sexta-feira, dezembro 28

Se não tratamos bem do que é nosso, é legitimo pedir que nos tratem bem?

Parece-me um pouco um lema que define e bem o que pode ser um balneário de uma equipa de futebol.
Muitas vezes apelidado de profissionalismo, dedicação ou até de mistica, o que será que faz com que um grupo de jogadores defenda mais um clube que o outro?
O amor á camisola poderia ser uma resposta, mas o gosto pelos milhões e pelas grandes competições deverá ser o que mais motiva um jogador nos dias de hoje.
Ora não tendo os milhões, nem as grandes competições no horizonte, restará a um clube como o Sporting apostar nesse tal amor á camisola.
E em Alvalade é quase automático falar de formação, como a tal resposta a quase todos os problemas.
No entanto, seremos um clube que trata bem do que considera o seu mais precioso activo?
Vejamos o que é a formação hoje em dia no Sporting. Indo por casos:
Rui Patrício será a excepção que confirma a regra. Aposta efectiva de um treinador que soube manter a confiança no jogador apesar de muitas oscilações de rendimento (e muita constestação) no começo da carreira, é hoje o nº1 incontestável do clube e da selecção.  Menos sorte tiveram outros.
Cédric por exemplo. O único vice campeão sub-20 no plantel (N.Reis anda por Olhão, A.Cá serviu para pagar Jeffrén e Baldé dispensado para o Guimarães) foi aposta de Sá Pinto no inicio da época. As coisas não correram muito bem (como não correram a quase ninguém) mas ainda assim nestes dois ultimos jogos marcou um golo de bandeira e fez a assistência para Wolfs contra o Marítimo. No entanto, a confiança em Alvalade já não será muita e já se houve falar por aí  num negócio com um João Pereira B em troca com Izmailov.
Carriço é outro dos casos. Capitão da equipa, não teve (há que reconhecer) a evolução esperada face aquilo que prometia nos anos de Paulo Bento. Ainda assim, conseguiu no ano passado ser útil numa nova posição e a polivalência poderia ser um trunfo a seu favor. Mas logo de seguida vieram  Boulahrouz e Gelson, e Carriço passaria a sers apenas a terceira opção para ambos os lugares. Está de saida, sem glória e quase incógnito. E isto depois de quantos anos de clube?
Adrien não poderia ser o novo Moutinho. Haveria que conseguir que o jogador renovasse e ficasse no plantel. Era um mal agradecido se não renovasse, um mercenário mas quando renovou já pouco se ouviu falar em Adrien. Em muitos jornais e blogs sportinguistas já dizem que estará na próxima lista de dispensas do clube.A acontecer faltariam-me as palavras para descrever o comportamento do clube com o jogador.
Falta André Martins para completar o lote de jogadores formado no Sporting que começaram a época no plantel principal do clube. Apontado como o mais promissor da sua geração (os sub-21 que falharam o Europeu por um golo), tem estado desaparecido nos lotes de convocados. Jogou um jogo pela equipa B e depois nunca mais se ouviu falar dele. Deverá ter também guia de marcha nos próximos tempos.
Temos também o caso de Wilson Eduardo, que na Académica já teve ter marcado quase tantos golos como Wolfswinkel, mas acho que o meu ponto de vista já está bem explicado.

Por fim, vejamos a lista de contratações que anda a circular por ai. Um lateral direito, um central, talvez um médio centro e um avançado.
Curioso!!!

E assim, pergunto novamente, será legitimo pensar ou até justo pedir que sejam os putos da Academia a salvar o Sporting?

quinta-feira, dezembro 27

Tem a palavra o CD.

Porque apesar de nem sempre concordar com as tomadas de posição desta gente, temos de ter o discernimento de perceber o óbvio, subscrevo este comunicado.

Para quem for preguiçoso e não quiser abrir o link:

1. De acordo com o despacho de acusação proferido contra o arguido Sr. Pereira Cristóvão, o mesmo terá praticado, no exercício das suas funções de vice-presidente do CD do Sporting Clube de Portugal (SCP), um total de sete crimes, a saber, um crime de burla qualificada, um crime de branqueamento de capitais, um crime de devassa por meio de informática, dois crimes de peculato, um crime de acesso ilegítimo qualificado e um crime de denúncia caluniosa qualificada.

2. Os factos relatados no despacho de acusação revestem-se, em abstracto, da maior gravidade e, se verdadeiros, terão sido e serão causadores de pesados danos à honra e ao património da instituição SCP.

