segunda-feira, junho 30

Mundial 2014: oitavos-de-final (1ª, 2ª e 3ª).

Brasil 1 Chile 1
Torci pelo Chile e vi mais futebol desse lado. O Brasil voltou a ser uma equipa confusa, onde nem sequer existe competência defensiva. Meio-campo demasiado duro, bola nas laterais e depois logo se vê. Belo campeonato dos chilenos. 
 
Colômbia 2 Uruguai 0
A Colômbia já é uma séria candidata, apesar de revelar algumas dificuldades defensivas. Mas com James a comandar as tropas, tudo se complica para os adversários dos sul-americanos. Não dá para ir buscar o Cuadrado, pois não?O  Uruguai desiludiu. Passou quem eu desejava.

Holanda 2 México 1
Jogo de nervos, com uma das minhas equipas preferidas, o México. Dos Santos fez sonhar os mexicanos mas cinco minutos bastaram para a Holanda dar a volta, merecida, até, depois de uma boa segunda parte. Perdeu quem eu queria que passasse. 
 
Costa Rica 1 Grécia 1
Bom jogo, este. A Grécia teve dificuldades mesmo quando jogou em superioridade. Simpatizo com os gregos e esperava que passassem. Contudo, esta Costa Rica fez pela vida e acabou por vencer nos penáltis.

França 2 Nigéria 0
Não vi o jogo mas o resultado foi o esperado. A França continua em bicos dos pés a fazer um percurso quase imaculado. Mas já chega de equipas "menores". Vem aí a Alemanha e, finalmente, um adversário à altura. 
 
Alemanha 2 Argélia 1
Grande jogo de Mundial. Tudo a correr, bom futebol. Luta, entrega e uma Argélia que fez o seu melhor jogo. Impôs algum respeito à poderosa Alemanha, que nunca substimou o adversário. Passou a melhor equipa, mas os argelinos saíram de cabeça levantada e com uma participação digníssima.

Nota: entretanto, voltaram os erros inaceitáveis dos árbitros, com influência nos resultados. Já não sei bem o que diga mas, este Mundial, é bem capaz de estar a ser o pior neste aspecto. Desde que eu me lembro.

domingo, junho 29

Apostas Mundial 2014: oitavos-de-final.

Grandes alterções na tabela classificativa depois de conhecidas as selecções apuradas para os oitavos-de-final.

As regras de pontuação são as seguintes, para cada uma das oito eliminatórias:

- Equipa e posição certa, 8 pontos
- Equipa certa, 4 pontos

Ou seja, a título de exemplo, quem colocou o Brasil em primeiro lugar do grupo A, ganhou 8 pontos. Quem colocou o Brasil em segundo lugar, ganhou apenas 4.

Para os quartos-de-final, os resultados, em termos de golos, não interessam. Interessa apenas as equipas que se apuram (10 pontos cada uma das apuradas).

Na liderança mantém-se Peyroteo. Rita e LC foram os únicos da frente que ganharam pontos ao líder e parecem firmes na perseguição ao primeiro lugar. Surpreendente Mr. Shankly com a melhor pontuação dos oitavos, com uns estrondosos 84 pontos e um pulo gigante para o quarto lugar.

Marco Morais aparece em sétimo lugar, numa fase de menor fulgor, assim como luis que teve uma queda brutal, ocupando agora a 11º posição. Tasqueiro continua a subir e está já pertíssimo da liderança.

Na cauda da tabela, Ricardo G. é agora o último, por troca com Sérgio.

sexta-feira, junho 27

A folga

Há quem jure ver, na folga deste Mundial'2014, dois torneios diferentes. O primeiro, que acabou na passada quinta-feira e que teve compreendido em si várias 'liguilhas', e o segundo, que começa este sábado e estará enquadrado no espírito do 'mata-mata' imortalizado por Scolari. Não sabemos, no entanto, se as reais diferenças entre um e outro serão assim tantas, até porque, como já vimos, preconizar algo neste Brasil'2014 pode custar caro à auto-estima de quem o faz. O que se poderá fazer, entre outras coisas, é lembrar a tendência para um sistema táctico que se tem provado muito eficiente nesta competição. Em relação ao esquema-tipo de outras épocas, adicionou-se um central, deu-se maior liberdade aos laterais, manteve-se o 'duplo-pivot' a proteger um criativo e 'lançaram-se' dois avançados às feras para desequilibrar e confundir as defesas menos avisadas.


Foi esse o caso da Espanha. A gloriosa campeã mundial e bi-campeã europeia não resistiu à dúvida lançada pelas mudanças holandesas, que encontraram na 'Armada Invencible' as falhas que meio-mundo andava ansioso por achar. No entanto, a queda da Espanha aconteceu muito por culpa da ainda campeã mundial não ter sabido contornar a dúvida, mantendo o seu habitual futebol. Não falamos pois da queda de um tiki-taka inexistente (durou até ao fantástico golo de Van Persie e podia ter 'matado' o jogo) mas sim da queda da confiança e rotina de nuestros hermanos na adversidade. O 'tiki-taka', acreditem, ainda valerá muito, resta saber é quem o conseguirá recriar.

Nesse campo, o da dúvida existencial, andará a falha de grande parte das equipas que, à partida, seria favorita para figurar no propalado 'mata-mata'. Portugal, como bem sabemos (e sentimos), era uma delas, mas acabou por não resistir à derrocada psicológica que os confrontos com equipas de maior qualidade lhe costumam provocar. A Alemanha colocou a nu a falta de rotina, e credibilidade, de um 'onze' congelado e Bento não encontrou ideia, nem solução, para, pelo menos, voltar ao nível habitual. A falha, essa, estendeu-se até ao jogo com os Estados Unidos e criou uma situação impossível de reverter no jogo com o Gana. Resta a questão: porque é que Portugal não se consegue equilibrar com as grandes potências? A falta de qualidade, em relação a outras selecções é evidente, mas nem quando a teve (Rui Costa, Figo, Deco, Costinha, Maniche, Ronaldo...) conseguiu triunfar. E pode-se chamar-lhe estigma, mas, acredite-se, a resposta terá muito mais a ver com organização, competência e ideia, do que com outra coisa.

E a falha portuguesa, ao contrário da espanhola, até não teve nada a ver com a emergência da nova tendência táctica deste Mundial. Porém podem usar-se os dois exemplos para dar uma noção ao leitor de que as organizações europeias duvidaram de si próprias e perderam em larga escala para um sistema que, potencialmente, é menos rico que os '4-3-3' do Velho Continente. A dúvida e a competência são por isso mais importantes que qualquer sistema. Repare-se nas caminhadas de Brasil e Argentina que, sem real colectivo, procuram as suas maiores individualidades para vencerem os seus jogos. Temos portanto, nesta fase a eliminar, aquilo que já havíamos tido na fase-regular. Equipas carregadas às costas pelos seus mágicos e equipas com um 3-5-2 que tem confundido a falta de rotinas de planos potencialmente mais ricos. Neste cenário, será possível a Bélgica, a Colômbia, a França e a Alemanha encontrarem confiança para baterem a tendência? É que só com doses elevadas dessa auto-estima se poderá evitar que a Final deste Brasil'14 acabe jogada por duas equipas que de real futebol só têm tido Messi e Neymar.

P.S. Não pretendemos, de maneira alguma, elevar um tipo de jogo em detrimento de algum outro. Uma Final Brasil-Argentina teria tanto valor como qualquer outra. No entanto pretendemos sim chamar a atenção para o facto das individualidades se estarem a sobrepor ao colectivo, sendo esse facto um enorme revés para a evolução que o jogo tem sofrido nos últimos anos. É, também, um facto que só nos parece possível porque as competências colectivas das selecções que valorizam o conjunto parece, estranhamente, desafinadas. A Espanha, e a má forma da Alemanha, juntamente com a queda da Itália, assim o confirmam.

Apostas Mundial 2014: 3º jornada.

