sexta-feira, março 25

Relíquias do Futebol #5 - Cruyff



O Luís já prestou a devida homenagem a Johan Cruyff (na verdade, Hendrik Johannes Cruijff)  mas achei interessante juntar-lhe esta reportagem de Junho de 1973, logo após o Ajax ter ganho pela terceira vez consecutiva a então Taça dos Campeões Europeus. Na época seguinte, seguiria para o Barcelona. Curiosamente, o valor da transferência era tão elevado que o governo espanhol rejeitou. O Barcelona haveria de contornar a situação, registando Cruyff como uma peça de maquinaria agrícola...

quinta-feira, março 24

Johan Cruyff (1947-2016), um dos mais brilhantes jogadores da história do futebol.


Curtas.

1. Conversa de encostado: "Júlio César mostrou-se animado com a recuperação, afirmando que espera regressar "antes do previsto", expressando confiança em Ederson: "Estou encantado com ele. Nunca tive dúvidas, pois sei a qualidade dele."

2. Quem diria que a selecção nacional teria em tão pouco tempo uma renovação tão eficaz? Os nomes são muitos, com qualidade, para uma equipa-tipo que pode conviver com a experiência e a juventude: Patrício; Carvalho e Pepe; Guerreiro e Cedric; William, Sanches e João Mário (Adrien, Danilo, Gomes, Tiago), Dani, Ronaldo e Nani (Rafa, Bernardo Silva). Eu gosto.

3. A converseta dos penáltis é hilariante. Não é normal uma equipa não ter uma única grande penalidade marcada contra si, isso parece-me evidente. Mas quando confrontados com os quase 5 anos que o Sporting esteve sem eles, a resposta de muito sportinguistas é bem elucidativa: mas ficou algum por assinalar?

Não sei o que é mais engraçado, se a comparação entre um ano e cinco, se o acreditar que em 5 anos não houve mesmo nenhum penálti por assinalar. Hoje em dia é praticamente impossível tentar discutir futebol com estes adeptos. Visto de fora, chega a ser penoso, como me confessou um amigo não adepto de nenhum dos grandes.

4. A homenagem a Quinito revelou-nos um homem amargurado e deprimido. E, infelizmente. o culpado parece ter sido o futebol.

quarta-feira, março 23

Benfica revisitado #3



Um adepto do Benfica "criou" esta imagem do golo de Jonas e espalhou pelas redes sociais para ver se os sportinguistas mordiam o isco. Repito, espalhou. Ou seja, tanto a "manipulação" da imagem como a "inundação" das redes sociais foi obra de um benfiquista. Benfiquista esse que ainda ontem de tarde se vangloriava do seu feito em blogs encarnados, como se pode ver pelo link colocado pelo Ace em post anterior.
É um bocado triste mas é uma estratégia que não é nova. Já o que me parece mais surpreendente é que um conhecido frequentador aqui do Sector, já avisado e, de certeza, conhecedor da verdadeira autoria desta imagem, tenha feito hoje, no seu blog, um post, pela hora de almoço, a gozar com os sportinguistas, atribuindo-lhes a adulteração da imagem e consequente distribuição pelas redes sociais. Isto, convenhamos, é ainda mais triste...

Slimani com processo disciplinar por queixa do Benfica

Link: http://www.dn.pt/desporto/benfica/interior/slimani-com-processo-disciplinar-por-queixa-do-benfica-5002092.html


Não sei se está incluida na mini-campanha do costume, ou se é apenas uma tentativa de demonstração de carácter como a de antes.
Mas alguém me consegue explicar como é que uma acção de um lado merece reprovação e castigo, e algo parecido do outro lado é para se desculpar porque  faz parte do jogo e somos nós do Sporting que somos complexados e de mentalidade pequena?
João Mário dá um exemplo de como deveriam ser as coisas....dos dois lados!!!

João Mário marca um belíssimo golo de carácter.

"É um excelente jovem jogador [Renato Sanches]. Tem vindo a mostrar isso no Benfica. A entrada sobre o Bryan Ruiz são coisas que acontecem. Não acredito que tenha essa maldade. São coisas que acontecem num jogo, num dérbi. Não é um jogador maldoso, pelo que tenho visto", afirmou João Mário em conferência de imprensa."