3. Face à natureza dos sete crimes imputados ao arguido Sr. Pereira Cristóvão, é forçoso concluir que o SCP é, relativamente aos crimes de burla qualificada e peculato, a pessoa ofendida, tendo por isso legitimidade para se constituir como assistente no procedimento criminal em curso, como resulta do disposto no art. 68°/1/a do Código de Processo Penal (CPP).

4. A isto acresce que, relativamente a todos os crimes imputados ao arguido Sr. Pereira Cristóvão, é também forçoso concluir que, a confirmarem-se os factos indiciados, o SCP terá sofrido danos patrimoniais e não patrimoniais causados pelos mesmos, o que o legitima a deduzir pedido de indemnização civil no procedimento criminal em curso, como resulta do disposto no art. 74°/1 do CPP.

5. Mais que um direito, a Candidatura Independente considera que a constituição como assistente e a apresentação de pedido de indemnização pelo SCP são um dever a que o CD não pode deixar de dar cumprimento, sob pena de enjeitar todo o património cultural e histórico do SCP e dos seus associados.

6. Efectivamente, os estatutos do SCP impõem a Lealdade como um dos atributos que devem constituir apanágio de toda a actuação do Clube (art. 7°).

7. Os mesmos estatutos impõem que os sócios do SCP devem possuir idoneidade e não podem ter contribuído, através de comportamentos indignos, para o desprestígio de qualquer instituição desportiva, cultural ou recreativa (art. 14°/2).

8. Os estatutos do SCP impõem ainda, como dever de todos os sócios do SCP, o de “manter impecável comportamento moral e disciplinar de forma a não prejudicar os legítimos interesses do Sporting Clube de Portugal, nomeadamente defendendo e zelando pelo património do Clube” (art. 21°/g).

9. A violação de tais deveres constitui infracção disciplinar nos termos dos mesmos estatutos, sendo a sanção especialmente agravada quando cometida por membro dos órgãos sociais em exercício de funções (art. 27°).

10. Ora, os factos indiciados apontam – e fazem-no com suporte probatório sólido, nomeadamente em termos documentais – para uma actuação que, a confirmar-se, viola em toda a linha a matriz do SCP e os deveres de conduta dos seus sócios e, em particular, dos membros dos seus órgãos sociais, tal como consignados nas normas estatutárias acima referidas.

11. O CD do SCP tem assim a responsabilidade indeclinável de demarcar o Clube dos comportamentos imputados ao arguido Sr. Pereira Cristóvão, sinalizando perante toda a comunidade que a instituição não pactua com tais comportamentos nem permanece indiferente quando se vê envolvida nos mesmos.

12. Não está em causa a presunção de inocência que assiste e sempre assistirá ao arguido Sr. Pereira Cristóvão até ao trânsito em julgado de eventual decisão condenatória.

13. Em causa está, sim, a necessidade de o SCP, enquanto sujeito central dos factos em discussão no procedimento criminal, intervir activamente neste procedimento para defesa dos seus direitos - sendo que o momento presente é o legalmente previsto para esta intervenção, que não pode ser protelada até que na justiça penal se estabeleça qualquer juízo de censura definitivo.

14. Deve referir-se que a posição processual do assistente é, nos termos legais, a de colaborador do Ministério Público e de subordinado à actividade deste, ou seja, a de exercer a acção penal no quadro do princípio da legalidade, pugnando pela descoberta da verdade e pela realização da justiça de acordo com critérios estritamente objectivos.

15. Deve notar-se ainda que, relativamente ao crime de peculato, qualquer pessoa tem o direito de se constituir assistente no processo, atendendo ao estatuto de utilidade pública do SCP, enquanto entidade alegadamente lesada.

16. Neste contexto, seria em absoluto incompreensível que essa mesma entidade renunciasse a uma defesa enérgica dos seus próprios direitos, ficando inerte perante uma tão grave imputação delituosa.

17. Nos termos estatutários, é ao CD, enquanto órgão competente para a prática dos actos adequados à realização dos fins do SCP e à aplicação dos seus estatutos, que cabe representar o Clube em juízo.

18. Face a todo o exposto, a Candidatura Independente interpela o CD para que, em representação do SCP, utilize em toda a sua extensão as faculdades processuais que lhe assistem, levando até às últimas consequências a busca pela verdade e pela justiça.

