quinta-feira, outubro 22

Como se diz Ferrero Rocher em cipriota?

Dizem os amantes da teoria futebolística que há cinco momentos no jogo: defesa, transição defesa-ataque, ataque, transição ataque-defesa e bolas paradas. Se analisarmos o jogo do FC Porto ontem, vemos facilmente que só em dois deles o Porto mostrou competência. Desta vez chegou, porque os cipriotas ofereceram facilidades, mas ainda não há Porto Champions como se vem augurando.

Um dos jogadores portugueses do APOEL (não sei precisar qual dos três) assegurou na (sua) antevisão ao jogo que o empate já seria bom e que a equipa cipriota teria que se apresentar bem "fechadinha" e que teria de ser competente no contra-ataque, vulgo transição defesa-ataque. E até começou por o conseguir.

As camisolas laranjas rapidamente formaram uma primeira muralha que fazia chegar ao portador da bola dois jogadores, o que fez bloquear (e de que maneira) o jogo de ataque portista. Jogo aos engasgos que iria beneficiar um dos principais momentos de jogo para os cipriotas que conseguiram mesmo chegar ao 0-1. A partir daí caberia ao Porto provocar o contrário ao APOEL, mas esse momento do jogo de tão importante que é pode também ser provocado por outras razões. Até esse momento já se tinham verificado várias perdas de bola por parte da equipa de Nicósia e quem via o jogo com olhos de ver sabia que se o golo portista chegasse teria de vir de um brinde de algum dos elementos de laranja. Transição aproveitada, por Falcao e Hulk, da melhor maneira e 1-1 no marcador.

Ao intervalo, assim como depois do jogo, culpou-se um único jogador pela falta de organização atacante do Porto mas a verdade é que o FCP de Jesualdo nunca esteve (sim, nem com Lucho embora fazendo-o melhor) mecanizado para jogar em ataque continuado, o que para mim é uma falha crassa, mesmo que muito bem compensada pelo excelente aproveitamento do contra-ataque. Cabe-nos a nós portistas e também a Jesualdo entender se um Porto só de transição e com um ataque organizado extremamente fraco será capaz de cumprir objectivos.

Segunda parte e mais um brinde, desta feita oferecido pelo árbitro. Grande penalidade muito duvidosa que Hulk converte em golo seguida do melhor momento dos portistas. A muralha fluorescente estava desfeita e a linha de quatro defensiva do APOEL não era incómodo para Hulk e companhia que eram agora municiados por um Cebola que também rende a meio-campo. Ainda deu para ver o contrário do que tem sido costume com Falcao entrar para dentro da baliza e a bola passar ao lado e ver uma mão dentro da área, desta feita, não castigada com grande-penalidade até Mariano ser expulso por uma pseudo-agressão que, não vão os árbitros ter problemas com a UEFA, tem que ser castigada.

Até ao fim foi ver que os cipriotas têm muito trabalho até saber o que é jogar com bola e aguentar o jogo-directo até à área portista. Aproveitados os doces acabou por ser melhor o resultado que a exibição, ainda para mais com o apuramento tão perto. Faltam quatro pontos no que pode ser o apuramento mais fácil dos últimos anos, resta esperar que não tolde a visão dos responsáveis portistas, que já com muitos anos de futebol não se podem deixar enganar por dois momentos do jogo bons contra três que deixam muito a desejar.

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