Depois de mais uma mini campanha plantada pelos do costume contra Renato Sanches no passado fim-de-semana, eis que um colega de profissão vem em sua defesa. João Mário foi o meu destaque num post que fiz no final do ano passado e confirma o que escrevi sobre ele: classe, na altura dentro e, agora, fora do campo.

Não faço ideia se o jogador do Sporting vai ser encostado por estas declarações. Mas se for, tem mesmo de vir para o Benfica.

terça-feira, março 22

Dirigente, Estádio -Porta 18 e carro do clube

Um simples copy paste:

- "José Carriço, que chegou a diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores do Benfica, foi detido pela PJ no final de julho por transportar 9,5 quilogramas de cocaína num veículo do clube encarnado"
-" Durante este período foram realizadas ações de vigilância, tendo sido registadas em mais de uma dezena de ocasiões as entradas e saídas da Luz por parte de cidadãos colombianos, com o pretexto de se irem reunir com José Carriço. Estas movimentações faziam-se pela porta n.º 18 do estádio"
é preciso ter em consideração as escutas telefónicas realizadas durante a investigação que indicam que o administrativo ainda tinha funções de liderança no Departamento de Apoio aos Jogadores do Benfica e mantinha uma relação próxima com Luís Filipe Vieira, o presidente do clube encarnado"

Resposta do clube:
"João Gabriel, frisou na noite de quarta-feira ao JN que este é “apenas um problema da justiça com o cidadão José Carriço. Nada a ver com o Benfica”

Aqui está o link: 
http://observador.pt/2015/08/27/operacao-porta-18-entrada-da-cocaina-na-luz-detencao-jose-carrico/"

Deve ser dificil muito dificil ter que digerir isto e ainda vir para aqui com discursos moralistas...
lol

Sporting revisitado #18.


"O líder da Juve Leo foi detido esta manhã, na sequência da operação que levou a detenção de Paulo Pereira Cristóvão, ex-vice presidente do Sporting, adianta o jornal Correio da Manhã na sua edição online.

De acordo com aquele diário generalista, Mustafa, líder da claque Juve Leo, foi detido na operação que foi levada a cabo pela Unidade Nacional de Contra-terrorismo da Polícia Judiciária. Mustafa e Paulo Pereira Cristóvão são suspeitos de assaltos à mão armada na região da Grande Lisboa, sequestros e associação criminosa".

Esta foto é recente, a história tem um ano. E todos são inocentes (até quem aparentemente praticou crimes violentos) até prova em contrário.

O curioso nisto é não ter lido nada vindo do mundo sportinguista, que é sempre tão célere a estabelecer rotas de droga e outros crimes ali para os lados do Estádio da Luz. Não que eu duvide das teorias que apresentam, mas sempre pensei que eram muito mais amigos do "diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és". Pelos vistos, não.

Simão Sabrosa pode estar a caminho do Cova da Piedade

Era só isto...

segunda-feira, março 21

Deu Benfica.

1. Bola no pé esquerdo de Eliseu. Passe longo, tenso, a encontrar a cabeça do jogador mais baixo do Benfica. Daí sai a desmarcação de Jonas. A bola vem alta e Jonas respira. Os benfiquistas respiram. O tempo pára. Dá para pensar em tudo. Naqueles dois segundos em que nada se movia, tudo se pensou. "Quero gritar golo". "Não me fodas, Jonas, não me fodas, Benfica". "Se falhar o remate, vai ser uma desilusão, especialmente depois de ter achado que a bola já tinha entrado. Será que sonhei?". "Foda-se, como se pode falhar esta oportunidade? Perdermos a liderança assim vai custar muito". "Acertou na bola, e ela, vai entrar". "Não me fodas, Mika, mantém-se quieto, porque o tempo também parou para ti". O tempo parou para todos. Menos para Jonas, que continuava a respirar. É gooooooooooooooooooooloooooooooooooooooooooooo! Que gritaria, que enorme felicidade, que descontrolo. Que vitória!