19. Também ao Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) empossado em 27 de Março de 2011 se exige acção pronta e determinada em todas as vertentes suscitadas pelos factos e desenvolvimentos conhecidos ao longo dos últimos dias.

20. Recordamos que, em comunicado de 26 de Junho de 2012, o CFD propôs que o inquérito interno para averiguação dos factos imputados ao arguido Sr. Pereira Cristóvão aguardasse a conclusão da investigação criminal então em curso, o que possibilitaria um conhecimento mais aprofundado dos factos em causa.

21. Concluído que está o inquérito criminal e deixando o processo de estar sujeito a segredo de justiça, mostram-se agora ultrapassadas as limitações aos “poderes investigatórios” do CFD que o impediram de confirmar ou infirmar a realidade daqueles factos.

22. Assim, impõe-se que o CFD incorpore no processo interno de averiguações todo o material probatório existente no processo de inquérito criminal, procedendo, nos termos prescritos nos estatutos do SCP, em conformidade com os factos em causa, os quais, em abstracto e como já se referiu, se revestem da maior gravidade em sede disciplinar, justificando uma investigação aturada e, sendo o caso, uma reacção veemente e exemplar do órgão social competente nessa matéria.

quarta-feira, dezembro 26

Curtas.

1. O Benfica prepara o embate contra o FCP mas até lá ainda há que vencer o Estoril fora e o Aves em casa, para a Taça de Portugal. Bruno César está, aparentemente, no mercado. É verdade que o brasileiro não tem estado especialmente bem mas, na minha opinião, poderia ser importante numa fase mais adiantada.

2. Por falar em mercado, espero que não saia nenhum jogador, muito menos Garay ou Cardozo. Os reforços serão os Andrés, Aimar, Martins e, eventualmente, um médio defensivo de qualidade. Acho que chega, não?

3. O defesa central leonino Rojo diz que espera que o FCP seja campeão. Deve ser estranho ouvirmos um jogador do nosso clube ter este tipo de declarações mas, ao mesmo tempo, diz bem aquilo que é, hoje, o SCP.

4. Mourinho enfrenta o maior desafio da sua ainda curta carreira. Em Madrid já pouco importa o futebol que se pratica, aquilo é uma luta de galos que vai fazer vítimas, para um lado ou para outro.

domingo, dezembro 23

Eduardo Barroso e o SCP

Este senhor personifica muito bem o que é o meu clube neste momento. Ninguém sabe muito bem o que fez para ajudar o Sporting como dirigente (já sei que marcou assembleias mas que depois não pôde ir, não sei bem porquê). Mas sim, sei, que vai à televisão cobrar não sei quantos euros para dar voz ao seu sportinguismo.

Hoje a entrevista que dá, em grande destaque na Bola, claro, não tem qualquer tipo de palavras. Pelo discurso, pelas acusações, pelo timing. Mais merda em cima da mesa, que só vai trazer mais confusão. Para quê? Eu não sei. Mas de certeza que este senhor, que já fez tanto pelo clube, deve saber muito bem.

quinta-feira, dezembro 20

Um Mál(aga) nunca vem só?

Belo desafio para o FC Porto, que é este Málaga de Pellegrini. Ao obter excelentes resultados, a equipa espanhola foi mesmo uma das melhores na fase-de-grupos. No La Rosaleda foi fulminante, fora-de-portas foi competente quanto baste para assegurar o primeiro-lugar, num grupo onde estava presente o AC Milan. Coisa que, por exemplo, o FC Porto não conseguiu.

Ainda assim a eliminar 'embaralha-se e dá-se outra vez'. É tudo diferente, sendo que este desafio não anda muito longe do grau de dificuldade que o Porto de AVB teve quando defrontou o Villareal, nas meias-finais da Liga Europa.

Vai ser muito mais equilibrado - como o Submarino Amarelo merecia em 2011 -, não se esperando por isso a 'manita' que aguentou os dragões no El Madrigal. É acima de tudo um desafio para manter a identidade e para, se tudo correr bem, reforçá-la para as eliminatórias seguintes. Isto se ela existir realmente (em Paris não houve grande prova disso).

Taça da Liga.

A Taça da Liga é uma competição que, aos poucos, tem ganho uma notoriedade e importância cada vez maiores no contexto do futebol nacional. A maioria dos clubes da 1ª Liga agradece a competição, não apenas pelos valores monetários em jogo (muito mais do que na Taça de Portugal) mas também pela competitividade que oferece.