Marco Morais perdeu o comando daquela que é, provavelmente, a liga mais desejada do mundo. Peyroteo ameaçou, não descolou e, à entrada dos oitavos, assume a liderança. Com toda a sua experiência em divisões inferiores, Peyroteo é candidato ao caneco. Tem a palavra Marco Morais que, mesmo assim, fez 32 pontos nesta terceira jornada.

Rita continua a subir na tabela e já está no terceiro lugar, que abre as portas da Liga dos Campeões.

O organizador luis aproveitou a sombra da liderança repartida com Marco e desceu ao quinto lugar. Depois da vitória na Liga do Euro 2004, tudo o que seja abaixo do terceiro será um mau resultado.

Hugo M., que tem pautado a sua participação com muito equilíbrio, ascendeu ao quarto lugar, ainda que com os mesmo pontos de Rita. LC desceu uma posição e Sapinho mantém-se à espreita.

Entretanto, Tasqueiro continua a subir e aparece bem colocado para um lugar europeu, ou até para algo mais. Nuno S. também subiu uns degraus e está apenas a 2 pontos do quinto lugar. Mesmo Mr. Shankly e João C., apesar de estarem a descer na tabela, mantêm a possibilidade de terminarem numa boa posição.

Jorge M. e Virgílio continuam em ascensão moderada, e Pedro, que começou muito bem, já está um pouco longe do sonho europeu, assim como Jorge Borges.

Destaque ainda para Gonçalo que, graças a uns magníficos 40 pontos nesta jornada, largou o último lugar que pertence, agora, ao Sérgio. Ricardo G. continua na luta para fugir aos últimos lugares e tem agora a companhia de Miguel.

Nota: os pontos da 3ª jornada estão alinhados com os nomes da primeira coluna.

Mundial 2014: grupo G/H.

Alemanha 1 EUA 0
Não vi o jogo. O 1-0 foi curtinho para os interesses de Portugal mas não podemos dizer que os alemães não fizeram o que lhes competia. 
 
Portugal 2 Gana 1
Uma selecção ganesa feita em cacos foi o adversário ideal para Portugal sair de cabeça levantada deste Mundial 2014. Finalmente vimos uma equipa equilibrada entre a defesa e ataque, com posse de bola e futebol apoiado. Nem sempre, claro, até porque esta terceira versão já era um remendo sobre remendo, com jogadores que nunca se viram, praticamente, dentro de campo.

Não valerá a pena falar nos golos falhados de Ronaldo, na inconsistência perturbadora dos pés de Éder (o que é aquilo, por favor?!), ou nos disparates contínuos de Veloso ou Bruno Alves. Hoje vencemos, e vencemos bem, num jogo razoável, e que serviu, apenas, para elevar até ao nível mínimo a nossa auto-estima.

Paulo Bento desiludiu-me. Especialmente na hora de assumir as suas mais do que óbvias responsabilidades. Tinha-o como homem sério, daqueles à prova de bala. A prestação da nossa selecção foi pouco mais do que miserável e Bento deveria demitir-se no segundo imediato ao apito final da partida de hoje.

Uma coisa é ter uma participação digna, podermos falar de azar, de momentos, de pormenores. Outra, completamente diferente, é termos para discutir as más opções tomadas, o fraquíssimo futebol apresentado, uma goleada sofrida, indisciplina, não conseguir aguentar sequer a vantagem com os EUA. Bento uniu, Bento desuniu. Voltámos a ter uma imagem pálida da nossa selecção e atingimos novamente um nível de indiferença perigoso.

E Bento, se fosse aquilo que eu esperava que ele fosse, demitir-se-ia. Não há outra saída. E ele que não se iluda: os portugueses não estão desiludidos por termos perdido. Estão desiludidos porque a equipa liderada por Paulo Bento não honrou os portugueses. E é disso que se trata. 

Grupo G

Alemanha
EUA 4
Portugal 4
Gana 1

Coreia do Sul 0 Bélgica 1
Este foi, provavelmente, o jogo que mais me irritou neste Mundial. Já referi que esta Bélgica é o meu ódio de estimação e hoje, tudo o que aconteceu neste jogo acentuou ainda mais esse sentimento. Com alguns titulares de fora, mas com a qualificação assegurada, os belgas tinham tudo para, finalmente, mostrar um futebol condizente com a qualidade individual. Foi o que fizeram, a espaços (muito poucos). Contudo, no geral, foram mais uma equipa com sorte, confusa no ataque e com uma atitude altiva que me irrita completamente. Mas o pior nem foi ganharem um jogo a jogar com dez durante uma parte inteira. O pior foram os coreanos. Desesperei por um golo dos asiáticos. Faziam tudo bem: bola no chão, desmarcação, tabela, toque, técnica. Mas depois: grande área! O bloqueio era total, inacreditável. Perdiam as forças, a qualidade no passe, a velocidade na desmarcação. Falharam "n" oportunidades que não o chegaram a ser. Desesperante, mesmo, é a palavra.
 
Rússia 1 Argélia 1
Uma surpresa total, esta Argélia. Não pelo futebol praticado, que é medonho, mas pela entrega, espírito de sacrifício e Slimani, claro. Os russos tiveram o pássaro na mão mas, na verdade, foram incapazes de dar a volta ao muro de onze jogadores argelinos. Ghilas entrou para lateral direito e tudo, uma maravilha! Acompanhei melhor a segunda parte deste jogo e à Rússia faltou criatividade, pois atacavam como podiam, e não como deviam.
Grupo H

Bélgica
Argélia 4
Rússia 2
Coreia do Sul 1

quarta-feira, junho 25

Mundial 2014: grupo F/E.

Argentina 3 Nigéria 2
Não vi o jogo. A Argentina faz o pleno e Rojo marca um golo num Mundial
 
Bósnia 3 Irão 1
Não vi o jogo. Acredito que tenha sido um bom jogo da Bósnia. O Irão marcou um golo no Mundial e Queiroz demitiu-se.

Grupo F

Argentina 
Nigéria 4
Bósnia 3
Irão 1

Suíça 3 Honduras 0
Jogo sem grande história com os suíços a mostrarem uma boa eficácia com destaque natural para Shaqiri, com três golos. Os hondurenhos mereciam mais qualquer coisa mas foram incapazes de traduzir em golos a maior posse de bola e algumas oportunidades.
 
França 0 Equador 0
Depois de uma primeira parte aborrecida, com poucos motivos de interesse, pensei em desligar-me deste jogo. Mas quando os equatorianos ficaram reduzidos a 10, pensei que a França ia marcar golos e a coisa podia até tornar-se divertida. Mas, na verdade, o Equador viveu o seu melhor período após a expulsão de Valencia, resistindo às atabalhoadas investidas francesas e contra-atacando com perigo. O empate acabou ser justo, especialmente para uma equipa que defendeu a sua bandeira com uma alma incrível. 

Grupo E

França
Suíça 6
Equador 4
Honduras 0

Depois de ver estas quatro últimas jornadas, o Pepe deve estar a sentir-se ainda mais estúpido. É cotoveladas, mordidelas, mais cotoveladas e nada. Nem um amarelinho, nadinha.

terça-feira, junho 24

Mundial 2014: grupo D/C.

Itália 0 Uruguai 1
Finalmente senti-me um bocado defraudado com um jogo deste Mundial 2014. Esperava mais, especialmente da Itália. Primeira parte aborrecida e que me fez lembrar a "boa-velha Itália". Na retranca, sem dar qualquer espaço ao adversário, numa espécie de "podes brincar mas só onde eu quiser". 45 minutos equilibrados, sem grandes motivos de interesse, contudo, sempre com a tónica da incerteza de qual das equipas passaria aos oitavos. Segunda parte com o Uruguai a pressionar e os italianos a falharem completamente no contra-ataque. Assim, limitaram-se a defender, revelando uma total incapacidade de atacar. Aproveitou o Uruguai para criar duas boas oportunidades de golo (na de Suárez, Buffon fez uma defesa espantosa). Cheirava a golo, apesar do perfume defensivo italiano. Já com 10, por expulsão de Marchisio (continuo sem perceber se foi para vermelho ou não), a Itália acabou, ainda por cima com Pirlo a jogar a passo (tem muita qualidade, mas não exageremos). Entretanto, Suárez decide morder Chiellini e este reage quase que instintivamente com uma cotovelada. A acção do uruguaio foi simplesmente deplorável e o jogador deve ser banido da competição. É o mínimo. E que levem cinco, já a seguir, se faz favor. Finalmente, o rei-Godín marcou com as costas e acabou com o jogo, pois os italianos já nem respiravam. 
 
