sábado, outubro 31

Fruta da época! Toda?!

Não se consegue esconder muito tempo das pessoas que se está doente. Ainda que o paciente vá funcionando e seguindo vida, a inépcia e ineficácia das suas acções torna-se por demais evidente. Em futebol o sintoma que dá a cara e que se torna inevitável de perceber chama-se resultado. Hoje no Dragão confirmou-se a doença exibicional da equipa de Jesualdo, o que pode nem ser mau de todo pois aceitar-se que se está doente é o primeiro caminho para a cura.

Ainda sem falar da gravidade da doença que afecta o FCPorto, terá que se admitir que ela existe. Ele há regra e há excepção mas as pessoas tendem a confundi-las. APOEL e Académica transmitiram os primeiros sintomas e a sequela Belenenses confirmou o mau-estar sublinhado-o com a perda de dois pontos muito importantes na luta pelo penta-campeonato. Ganhar e jogar mal têm a sua relação mas ela não é muito concordante e volta e meia, na maior parte das vezes, se destrói facilmente.

Hoje, mais do mesmo. Inépcia atacante, falta de ideias extremamente evidente e um desgarrar patético e inexplicável nas acções sem bola juntaram-se a um erro clamoroso que deu desvantagem. E aquelas pessoas que nem quando picadas ou extremamente avisadas respondem correctamente? Enervam, não? Que será delas, quando só com a arma apontada à cabeça reagem e se apercebem do seu erro? Não consigo imaginar melhor uso para o, também ele enervante, cliché: as desculpas não se pedem, evitam-se.

Fosse eu um crente e desligaria a televisão, ou sairia do estádio, a pensar que com um pouquinho de sorte de Bruno Alves, Meireles ou Rolando tinham resolvido a questão e que o resultado é uma injustiça. Venha de lá outro cliché: não há, nem nunca vai haver, justiça no futebol. Acrescento-lhe ainda que quem a espera só pode ser idiota.

O jogar bem (cumprir com distinção, seja ela qual for e de que maneira for, os cinco momentos do jogo) esse sim, está de mão dada com o ganhar. Quem não o faz senta-se à sombra de quem o faz, merecidamente.

A doença exibicional do FC Porto de Jesualdo é já recorrente e sabemos que o paciente, invariavelmente, vai melhorar. Resta saber é como é que ela vai responder a um novo agente externo que tem atacado em força. Resta saber também se esse agente externo é tão forte como tem parecido ou se é como a Gripe A que tem ajudado a vender jornais em catadupa. O laboratório de Braga trará amanhã mais resultados.

sexta-feira, outubro 30

"diz o roto ao nú..."

Dizer isto não é para qualquer um. E logo ele, um tipo que nunca enganou nenhum árbitro.
Tem moral...

Quem pára o SLB?

Penso que todos concordamos que, a nível interno, o jogo em Braga, de amanhã, será o mais duro teste do SLB, desde o início desta época. Na "pedreira", vai discutir-se a liderança, a mais real capacidade de ambas as equipas, os egos dos treinadores. E três pontos.
Espero em Braga um SLB ganhador. Um empate será um bom resultado mas, em caso de vitória "encarnada", serão os três pontos mais saborosos da época. Uma vitória do Braga resultará na primeira derrota do SLB e vai ser fundamental observar a capacidade de reacção do plantel de Jesus, na jornada seguinte.
Equipa: Quim; Pereira, Luisão, Luiz e Coentrão; Javi; Di Maria e Ramires; Aimar; Saviola e Cardozo.
Resultado: 2-2.

quinta-feira, outubro 29

Estratégias e frutos

Compreendo a revolta, a tristeza, a indignação, a raiva, o desgosto dos sportinguistas. É sempre mau perder, ver os outros afastarem-se na classificação e, em Outubro, ter a sensação de que "ainda não é este ano". Infelizmente, também sei o que isso é. No entanto, também me parece que o que se passa acaba por ser fruto da estratégia seguida pelo clube. Seja por razões de natureza financeira ou outras, o Sporting há muito que aposta no incremento da formação como fonte do seu 'plantel' principal. Esta estratégia tem dado frutos, com o 'fabrico' de jogadores de indiscutível valor (a léguas de qualquer outro clube português), que ou se mantêm no clube ou, caso dos mais talentosos, acabam por ser vendidos e permitir uma boa receita. Nesse aspecto, os sportinguistas têm razões para estar orgulhosos. No entanto, há o reverso da medalha: a opção seguida em Alvalade tem-se revelado incapaz de atingir o título de campeão nacional. É certo que, nos últimos quatro anos, encontrou no Benfica um precioso aliado. Os erros cometidos na Luz, não só permitiram ao Sporting ficar sucessivamente à frente da minha equipa, como deixaram a ideia de que gastar muito não é sinónimo de apostar em qualidade. "Para fazer como eles, mais vale termos os nossos miúdos: não gastamos dinheiro e conseguimos melhores resultados", pensaram os adeptos leoninos, esquecendo que, por exemplo, a qualidade da formação não tem encontrado complemento no acerto das contratações. Sejamos claros: não ignorando a qualidade de Izmailov ou Vukcevic, a última grande contratação do Sporting foi Liedson. Ocorreu, se não me engano, em 2003. Já foi há algum tempo. Depois disso, jogadores com passagem efémera por Alvalade e alguns claros erros, demonstrando uma enorme incapacidade de prospecção de mercado. Porque se não há dinheiro para adquirir passes de valores como os que o Benfica deu por Saviola, Aimar, Cardozo, Di Maria, Javi Garcia ou Ramires, certamente haveria para o que custaram Rúben Amorim, Fábio Coentrão, Weldon, David Luiz ou Felipe Menezes. Fica, pois, a ideia de que não há no Sporting quem seja capaz de descobrir talentos noutros lugares do mundo ou para aproveitar o melhor que têm outros clubes nacionais.

Apesar dos sentimentos que, hoje, caracterizam o sportinguista comum, não podem esquecer-se de que nada foi feito às escondidas. José Eduardo Bettencourt está a seguir a política que prometeu (o "Paulo Bento forever" e não só) e que foi sufragada nas urnas por perto de 90 por cento dos associados votantes. Não podem, pois, sentir-se traídos. No meio disto tudo, o que acaba por aumentar a frustração é olharem para o vizinho e verem o que faz. O 'aliado' de ontem voltou a tornar-se um verdadeiro inimigo...

quarta-feira, outubro 28

Show must be stopped

Numa jornada que só Portugal permite que acabe a uma Terça-Feira são cada vez mais claros os indicadores. O primeiro, futebolístico, permite ver que quem joga melhor cilindra adversários em Portugal (e não só) e será sempre o mais sério candidato ao título. Para lá de conversas estapafúrdias à la Dia Seguinte sobre processos sumarentos (e fedorentos) quem quiser ultrapassar o Benfica deve-se preocupar em jogar para ganhar e com qualidade.