Obviamente que esta fase de grupos pode ser pouco entusiamante, mas isso só acontece porque as equipas "grandes", pouco têm investido nesta competição, jogando sempre com as segundas linhas e desprezando uma competição que até lhes pode dar algum dinheiro.

A verdade é que as coisas mudaram um pouco e a competição, até pela tendência que tem em resultar em jogos entre Benfica, Porto, Sporting ou Braga nas meias-finais, tem hoje um élan mais profissionalizado, competitivo e moderno. A equipas investem mais nesta competição e aquela fase de que esta não conta para nada já passou.

As finais têm sido bem organizadas, com espectáculo nas transmissões televisivas e, para clubes como o Paços de Ferreira, por exemplo, quando atingem a final, é uma verdadeira festa.

Por isso custou-me ontem, no jogo entre o Olhanense e o Benfica, ver uma partida de futebol arbitrada por um incompetente, cheio de complexos e que fez um autêntico recital do apito. Paulo Baptista já cá anda há muitos anos, e sabemos bem a fazer o quê. Mas já era altura de meter estes Paulos Baptistas na reforma porque não demorarão a estragar por completo mais uma competição.

quarta-feira, dezembro 19

Curtas.

1. O Benfica é líder isolado e tem apresentado uma consistência no seu jogo que enche os benfiquistas de esperança. O futebol praticado não é espectacular mas tem tido bons momentos, bem contrabalançados com uma eficiência indesmentível.

É certo que nos encontros mais complicados os resultados não foram positivos (Braga, Barcelona x2, Celtic e Spartak) mas vencemos em Alvalade e já fomos à Mata Real, aos Arcos e a Barcelos, campos tradicionalmente muito compicados.

2. No Sporting continua o calvário. A equipa não responde em campo e Vercauteren está a prazo, com a entrada de Jesualdo. Não consigo sequer entender esta contratação mas a verdade é que o belga não conseguiu alterar a dinâmica de derrota e já está nos números de Sá Pinto, o que só pode ser mau sinal.

3. Godinho Lopes deu uma entrevista cheia de mundanidades e lamentos. O "futuro" em vez do "passado", os gastos mensais que são pesados (como se tivesse ele herdado esses gastos, sem qualquer responsabilidade). Por fim, voltou a acusar Luís Filipe Vieira de não ter respondido a um SMS (podia ter mostrado o SMS), porque pelos vistos não fez nenhum telefonema, conforme tinha sido avançado.

4. Villas-Boas aguentou bem o barco nestes importantes últimos jogos e o seu Tottenham está já em quarto lugar. Se o título é impossível (nem serquer é o objectivo), a verdade é que o acesso à Liga dos Campeões pode ser uma realidade. Contudo, uma sequência de dois ou três jogos sem vencer relegará a equipa para o meio da tabela. Mas lá que passa o Natal, passa.

5. Mourinho continua o desespero em Madrid. A equipa pratica um futebol pouco cativante e está já incapacitada de lutar pelo título. Continuo a achar que o português ainda não entendeu que aquele clube é enorme, muito maior do que ele próprio. Fica a Liga dos Campeões, que será a única forma de Mourinho vingar na capital espanhola.

6. O SectorB32 deseja a todos os leitores um bom Natal e mais um ano cheio de bola, que é, para o bem e para o mal, o que se quer.

terça-feira, dezembro 18

Rescaldo da Madeira

Pela segunda parte contra o Nacional e pela maior parte do jogo contra o Marítimo, já se viu pelo menos outra atitude em campo e em situações de desvantagem lá conseguimos empatar. Coisa pouca segundo uns, o Sporting pode e deve chegar a muito mais. Mas nesta fase há que se agarrar a qualquer coisa e eu, á falta de algo melhor,  fico para já com este facto.

Outra coisa é analisar porque é que chegamos a estas situações de desvantagem 
Uma total desorganização, uma defesa que só mete água em cruzamentos para a área, um meio campo que deixa buracos por mais que Rinaudo e Elias corram em campo e lá na frente, vamos sobrevivendo com Wolfs que vai facturando sempre que pode e pelo menos parece que com Viola já encontrou um companheiro lá na frente. Jeffrén e Carrillo mostraram-se demasiados inconsequentes outra vez....