Inglaterra 0 Costa Rica 0
Não vi este jogo. Os ingleses, apesar de tudo, mostraram mais qualidade do que o costume neste Mundial. A Costa Rica foi a surpresa do grupo.

Grupo D

Costa Rica
Uruguai 6
Itália 3
Inglaterra 1

Japão 1 Colômbia 4
Uma Colômbia já qualificada mas que apresentou uma equipa disposta a manter a mesma lógica dos dois jogos anteriores: com velocidade, muito rápida no ataque e sempre com uma atitude vencedora. Estas provas dependem muito da forma como os jogadores interpretam cada lance, cada disputa de bola, e estes colombianos têm o sangue a ferver, e têm alguns jogadores de classe mundial, como James, Cuadrado ou Jackson. O Japão tentou equilibrar a coisa e bem que tentou. Na segunda parte, os nipónicos tudo fizeram e até surpreenderam com um futebol apoiado, bem jogado, mas, infelizmente, sem balizas. No contra-ataque, a Colômbia ameaçava sempre e era inevitável que dilatassem a vantagem que já tinham de 2-1. Jackson com um belo golo, fez o terceiro e, James, numa jogada sublime, mandou os japoneses ao tapete. Muita qualidade colombiana, num jogo emotivo mas que esteve sempre a cair para o lado dos melhores. 
 
Grécia 2 Costa do Marfim 1
Não vi este jogo com muita atenção até aos 65 minutos. A Grécia vencia por 1-0 e até ameaçava o segundo. Só que a Costa do Marfim fez o golo do empate e esteve com um pé nos oitavos. O resto do jogo foi dramático, com os gregos a manterem-se focados e os africanos a apostarem no contra-ataque. A Grécia mandou a terceira bola ao poste neste período e a Costa do Marfim não foi capaz de aproveitar algum desequilíbrio defensivo dos gregos. A dois minutos do fim, penálti para a Grécia, muito bem marcado por Samaras (que é um jogador do caraças). Karagounis é classe, ou melhor, ainda é. Que drama neste final de jogo. O futebol a ser madrasto para os africanos e a deixar os gregos em lágrimas de alegria. Quem nos dera!

Grupo C

Colômbia
Grécia 4
Costa do Marfim 3
Japão 1

"O Grupo A tem três equipas sul-americanas e uma europeia".


Grupo A

Brasil: América do Sul
México: América Central
Camarões: África
Croácia: Europa

Também quero um microfone e uns euros por mês. Foda-se, Paulo!

segunda-feira, junho 23

Mundial 2014: grupo A/B.

Holanda 2 Chile 0
Num jogo que definia o primeiro lugar, ambas as equipas fizeram poucas alterações. Com a probabilidade alta do vencedor evitar o Brasil nos oitavos, o jogo foi bem disputado, com as equipas a manterem-se fiéis ao seu estilo de jogo. Esta Holanda irrita-me um bocado com o chutão para a frente e as corridas desenfreadas do Robben. Mas até agora, foi limpinho. O Chile merecia mais, esteve sempre por cima, com mais posse (63%), mais remates, o triplo dos cantos. Aliás, os holandeses fizeram 25 faltas e só assim foram aguentando a "fúria" chilena.
 
Espanha 3 Austrália 0
Não vi este jogo. Não sei se foi suficiente para os espanhóis saírem de cabeça levantada. 

Grupo B

Holanda
Chile 6
Espanha 3
Austrália 0

Brasil 4 Camarões 1
Boa primeira parte dos brasileiros, se bem que com alguns momentos muito lentos e sem fantasia alguma. Neymar vai escrevendo a sua história e a do Brasil neste Mundial. Oscar foi acompanhando. Os africanos limparam um pouco a má imagem deixada no segundo jogo, mas voltaram a mostrar grandes fragilidades e alguma agressividade despropositada. Início de segunda parte demolidora do Brasil: remates, lances de perigo e Camarões às aranhas. Finalmente, o Brasil mostrava alguma magia e os Camarões era já uma equipa muito nervosa e sem capacidade alguma para equilibrar o jogo. Brasil acaba líder mas mostrou grandes dificuldades contra a Croácia e México.

Croácia 1 México 3
Acompanhei mais este jogo apesar de ter tido uma primeira parte demasiado calma, com as equipas a arriscarem muito pouco. Os mexicanos tinham vantagem, bastava-lhes o empate e, ao intervalo, o objectivo estava cumprido. Início da segunda parte com os croatas a assumirem as despesas do jogo mas sem criarem grande perigo. O México subiu, equilibrou e o jogo foi ficando cada vez mais tenso e mais faltoso. Aos 60 minutos, penálti escandaloso que o árbitro não assinala a favor do México. Incrível! O México mandava e criava boas oportunidades de golo. A Croácia não conseguia responder e foi com naturalidade que o México chegou à vantagem. Que garra! Só dava México e o segundo apareceu, num contra-ataque delicioso. Este México joga em alta velocidade e os jogadores estão cheios de moral. Mais um golo e liderança no grupo ameaçada (que não se confirmou)! Simplesmente fantástico! Uma pena a Croácia ser eliminada mas hoje, de facto, foram inferiores e o México mereceu por inteiro a passagem aos oitavos.

Grupo A

Brasil
México 7
Croácia 3
Camarões 0

Apostas Mundial 2014: 2ª jornada.

Ao fim da 2º jornada, Marco Morais continua na liderança. Com ele, não há cá humidades elevadas e dores musculares.

Ao segundo lugar (o Marco ganha por ter mais internacionalizações em jornais desportivos), depois de uma fantástica pontuação na 2º jornada, subiu luis que parece querer aprender com o "Guardiola" do SectorB32.

O terceiro lugar do pódio é repartido entre o Peyroteo e a Rita, que fez a melhor pontuação desta 2ª jornada e deu um salto gigante.

LC e João C. mantêm-se na zona europeia e prometem dar luta até ao fim. Sapinho deu um pulo na classificação, e Hugo M. e Miguel mantiveram as posições. Mr.Shankly caiu uns degraus mas, apesar de tudo, está apenas a oito pontos do primeiro lugar.

Aliás, até à zona da despromoção, onde descansa Virgílio, há apenas 13 pontos de diferença. Grande competição!

Tasqueiro, com uma boa prestação (29 pontos), largou o último lugar que é agora ocupado por Gonçalo, que fez apenas seis pontos. Sérgio não conseguiu respirar muito com apenas 19 pontos conquistados.

Falta muito ponto!

Bem-vindos à selva!

Provavelmente, à hora que escrevemos sobre o Estados Unidos-Portugal, já perdemos o timing de fazer o trocadilho entre humidade e... humildade. E se alguém da imprensa especializada o fez, congratulamo-lo por isso, servindo estas linhas, nesse caso, para se reforçar uma posição sobre a (falta) de humildade da equipa das quinas neste Brasil'14. Porém, não nos debruçaremos sobre os penteados, as botas, os gestos ou, até, sobre a vida pessoal dos atletas, pois a real falta de humildade que pretendemos lembrar está bem patente quando, após uma derrota por... 4-0, um jogador diz na antevisão de um jogo decisivo que "Portugal não tem de mudar nada". Assim, ouvindo ou lendo Raúl Mereiles, ficou bem claro que a Selecção de todos nós só por milagre sairia viva da selva do Arena Amazónia. É que apoiar-se nos feitos do Euro'2012, numa qualificação conseguida em cima do joelho e esperar que um Mundial corra bem 'só porque sim', é não saber com que linhas se cose o desporto-rei.