A jornada mais longa acaba ontem com um Guimarães de grande volume ofensivo na 1ª parte, frente a um Sporting mais perigoso na 2ª. Resultado: 1-1 pois claro! e a suscitar discussões sobre justiças e afins, como se isso interessasse. O que interessa é a regularidade e não as excepções e por essa regra vemos que a jogar assim jamais o Sporting será (sequer) candidato ao título. A bola queima e quem a aqueceu foi Paulo Bento que teima em não mostrar trabalho num clube com objectivos exigentes. Resultado: contestação e muita, pois claro! Juntemos também ao cozinhado um ingénuo presidente que prometeu aos sócios (imagine-se) esse mesmo treinador... para sempre. No Porto, no Benfica e até no Covilhã jamais Bento continuaria técnico. Que se discuta as chicotadas psicológicas por serem muitas mas, convenhamos, há sempre aquelas que são bem empregues. É para mim uma afronta que tamanho desrespeito aos princípios do jogo não seja punido num clube com a história do SCP.

A 3 pontos da liderança segue o pior Porto Ferreira, aquele que menos margem de progressão oferece aos portistas. A questão da organização ofensiva continua a mexer comigo e a falta de soluções enerva-me quase tanto como enervou a equipa frente a uma elogiada teia feita pelo novo aranhiço de estimação da Liga: Villas Boas. Falando na Académica apraz-me dizer que não achei nada de extraordinário o seu plano de jogo pois colocar 11 jogadores num raio de 20 metros não é um cattenacio (cadeado), são dois ou três. Os pontos positivos da exibição dos estudantes foram a garra e entrega como disputaram os lances e o respeito pelo espaço, juntemos-lhe a inépcia atacante do Porto e temos um cozinhado que durou de sabor uns bons 60 minutos, até Mariano resolver partir a loiça (e os cadeados). Elogios chovem agora para o professor, afinal tirar Cebolla foi a melhor opção e Mariano na direita endireitou a equipa para o golo. Uns chamam-lhe visão, eu chamo-lhe gestão de esforço. Visão seria colocar Mariano,de início, no seu lugar de origem, onde mais rende: Extremo-Direito. Falta miolo aos portistas para organização ofensiva, falta ligação entre toda a equipa e quem será esse elo? (deja vu) Belluschi? Valeri? ou... Sérgio Oliveira?

Na Luz ouve mãozinhas e penaltys, golos validados e anulados, mas acima de tudo continua a haver futebol. Acham que me vou chatear com a simulação de Aimar quando o meu jogador preferido é Deco? Dizia-me um amigo benfiquista por estes dias: Se eu não andar inchado agora quando é que hei-de andar? Razão tem ele, gozem o momento que bem o merecem. Foi como que Jesus tenha descido à terra para recompensar os benfiquistas de todos os erros desde 94, de todas as bolas ao ferro, de todos os jogos acabados a roer as unhas pela vantagem minima. 8-1, 6-1, 5-0, 4-0 e por aí a fora é fantástico, mas alguém vai ter que acabar com isso. Pode ser que, desta feita, o jogo inteiro de transições e controlo sem bola de Jesualdo Ferreira tenha razão de ser num clássico.


P.S. Já quase me esquecia... 1..2..3..(4) Hala Madrid!!

terça-feira, outubro 27

Menos 10

Primeira parte do Guimarães, segunda parte do Sporting. Oportunidades de golo poucas e repartidas, num jogo que até foi bom. O empate é amargo para o Sporting, mas é justo.

Com menos de um terço do campeonato disputado o Sporting está a 10 pontos da liderança. Nada está perdido e blá blá blá, mas qualquer sportinguista vê que a equipa está a jogar muito menos do que Benfica e Porto. É por isso normal a desilusão precoce que está instalada entre os adeptos.

segunda-feira, outubro 26

SLB 6 Nacional 1

Depois de 30' relativamente equilibrados, onde o SLB dispôs de melhores oportunidades, o jogo ficou sentenciado com o golo de Saviola (2-1), já a caminho do intervalo. O Nacional fez uma razoável primeira parte mas, após o empate com um golo irregular, pouco ou nada fez.
Mas antes, Cardozo marcou o primeiro da noite, numa jogada simplesmente fabulosa, com um passe magistral de Aimar para Coentrão. Ao empate dos madeirenses a equipa respondeu como, parece, apenas saber. Com garra, pressão, bom futebol e aproveitamento das oportunidades.
Já na segunda parte, foi o embalo. Começou com um pénalti de Cardozo (mal assinalado) e só parou noutro pénalti - bem assinalado -, convertido pelo mesmo Cardozo. Pelo meio, Saviola e Nuno Gomes aumentaram a humilhação. Pena, ainda, aqueles dois golos mal invalidados ao SLB. Mas não se pode ter tudo.
Positivo: Aimar, Saviola, Cardozo, Luisão, Coentrão, Di Maria.
Negativo: Jesus teve um gesto infeliz, depois do quarto golo. Mesmo que tenha sido provocado, um dia, esta vai cair-lhe em cima. Há que mostrar superioridade, em todos os campos.

Coisas que não entendo

Hulk a ser bastante assobiado ontem (cerca dos 60' de jogo, ou seja, ainda com 0-0) apenas porque teve 3 lances infelizes. A memória dos adeptos é uma coisa formidável.

sábado, outubro 24

Hipocrisias!!!

Se ha coisas que nao gosto de ver e' aquela malta com opinioes politicamente correctas, incapaz de dizer as cenas que realmente pensa e sente.
Ora, esta pequena introducao vem ao encontro de alguns comentarios feitos no post anterior. Uns dos quais da minha autoria.
Vamos la' ver, nao tenho qualquer problema em dizer que prefiro um Benfica a jogar mal e a perder, do que ver o actual Benfica a arrasar quase todos os adversarios que defronta.Podem dizer que e' inveja ou que sou uma mal desportista.Deveria enaltecer pelo menos o bom espectaculo que clube da Luz proporciona aos seus adeptos.
Mas sinceramente, porque?
Para mim o Benfica sera sempre o grande rival.Desde a minha infancia que assim e'.O Porto so apareceu muito depois quando conheci o primeiro adepto portista la no meu decimo ano de escolaridade( e por acaso ate e' um dos bloggers deste espaco).E depois ha as historias do apito dourado que me fazem respeitar menos o clube portista.
Dai que nao tenho qualquer problema em dizer que nao gosto do Benfica.
Serei mal desportista por isso?
Houve alguem que anteriormente viu paralelismos entre este Benfica e o SPorting de Jardel de 2001/2002 que arrasava qualquer adversario.Na altura, se bem se lembram, eramos tambem o SPorting dos penalties. Custou a muita gente ver um Sporting a jogar assim.
Mas para mim tudo bem.Alias, estas coisas acontecem em Espanha, Italia e Inglaterra.
Porque e' que em Portugal haveria de ser diferente?

PS-Peco desculpa pela falta de pontuacao, mas e' estes teclados asiaticos sao complicados.

sexta-feira, outubro 23

Até quando vai durar este SLB?