Vamos agora de férias. Vercauteren tem agora mais tempo para começar a mostrar mais serviço.
Pedem-se mais vitórias em Alvalade.

segunda-feira, dezembro 17

O Sporting e a sua obsessão por Managers

Com Jesualdo Ferreira como novo manager do Sporting, renova-se o que para mim tem sido uma das principais características institucionais do clube nesta última década e que basicamente se resume á seguinte frase: "Precisamos de quem perceba de futebol!!!".
De Carlos Freitas a Costinha, de Pedro Barbosa a Couceiro, já vários foram os modelos tentados e inúmeros os nomes que passaram por Alvalade. No entanto, poucos deles fizeram história.
Godinho Lopes tenta agora de novo, encontrar a fórmula de sucesso recorrendo no entanto a modelos do passado.
Parece-me a mim que será fazer a mesma coisa, esperando resultados diferentes, mas também por outro lado me parece que nesta altura, dado o ambiente em Alvalade,que qualquer decisão que se tomasse seria sempre criticada.

Por fim, e sem querer também sugerir que devemos copiar o modelo de outros, quem é o manager dos três da frente e que responsabilidades têm estes na gestão do futebol do clube que representam?
Jesualdo Ferreira no entanto já avisou: "Vou ter plenos poderes!!!"

Não sei, se calhar preferia um presidente que gerisse o futebol de perto, apostando num treinador de alto perfil com uma boa rede de scouting, com 2/3 conselheiros de confiança ( tipo Aurélio Pereira) e um director de futebol mais focado na gestão do dia-a-dia.

Com Jesualdo Ferreira vamos ter mais um ego no clube e é caso para perguntar pegando na entrevista de Godinho de ontem : Será que estes( os egos) se vão sobrepor de novo ao interesse do Sporting?  

Jesualdo no Sporting

E eu a pensar que, pior do que estava, era impossível!

sábado, dezembro 15

SLB 4 Marítimo 1: and the Oscar goes to... Cardozo.

Vitória justa da única equipa que quis vencer. O Marítimo marcou um golo irregular e o Benfica chegou à vantagem num lance de mão casual, na minha opinião. O jogo foi razoável, perante uma equipa muito compacta e defensiva. Muitos golos falados pelos encarnados. Enorme jogo de Matic. Que jogaço. Feliz regresso de Enzo, bom André e Jardel. Cardozo, vezes três. Mas que cabeça devem ter alguns. Lima uns furos abaixo, precisa de um golo.

sexta-feira, dezembro 14

O Sporting e essas desconsiderações...

Foi uma semana difícil (mais uma) para todos os sportinguistas. A uma crise financeira, desportiva e institucional, sumou-se uma dolorosa derrota face ao eterno rival no nosso próprio estádio. Há quem diga até que esta é a maior crise de sempre do clube e que nada será como antes a partir de agora.

Vêm aí tempos ainda mais difíceis temo eu. No entanto, há factos, palavras e considerações que não podem nem devem passar impunes. Já se diz o que se quer do Sporting, e goza-se da maneira mais parva e estúpida mostrando muitas vezes a mesquinhez e estupidez de certas pessoas e instituições.

E ainda que tenha evitado ler jornais ou ver programas televisivos, consegui ainda encontrar o exemplo da TSF com esta brincadeira das lagartixas, o presidente do Benfica inchado a chamar directamente de aldrabão ao presidente do Sporting, e depois essa personagem do futebol do passado a dizer que nem os juniores perdiam em Alvalade, etc, etc, etc...

O Sporting está mal, está em crise, e muito possivelmente vai passar ainda por momentos ainda mais difíceis no futuro próximo. Mas isso não é razão para que se desconsidere o clube de uma maneira pouco respeituosa.

O Sporting precisa de se encontrar e voltar a estar no sítio onde por direito e pela sua dimensão merece estar. Muito provavelmente vai demorar alguns anos, mas que ninguém tenha dúvidas que estaremos de volta.

Enquanto tivermos os adeptos que temos, as tradições e qualidades que nos fizeram ser quem somos, o Sporting será sempre grande. Mesmo se calhar se tivermos que enterrar um modelo de clube e passar uns anos numa travessia de deserto...

quinta-feira, dezembro 13

Penálti de Cardozo.

Que o PB, do Lateral-Esquerdo, é já uma referência dos blogues da bola, disso ninguém tem dúvidas. E é com todo o prazer que deixo aqui no SectorB32 um "post" dele, referente a Cardozo. Leiam, aqui.

Não serve apenas para explicar o óbvio mas serve, essencialmente, para contra-argumentar ideias feitas e sem nexo.

