quarta-feira, setembro 16

Benfica de pé quente.

Os últimos dois jogos do Benfica foram os únicos que pude ver na totalidade e com a devida atenção. Se a vitória esmagadora da passada sexta-feira foi a antítese de tudo aquilo que tenho andado a ler (sectores desligados, defesa sem controlo da profundidade, ataque sem jogo interior), o de ontem já mostrou uma equipa de facto menos consistente.

Rui Vitória tem nas mãos a difícil tarefa de substituir Jesus. As comparações vão demorar a passar e só vencendo deixarão de fazer sentido. A "nota artística" é outra coisa. Jesus ficou incomodado com a comparação, em mais uma prova do seu ego excessivo, convencido que o Benfica nunca existiu antes da sua passagem pelo clube da Luz.

Grandes nomes e grandes trabalhos foram feitos neste clube centenário. Grande equipas, grandes jogadores, produziram tardes e noites de espectáculo. Com nota artística superior às equipas de Jesus, até.

Esta falta de humildade que caracterizou o amadorense nos 6 anos que viveu vestido de encarnado continua em alta mas, digo eu, já era tempo de mudar de postura e deixar de falar do seu ex-clube. Rui Vitória, que está a léguas de distância de Jesus em matéria de bons modos, tem deixado este último sem resposta, e muito bem. Cada um no seu lugar.

Sabemos todos que Jesus foi para o Sporting poque no Benfica não o queriam (disse o próprio). A mágoa pode até ser justificada, mas o ex-treinador encarnado tem de virar a página e preocupar-se exclusivamente com o seu novo clube, que tanto dinheiro lhe paga.

A classe dirigente dos dois clubes não deixa antever tréguas e uma sã convivência, mas em termos de treinadores basta que Jesus se cale. Já chateia e nem sequer tem graça.

Voltando ao  futebol, a estreia na Liga dos Campeões foi razoável. A vitória era obrigatória mas a primeira parte foi fraquinha. A segunda foi bem melhor e a vitória acabou por ser totalmente justa.

Gaitán e Jonas estão numa excelente forma. Continuo a pensar que a equipa é curta para tanto jogo (já no ano passado era curta) mas tenho gostado das oportunidades dadas àquela ala direita. Contudo, há alguns jogadores que ainda nem sequer tiveram grandes oportunidades e que podem, até, revelar-se.

O jogo no Dragão é o que se segue e será mais um teste às virtudes da equipa de Rui Vitória mas, acima de tudo, às debilidades da mesma.

1 comentário:

Pedro disse...

Para não ser curta os putos têm que ser mesmo bons e isso é capaz de ser demasiado exigência para esta fase. Para um ou dois ainda se aceitava mas são mais que isso. (Semedo, Guedes, Andrade, Bilal...)

Vamos ver.

Há dois ou três jogadores que estão de fora e que podem dar a tal qualidade à equipa: Cristante, Taarabt, Carcela. Resta saber se o farão e se terão oportunidade para tal.

De resto é o crescimento normal de uma equipa. Procura jogar bem, com apoios, com tabelas em progressão. Com o Belém os passes errados foram poucos, ontem voltaram a ser mais. Isso tem feito muita diferença.