Entre justificações como "só ganham na pré-época", "só ganham troféus sem valor", "só ganham a equipas que vão descer", "só ganham em superioridade numérica", "só ganham com golos de bola parada", todos os argumentos valem para retirar a este SLB a qualidade que, de facto, ostenta.

Podemos, os benfiquistas, ficar menos melindrados com o desprezo dos adversários quando, aos poucos, frases como "levados ao colo" ou "Aimar e Saviola são uns fiteiros", são, cada vez menos, frequentes. Já não é nada mau.

Sinceramente, não sei até quando vai durar este SLB. Verdades insofismáveis como "algum dia vamos perder com uma equipa mais fraca", "vão surgir lesões, cansaço e cartões vermelhos", não são suficientes para que algum de nós possa afirmar se esta equipa vai ganhar títulos ou não.

O que sabemos, irrefutavelmente, é que o SLB de Jesus pratica um excelente futebol, esmaga adversários e começa a criar furor na Europa. Isto é o que temos. E temos igualmente um Di Maria completamente diferente, um Cardozo goleador, um Saviola sempre a crescer, um Garcia de grande valor, um Ramires brilhante e um Aimar sublime.

É normal dizer-se que "ainda não ganhámos nada". Discordo: já ganhámos momentos belíssimos de futebol e, acima de tudo, a ilusão de vencer, com argumentos mais do que válidos.

quinta-feira, outubro 22

Vitória em 3 actos

Acto I
O Sporting faz os melhores 25 minutos da temporada. Joga no meio campo adversário, pressiona e recupera a bola, cria 5 hipóteses de golo e deixa adivinhar uma goleada depois do canto directo de Veloso. A inépcia de Caicedo e os postes deixaram o jogo em aberto.

Acto II
Regresso ao passado recente. Perdas de bola, displicências, pouca agressividade, pouca objectividade. Os letões, apesar de fraquíssimos, conseguem aquilo que se calhar nem os mais pessimistas esperavam: o golo do empate.

Acto III
Os jogadores parecem perceber, a 25 minutos do fim, que seria um escandâlo não levar de vencida o Ventspils. Retomam o assalto à baliza adversária, com pouca inspiração mas com mais determinação. Moutinho faz um soberbo golo, garantindo a vitória e novo analgésico aos adeptos. O suficiente para nos aguentar até 3ª feira.

O apuramento está quase garantido e a equipa dá alguns sinais de retoma. Veremos se não é apenas uma impressão fugaz. Guimarães vem, por isso, na melhor altura.

Já estávamos avisados

Jesus disse que ia ser um jogo com muitos golos. Ora para quem disse, ainda há bem pouco tempo, que não queria sofrer muitos golos, estava-se mesmo a ver o que queria o técnico do Benfica dizer. Só poderiam ser muitos golos... na baliza do Everton.

Excelente resultado. Parabéns!

Como se diz Ferrero Rocher em cipriota?

Dizem os amantes da teoria futebolística que há cinco momentos no jogo: defesa, transição defesa-ataque, ataque, transição ataque-defesa e bolas paradas. Se analisarmos o jogo do FC Porto ontem, vemos facilmente que só em dois deles o Porto mostrou competência. Desta vez chegou, porque os cipriotas ofereceram facilidades, mas ainda não há Porto Champions como se vem augurando.

Um dos jogadores portugueses do APOEL (não sei precisar qual dos três) assegurou na (sua) antevisão ao jogo que o empate já seria bom e que a equipa cipriota teria que se apresentar bem "fechadinha" e que teria de ser competente no contra-ataque, vulgo transição defesa-ataque. E até começou por o conseguir.

As camisolas laranjas rapidamente formaram uma primeira muralha que fazia chegar ao portador da bola dois jogadores, o que fez bloquear (e de que maneira) o jogo de ataque portista. Jogo aos engasgos que iria beneficiar um dos principais momentos de jogo para os cipriotas que conseguiram mesmo chegar ao 0-1. A partir daí caberia ao Porto provocar o contrário ao APOEL, mas esse momento do jogo de tão importante que é pode também ser provocado por outras razões. Até esse momento já se tinham verificado várias perdas de bola por parte da equipa de Nicósia e quem via o jogo com olhos de ver sabia que se o golo portista chegasse teria de vir de um brinde de algum dos elementos de laranja. Transição aproveitada, por Falcao e Hulk, da melhor maneira e 1-1 no marcador.

Ao intervalo, assim como depois do jogo, culpou-se um único jogador pela falta de organização atacante do Porto mas a verdade é que o FCP de Jesualdo nunca esteve (sim, nem com Lucho embora fazendo-o melhor) mecanizado para jogar em ataque continuado, o que para mim é uma falha crassa, mesmo que muito bem compensada pelo excelente aproveitamento do contra-ataque. Cabe-nos a nós portistas e também a Jesualdo entender se um Porto só de transição e com um ataque organizado extremamente fraco será capaz de cumprir objectivos.

Segunda parte e mais um brinde, desta feita oferecido pelo árbitro. Grande penalidade muito duvidosa que Hulk converte em golo seguida do melhor momento dos portistas. A muralha fluorescente estava desfeita e a linha de quatro defensiva do APOEL não era incómodo para Hulk e companhia que eram agora municiados por um Cebola que também rende a meio-campo. Ainda deu para ver o contrário do que tem sido costume com Falcao entrar para dentro da baliza e a bola passar ao lado e ver uma mão dentro da área, desta feita, não castigada com grande-penalidade até Mariano ser expulso por uma pseudo-agressão que, não vão os árbitros ter problemas com a UEFA, tem que ser castigada.

Até ao fim foi ver que os cipriotas têm muito trabalho até saber o que é jogar com bola e aguentar o jogo-directo até à área portista. Aproveitados os doces acabou por ser melhor o resultado que a exibição, ainda para mais com o apuramento tão perto. Faltam quatro pontos no que pode ser o apuramento mais fácil dos últimos anos, resta esperar que não tolde a visão dos responsáveis portistas, que já com muitos anos de futebol não se podem deixar enganar por dois momentos do jogo bons contra três que deixam muito a desejar.

Começam as insónias

... o Bayern já está em 3º no grupo.

quarta-feira, outubro 21

O lado bom da Jesualdite

A qualidade dos treinadores em Portugal é assunto que se vê debatido na blogosfera por várias vezes. Fora dela, encontramos as tradicionais conversas de árbitros e as famosas teorias da conspiração. Sendo que tudo isto faz parte do futebol, o que valerá a pena discutir? terão os árbitros e dirigentes maior relevância no jogo que os treinadores e decisões dos jogadores?

O resultado que dá o mote para este post é a fantástica vitória, ontem à noite, do Rubin Kazan em Camp Nou. O jogo (futebol) em si é extraordinário e nem o melhor futebol do mundo tem vitória assegurada, o que torna a probabilidade um factor essencial. As condicionantes do jogo são imprescindíveis e a maioria delas está bem espelhada no campo, sítio esse que muitos nunca pisaram e por isso nunca sentiram o que é ser melhor e ainda assim perder. Claro que "ventos", "chuvas" e "trovoadas" têm o seu papel, mas é lá,no campo, que se nota o porquê de uma derrota.