2. Estrondosa vitória do Benfica. Uma força incrível duma equipa que pareceu demasiado tempo à deriva de um Boavista muito competente.

3. Estádio do Bessa cheio, a abarrotar de vermelho, com 22 mil adeptos. Sporting e FCP, juntos, neste mesmo estádio, ficaram a 5 mil deste registo.

4. Equipa desfalcada: sim, serve de desculpa para um jogo menos conseguido da equipa de Rui Vitória. Ederson não é o titular e conta ainda com poucos jogos no onze. A ala direita de ontem teve  dois jogadores que chegaram agora de lesões graves, sem ritmo competitivo. Samaris teve de jogar a central, ao lado do novato Lindelof. No meio, sem Fejsa, novamente, e com Pizzi na esquerda. E na frente, com o mexicano no lugar do titularíssimo Mitroglou e sem poder contar com Gaitán. Um autêntico milagre.

sexta-feira, março 18

Relíquias do Futebol #4 - Íbis



Este não tem nada a ver com o futebol português mas todos já ouvimos falar do Íbis, a pior equipa do Mundo. E nada melhor que conhecer este pequeno clube de Pernambuco através desta divinal reportagem de 1989, apresentando alguns dos craques da equipa. O nº 10 que era cabeleleiro e por isso passou a ser conhecido como Mauro Shampoo. O guarda-redes cujo salário foi uma dentadura nova em vez de dinheiro. E o médio que não tem problemas em afirmar que pior que a equipa do Íbis só mesmo o seu salário.

Sporting revisitado #17.

"Estávamos em Fevereiro de 1997 e eu [Inácio] era o treinador do Felgueiras. Estávamos muito bem lançados para alcançar a subida de divisão. Entretanto, recebi um convite do Marítimo. Falei com o presidente da altura e ele disse-me que não deveria perder essa oportunidade”, afirmou Inácio em entrevista ao Record.

“Quando chegou, a equipa estava a escassos pontos da subida. Ele [Jorge Jesus] perde com o Beira-Mar e Académica e falha o objetivo [equipa fica em quarto lugar]. E sabe o que é que veio dizer para os jornais no final do jogo? Que se tivesse entrado mais cedo teriam subido facilmente. Passei-me da cabeça. Só podia estar a gozar comigo", acrescentou depois.

A relação entre ambos não mais foi reatada, conforme deu a entender à mesma publicação: "O que esse senhor fez não merece o meu respeito".

Tão amigos que eles são. Mas sobre amizades e desavenças há revistas da especialidade.

Aqui o que é interessante é que Jesus nunca perde. Se chega ao Sporting e ganha, depois do trabalho de Leonardo Jardim e Marco Silva, aquilo é tudo dele, é tudo novo, porque ele em duas semanas põe a equipa a jogar à imagem dele.

Se o Benfica, depois dele, perde, é porque ele já não lá está (o tal cérebro). Se afinal, o mesmo Benfica, ganha, é porque ele fez um grande trabalho no passado (como disse em relação ao Braga, quando deixou o clube minhoto).

E claro, se chega ao Felgueiras e perde, a culpa é do Inácio.

Bayern - Benfica

Sobre o Sorteio da Champions só consigo fazer uma pergunta e um comentário:

Quantos vão ser?

Espero que sejam poucos...

PS - como eu adorava dia 14 de Abril vir aqui retratar-me deste post...

Tribunal da Pedreira

Ainda bem que o árbitro não viu, é que Hassan está claramente deslocado no momento do passe, narrou o comentador da SIC aquando do primeiro golo da partida entre o Braga e os turcos do Fenerbahçe. Embalados pelo espírito nacional, é logo outra coisa. Esqueçam a imparcialidade e a isenção que isso são coisas para outro tipo de trabalho. Para os juízes, por exemplo. Tem os braços encostados ao peito, a bola embate-lhe... narra um, mas há aquele movimento do braço (que ilude o árbitro), comenta outro. Porém nada disso interessa. Não é um jogo de Liga, não tem Benfica, Porto, nem Sporting. Não são por isso precisos Tribunais d'O Jogo ou coisa que o valha. O Braga tombou os turcos e, por isso, os portugueses seguem em frente. G'anda Braga!

