A qualidade dos treinadores em Portugal é assunto que se vê debatido na blogosfera por várias vezes. Fora dela, encontramos as tradicionais conversas de árbitros e as famosas teorias da conspiração. Sendo que tudo isto faz parte do futebol, o que valerá a pena discutir? terão os árbitros e dirigentes maior relevância no jogo que os treinadores e decisões dos jogadores?
O resultado que dá o mote para este post é a fantástica vitória, ontem à noite, do Rubin Kazan em Camp Nou. O jogo (futebol) em si é extraordinário e nem o melhor futebol do mundo tem vitória assegurada, o que torna a probabilidade um factor essencial. As condicionantes do jogo são imprescindíveis e a maioria delas está bem espelhada no campo, sítio esse que muitos nunca pisaram e por isso nunca sentiram o que é ser melhor e ainda assim perder. Claro que "ventos", "chuvas" e "trovoadas" têm o seu papel, mas é lá,no campo, que se nota o porquê de uma derrota.
Para isso, está o Porto avisado. A voz do seu treinador é experiente e já, ontem, alertou para as condicionantes do jogo, quando já muitos, à espera da jornada dupla contra o APOEL, festejam o apuramento. Nada mais enganoso.
Sob a batuta de Jesualdo Ferreira, o FC Porto conseguiu apurar-se duas vezes em primeiro lugar do grupo e uma vez em segundo. Resultados brilhantes mas nunca conseguidos sem dificuldades, que será o mesmo que dizer: assobiadelas dos velhos do Restelo ou novos pipoqueiros, como quiserem. Em todas elas esteve a mão do professor, renovando equipas atrás de equipas e mantendo sempre o estatuto de clube a seguir em frente na Champions. Tem o seu modo de jogar e treinar, acredita no que treina e encontrou no Porto um lugar à imagem do chavão com que José Carlos Malato nos brinda, quase, todas as noites: "Aqui já fui feliz". Jesualdo ainda o é e poderá ser mais. Dizem que só no Porto é que uma vassoura consegue ser um jogador, dizem que só no Porto é que um roupeiro conseguiria treinar uma equipa e ser campeão e procuram a explicação mais lógica para eles, descurando o que eu escrevi umas linhas acima.
Não há deuses no futebol, até mitos como o próprio D10s e o brilhante Zé da Europa se vêm questionados. Se calhar terão que encontrar outro lugar para serem felizes...
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