De facto, o Portugal do 'Mundial Brazuca' viveu sempre numa realidade paralela e nunca se dignou sequer a pôr a hipótese de que a mesma pudesse ser ficção. Com o 3.º lugar do Euro'2012 no bolso, não se precisaria mudar nada. Nem jogadores, nem sistemas, nem plano. A boa forma haveria de aparecer e com ela as rotinas de uma equipa que, lentamente, até foi perdendo a coisa que tinha de melhor. Falamos, claro, da capacidade de controlar o jogo aquando de um resultado adverso. E essa valia sempre foi negligenciada por um Paulo Bento que a ganhar encolhia-se e que só a perder dava ordem para a equipa jogar como o povo português gosta: agressivos com bola, circulação rápida, procura pela área e pressão na perda da bola. Até isso se esfumou. Até isso se perdeu numa selva onde se pensou que para se controlarem os EUA um golo caído do céu (Nani 5') bastava. Com isso em mente, Portugal 'aplicou' depois um ritmo digno de jogo de Velhas Glórias (e tão bem que lhe fica o termo), ignorando jacarés, serpentes e piranhas.

E nem enquanto os Estados Unidos aproveitavam a confusão defensiva portuguesa (Ronaldo não tem que obrigatoriamente baixar, mas Almeida não podia ficar com dois adversários) Paulo Bento se lembrou de que a equipa teria que ter capacidade para suster o adversário, procurar o segundo-golo (que até ia aparecendo num lance isolado - Nani ao poste) e 'matar o jogo'. Não. Bento limitou-se a corrigir o momento defensivo (linha de quatro no 'miolo' para defender e deixar Ronaldo e Éder para a transição) e isso bastou-lhe. Algo que foi sublinhado à entrada para a segunda metade com a substituição de Almeida por William Carvalho (que desviou Veloso para a lateral-esquerda). A ordem era defender e, até, não tem que haver espanto pois sempre assim foi com o ex-treinador leonino. Sendo que o que acontece a seguir também não é caso para surpreender ninguém: em dois lances os Estados Unidos dão a volta ao jogo, colocando todas as fragilidades defensivas de Portugal à vista do Mundo.

Realmente não tem que deixar ninguém desconcertado que a chuva molhe quem não se protege, mas, no entanto, que Portugal não saiba já reagir, forçar e, pelo menos, tentar reclamar o que é seu, é que tem de espantar. É que se no Euro que criou toda esta ilusão Portugal soube responder e com isso justificar a titularidade de um 'onze' congelado para este Mundial, restavam-nos ao menos as fortes reacções e as vitórias morais que as mesmas nos davam. Mesmo não chegando para nada (como sempre) Portugal podia ao menos manter a sua arrogante sobranceria que culpa tudo o que é externo, esquecendo-se dos defeitos próprios. Mas hoje nem isso. Não houve forcing, não houve pressão, não houve inteligência, nem individualidade (quanto mais colectivo), houve sim um 'late night goal' de Varela (90'+5) que deixa Portugal ferido e moribundo no chão do pantanal, a sofrer por um milagre. Uma prenda divina que a chegar fará esquecer que a culpa própria existe. E o que se aprenderá aí?

EUA-Portugal, 2-2 (Jones 64' e Dempsey 81'; Nani 5' e Varela 90'+5)

Mundial 2014: Portugal 2 EUA 2, e fomos de caralho.

Quando Dempsey encostou a picha na bola e fez o 2-1 lembrei-me das palavras do Marco Morais em relação àquilo que podíamos esperar desta selecção portuguesa. Confesso que estava enganado e, de facto, esta equipa joga muito pouco, não tem identidade e, individualmente, é muito fraca.

Depois do jogo contra a Alemanha, exigia-se uma entrega total. Nem o golo madrugador serviu como tónico e, ao longo do jogo, pudemos observar que era uma questão de tempo até sofrermos o empate. Os americanos pareciam a equipa experiente e nós os novatos.

Algumas perguntas que só Paulo Bento, o grande responsável pelo até agora desastre lusitano, tem de responder:

1. Como pode um jogador como Meireles ser titular nesta equipa?
2. Como pode William Carvalho jogar apenas 45 minutos em dois jogos, e apenas por coincidência das lesões?
3. Como pode Miguel Veloso ser colocado a lateral-esquerdo? Por ser canhoto?
4. Como é possível não haver o mínimo critério no plano defensivo?
5. Como é possível não conseguirmos defender um resultado contra os EUA?
6. Para que se convocou Amorim, Rafa ou Vieirinha?

Individualmente estivemos a um nível fraquíssimo. Moutinho, Bruno Alves, João Pereira, Veloso: incapazes de produzir o que quer que fosse. Autênticas nódoas. Éder: uma miséria, mas quem é este gajo, a sério? Meireles: houve momentos em que tive pena do homem, mas depois tinha pena era de mim, que estava ali a sofrer pela selecção e tinha que estar a gramar com um espectáculo deprimente que este jogador deu. Costa, Nani, Varela, Beto: medianos. William: esteve bem, Contudo, sem contar com Moutinho, foi incapaz de subir. Ronaldo: perdido no meio de uma equipa sem sentido.

Agora é esperar que a Alemanha ganhe 2-0 aos américas, e que Portugal ganhe 3-0 ao Gana (ou similares). 

Uma nota para o árbitro: não viu uma agressão de Beckermen a Meireles no início do jogo. De resto, fez um bom trabalho, sempre muito coerente nas decisões.

domingo, junho 22

Mundial 2014: grupo H.

Bélgica 1 Rússia 0
Vitória irritante dos belgas. Entraram até bem, com boa circulação de bola e com De Bruyne a comandar as tropas. Mas foram só dez ou quinze minutos. Depois disso, e até ao intervalo, o jogo foi equilibrado e se houve equipa que esteve melhor, foi a Rússia. A Bélgica voltava a desiludir e parecia que a única forma de chegarem à área dos russos era à custa dos centros do meio-campo de De Bruyne. Segunda parte com vantagem para a Rússia, mais perigosa, mais dominante (mais cantos, mais remates). A Bélgica pouco fazia. Só que, nos últimos dez minutos, os belgas decidiram jogar à bola, especialmente pelos pés de Hazard que, numa boa jogada, ofereceu o golo a Origi. Está assim escolhido o meu ódio de estimação da competição, a Bélgica. São arrogantes, aquele Witsel é completamente overrated (não joga um cu!) e ainda vamos ter de gramar com eles nos oitavos, se passarmos.
 
Coreia do Sul 2 Argélia 4
Argélia arrasadora na primeira parte, frente a uma Coreia do Sul muito fraca, onde os jogadores correm muito, mas mal. Um jogo com seis golos, mas pouco entusiasmante, muito por culpa da assertividade dos africanos na hora de resolver. Na segunda parte, os sul-coreanos tentaram equilibrar as coisas mas nunca ameaçaram verdadeiramente a vantagem dos argelinos. Boa vitória, com destaque pata Slimani.

A Bélgica já está apurada e não deverá perder o primeiro lugar sendo que, nesse caso, será o adversário de Portugal, nos oitavos (deixem-me sonhar). Grande jogo na terceira jornada entre a Rússia e a Argélia, sendo provável que o segundo classificado saia mesmo deste jogo.

Mundial 2014: grupo F/G.

Argentina 1 Irão 0
Messi salvou a Argentina de um comprometedor empate contra uma das piores equipas deste Mundial (talvez a pior, mesmo). Depois de uma primeira parte muito mal jogada, sem grandes ocasiões de golo, os argentinos melhoraram um pouco e acentuaram o domínio (chegaram a ter 74% de posse de bola!). Contudo, o Irão começou a mostrar uma boa capacidade de contra-ataque e até parecia uma equipa de futebol. E até ficou um penálti por marcar a favor dos iranianos, entretanto. Já nos descontos, Messi resolveu, com um magnífico remate. E foi isto. A Argentina mostrou muito pouco, outra vez.
 
