1. Bola no pé esquerdo de Eliseu. Passe longo, tenso, a encontrar a
cabeça do jogador mais baixo do Benfica. Daí sai a desmarcação de
Jonas. A bola vem alta e Jonas respira. Os benfiquistas respiram. O
tempo pára. Dá para pensar em tudo. Naqueles dois segundos em que nada se movia, tudo se pensou. "Quero gritar golo". "Não me fodas, Jonas, não me fodas, Benfica". "Se falhar o remate, vai ser uma desilusão, especialmente depois de ter achado que a bola já tinha entrado. Será que sonhei?". "Foda-se, como se pode falhar esta oportunidade? Perdermos a liderança assim vai custar muito". "Acertou na bola, e ela, vai entrar". "Não me fodas, Mika, mantém-se quieto, porque o tempo também parou para ti". O tempo parou para todos. Menos para Jonas, que continuava a respirar. É gooooooooooooooooooooloooooooooooooooooooooooo! Que gritaria, que enorme felicidade, que descontrolo. Que vitória!
2. Estrondosa vitória do Benfica. Uma força incrível duma equipa que pareceu demasiado tempo à deriva de um Boavista muito competente.
3. Estádio do Bessa cheio, a abarrotar de vermelho, com 22 mil adeptos. Sporting e FCP, juntos, neste mesmo estádio, ficaram a 5 mil deste registo.
4. Equipa desfalcada: sim, serve de desculpa para um jogo menos conseguido da equipa de Rui Vitória. Ederson não é o titular e conta ainda com poucos jogos no onze. A ala direita de ontem teve dois jogadores que chegaram agora de lesões graves, sem ritmo competitivo. Samaris teve de jogar a central, ao lado do novato Lindelof. No meio, sem Fejsa, novamente, e com Pizzi na esquerda. E na frente, com o mexicano no lugar do titularíssimo Mitroglou e sem poder contar com Gaitán. Um autêntico milagre.