Cardozo marca muitos golos mas é, ao mesmo tempo, muito mais do que esses mesmos golos. O que se pede mais, afinal, ao avançado mais caro da história do Clube? Eu tenho a resposta: que não se vá embora no fim da época e que continue a trabalhar para ser o melhor ponta-de-lança estrangeiro da história do Benfica.

quarta-feira, dezembro 12

O que se passa?

O Sporting está mal a vários níveis mas é de todo inexplicável o rendimento desportivo deste plantel. É inadmissível que, após 11 jornadas, a equipa tenha somado apenas 11 pontos (?!!) e, como um qualquer Moreirense, apresente um goal-average negativo. A isto temos de contabilizar as eliminações da Liga Europa e Taça de Portugal.

Mesmo que fosse o Paulinho a treinar este plantel, o rendimento teria de ser muito superior. É que não estamos propriamente a falar de um plantel formado por novatos.

Olhe-se para os onzes que Sporting e Benfica apresentaram na 2ª feira. O Sporting apresentou um onze com mais experiência internacional e palmarés individual mas o Benfica mostrou-se superior em quase tudo.

Perder um jogo é natural (ainda para mais um derby, sempre imprevisível). Já a época que o Sporting está a realizar não estaria nas previsões do mais pessimista dos sportinguistas nem nas mais optimistas dos rivais. Acredito que os jogadores são homens de carácter e precisam dar outra imagem, até porque estão a pôr em causa o seu futuro profissional.

Até agora, só Patrício e Van Wolfswinkel apresentam um rendimento aceitável. É pouco, muito pouco...

terça-feira, dezembro 11

Master Cardozo.

Já não há adjectivos que descrevam toda a importância que o enorme tacuara tem na história do Benfica. Ontem, mais uma vez, brilhou e ofuscou as imbecilidades lancinantes de gente mesquinha que, dizem, gostam apenas de falar de futebol mas que, quando a azia lhes inunda a boca de mau hálito, deixam cair a máscara que já ninguém acredita ser só isso, uma máscara.

Segundo o site oficial da Liga, Cardozo foi o autor dos três golos do Benfica. Não sei se foi, se não foi, nem isso me interessa porque, para lá do Cardozo (e toda a gente sabe o quanto admiro o jogador) existe o Clube e só esse, verdadeiramente, me interessa. E o Clube venceu o seu grande rival por 3-1, em Alvalade.

O Sporting entrou melhor (perdi os primeiros 20' mas era a opinião geral) e até ao golo foi a equipa mas perigosa. O Benfica, estranhamente, ou talvez não, emprestava o seu meio-campo ao adversário e apresentava um futebol pouco rigoroso defensivamente e inócuo, ofensivamente.

O golo de Wolfs descreve o holandês enquanto jogador: inteligente, rápido e com classe. Sozinho, desfez a (aparente) solidez defensiva dos encarnados. Guardou a bola, soltou-a no momento certo, e concretizou de forma brilhante, perante a oposição de Garay, o melhor central a actuar em Portugal.

A partir deste momento o Benfica subiu e foi à procura do golo. Patrício ia chegando para as encomendas e o intervalo chegou, com risos e galhofa na tribuna presidencial leonina.

Confesso que cheguei a equacionar que a derrora seria inevitável. Não porque o Sporting mostrasse ser superior mas sim porque o Benfica, durante 45', pouco fez, ou quis fazer, para vencer o jogo.

Felizmente, na segunda parte, tudo mudou. Lima ficou ainda mais móvel, Ola deu espectáculo, Sálvio apareceu, Gomes e Matic estancaram o meio-campo dos leões e Cardozo foi letal. O Sporting foi uma equipa sem chama, sem qualidade mas, mesmo assim, quase conseguia chegar ao 2-0. Foi esse o lance do jogo e é nisso que os benfiquistas devem reflectir. Como é possível a equipa encarnada, contra um adversário muito inferior, desmotivado, e a passar uma das piores fase da sua história, estar à rasca?

A resposta é muito simples: não joga um chavelho. Não tem intensidade, não tem personalidade. É uma manta de retalhos em termos ofensivos, onde cada um é livre de fazer o que quer. Defensivamente, e apesar das loas ao trabalho de Jesus, conseguimos sofrer um golo e quase sofrer o segundo (que seria o 2-0, reforço).