Alemanha 2 Gana 2
Estava a tocer pelos ganeses. Mas quando os vi a ganhar, tive de desejar que os alemães empatassem. Uma eventual vitória dos africanos deixaria Portugal mais longe dos oitavos, pois perderíamos a hipótese de empatar com o Gana na terceira jornada, e passar (se vencermos os EUA). Primeira parte algo lenta, com a Alemanha a controlar e a ser (pouco) mais perigosa. O Gana, apesar do esforço, parecia incapaz de criar grande perigo. Veio a segunda parte e assistimos a um belo jogo. Quatro golos, oportunidades e boas jogadas de ataque. O Gana entrou melhor, ameaçou, mas sofreu. Contudo, graças a uma capacidade física impressionante, os ganeses deram a volta com dois belos golos e encostaram os alemães às cordas. Só que, depois de dois falhanços dos ganeses, a Alemanha empatou e arrefeceu o jogo. Durou dois minutos, esta fase, porque até ao fim, foi taco-a-taco, num final de jogo verdadeiramente emocionante.

Nas apostas, o LC foi o único a fazer pontos neste jogo. E logo 5! Explica-me como é que, há três semanas, quando preencheste o excel, achaste que ia acabar com um empate a dois golos? Incrível.

Nigéria 1 Bósnia 0
Ainda na Quinta-Feira fiz referência às arbitragens, que estavam melhor e tal. Desde aí, mais casos, alguns muito difíceis de aceitar. A Bósnia marcou um golo limpinho e o fiscal lembra-se de assinalar um fora-de-jogo inexistente. Dzeko marcou um golo que não valeu e depois passou o resto do jogo a falhar. A primeira parte foi equilibrada e não fosse o erro crasso do fiscal, tinha terminado empatada. Na segunda parte a Bósnia desiludiu. Apesar de apresentar um futebol superior ao da Nigéria (muito mais pensado e apoiado), faltou sempre maior objectividade na decisão. Os africanos foram sempre perigosos no contra-ataque e dessa forma acabaram sempre por equilibrar as coisas. Pjanic mostrou classe e Emenike força e velocidade. A Nigéria está perto dos oitavos, depois da qualificação da Argentina.

sábado, junho 21

Mundial 2014: grupo D/E.

Itália 0 Costa Rica 1
Surpreendente Costa Rica a derrotar uma das equipas mais fortes da competição. Primeira parte muito boa dos costa riquenhos, sempre com velocidade. Os italianos pareciam demasiado confiantes que a coisa se resolveria de qualquer maneira. Depois do árbitro ter perdoado um penálti aos italianos, Ruiz fez o único golo da partida. Vantagem justa ao intervalo. Segunda parte, mais Itália, mas a continuar sem contar com Balotelli que, assim, não deu beijinhos à velhota. A Costa Rica acabou por defender o resultado e abusou um bocado das faltas (fez mais de 20). Uma espécie de catenaccio. Resultado? Já está nos oitavos! Com este resultado, claro, a Inglaterra está fora do Mundial (injusto).
 
França 5 Suíça 2
Jogo com pouca história, tal a superioridade dos franceses. Um passeio com golos, com alguns momentos muito bons (como o terceiro golo da França). A Suíça esteve muito mal defensivamente, pouco pressionante e, desiludiu um pouco. Contudo, e apesar de alguma valia individual, é uma selecção com demasiados jogadores banais. Provavelmente vai passar, pois basta um empate contra as Honduras (se a França derrotar o Equador).

Este grupo acaba por ser muito equilibrado, mas por baixo. Em quatro jogos fizeram-se 16 golos mas, metade, foram da França que, por estranho que pareça, ainda não está apurada para os oitavos.

Equador 2 Honduras 1
A selecção do Equador foi superior (em posse de bola, cantos, remates) mas teve que saber resistir a uma selecção hondurenha que, apesar da pouca qualidade apresentada, nunca se deu por vencida. O árbitro esteve muito mal, com muitos equívocos, alguns muito graves. O jogo podia ter tido mais golos (e qualidade, já agora) mas, parece-me, teria sempre o mesmo vencedor (com destaque para o equatoriano Valencia). As Honduras, com zero pontos, ainda podem passar.

sexta-feira, junho 20

A entrevista do momento ao luis.

P: Quem é o melhor blogger do mundo? O luis, do SectorB32, ou algum de outro blogue qualquer?
R: Para mim, é o luis.

P: Acha que os conteúdos que fornece são melhores e mais válidos do que, por exemplo, os do blogue Lateral-Esquerdo?
R: Sim! Eles têm é mais formação e mais conhecimento, porque de resto, eu consigo fazer de um tema de merda, um post com três comentários, ou mais.

P: O que é mais importante para si em relação ao blogue SectorB32: os comentários, os seguidores, ou o espaço em si?
R: Para mim são os meus posts e as respostas que dou nas caixas de comentários. Os outros colaboradores, por exemplo, não têm a ginástica mental que eu tenho e, apesar de fazerem um bom trabalho, penso que não podem aspirar a muito mais. Tinham de nascer, vá, cinco vezes.

P: O SectorB32 já teve mais visitas diárias. O que sente em relação a isso?
R: Nada de especial. O meu trabalho é fazer posts, sempre de qualidade. Se as pessoas não nos visitam mais não posso fazer nada porque o que eu faço já é brilhante. E há outros factores a ter em conta: o preço da Internet, e outras coisas.

P: Gostaria de fazer parte de outros blogues mais conceituados, como por exemplo, o Geração Benfica?
R: Não. No fundo, prefiro ser o Rei aqui do que ser apenas mais um noutro sítio qualquer. E o Tasqueiro não frequenta esse blogue, pelo que, para mim, não é apelativo, pois prefiro estar num blogue que conta com a participação desse leitor. Os diálogos com o Tasqueiro são a montra dos blogues e são as conversas que todos os bloggers querem ter.

P: Ao fim de quase 10 anos no SectorB32, sente que lhe falta fazer mais alguma coisa?
R: Queremos sempre mais mas o SectorB32 já teve de mim tudo o que posso dar e com certeza que há muita gente que já está farta de mim. Mas duvido que encontrem melhor do que eu.

P: Não acha que o seu discurso pode ser mal interpretado, no sentido de o considerarem demasiado arrogante?
R: Não. Eu considero-me o melhor de todos e acho que devo dizê-lo mesmo que não tenha factos para sustentar a minha opinião. Mas é a minha opinião e portanto, devo dizê-la sempre que me fizerem entrevistas ou ande de elevador, ou de táxi.

P: Não teme uma debandada dos restantes membros do blogue?
R: Não. Estou habituado a trabalhar bloggers que quando chegam ninguém os conhece. Alguém conhecia o Marco Morais? Pois. E onde anda ele agora? Por isso, se os outros abandonarem o SectorB32, outros chegarão para serem trabalhados por mim e tornarem-se estrelas como o Marco.

Mundial 2014: grupo C/D.

Confesso que não tinha grandes expectativas em relação a este Mundial. Contudo, passada uma semana, posso dizer que está a ser uma competição de luxo. Os erros iniciais dos árbitros fizeram antever o pior mas, verdade seja dita, o nível do futebol praticado acabou por vencer. Pelo menos para já. Que assim continue. Com qualidade, velocidade, técnica, vontade de vencer e muitos golos.

Colômbia 2 Costa do Marfim 1
Para começar bem o dia futebolístico foi-nos servido um jogo a alta velocidade, especialmente nos primeiros 45 minutos. Equilíbrio, e ambas as equipas à procura da qualificação. Muita qualidade individual do lado da Colômbia, com destaque para Cuadrado, Aguilar e, claro, James Rodríguez. Quintero entrou muito bem e foi fundamental na vitória. Os africanos são, provavelmente, os melhores representantes do seu continente (com o Gana à perna). Na segunda parte, o equilíbrio manteve-se mas a Colômbia teve um ascendente natural, que lhe valeu a vantagem. No fim, penso que a vitória foi justa, porque a Colômbia é mais equipa.
 
Uruguai 2 Inglaterra 1
Que jogaço! Provavelmente o melhor jogo deste Mundial. Emoção do princípio ao fim, um golaço de Suaréz (o primeiro, simplesmente sublime a jogada de Cavani e a concretização), e uma Inglaterra a jogar um futebol bastante interessante. Depois de uma primeira parte muito boa, bastante equilibrada, o Uruguai entrou a todo o gás para a segunda parte, disposto a marcar o segundo e a acabar com o jogo. Cavani falhou escandalosamente o 2-0 e a Inglaterra empatou. Os ingleses foram para cima do Uruguai e estiveram perto de dar a volta. Os sul-americanos, que estavam muito recuados voltaram a querer mais e equilibraram o jogo novamente. Perto do fim, Suárez bisou e deu a vitória ao Uruguai.