Para isso, está o Porto avisado. A voz do seu treinador é experiente e já, ontem, alertou para as condicionantes do jogo, quando já muitos, à espera da jornada dupla contra o APOEL, festejam o apuramento. Nada mais enganoso.

Sob a batuta de Jesualdo Ferreira, o FC Porto conseguiu apurar
-se duas vezes em primeiro lugar do grupo e uma vez em segundo. Resultados brilhantes mas nunca conseguidos sem dificuldades, que será o mesmo que dizer: assobiadelas dos velhos do Restelo ou novos pipoqueiros, como quiserem. Em todas elas esteve a mão do professor, renovando equipas atrás de equipas e mantendo sempre o estatuto de clube a seguir em frente na Champions. Tem o seu modo de jogar e treinar, acredita no que treina e encontrou no Porto um lugar à imagem do chavão com que José Carlos Malato nos brinda, quase, todas as noites: "Aqui já fui feliz". Jesualdo ainda o é e poderá ser mais. Dizem que só no Porto é que uma vassoura consegue ser um jogador, dizem que só no Porto é que um roupeiro conseguiria treinar uma equipa e ser campeão e procuram a explicação mais lógica para eles, descurando o que eu escrevi umas linhas acima.

Não há deuses no futebol, até mitos como o próprio D10s e o brilhante Zé da Europa se vêm questionados. Se calhar terão que encontrar outro lugar para serem felizes...

terça-feira, outubro 20

Querem o Mundial em Portugal?

E depois, lá para 2020 pensa-se em coisas como isto?
Enterram-se milhões num projecto mal estruturado para depois gastar outra pipa de dinheiro para destruir os males que se criaram? E depois querem construir outro estádio mais pequeno? financiado por quem?
O estádio de Aveiro é apenas um exemplo, mas podíamos falar da rentabilidade de estádios como Leiria, Coimbra, Algarve, e falamos de 40% dos estádios do Euro.
O país não está em condições de criar mais "elefantes brancos". A crise não chega ao futebol?
Organizar em conjunto com a Espanha e custear 40%? Quase que aposto que quem iria colher os louros e acolher os melhores jogos seriam os espanhóis.
Só espero que a FIFA não escolha esta candidatura.

domingo, outubro 18

Tudo na mesma

Primeira parte nojenta. Golo oferecido que vai dando vantagem. Vukcevic, Angulo e Abel alternam o mau com o sofrível. Moutinho era bom jogador quando era escudeiro do gordo. Agora que tem de ser ele o patrão da equipa é que é pior...

Update:
Acabou 3-0. O resultado disfarça a pálida exibição e São Liedson continua a resolver. Na próxima 3ª feira em Guimarães é bom que joguem um bocadinho mais. Entretanto, contra o Ventspils, a pressão será nula. Veremos se os jogadores se libertam...

quinta-feira, outubro 15

Um Portugal sem Ronaldo uma Argentina sem Diego e uma Liga com Villas Boas

Foi sem surpresa que Portugal goleou Malta por 4-0 no D. Afonso Henriques. Nani abriu a lata e muitos reclamam agora que o extremo do Man. United merece o lugar de Ronaldo, o que é algo tão estapafúrdio e desajustado como a Argentina de Maradona, que se qualificou para o Mundial com um golo de um médio que tinha entrado para ajudar a segurar o 0-0. É para este mundo extremamente resultadista que vem parar agora André Villas Boas. O olheiro de Mourinho já vem rotulado de bluff e em vez de ser o novo Special One, já é o novo Azenha.

Há quem não dê a minima importância ao que escreve. É neste cenário que muitos internautas portugueses encaixam. Gostam do contra e o contra dá-lhes motivos para encherem caixas de comentários. A última de ontem à noite já não é Queiroz. O professor faz o que pode e o cristo tem de ser Ronaldo. Sem ele a selecção jogaria melhor, defendem. O que me faz confusão é como alguém pode achar isto possível? Nani é uma sombra de Ronaldo. Faz coisas boas é certo mas não chegam para emendar as más, isto é, decide na maioria das vezes mal não usando o pleno das suas capacidades, sendo, quase sempre, inconsequente. A sua maior produtividade é fruto da tranquilidade que a selecção conseguiu nesta dupla jornada, a qual Ronaldo não desfrutou, tendo sempre a "necessidade interior" de carregar a equipa às costas. Ronaldo também decidiu mal, também jogou mal e isso deve ser corrigido. Não me parece é que seja no banco ou na bancada que teremos um Ronaldo ao nível do que joga no seu clube. Também antes os remates não davam golo e agora já dão e quando a equipa tiver príncipios de jogo e regras bem definidas também Ronaldo os há-de marcar.

O play-off vai exigir uma verdadeira equipa. Já houve melhoria com Malta, mas, convenhamos, jogámos quase sempre em modo ataque sem preocupação defensiva. Foi como roubar um doce a um bebé e isso não é indicador de nada. Serve para moralizar sem tirar a ideia de que precisamos de evoluir bastante para não sofrer a bom sofrer no play-off. Para mim, todos os adversários são difíceis pois não sei como vai estar a equipa daqui a um mês.

U r(u)g(u)ay? o tanas... aquilo foi para homens de barba rija.

Jogo bem durinho em Montevideu. Os nervos e a cultura sul-americana ofereceram-nos uma partida que matou transicções (literalmente) à paulada mas que para mim serviu para confirmar a ideia que já tinha: Maradona não tem competência para ser técnico da Argentina. Foi um dos grandes como jogador, para alguns até o melhor de sempre, ideia que é completamente legitima. Jogador que decidia sozinho e que tinha a equipa a trabalhar para si devia ter estado mais atento a isso mesmo pois dá-me agora ideia que o funcionamento de uma equipa para Diego é o mesmo que bioquímica para mim. Tantos e tantos anos a jogar em equipas de topo (pelo menos eu nunca entrei num laboratório), sempre para ganhar e agora a sindrome resultadista também o apanhou. Bollatti safou-o... desta vez.


Falando de síndrome resultadista, falo também no novo mundo que André Villas Boas vai conhecer ao abraçar a carreira de técnico principal na Académica de Coimbra. Como sempre, é enorme a minha curiosidade acerca de novos técnicos, isto porque, como o Lateral Esquerdo escrevia há bem pouco tempo, os técnicos da nossa Liga, salvo duas excepções (Jesus e Jesualdo) desprezam os momentos do jogo, confiando no que o jogador x ou y possa fazer. "Vai lá para dentro e joga o que sabes". Villas Boas, deve vir cheio de ideias e ideais, espero que sim, que os tenha e que não se deixe vergar, sendo a lufada de ar fresco que a Liga precisa. Com qualidade é possível encurtar a distância para os três grandes, o problema é que a maioria dos técnicos anda sob brasas e tem convicções demasiado brandas, deixando-se cair na tentação do resultadismo muito facilmente. Um defesa central aqui, um médio de cobertura ali, são a predilecção dos técnicos tugas, um afecto que é quase proporcional à sede de falhanços que os adeptos têm. Villas Boas já é o novo Azenha, menos mal porque agora é sempre a subir.