Vencer o Sporting é sempre motivo de alegria. Mas, ontem, em Alvalade, estiveram presentes todos os (maus) sinais do futebol encarnado. E mais uma vez, valeu-nos a qualidade individual dos jogadores mais caros da história do Clube.

O Sporting está hoje, infelizmente para os seus adeptos, ao nível de um Gil Vicente. O Benfica, por seu lado, está num patamar muito superior (em todas as nuances: futebol, qualidade individual, treinador, estabilidade directiva e financeira) e tem de ser muito mais exigente.

A falta de exigência num campeonato disputado entre duas equipas leva-nos a fiascos na Europa dos grandes: em três participações, uma foi vergonhosa (2010), outra, fraca (2012) e apenas uma razoável (2011).

O Benfica merece mais e tem de dar mais. Jesus tem tudo para que isso aconteça.

segunda-feira, dezembro 10

Crónica de uma morte anunciada

Quem hoje andava por Alvalade horas antes de começar o jogo, perguntar-se-ia se, na verdade, era dia de derby. Não é que não houvesse adeptos... eles andavam por lá. Mas as caras, os comentários, a atitude era já sinal de que não se esperava grande coisa no dia de hoje.

Mas o jogo não começou mal. Um Benfica estranho sem dar sinais de querer ganhar o jogo, um Sporting com atitude que merecia o resultado de 1-0. Houve então alguém que se perguntava ao intervalo, onde andou esta equipa durante o princípio da temporada? No entanto, faltavam ainda 45 minutos de jogo...

A segunda parte começou, com um jogo mais equilibrado com oportunidades de golo para ambas as equipas. Quem via o Sporting neste momento do jogo, estaria longe de adivinhar o que viria acontecer.

Golo de Cardozo, ou de Rojo?! (no estádio não consegui perceber) e o descalabro físico e emocional da equipa do Sporting a acontecer. Dar a bola ao adversário, defender mal, e ir sofrendo golos até ao apito final (foram 3, mas poderiam ter sido mais). Afinal de contas tem sido assim o Sporting desta época. Com Sá Pinto, Oceano ou Vercauteren.

E eu já nem espero que seja muito diferente até ao final da época. E como já tenho dito aqui, já é tempo de quem ainda anda por Alvalade de começar a perceber isso. De que este Sporting já acabou, não há grande esperança de renascimentos ou milagres. Utilizando palavras mais fortes, este Sporting morreu!!!

Precisamos de outras coisas, outras ideais, de outras pessoas. E de tempo para construir de novo um clube forte, de que todos os sportinguistas se orgulhem. Até lá, eu começaria a limpar a folha de salários de jogadores já veteranos ou pagos a peso de ouro, que o clube não pode sustentar: Elias, Izmailov, Pranjic ou Boulahrouz, por exemplo.

Depois, acho que já é inevitável eleições lá para Abril, Maio. Godinho ficou sozinho perante esta realidade complicada e se acha que tem capacidade para liderar uma equipa como a do Sporting, pois que construa uma lista de convicção e não de ocasião para querer mudar o Sporting.

E depois que sejam os sócios do Sporting a decidir. Sócios e adeptos que hoje deram mais um exemplo de serem o melhor deste clube. Para a história, fica mais uma derrota dolorosa frente ao eterno rival. Tempos difíceis em Alvalade!!!!

O meu derby mais triste

Sinceramente, já não me lembro da última vez que fui a Alvalade com um sentimento de tristeza semelhante ao que tenho no dia de hoje.

Não é o medo da derrota, da goleada, da humilhação face ao rival da segunda circular que me faz sentir assim. Oxalá fosse só isso...

É o ver, o constatar da realidade da situação em que estamos, desportivamente, financeiramente e institucionalmente. E, ao mesmo tempo, olhar para o futuro próximo, e ver que não há sinais de que a situação se altere. Quem sente o clube, não pode de facto alhear-se desta dramática situação em que estamos.

Pensei que a distância ajudasse a relativizar esta triste realidade. Mas hoje que estou de volta à pátria e com presença marcada para mais logo, não posso deixar de sentir uma grande preocupação. E ver o Sporting ao vivo, seja com Benfica, Basileia ou Moreirense, é só mais uma nova amostra, um novo comprovar, da triste situação que estamos.

