São jogos como o FC Porto-Nacional que fazem esquecer a tão firme e
propalada certeza de que no Dragão qualquer treinador tem um lugar ao
sol. A incipiente declaração de que, para gerir os
destinos do (tri-)campeão nacional, 'qualquer um serve' não encontra
paralelo na mais trabalhada ideia de que, para vingar no FC Porto, são
precisos actos de coragem. E é aí que Paulo Fonseca perde imediatamente o
carinho da exigente massa associativa azul e branca. É que se André
Villas-Boas e Vítor Pereira 'agarraram' essa positiva atenção - que
Jesualdo nunca teve pelas razões explicadas a seguir - com uma atitude
de força (frente ao Benfica de Jesus), a Paulo Fonseca não se lhe
reconhece nada disso. Aliás basta colocar na cabeça dos adeptos
portistas os possíveis cenários para a deslocação à Luz para
imediatamente o semblante se lhes carregar. Ninguém, que frequenta o
Dragão, 'vê' em Paulo Fonseca a coragem que AVB e Vítor Pereira tiveram
nos encontros imediatos com Jesus e isso preocupa-os.
Se as
derrotas na Champions se vão desculpando, se os pontos para perdidos
para o campeonato também, a única coisa que salvará, ou castigará, um
treinador do FC Porto é uma mostra de força, ou de fraqueza, contra o...
Benfica. Foi assim na Supertaça de 2010, depois de uma pré-época nada
entusiasmante, e foi assim em março de 2012 quando Vítor Pereira
subtraiu um defesa e adicionou um ala para 'roubar' o título a Jesus.
Esse é o tipo de actos que revela a vida difícil que um treinador pode
ter na Invicta quando não entende a cultura do clube. E se há acto que
Paulo Fonseca tomou enquanto líder dos azuis e brancos foi o de
descaracterizar a equipa com uma desnecessária protecção a Fernando, que
vai queimando todo o jogador que jogue naquele 'lugar do morto'.
De nada interessam, aos adeptos, os 77% de posse de bola com que a
equipa acabou o jogo frente ao 'amaldiçoado' rival e de nada interessam
as oportunidades desperdiçadas. Ao Tribunal, basta fazer 'pause' numa
qualquer jogada ofensiva do FC Porto para perceber que o 'trinco' tem
agora um gémeo siamês... à força. Lucho cola-se a Jackson, Josué deixa a
ala orfã e Herrera e Fernando aumentam o 'fosso' quando ficam à espera
de uma possível transição, a metros de distância. Ora, se proteger o
'trinco' parece uma opção segura, basta atentar o posicionamento dos
dragões nesse momento do jogo para se perceber que Paulo Fonseca tem
medo e não coragem. E isso é coisa que nem os adeptos portistas, nem
o... universo, perdoam. E esse último derruba qualquer plano imperfeito
sem piedade alguma. Resta ao treinador (em formação) do FC Porto ganhar
coragem para na Luz ser tudo aquilo que não foi até agora. O que é mesmo
que dizer que ou deixa Fernando sozinho, e liberta o seu gémeo, ou não
resistirá à próxima queda na realidade (o FC Porto desloca-se à casa do
Benfica a 12 de janeiro).
FC Porto-Nacional, 1-1 (Jackson 52'; Rondón 82')
1 comentário:
O Paulo Fonseca chegou ao Porto e quis mudar o esquema táctico...o habitual 4-3-3 passou para um 4-2-3-1...para além de considerar essa táctica de equipa pequena, acho que o Porto nunca poderá jogar assim.
E enquanto o Otamendi continuar a titular o Porto vai continuar a perder pontos...começa a ser ridiculo tanta perda de bola e tantas falhas na defesa...e não esquecer que nas bolas paradas a sua baixa estatura deixa muito a desejar...para mim o Maicon é muito superior.
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