Os sócios

1) Sejamos claros, foram 800 indivíduos que decidiram a transferência da SCS para a SAD. Sem entrar na discussão se isso é positivo ou negativo, não me parece bem que uma percentagem tão baixa do universo de sócios tenha legitimidade para tomar este tipo de decisão. Porque não se criam condições para que este tipo de votação seja alargada ao país todo, tal como foi recomendado no Congresso?

2) Numa altura em que parece óbvio que o Sporting associativo perdeu a luta para o Sporting empresarial, deixo uma questão: qual é o sentido que 75% do valor das quotizações, pagas pelos associados do clube para o clube, seja transferido para a SAD?

Repito: estas questões não colocam em causa o mérito ou demérito da decisão tomada. Penso que ninguém conseguirá hoje ter a certeza se a medida vai contribuir positivamente para o clube (ou melhor, para a SAD). Parece-me todavia que finalmente os dirigentes do Sporting podem agir proactivamente. Até aqui parecia que estávamos à espera que fosse o Benfica e o Porto a tomar a iniciativa de reduzir o seu orçamento porque "eles é que estavam mal, a viver acima das possibilidades".

quarta-feira, outubro 14

Sem desculpas

Em vez daquele discurso redondo, incapaz de galvanizar quem quer que seja, em que fala nos últimos 100 metros de uma maratona, Carlos Queiroz deveria ser bem mais incisivo e dizer que tem a certeza de que Portugal vai ganhar e que não admite outro resultado. Deveria mesmo ir mais longe, adiantando que se demitiria se Portugal falhasse a ida ao 'play-off'. Era só o que faltava, nestas circunstâncias, sermos eliminados por não conseguirmos derrotar esta selecção medíocre. Não pode haver meias-palavras: se não ganharem, deverão todos meter o rabinho entre as pernas e não mais representar a selecção, tanto jogadores, como treinadores. E Gilberto Madaíl deverá, finalmente, deixar o cargo de presidente da FPF. Mas é um cenário que só academicamente pode admitir-se. Nenhum português lhes perdoaria tamanha desfeita...

segunda-feira, outubro 12

Da política ao futebol...

A política, como o futebol, pareciam apenas querer dar-nos sinais de que valores tão importantes como honestidade, seriedade, lealdade ou ética não passavam de miragens nos tempos que correm. Na política, para justificar as malfeitorias de alguns, queriam fazer-nos crer que "são todos iguais, só querem 'tacho'" ou que "mete ao bolso, mas ao menos faz". No futebol, também há quem queira meter todos no mesmo saco da pouca seriedade, argumentando que acaba por ganhar o mais competente.

Quando tudo parecia perdido, eis que dois sinais de luz nos surgem de Felgueiras e Marco de Canavezes. Infelizmente, o mesmo não pode dizer-se de Gondomar ou de Oeiras, concelho onde resido há 38 anos. Vou ter de gramar mais um mandato de Isaltino, se entretanto os tribunais não o apearem. Tem obra feita, justificam alguns. A questão é que, na análise dos candidatos, nem chego a esse ponto. O problema está a montante: há princípios mais importantes do que a (eventual) obra feita. Pelo menos, para mim, mas não para a população do município mais 'letrado' do país. Mas ainda havia quem pensasse que a obtenção de um canudo está relacionada com valores como os acima referidos?

Seria bom que o futebol ponderasse nos casos dos dois concelhos nortenhos acima referidos e pensasse no que têm sido as últimas décadas. Infelizmente, só os resultados contam. Quem ganha fica satisfeito, independentemente da forma como lá chegou. E não creio que as coisas mudem. Questiono-me mesmo se, por exemplo, teria sido possível correr com Vale e Azevedo se ele tivesse criado uma dinâmica vencedora...

PS - Será que Elisa Ferreira percebeu que a colagem a Pinto da Costa pode ter-lhe retirado mais votos do que os que lhe proporcionou?

PPS - Apreciei o resultado de José Guilherme Aguiar em Matosinhos...

domingo, outubro 11

Não nos caisse uma Selecção do céu, opá!

Quando muito se falou de sorte ou azar, olhando para a produtividade da selecção nacional será mais acertado dizer-se que o acaso teve preponderância no começo da jornada dupla que antecede o culminar das contas no avião para África. Jogar bem perdendo, jogar mal ganhando. Afinal de contas que equipa temos nós? A qualificação não deu para apurar e, provavelmente, seguimos, contentes, para o play-off à espera que o acaso nos dê uma verdadeira equipa. Não a adversária, mas sim a de todos nós.

No Verão de 92, segui com o especial interesse, que um garoto de 9 anos pode ter, o Campeonato da Europa. Não havia, para mim, na altura, tácticas, matreirices, posses de bola ou circulação e as minhas preferências pelas selecções da altura (não havendo Portugal, como não houve durante vários anos) baseavam-se nos jogadores que me fascinavam. Um pouco como as pessoas que votam nas autárquicas, mais pela pessoa do que pelo partido. Comecei por torcer pela poderosa Alemanha devido a Matthaus e por já tê-los visto ganhar em 90. Nomes como Brehme, Kohler e o fabuloso 10 germânico já me diziam muito e foi inevitável a minha tendência pelos alemães. Mas do outro lado estava uma desconhecida Dinamarca com um só nome que significava qualidade: Brian Laudrup. O então avançado do Bayern Munique foi razão mais que suficiente, à boa maneira autárquica, para torcer (também) pela Dinamarca. Foi um Europeu que nunca mais esquecerei e que me valeu muita correria, infantil, gritando pela Dinamarca e mais infantil ainda, querendo ser dinamarquês como o meu novo jogador preferido. Na final entre uns e outros, torci pela Dinamarca pois só assim seria fantástico: o David venceria o Golias mostrando que é sempre, mas sempre, possível vencer.

Vários anos passaram e nunca mais a Dinamarca me fascinou tanto. Percebo hoje que se tratou das coisas próprias (e mágicas) de um torneio daquele género, mas que foi lindo foi e nunca mais consegui, sequer por um pouco, odiar a Dinamarca. Ontem, deram-me mais uma alegria, fui novamente dinamarquês festejando efusivamente um golo. Mais um golo festejado pela Dinamarca pela repressão que a minha selecção me provocou. Há coisas que nunca mudam nem que passem 17 anos.

