Nada deve dar mais 'pica' no futebol do que o confronto com uma equipa, digamos, hegemónica. Uma equipa que desenvolveu uma forma de jogar legítima e que não permaneceu encostada ao que já existia. Criou, evoluiu e conseguiu (imensas) vitórias com isso. Com isso, também, criou um mito. Um mito que assusta os adversários e que lhes instala a dúvida: como jogar?
Neste Euro'2012, a Espanha levou sempre essa vantagem consigo para dentro do relvado. Uma vantagem que começa bem antes do apito inicial. Em todos os seus jogos, a campeã da Europa e do Mundo conseguiu instalar a dúvida em todos os seus adversários e eu tenho estado particularmente atento a esse facto. Ainda para mais quando nos toca agora, a nós, enfrentá-los.
Do que pude ler e observar - com a devida distância e com o desejo a toldar-me um pouco a visão .- não creio que a Espanha entre com essa vantagem no jogo de logo à noite. O conceito da primeira linha deste texto (a 'pica' que estes jogos devem dar) parece-me estar a ser cumprido à risca. Nunca vi tanto desejo por parte de uma selecção em quebrar a hegemonia que agora existe. A confiança e o querer existem, nota-se.
Bem, mas só pensar que sim e querer mais que ninguém não chega. É bom, mas não chega. Há que fazer e demonstrar. Porque no momento que entrarmos em campo sem dúvidas em relação ao que vamos fazer, esse é também o momento em que pela primeira vez provocamos a dúvida ao nosso adversário. Esta é a vantagem que tem que ser criada logo à noite, nos primeiros passes, nos primeiros duelos, nos segundos, nos terceiros... em todas as nossas acções no jogo, teremos de demonstrar ao que vamos. Não vamos às compras, não vamos à escola, vamos, só (!) quebrar uma hegemonia que, vista do lado de quem não está no topo, já dura há tempo a mais. E dura, como todas, porque em vez de se agir, reage-se, em vez de se confrontar, espera-se. Tantos e tantos exemplos a provarem que assim não resulta. De joelhos não se joga futebol! Joguemos hoje bem de pé!
Podemos saltar para o topo, podemos roubar o 'super-poder' que cria dúvidas nos adversários. Há alguma coisa nas vossas carreiras que dê mais pica que isto? Hã, meus meninos?! Vamos a isso!
5 comentários:
Tem de ser. O que mais temo é acabarmos por sair com uma exibição apagada.
Eles são superiores (a todos, não só a nós) e só temos de lhes dificultar a tarefa.
Temos de terminar o jogo e pensar que nada mais havia a fazer e que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.
Se vencermos, será porque fomos corajosos, como temos sido, até agora.
A pressão está do lado dos gilipollas mas eles convivem bem com isso.
Acredito que vai ser uma eliminatória disputada até ao último minuto e que o Ronaldo vai marcar. Espero que não seja o único da nossa parte e que possamos ajustar contas com os alemães na final.
É isso mesmo. Haja pica.
E os rapazes que se lembrem que, com o devido enquadramento, já lhes espetámos 4 na boca. Não foi 1, nem 2, nem mesmo 3, foram 4 pelos queixos abaixo. Isto vale qualquer coisa, digo eu...
Eles são melhores, é um facto, mas não são imbatíveis.
E eu tenho uma fezada hoje (e não só) em Portugal!!!
FORÇA
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