Grupo muito interessante, especialmente se a Itália vencer amanhã. Nesse caso, Costa Rica, Uruguai e Inglaterra vão lutar pelo segundo lugar - os ingleses mesmo com duas derrotas ainda podem passar.

Japão 0 Grécia 0
Mesmo sentado no sofá, fiquei cansado só de ver os japoneses a correr (sem grande critério, diga-se). A Grécia entrou melhor, dominava o jogo mas Katsouranis foi expulso e o jogo ficou muito complicado para os gregos. Felizmente para estes, o Japão mostrou-se quase sempre sem ideias, incapaz de explorar a vantagem numérica, e afunilando em demasia o seu jogo, o que facilitou o trabalho defensivo da Grécia. O Japão não assumiu o risco e mesmo quando os gregos vacilaram um bocado, entre os 60 e os 70 minutos, foi uma equipa pouco decidida, sem conseguir criar desequilíbrios atacantes. E acabou o jogo com mais faltas. Resultado justo para a Grécia que não se limitou a defender.


A Colômbia já está na fase seguinte e entre Japão, Costa do Marfim e Grécia, todos têm boas possibilidades de seguir em frente.

quinta-feira, junho 19

Hasta la derrota, siempre!

Demasiado cruel é o Mundo de quem vive na fronteira entre a vitória e a derrota, esquecendo-se de que para se viver no seu máximo potencial é preciso 'ideia nova' que transcenda o estabelecido. Assim todos os contos-de-fadas em futebol têm o seu inevitável fim no outro extremo do sucesso: a tão temida derrota. Para a Espanha, indiscutivelmente a melhor selecção mundial nos últimos 6 anos, não seria diferente. A exigência máxima que carregou nos ombros desde 2008 não a deixou, em 2014, transcender mais. Contudo, na 2.ª jornada do Grupo B do Brasil'14 só poderá falar-se de uma morte física. Essa será aquela que preencherá as 'portadas' depois do desaire frente ao Chile (0-2), que afasta a rainha do futebol da sua mais cruel competição. Porém, aquela à qual se deveria prestar maior atenção de momento seria a 'morte cerebral' que o 'tiki-taka' sofreu quando o seu 'guru' abandonou o núcleo duro de 'la roja' (leia-se FC Barcelona) precavendo-se de um fim que sabia anunciado. Já lá vão dois anos, mas só esta quarta-feira, no Maracanã, o seu coração deixou de bater.


Será um exercício de memória quase tão duro como ver a Espanha sem linhas-de-passe, sem torturar o adversário até ele se desmaterializar, sem o encostar às cordas para depois desferir a estocada fatal, mas terá de ser feito. O Espanha-Chile do Mundial'2014 terá de lembrar a todos os apaixonados por um estilo que revolucionou o futebol da mítica despedida de Guardiola do FC Barcelona. O processo de deterioração, a partir daí, foi lento, mas totalmente verdadeiro. O 'tiki-taka' perdeu a sua génese e foi querendo vencer cada vez mais à pressa, sem critério, sem decisão acertada para o seu posicionamento em campo (daí as goleadas sofridas). Um caminho que não foi abrupto, porque a ideia ainda ecoava no cérebro de Iniesta, Xavi, Piqué, Busquets e Fàbregas quando 'emprestavam' o seu jogo à selecção que o falecido Luis Aragonés apelidou de 'Roja'. Um futebol que convenceu os restantes protagonistas - mesmo os do maior rival - a converterem-se a um modelo que, hoje, já não existe.


Assim, mesmo que o coração ainda batesse o suficiente para se vencer o Euro'2012, a dúvida existencial que foi assolando o Barcelona (aquele que mais vezes teria de fazer valer o estilo - não de 3 em 3 meses como a selección), transportou-se neste ano, de vez, para a equipa de Vicente del Bosque. E enquanto que Xavi ia garantindo que a Espanha morreria a jogar da mesma maneira, a derrota frente à Holanda foi a desculpa ideal para retirá-lo do campo. Fàbregas já não estava lá, Busquets não aguenta tanta perda de bola (quem aguenta?) e Piqué viu o jogo do mesmo ponto-de-vista que o 'temporizador' Hernández. Ficou Iniesta, desamparado como na espectacular capa desta quinta-feira do jornal 'Marca', para provar que as 'ideias novas' (as mesmas que levaram Diego Costa a ser titular novamente) não lhe servem. Nem a ele, nem à rainha do futebol ontem deposta.

Era a altura ideal para todos os 'baixinhos' poderem tentar fazer vingar a sua ideia. Mereciam, ao menos, poder tentar evitar cair com ela. Era altura ideal para todas as linhas-de-passe possíveis e imaginárias (aquelas que só eles vêem) aparecerem no relvado do Maracanã, tentando reproduzir a superioridade moral que um estilo bi-campeão da Europa e, ainda, campeão mundial ganhou ao longo de 6 anos. Mas ao invés, apostou-se sim mas na verticalidade imaginária de Costa, Silva e Pedro, que nunca chegou a acontecer porque... nunca houve bola. Foi penoso ver a Espanha sofrer dois golos sem nunca conseguir fazer circular a 'pelota', sem nunca fazer com que o Chile precisasse de recuar linhas e de ter dúvidas que podia ganhar o jogo. E sem essa superioridade, inventada por Aragonés e aperfeiçoada por Pep Guardiola vezes sem conta, restou o marasmo. O futebol especulativo, o 'carrossel' dos 'baixinhos', conheceu o seu fim... no dia em que se renunciou a ele. E esse foi o mesmo dia em o 'balón' não girou para desposicionar o adversário, o dia em que o esférico não cansou o rival abrindo-lhe 'buracos' sem fim. Tudo o resto - as recepções falhadas, a falta de 'pressing' e a falta de critério na linha-defensiva - vieram por arrasto da dúvida própria, da falta de 'ideia nova' para fazer evoluir o estilo e não... acabar com ele.

Espanha-Chile, 0-2 (Vargas 20' e Aránguiz 43')

Mundial 2014: grupo A/B.

Holanda 3 Austrália 2
Mais um bom jogo deste Mundial, com emoção e bons golos. Jogo muito equilibrado na primeira parte, com a Austrália a surpreender, perante uma Holanda algo apática. Cahill marcou o melhor golo deste Mundial, com um balázio de pé esquerdo, sem deixar a bola cair no chão. À antiga! Segunda parte a dar mais Austrália. A Holanda sofria com a atitude dos australianos (sempre perigosos nas transições ofensivas) e foi sem grande surpresa que estes chegaram ao 2-1. A Holanda reagiu de imediato, igualou e tomou conta do jogo. Contudo, num minuto apenas, os australianos tiveram o 3-2 nos pés, falharam, e sofreram o terceiro, com um frango de Ryan. Mesmo sem dar o jogo por perdido, a Austrália não conseguiu voltar a criar verdadeiro perigo e a Holanda, se tivesse tido mais calma, teria feito mais um ou dois golos. 
 
Espanha 0 Chile 2
Meia surpresa mas, para quem viu o jogo, nem por isso. Um Chile muito pressionante na primeira parte, uma Espanha desligada e claramente em esforço, com grande dificuldade no último terço do campo. Colocar o Diego talvez tenha ajudado a descaracterizar o futebol espanhol mas, para quem viu os dois jogos dos espanhóis, não foi só isso. Casillas voltou a errar e Ramos não esteve melhor. Parece-me que os comandados de Del Bosque estiveram sempre muito afastados uns dos outros e, apesar da qualidade de Iniesta, faltou sempre objectividade a David Silva, por exemplo. Do outro lado, muita qualidade, é certo, muitas ganas, sem dúvida, e futebol apoiado e de contra-ataque. A Espanha atacou mais, rematou mais, teve mais bola (60%), mas nunca foi capaz de entrar na defensiva bem montada dos chilenos. Vitória justa. Ao fim de duas jornadas, Austrália e Espanha vão para casa. Holanda e Chile para os Quartos.