A Dinamarca lá nos deu a ajuda preciosa e só faltava a vitória frente à Hungria para um fim-de-semana em beleza, um daqueles que conhecemos mais ao contrário pelo triste fado português. A nova Luz também dá sorte e combate calculadoras como a antiga, sempre com a mesma fórmula: o 3-0. No entanto, tudo isto pareceu bom mas não me convence. Queiroz não me parece treinador para nos levar ao sucesso, tem coisas demasiado idiotas. A última delas até foi ontem. A provar toda a sua idiotice, o professor escolhe Pedro Mendes para titular sem nunca sequer o ter convocado, sem um único minuto de quinas ao peito. Será preciso dizer mais alguma coisa sobre as convicções do professor Carlos Queiroz? Então o Pedro Mendes sempre esteve bem fisicamente durante toda a qualificação, sempre precisámos de um trinco e agora querem ver que o homem mais parecido com Jesus Cristo só aprendeu a jogar esta semana? Foi ao calhas! Hoje nem sorte nem azar, só mesmo acaso.

Muito teremos que rezar para que este senhor com as suas invenções nos dê uma equipa. Com as suas ideias e convicções teremos mesmo que agradecer ao além se estivermos no play-off em condições de discutir o apuramento. Se o acaso nos der uma selecção unida e que saiba o que faz em campo, aí talvez possamos esperar pelas coisas mágicas que um torneio daquele tipo nos oferece, sem isso talvez só magia negra como em 2002.

quinta-feira, outubro 8

Vota Queiroz

Assim meio que retraídos (para não dizer desconfiados e com medo) entramos na jornada dupla que vai definir as contas de acesso ao Mundial 2010. Portugal regressa a tempos antigos em que a calculadora era acessório indispensável nestas antevisões e, curiosamente, com um dos ícones desse malfadado objecto. Muitas unhas se vão roer, com muitos nervos à mistura que com muitos fados de Amália dariam banda sonora perfeita para as preces que irão ocupar, e muito, Nossa Senhora de Fátima neste próximo Sábado e Quarta-Feira seguinte.

Soa a maldição. Já há vídeos no youtube que teorizam que Portugal é alvo de mal-olhado. A bruxaria está na moda é certo mas que razões plausíveis haverá para nos encontrarmos a duas jornadas do fim do apuramento para o Mundial dependentes do que outras selecções, teoricamente mais fracas, possam fazer?

Chamemos-lhe "erro do azar". O momento decisivo nesta qualificação foi no jogo Portugal x Dinamarca. A selecção ia convencendo, jogando um futebol que Scolari nunca conseguiu e no café onde via o jogo (perfeito indicador do agrado ou desagrado pela selecção ou clube preferido de quem vocifera) já, vejam só, se teciam loas a Queiroz. Eu, confesso adepto anti-Scolari, estava agradado com a exibição, mas havia algo que me deixava confuso: a selecção ganhava por 1-0 mas continuava a atacar sem ter presente a perda de bola. Houve uma altura, em que Ronaldo queria marcar, Nani queria marcar, Deco queria marcar... enfim. Todos, porventura, contagiados pelo novo futebol que Queiroz nos havia trazido. Não houve um berro que equilibrasse a equipa, nem que a fizesse acordar para o erro que estava a cometer. Seguia partida por entre ataques desnecessários em vez de especular mais e resguardar as transições dinamarquesas.

O jogo acabou 2-3, e a confiança abalada. Ora a partir daí, foi um "ai" até que a pressão se adensasse por entre "jogadores novos", "renovações" e "regressos ao passado queirozianos". Toda a gente sabe que quando mais queremos a bola não entra e num calendário onde se tem uma semana em muito, muito, tempo para se trabalhar o quadro fica negro. Parece azar e que o brujo Pepe também terá colocado alfinetes no Jamor, mas não, tudo tem uma razão. E qual será esta? seria evitável para Queiroz este cenário? será que a sua faceta mais banana não contagiou e alastrou esta situação? sim ou não, intimamente ligado a ela(s) está.

Agora vai-se ouvir que resta a sorte ou o azar, mas o que resta é a força lusitana e a abstracção do que poderá ser ou não. Não importará o derby escandinavo por não se conseguir controlá-lo. O que imporará é certamente é ir com tudo para cima da Hungria, sentirmo-nos confiantes, únicos, incríveis, os melhores do mundo! toda a atitude que não for esta não interessará, nunca interessa!

Não interessam losangos ou 3 avançados, interessa intenção, convicção, método, confiança. Nunca a houve neste apuramento que a tenhamos este fim-de-semana. Estarão a pensar: bem, se não houve este tempo todo há-de mesmo ser agora. Meus caros, isto é como as eleições, passam-se anos sem ouvirmos nada de nada e de repente pinta-se em 15 dias o melhor retrato possível. E como? com "intenção", "convicção", "método" e "confiança". Que estas, ao menos, sejam verdadeiras e com resultados.

Mais um problema

Em 2007 o Sporting adiantou-se a grandes clubes europeus e contratou a grande promessa do futebol africano, Rabiu Ibrahim, por 900 mil euros. Um investimento significativo se pensarmos na realidade do Sporting. O jogador, entretanto, continua a valorizar-se: foi campeão mundial sub-17, campeão africano sub-20 e terminou ontem a participação no Mundial sub-20 com um golo frente à Alemanha.
Um jogador destes, com potencial e com mercado, deveria merecer especial atenção dos dirigentes. No entanto, o Sporting pretende colocá-lo a rodar no Real Massamá juntamente com vários ex-juniores (incluíndo os excelentes Pedro Mendes e Diogo Rosado) e o jogador, compreensivelmente, não parece muito satisfeito com a solução. Resultado, com uma renovação agendada para 2010, data em que o Sporting se comprometeu a oferecer-lhe o primeiro contrato profissional (com um vencimento, segundo consta, de 130 mil/ano) criou-se aqui um conflito que poderá acabar com a saída do jogador a custo zero no final da época. E isto seria, a todos os níveis, lamentável.

terça-feira, outubro 6

Carta ao presidente

Sr. Bettencourt, agora que está claro para todos que a bandeira da sua candidatura foi um erro brutal (aliás, antecipado por bastantes adeptos), faça favor de tratar do assunto. Elogie o trabalho do homem e a defesa que fez do clube mas é urgente começar a preparar as próximas épocas. É que esta já está irremediavelmente perdida.

Jesualdite A

Pode-se dizer que há um Jesualdo em cada treinador da Liga. Mais uma vez num jogo contra o Benfica (jogo grande para as equipas ditas pequenas) o treinador altera todo o trabalho de época e inventa uma estratégia de uma semana para combater o gigante. Resultado? claro como a água, derrota e barafunda táctica. Em Olhão, o Porto vale-se outra vez dos seus melhores recursos: Falcao, Bruno Alves e, desta feita, Belluschi a dar um ar da sua graça. Em Alvalade, mais uma tremideira. Cada um joga para si e à sua vontade, sem método e sem ideias colectivas continuando o filme (negro) da época.