Realmente para nada interessará como o Braga o fez. Sim, porque no meio dos erros de arbitragem que ofereceram dois golos aos minhotos, a equipa de Paulo Fonseca também aproveitou as falhas da equipa de Vítor Pereira. E embora tendo sofrido, bem antes do intervalo, o golo do empate - que a obrigava a marcar dois golos (e a não sofrer nenhum) para seguir em frente, o Braga - depois do 2-1 e da expulsão de um turco que mais não fez do que encostar os braços ao peito e ficar com as mãos a ferver depois da bolada que levou - agigantou-se. Sabemos agora que o Braga consegue. Consegue dominar, esticar, empurrar, circular e marcar. Pena que até aí (ao lance que marca a eliminatória) o Braga (só) tivesse mostrado uma saída-de-bola que quando funciona é extremamente interessante (e vertical) e que quando não funciona deixa Matheus à beira de um ataque de nervos.

Mas mentimos se dissermos que Paulo Fonseca não estudou bem o adversário. Foi inacreditável a distância entre as linhas média e defensiva do Fener, assim como o mau controle da profundidade feito por Kjaer e... Bruno Alves. Fizeram o favor de dar Markovic, Van Persie, Nani, Fernandão e Diego a Vítor Pereira, mas deixaram-no à mercê de uma defesa que nos pode indicar duas coisas: ou eles são tão maus que não aprendem, ou Vítor Pereira desleixou-se para o que antes lhe era tão importante: os espaços à frente (muito aproveitado pelo Braga) e atrás da defesa. Depois, Bruno Alves só sabe marcar ao homem. Sem alguém em quem encostar sente-se incompleto e abre brechas (que não são poucas).

Adiante, ver também Josué ganhar na raça a Diego, e a deixá-lo no tapete (sem qualquer falta, num lance legal) revela-nos que há vedetas que não são para impedir transições ou para divididas. Nani, Van Persie e o rei na barriga também ficaram soterrados na Pedreira. Sim, o Braga beneficiou de lances-chave mal ajuizados, mas foi a equipa mais organizada, quer quando não passava muito tempo no meio-campo adversário (apostando em chegar à baliza adversária em três, quatro, passes), quer quando por lá se estabeleceu, soterrando definitivamente os turcos para uma eliminação histórica. E no regresso a Portugal, Vítor Pereira perdeu de novo. Às mãos do seu sucessor no FC Porto, Pereira deixou confuso quem acha que a sua saída do Dragão criou uma maldição, ou quem se esqueceu que a eliminar sempre lhe faltou um bocadinho assim           . E logo agora que André Villas-Boas também foi corrido da Champions por Rui Vitória. Resta-lhes Marco Silva, o deus grego eliminado pelo Anderlecht, resgatar Rui Vitória ao Benfica (quando o contrato estiver a expirar) ou fazer regressar Fonseca dando-lhe uma mão-cheia de craques - porque ele com Josués só vai aos quartos da Europa League depois de dar quatro nos turcos milionários.

quinta-feira, março 17

Benfica revisitado #2

1 - Não parece mas diz que há outra equipa portuguesa nas competições europeias. O Braga recebe o Fenerbahçe depois de perder 1-0 em Istambul. Em teoria, esta seria uma eliminatória desequilibrada. No entanto, a primeira mão mostrou que o Braga não foi inferior aos turcos, já com alguma veterania. A isto acrescenta o facto dos arsenalistas já terem vencido, esta época, na Pedreira, adversários como Sporting, Porto ou Marselha.
Não ficaria surpreendido com uma passagem do Braga mas Rafa precisa fazer muito mais do que na primeira mão.

2 - Foi ontem noticiado que o Porto fez negócios com uma empresa mexicana que financia o narcotráfico. E novidades?

3 - Peseiro disse "Se ao fim de dois meses qualquer treinador conseguisse pôr a equipa à sua imagem...É impossível". Claramente nunca ouviu falar de Jorge Jesus.

4 - O Sporting está a ter demasiada paciência com Carrillo...