Este Grupo B deu-nos bons jogos e, para já, 17 golos em quatro jogos. Bom!

Camarões 0 Croácia 4
Espectáculo croata. Futebol de qualidade, velocidade, técnica (ver jogada que terminou com um falhanço de Rakitic, perto do fim). A selecção dos Camarões nem com 11. Muito pouco organizados defensivamente e sem critério a atacar. Prestação decepcionante que terminou com dois jogadores a agredirem-se já perto do final. E que tal um Croácia-México, já a seguir? Grande jogo em perspectiva! Bons jogos também neste Grupo A, com um total de nove golos.

quarta-feira, junho 18

Apostas Mundial 2014: 1º jornada.

No final da primeira jornada temos líder isolado. Que o Marco Morais percebe de bola, já sabíamos. Que tem mais pontaria do que o Hugo Almeida, é que é novidade.

O segundo lugar é ocupado pelo Peyroteo. Já é hábito: começa bem, mas acaba sempre afastado da luta lá mais para a frente. Será que o Marco tem motivos para se preocupar?

O terceiro lugar do pódio é repartido por dois benfiquistas, Pedro e LC. É já para nos irmos habituando ao lugar em que vamos ficar no próximo campeonato nacional?

Depois vêm os Rio Aves e Bragas desta vida, até ao Hugo M., com 30 pontos.

Mais para baixo, os Marítimos, Académicas e Guimarães. Ricardo G. fecha a porta com 25 pontos.

Em último lugar temos um empate entre o Tasqueiro e o Sérgio. Contudo, ainda falta muito jogo e até estes Olhanenses podem chegar lá bem à frente.

Nota: neste momento já se disputou o primeiro jogo da segunda jornada, daí ter feito a coluna correspondente, com a pontuação acrescida do jogo entre o Brasil e o México.

Mundial 2014: grupo H/A.

Bélgica 2 Argélia 1
Um bom jogo para começar o dia de hoje. Não necessariamente pelos melhores motivos, pois a primeira parte foi bastante fraca, com os belgas incapazes de ligarem sectores e de criarem lances de perigo. Os argelinos agradeceram a falta de ritmo do adversário e entraram melhor, fazendo 20 minutos agradáveis e que culminaram no golo de penálti. A partir daí não mais se viu a Argélia que desceu o bloco por completo e nunca mais voltou a ser capaz de responder em contra-ataque. A ordem era clara: tudo atrás da bola e fé em Deus. Os belgas voltaram do intervalo com mais vontade mas apenas com a entrada de Fellaini foram objectivamente melhores. De Bruyne subiu de rendimento e o adivinhava-se a reviravolta. Apesar de estar a torcer pelos africanos, rendi-me às evidências: Bélgica muito superior e Argélia sem capacidade ofensiva (e uma organização defensiva apenas razoável). Resultado justo.

Brasil 0 México 0
Jogo muito interessante, nem sempre bem jogado mas cheio de emoção. Este Brasil parece uma equipa sempre à espera de um golpe de génio de algum dos seus jogadores porque, colectivamente, não marca a diferença. Falta magia, falta o samba do antigamente, e nem vou a Sócrates, Zico e companhia, mas ainda me lembro da miséria que Romário e Bebeto provocavam nos adversários. O México não me surpreendeu. Depois de um bom primeiro jogo, voltou a mostrar toda a sua valia. É uma selecção muito experiente (teve mais posse de bola) e desta vez com alguns jogadores que podem fazer a diferença, como Vásquez, Herrera, Guardado ou Dos Santos. E claro, Ochoa, que fez uma exibição brilhante. Empate justo, num jogo que não teve golos, mas não fez mal nenhum. O que acham desta Brasil?

Rússia 1 Coreia do Sul 1
Esperava mais, apesar de ter sido um jogo bem disputado. Equilíbrio constante, com as equipas a alternarem o domínio e as oportunidades de golo. O futebol praticado não teve grande qualidade mas não faltou garra e vontade. Preferia ter visto um jogo com as equipas mais abertas porque, verdade seja dita, nunca houve muito espaço. Pelo menos até aos 70 minutos, quando a Coreia chegou ao golo com um frango de Akinfeev. O jogo mudou um pouco, e a Rússia empatou logo a seguir, fixando o resultado final. Penso que os russos foram demasiado conservadores e respeitaram em demasia uma Coreia do Sul que é inferior. Empate justo.

terça-feira, junho 17

Mundial 2014: grupo F/G.

Irão 0 Nigéria 0
E ao 13º jogo chegou o primeiro empate e o primeiro jogo sem golos do Mundial. Um jogo muito fraquinho, onde a equipa de Carlos Queiroz teve apenas 30% de bola. Do outro lado, a Nigéria apresentou mais argumentos, teve mais oportunidades de golo, mas revelou quase sempre uma grande incapacidade no último terço do campo, com um nível de criatividade perto do zero. O empate foi muito melhor para o Irão que, se não ficar em último, será uma surpresa. Já os africanos, terão de mostrar maior objectividade para darem luta aos bósnios.

Estados Unidos 1 Gana 0
O trintão Dempsey abriu as hostilidades logo no primeiro minuto, lançando os americanos para uma boa primeira parte. Com três presenças em Mundiais, o atacante mostrou que ainda tem qualidade e que poderia fazer uma boa dupla com Donovan, que não foi convocado. O Gana fez 45 minutos fraquinhos, sempre sem qualidade na decisão, apesar de ter tido vantagem na posse de bola (63%). Para além disso, os africanos estiveram muito nervosos, com algumas entradas duras e despropositadas. Na segunda parte, o Gana esteve muito mais rápido e encostou os EUA às cordas. Os americanos optaram por descer o bloco e acabaram por sofrer o golo do empate, merecidíssimo, aliás. Faltavam 10 minutos e parecia que apenas o Gana poderia chegar à vitória. Só que, num canto, Brooks, fez o 2-1 para os americanos. O Gana, pelo que fez na segunda parte, merecia mais.

segunda-feira, junho 16

Alemanha 4 Portugal 0.

Desilusão para mim e para milhões de portugueses, claro está. Infelizmente não consegui ver a primeira parte em condições, pelo que não posso fazer grandes apreciações. Nem sequer vi ainda o penálti, a expulsão de Pepe parece-me ter sido justa e os falhanços defensivos no 2-0 e no 3-0 são inadmissíveis.

Em termos de futebol pouco há a dizer, especialmente após a expulsão de Pepe. Contudo, já perdíamos por 2-0 nessa altura.

Tudo falhou, tudo correu mal. Paulo Bento vai ter de reflectir sobre o que se passou e vencer os dois jogos pode não bastar, ao contrário do que se tem repetido desde o apito final. A equipa precisa, sim, de um choque, mas os adversários que aí vêm estão ao nosso alcance.

Vamos passar e reeditar o último Europeu ou vamos ficar por aqui, à moda do Mundial de 2002?

domingo, junho 15

Mundial 2014: grupo C/E/F.

Costa do Marfim 2 Japão 1
Esperava mais dos japoneses e apesar do momento tsubasa no golo de Honda, nunca foram uma equipa dominadora. Longe disso. A verdade é que o futebol nipónico não tem evoluído, apesar de todo o potencial, e os resultados revelam que ainda há muito trabalho a fazer. Do outro lado, uma equipa africana, com algumas deficiências defensivas mas com alguma magia ofensiva como é típico destas equipas. E a magia foi a entrada de Drogba: quatro minutos em campo e reviravolta da Costa do Marfim. O Japão foi incapaz de voltar a criar perigo e o resultado acabou por ser justo, para uma equipa que teve mais bola, rematou bem mais e foi sempre mais perigosa. Contudo, foi, talvez, o jogo menos interessante e com menos qualidade até ao momento.