Oxalá ganhemos hoje, eu pelo menos vou lá estar a apoiar, mas tenho a convicção que já há algum tempo que o futuro do Sporting não passa pelas 4 linhas.

terça-feira, dezembro 4

Não houve Príncipes num Parque que foi tudo menos de diversões

Foi um FC Porto sem a ambição prometida aquele que deixou os três pontos e o primeiro lugar do grupo em Paris. Com o melhor onze resguardado na eliminação em Braga, foi com naturalidade que a expectativa aumentou para a visita ao Parque dos Príncipes, onde a equipa liderada por Carlo Ancelotti esperava poder afastar os seus recentes fantasmas com uma vitória e com a subida ao topo do Grupo A. O empate bastava aos dragões e talvez essa vantagem tenha causado um conforto que nunca permitiu que a equipa fosse ambiciosa o suficiente para travar o talento de Lavezzi, Ménez e Ibrahimovic.

Goradas as expectativas, frustradas as intenções. Foi assim, a nu e cru, que o FC Porto saiu de Paris. Antes, à chegada, as ilusões eram muitas. A equipa de Vítor Pereira, ou pelo menos o seu 'onze' mais forte ia prometendo domínio colectivo e sede de vitória em qualquer campo. Mas o tombo, não poderia ser maior. Nem a vantagem inicial que o empate dava permitiu aos dragões uma entrada tranquila na partida. Os raides parisienses, pelas alas, tomaram lugar logo de início tendo sempre o bombardeiro sueco Ibrahimovic na mira. O perigo rondava a baliza de um Porto que não conseguia segurar o jogo e a posse prometida não passava de 'olhos fechados' e 'bola para o ar'.

Os parisienses jogavam sem complicações e rendilhados, até porque o tempo não jogava a seu favor, e tinham nas transições um dos seus maiores perigos. Escrevem-se 'perigos' no plural porque havia outra arma: a bola parada. Foi já depois de Jackson ter avisado a primeira vez os gauleses, que Thiago Silva aproveita um livre de Maxwell para abrir o marcador e para, pela primeira vez, no jogo colocar os dragões em desvantagem. E sublinhe-se esta desvantagem pois a mesma poderia, e deveria, ter mais importância em todas as linhas que se escreverem sobre este Paris SG-FC Porto. É que a correr atrás do marcador, os dragões colocaram a bola no chão, ocuparam o meio-campo adversário e rapidamente fizeram o golo do empate. A ambição finalmente contagiou a equipa, e Jackson, aos 33', deu enorme sensação de deja-vu a todos os portistas que seguiam o jogo. Cruzamento de Danilo, e o número 9 portista, à Falcao (haverá outra maneira de caracterizar este golo?), antecipa-se ao seu marcador directo e, de cabeça e quase no chão, faz o empate que em 4 minutos tão ambicionado foi.

O golo do colombiano trouxe um maior à-vontade que, à medida que o relógio passava, se foi transformando no tal conforto perigoso que traz os passes errados e as más decisões. E se no campeonato português certos erros passam incólumes, contra um Paris SG carregado de talento individual eles pagam-se, desta feita, com primeiros lugares no grupo, milhões e pontos perdidos. A receita foi sempre a mesma. Aproveitar as bolas perdidas pela organização ofensiva portista para lançar Ménez e Lavezzi. Algo que poderia ter sido evitado se no momento da perda de bola os azuis e brancos estivessem especialmente agressivos e autoritários. Não sendo assim, continuaram os raides, assim como o perigo a rondar a baliza de Helton. E se o jogo já tinha trazido uma sensação de deja-vu boa, outra estaria guardada mas com um sabor bem amargo para os portugueses. É que têm sido recorrentes, nos últimos anos, algumas falhas que oferecem golos aos adversários por parte dos portistas em jogos decisivos na Europa. Neste coube a Helton a oferenda ao deixar fugir por entre os braços um remate de Lavezzi, que acabaria por colocar de novo o PSG em vantagem no jogo e no topo do grupo.

Tudo saiu gorado ao FC Porto, que nem o seu estilo próprio tão sublinhado pelo seu treinador conseguiu evidenciar, saindo do Parque dos Príncipes inferior em todos os capítulos ao seu adversário. Inclusive na tão afamada posse de bola que acabou com um equilibrado 52-48. Pouco para quem reivindicou estatuto de 'jogar para ganhar em qualquer campo'. Agora, Vítor Pereira terá, de novo, de crescer na adversidade e na difícil missão de ter que preparar uma equipa mais ambiciosa para uns 'oitavos' de Champions, jogando num campeonato tão pouco competitivo como o português.