidade.
Ofensivamente o Porto tem de longe o melhor plantel na liga com vários suplentes que seriam de caras titulares de sporting e Benfica.
Mais ainda quando o principal problema da defesa do Porto é... ofensivo. Aquela bola queima...
E não me esqueço dos erros defensivos. Custa a crer, mas o Marcano é o melhor central do Porto. Acho que fica tudo dito.
De resto Rúben Neves é muito superior a Casemiro naquela posição. Óliver e Brahimi são os melhores médios. Vítor Pereira, com este plantel, fazia maravilhas.
Abraço Ace, e parabéns! =)
E preparem-se porque o Lopetegui diz que o Bilbao é o adversário mais completo que o Porto apanhou até agora. Cheira a goleada...
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