O campeonato começa a definir-se e a jornada que findou hoje na capital do móvel tinha três jogos de alto risco para os grandes. O Porto deslocou-se ao Algarve e depois de um início aguerrido por parte dos de Olhão superiorizou-se e partiu para a baliza de Veríssimo sob a batuta de Belluschi, que apareceu mandão e mais próximo de terrenos que dão visibilidade à sua qualidade no último passe. Foi o primeiro capítulo da (esperada) conexão entre Belluschi e Falcao, esperando-se novos episódios para a sua confirmação. O jogo acaba por ter um resultado demasiado pesado para a equipa de Jorge Costa que está ainda demasiado verde para jogos deste calibre. O Porto passou num teste que eu esperava mais difícil.

Horas antes, em Alvalade, mais do mesmo. O retrato do Sporting pode muito bem ser feito em dois ou três lances. Num deles, Yannick tem linha de passe (como tantas e tantas vezes) mas prefere o remate... inconsequente como é seu apanágio. Depois, Pereirinha tem também linha de passe mas prefere chutar de esquerda para um golo só presente no seu imaginário, deixando Caicedo e Liedson, em posição de golo, furibundos com o jovem lateral/médio/ala/ou aquilo que o seu treinador quiser. Em seguida é Caicedo que tem tudo para fazer o golo mas acanha-se e decide tentar fintar o guarda-redes do Belenenses. Tudo más decisões que deram nulo porque o futebol do Sporting não se apoia num método (seja ele qual for) que ajude os seus jogadores a decidir. Já vi pessoas despedidas com mais trabalho demonstrado.

Em Paços, mais uma crise de Jesualdite. Ora deixa cá ver, para o próximo fim de semana é contra o Benfica, então é hora de invenções à professor Pardal, deve ter pensado Paulo Sérgio. Deixo os meus melhores jogadores no banco e abdico de meses de treino para experimentar algo de uma semana, vamos ver no que dá. Afinal de contas ninguém se importa se eu perder contra o Benfica.

E eu que pensava que a derrota na Grécia tinha contribuido para os treinadores portugueses abandonarem o mito das invenções contra o Benfica. Num dos únicos jogos em que lhes é permitido perder entregam de bandeja a vitória às águias com uma descaracterização completa da equipa. Não seria mais lógico testarem, contra a equipa que pratica o melhor futebol em Portugal, o seu método? Assim nem é carne, nem é peixe, é uma sorte! na maioria das vezes... azar.

Não querendo tirar o mérito ao Benfica, que demonstra uma competência extraordinária, penso que muito do seu bom jogo tem que ver com esta mudança súbita dos treinadores quando o enfrentam. Terá que ter algum peso uma descaracterização, por vezes total, dos seus adversários. Ainda assim, seguem para bingo a ritmo de campeão e com o melhor futebol da Liga.

segunda-feira, outubro 5

Paços 1 SLB 3 - O dia e a noite.

Mais uma vitória num terreno difícil, mais três pontos, ganhos sem a presença de alguns titulares. Depois de uma primeira parte muito bem jogada, a equipa do SLB não foi capaz de controlar o adversário como se exigia.
Os primeiros 30 minutos deram vantagem de dois golos e o SLB apresentou, neste período, um bom futebol, apesar das baixas de Pereira, Aimar e Di Maria. Martins nem esteve mal mas saíu ao intervalo (lesionado?).
De positivo foram mesmo os três pontos e mais um golaço de Cardozo que, com Falcao, promete luta até ao final do campeonato pelo título de melhor marcador.
Mas nem tudo foi positivo. Aliás, a segunda parte deixou-me bastante apreensivo. Individualmente houve jogadores que continuam a demonstrar pouca qualidade. Ruben Amorim nunca faz uma boa opção e quando alguma coisa lhe sai bem, estraga-a no momento imediato. Nem a lateral, nem a médio. Shaffer continua demasiado nervoso, assim como Quim, que parece adorar chutar bolas para a bancada. Peixoto, no contexto em que entrou, dificilmente faria melhor do que "zero" já que, normalmente, já é um "zero".
Não gostei de ver a equipa a ceder espaços ao Paços. Não gostei de ver pouca atitude (David Luiz em grande no lance do golo dos Pacenses) e não gostei de ver total incapacidade em contra-atacar. Se calhar, uns assobios, de vez em quando, não faziam mal nenhum.
Por fim, o árbitro. Mais uma penalidade vergonhosa que ficou por marcar (quantas são já?). E gostei particularmente da falta que assinalou à entrada da área do SLB logo após o 3-0. Uma simulação ordinária do pacense e falta assinalada. Afinal não é só o Lucílio que vê "cenas". Este Ferreira também as vê.

Não bastava o mau futebol...

O Sporting continua a descer e acredito que o fundo do poço ainda não foi alcançado. O ciclo de más exibições continuou (mesmo depois dos jogadores reconhecerem que contra o Hertha a exibição foi vergonhosa) e, pior, os maus resultados acompanham a qualidade exibicional.

Não adianta lamentar as oportunidades perdidas por Postiga e Caicedo. Uma equipa que se diz candidata ao título não pode criar apenas 3 ou 4 hipóteses de golo contra uma das equipas medianas da Liga. É penoso ver Liedson sem vontade de pressionar o guarda redes como habitualmente faz, ou vê-lo a esbracejar mais de metade do jogo com os companheiros de equipa. Com razão, porque a bola não lhe chega em condições mínimas.

Paulo Bento não é, obviamente, o único culpado. Mas é difícil de engolir um Angulo a titular quando já se percebeu que ainda não está habituado aos companheiros. Ou ver Vukcevic a jogar horrorosamente mal, provavelmente porque nunca na vida será um médio interior. Ou ver Matías, um jogador com imenso potencial, dos poucos com capacidade para criar qualquer coisa diferente, a jogar de forma intermitente.

Este ano há ainda um problema adicional e que tem contribuído para o clima que se vive nos adeptos. O pessoal estava habituado a ver o Benfica tão mal ou ainda pior. O problema é que este ano o Benfica não está a dar a ajuda habitual e está forte na luta pelo título. Pode ser um feeling apenas meu, mas acredito que isto também perturba e muito o ambiente que se vive nos adeptos de Alvalade.

domingo, outubro 4

Desespero?

Mas o que é que o Benfica, ou o fundo de investimento tem a ver com o facto do Sporting não jogar um caracol?
Ninguém obrigou o JEB a fizer que o Pulo Bento é "forever", apesar de eu concordar que na actual conjuntura é a melhor (ou única) solução.
O homem está a ver o chão sair-lhe debaixo dos pés, e tenta o discurso populista?
Não tem mais com que se preocupar na "casa" dele?

200.000

O Benfica ultrapassou a barreira dos 200.000 sócios.
É um número impressionante.
Eu acredito que uma vitória na Liga e uma boa campanha europeia nos aproxime muito mais da meta dos 300.000.
Em 2005 eu diria que era impossível, hoje digo que é muito difícil.

Um Special Braga?

De novo a conversa de Mourinho. Não para falar dos seus sprints em efusivo festejo ou das suas polémicas declarações, respondendo a este ou aquele que não acredita no Special One, mas sim da frase: Quando há uma equipa boa em Portugal, ela destaca-se das outras e ganha com naturalidade.