Suíça 1 Equador 1
Entraram melhor os sul-americanos, com futebol apoiado e ataque posicional, apesar de serem uma equipa mais talhada para o contra-ataque, como ficou bem patente no resto do jogo. Valencia fez o primeiro ao saltar sozinho e a equipa recuou. A Suíça começou então a pressionar mas sempre com grandes dificuldades para furar a defensiva equatoriana. Montero ia-se destacando no contra-ataque mas sem resultados. No início da segunda parte, chegou o merecido empate para os europeus. A Suíça voltou do intervalo com vontade e sendo uma equipa bem orientada e com alguma qualidade indivual, foi sem surpresa que acentou o ascendente nesta segunda parte. Não faltou emoção apesar de a mesma resultar muitas vezes de decisões erradas dos jogadores de ambas as equipas. A Suíça falhava completamente na forma de ultrapassar a muralha defensiva dos sul-americanos e os contra-ataques destes iam saíndo cada vez com mais veneno. Houve ainda um golo mal anulado aos suíços, como não podia deixar de ser. No último minuto do jogo, a razão pela qual o futebol é lindo: contra-ataque do Equador, recepção no coração da área helvética, corte no chão, arriscadíssimo, de Behrami, lançamento imediato para a resposta. Entrada feia de um equatoriano mas o árbitro, muito bem, deixa seguir o lance. Abertura sai para a esquerda, o passe é perfeito para a entrada fatal de Seferovic (não consegui ver se houve fora-de-jogo). Mais uma reviravolta, mais um bom jogo, num Mundial disputado sem empates e sem jogos a zero, até ao momento. Vitória justa, apesar do esforço dos sul-americanos.

França 3 Honduras 0
A França encontrou a equipa mais fraca da competição e aproveitou para ganhar três pontos com facilidade. Obviamente que fez por isso, mas os mais de 70% de posse de bola (que já havia antes da expulsão do hondurenho), dizem muito da fragilidade da selecção das Honduras. Chegou a ser um bocado constrangedor. Três golos sem resposta até souberam a pouco mas esta França está, parece-me, longe das todas poderosas Franças que nos eliminaram em diversas ocasiões. Vitória justa mas sem grande história. Os franceses devem resolver a passagem já na segunda eliminatória contra a Suíça (que ainda por cima teve um desgaste muito maior no jogo de hoje).

Argentina 2 Bósnia 0
Jogo razoável. A Argentina viu-se a vencer desde cedo e não sei até que ponto isso não condicionou a equipa (é importante vencer o primeiro jogo). Até aos 55 minutos os sul-americanos foram uma nulidade absoluta. Os bósnios mostraram alguma qualidade mas foram sempre demasiado confusos no último terço. A partir dos 55 minutos a Argentina tomou conta do jogo e era cada vez mais perigosa. Messi fez o 2-0 num belo golo e a partir daí tudo ficou aparentemente resolvido. Os argentinos soltaram-se mas a Bósnia não desistiu, apesar de algum desnorte momentâneo após o 2-0. A cinco minutos do fim, golo da Bósnia e jogo relançado, especialmente porque a Argentina nunca mostrou ser muito melhor de forma clara. Emoção, Argentina no contra-ataque puro e a Bósnia já sem grande critério na hora da decisão. Apito final, vitória apesar de tudo, justa.

Nota: o que têm achado das transmissões dos jogos? Raramente dão repetições dos lances, fazem poucos apontamentos. Não têm acrescentado nada ao espectáculo, na minha opinião.

Mundial 2014: grupo C/D.

Colômbia 3 Grécia 0
Primeira goleada e logo num jogo onde isso não seria de todo expectável. Isto porque a Grécia é uma equipa que privilegia a posse de bola (e foi a primeira equipa com mais posse de bola a perder) e tem já bastante experiência nestas andanças. Contudo, a Colômbia mostrou futebol e força e não deu grandes hipóteses aos gregos que foram sempre demasiado previsíveis e pouco objectivos. Resultado algo pesado mas vitória justa, com algum destaque para James Rodriguez.

Uruguai 1 Costa Rica 3
Primeira verdadeira surpresa (a vitóra da Holanda foi apenas surpresa nos números alcançados). Entrou melhor a Costa Rica. Contudo, o Uruguai tomou conta do jogo e chegou ao golo num penálti bem assinalado. Só que do outro lado estava uma equipa cheia de vontade e, até, com algum futebol. E se falarmos em Campbell podemos até dizer "muito" futebol. Muito inteligente, cheio de objectividade, marcou e deu a marcar, numa vitória inteiramente justa dos costa riquenhos. Bom jogo, emotivo mas com a marca da desilusão uruguaia, uma das minhas apostas nesta competição.

Itália 2 Inglaterra 1
Nunca espero grandes coisas dos ingleses mas hoje até gostei de os ver. Não chegou, porque a Itália, apesar de algo confusa, chegou para vencer. Um bom jogo, talvez o melhor até ao momento, Jogo muito dividido (50% de posse de bola) até nas oportunidades de golo. Bons momentos nos golos (três bons golos) e, apesar de termos visto uma Inglaterra mais rematadora e mais ofensiva, ficou a sensação que deram o máximo que conseguiram. E perderam.  Que grupo este, também!

Segue-se o Japão-Costa do Marfim.

sábado, junho 14

Mundial 2014: grupo A/B.

México 1 Camarões 0
Primeira parte equilibrada, com o México a entrar melhor. Os africanos reagiram bem e estiveram por cima até à meia hora, altura em que os mexicanos começaram a explorar melhor o contra-ataque. Três golos anulados, o segundo do México, mal.

Defensivamente, os Camarões são algo desorganizados, e pouco pressionantes. Já ofensivamente, existe alguma magia mas pouco futebol. Os mexicanos são mais experientes mas, apesar da vantagem clara na posse de bola (60%), nunca tiveram o jogo controlado.

Assou destacou-se e não apenas pelo abajour na cabeça. Dos Santos acabou por falhar dois golos fáceis (depois de ver dois anulados) mas fez um bom jogo, e Herrera, mostrou qualidade. Bom jogo, emocionante, e com o vencedor justo.

Holanda 5 Espanha 1
Armada espanhola ao fundo! Depois de uma primeira parte algo equilibrada, mas até com algum ascendente espanhol, os segundos 45 minutos revelaram uma Holanda mortal no contra-ataque e uma Espanha que, defensivamente, terá feito uma das piores exibições dos últimos largos anos.

A verdade é que os actuais campeões do Mundo e bi-campeões da Europa chegaram à vantagem num penálti duvidoso e, aparentemente, e apesar do menor fulgor do seu futebol rendilhado, tinham o jogo controlado. Contudo, a Holanda reagiu e dizimou os nuestros hermanos.

Segunda parte de bom futebol, muitos golos e emoção, depois de uma primeira parte morna. O terceiro golo holandês é ilegal e mais uma vez, não percebo como é que um árbitro não vê a falta sobre Casillas. Golaços de Van Persie (o do empate) e de Robben (o primeiro).

Chile 3 Austrália 1
Podem estranhar mas são jogos destes que mais me entusiasmam. Equipas medianas, sem expressão e sem o peso de terem de vencer, jogam o jogo pelo jogo, cheio de erros, claro, mas sempre com o objectivo de conquistarem os três pontos.

O Chile, muito mais experiente, entrou muito bem e resolveu o jogo em dois minutos. Pelo menos aparentemente. A verdade é que a Austrália reagiu e reduziu à meia-hora. Na segunda parte, e até aos 65 minutos, os australianos tudo fizeram para chegar ao empate (ainda marcaram mas o golo foi bem anulado). As pilhas acabaram e os sul-americanos voltaram a controlar melhor a partida (mais posse de bola - 60%). Apesar do desastre ofensivo dos chilenos nesta fase do jogo (passes e combinações erradas perdi-lhes a conta), esperava-se mais o terceiro do que o golo do empate. E foi o que aconteceu, já nos descontos.

Grupo muito interessante de seguir. A Espanha vai ter de suar para passar.

Impossível fugir ao tema "arbitragem". Os erros são muitos e alguns deles inadmissíveis. Esperemos que melhore e que tenha sido apenas um péssimo começo. O futebol agradece.