Uma das componentes que faz um campeonato emocionante é a dúvida e neste momento em Portugal somos abençoados com várias delas. Olhando para o campeonato que mais interessará (a conquista do titulo) reparamos primeiro, nos três grandes, os eternos candidatos. Que poderão eles fazer? Fomos criados por estes hábitos e é por isso que ainda olhamos de soslaio uma equipa que já leva sete vitórias seguidas.

O Braga de Domingos dá razão a Mourinho. De facto, quando há uma boa equipa ela encontra, em Portugal, facilidades que a destacam imediatamente e a tal ponto que um Braga, bem organizado e com princípios de jogo bem definidos, consegue fazer uma série de vitórias que deixa corados muitos treinadores que passaram pelos grandes. Tem sido uma boa equipa e terá agora na regularidade (para conseguir sê-la durante 30 jornadas) o seu maior desafio. Para já, a mal ou a bem, segue deixando a concorrência para trás. Não pelas arbitragens, não pela sorte mas pela cultura de vitória adquirida e qualidade de jogo.

Seguir na frente é um pau de dois bicos. Visto pelo ponto positivo, o Braga dorme tranquilo e assiste sereno aos jogos dos seus perseguidores mas a pressão do lugar mais almejado em Portugal se fará sentir e aí se verá se o epíteto de "boa equipa" assentará a este SC Braga merecidamente invicto.

Só podemos estar contentes por esta estranha variante que entrou na nossa equação já demasiado gasta e previsível. Se com um Benfica mais forte já havíamos ganho uma, um Braga a "puxar pelo cabedal" aos grandes é extremamente interessante para os adeptos de futebol. E para os clubistas será também, mas desde que não se estiquem... Para já, tudo impávido. Segue o adversário metendo bolas de seguida, deixando-nos sempre atrás no jogo. Tudo impávido... somos mais fortes que ele e no tempo certo o nosso jogo assentará e as bolas entrarão. Quem não perdeu já, com este pensamento, jogos de Snooker (ou Pool 8 para os mais aficionados)? É que demasiado tempo atrás faz de cada tacada um penalti na final da Champions e nem todos têm estofo para o marcar. Olhão, Paços e Alvalade terão esta componente.

quinta-feira, outubro 1

Sporting 1-0 Hertha

JOGUEM À BOLA, PALHAÇOS JOGUEM À BOLA
JOGUEM À BOOOOLA
PALHAÇOS JOGUEM À BOLA!

Expert

Até a mim, um confesso anti-benfiquista, me fizeram impressão os comentários do Rui Santos ao jogo de Atenas. O homem insistiu vezes sem conta na má exibição do Benfica, que não apareceu no jogo, que jogou de pijama, etc etc. Pergunto, uma equipa que teve 2 hipóteses flagrantes de golo e mais 2 golos que só por grande mérito do guarda redes não entraram, jogou assim tão mal?

Burros.

Naquele que pode ser considerado o jogo mais complicado da época até ao momento, a equipa não esteve bem. Os níveis de burrice estiveram em alta, com destaque para os de Di Maria e David Luiz. Perder custa sempre mas, nestes casos, ainda mais.
O AEK foi uma equipa medíocre e o SLB nunca conseguiu superiorizar-se consistentemente. Principalmente pela falta de qualidade do jogo defensivo. Muitos passes falhados e demasiadas bolas chutadas para a frente, sem que ninguém consiga perceber o porquê desta opção.
Os últimos cinco minutos foram o espelho do que acabei de escrever. Demasiada burrice a defender e más opções na hora de sair a jogar.
Nem tudo foi mau e, pelo menos, seis oportunidades de golo claras foram contabilizadas. E foi engraçado ver o amarelo a Cardozo. Ridículo, uma vez mais.
O novo formato desta competição possibilita o SLB de recuperar esta derrota e julgo que, na Luz, a vitória vai acontecer com facilidade.
Preocupa-me a insistência no Peixoto, fraquíssimo a defender e uma nulidade a atacar. E estas seriam oportunidades para fazer descansar alguns jogadores mais utilizados, para que estejam nas melhores condições para o campeonato, única competição que deverá interessar ao Clube. Fazer entrar o Nuno Gomes a 10' do fim é para quê?

De calcanhar se furou o colchão

Talvez seja um problema meu não conseguir ver numa vitória as infinitas coisas boas que se dizem depois da mesma acontecer. Certo é que o que fica para a história é ela mesma... a vitória, o sumo do futebol, o mais importante. Contudo, quem a persegue sabe que ela pode cair do céu uma, duas e até três mas se não houver regularidade e trabalho ela acaba por ficar sozinha no meio de um monte de más exibições.

O jogo contra o Atlético de Madrid, ontem no Dragão, teve (até ao minuto 75) todos os contornos daqueles jogos que tanto eu, como a maioria dos portistas, odeia. Equipa presa de movimentos, sem ideias e demasiado ansiosa, o que leva a que o "futebol" conseguido não chegue para criar perigo. Roem-se unhas, comem-se pipocas, chama-se nomes aos árbitros e "inspira-se" os jogadores tratando-os mal, tudo em troca de um golo, de uma bola dentro da baliza. Até ela entrar tudo mal, quando ela entra tudo bem!

O Porto que ontem ganha por um resultado bastante bom ao A. Madrid, teve tantos problemas durante o jogo que me será bastante difícil enuncia-los a todos, mas a estranheza de Tomás Costa à posição 6, o "desaprender" de Raúl Meireles, as intermitências de Belluschi e más decisões de Hulk já devem dar para perceber o meu estado de espírito em relação à exibição portista.

Quem agora consegue reparar que Hélton está bastante bem na Champions, que Fucile fez um enorme jogo e que Bruno Alves é um verdadeiro líder, só o consegue fazer porque ao minuto 76, Meireles faz o que sabe fazer melhor (pela primeira vez no jogo), Hulk foi inconsequente (como quase sempre) duas vezes seguidas, até que Falcao desencanta o momento de magia que fez tudo mudar... neste jogo.

Após o momento magistral do colombiano, as mãos saem da boca ou do balde de pipocas para se erguerem no ar, soltando a pressão de tão má exibição até aquele momento. Que o futebol é lindo toda a gente que se dá ao trabalho de ler isto sabe, mas ele há coisas que não lembram a ninguém.

O adversário de hoje, estando num momento deprimente, tinha tudo para ser vergado pela regularidade futebolística mas só o foi por duas qualidades portistas, o faro de golo de Falcao e o excelente poder aéreo de Bruno Alves. Se alguém me dissesse que o Porto conseguiria ganhar ao A. Madrid só com isso eu rir-me ia, mas agora que aconteceu não estou com grande vontade de me rir.

O Porto tem muito trabalho pela frente se quiser chegar ao nível do ano passado. Mas já agora uma coisa eu agradeço, aos deuses (ou a Radamel Falcao), a moral que uma vitória, ou duas, sem jogar patavina pode fazer... lembram-se de Kiev? Parecia magia...