Quartos de Final da Champions League


É este o top-8!
Sou adepto da filosofia de que se alguém quer ganhar determinada competição não deve escolher adversário ou temer quem quer que seja. Embora a bola seja redonda e não hajam vitórias antecipadas, quando a coisa aperta...

Também não custa assumir que deste grupo o Benfica será muito provavelmente a equipa mais fraca. Mas também é verdade que é nestas alturas que os fracos se agigantam e entram para a história. Enfim, tudo para dizer que as hipóteses de passar à fase seguinte são poucas, mas esperança é a última a morrer.

Divido os possíveis adversários em 3 grupos:
Aqueles que acho que temos muito poucas (ou nenhumas) hipóteses: Barcelona e Bayern. Se calhar ao Benfica algum destes adversários, as hipóteses de goleada são grandes. Qualquer equipa europeia que defronte algum destes adversários arrisca-se a levar para casa "o saco cheio". 

Aqueles que acho que temos mais hipóteses: Atlético de Madrid e Manchester City. São equipas fortes, mas, quanto ao Atlético de Madrid há exibições inconsistentes e o Benfica já lhes ganhou esta época. Alternam bons jogos com fracas exibições. A preferência relativamente ao City advém do facto de o Benfica nãos e dar muito mal com equipas britânicas.

Os outros: Real Madrid, PSG e Wolfsburgo. São equipas que claramente são favoritas relativamente ao Benfica, mas que a tarefa não de todo impossível.

Contudo, são apenas probabilidades, e como o futebol é fértil em surpresas e a lógica das coisas por vezes não existe, resta esperar para ver.

quarta-feira, março 16

Sporting revisitado #16.


Esta época está cheia de momentos memoráveis mas este, que aconteceu ontem, ocupa, para já, o primeiro lugar. Destacado.

Foi uma terça-feira que acordou aparentemente calma, com as águas do Tejo docemente beijadas pelo calor do Sol de Inverno e as colinas da cidade de Lisboa iluminadas pelos raios do mesmíssimo Sol.

Na noite anterior, o Glorioso jogara com o Tondela e, mais uma vez, segundo as crónicas do mais lido dos jornais desportivos do país, as dificuldades atacantes dos encarnados foram evidentes. Quatro golos já não fazem uma goleada - como estão diferentes estes tempos!

Mas o Benfica ganhou, mais uma vez, sem ser beneficiado? Não. O Benfica ganhou mas houve uma falta mal marcada e um fora-de-jogo escandaloso. O estado lunático entra agora.

O mundo leonino não deixou escapar tantos erros a beneficiar os mesmos de sempre. Os blogues, os sites, o facebook, o mundo digital!, moveram-se, uniram-se e fizeram justiça: já vale tudo. Nos jogos do Benfica vale tudo. Não vale a pena lutar mais e muito menos acreditar que o primeiro lugar ainda é possível.

O Sporting actual joga contra uma equipa que controla o mundo, os astros, os rios e as montanhas. Não dá. É demasiado.

Até o Artista do Dia, esse monumento digital contra a mentira no futebol, se insurgiu e perguntou como era possível não ter sido marcado o fora-de-jogo da imagem deste post.

Tão bom.

terça-feira, março 15

Relíquias do Futebol #3 - Branco




Desta vez temos Branco, lateral que tinha um pé esquerdo temível e que passou no final dos anos 80 pelo Porto (entre 88 e Dezembro de 90). Chegou ao Porto vindo do Brescia, de Itália, para onde foi após se destacar no Mundial 86. Branco participou em 3 Mundiais (86, 90 e 94, sendo campeão neste último), o que é elucidativo da sua qualidade.
A reportagem em questão, de Dezembro de 1983, apanha Branco em início de carreira, com 19 anos, no Fluminense e explica, de forma descontraída o que o lateral penou nos primeiros tempos passados no Rio de Janeiro, vindo do Rio Grande do Sul (os gaúchos são alvo de muitas piadas no resto do Brasil).
No ano seguinte seria campeão brasileiro numa equipa cujo defesa tinha, para além de Branco, Ricardo Gomes e Duílio...

segunda-feira, março 14

Inácio? quem?

Com classe, Júlio César (não) deu troco a mais uma das muitas mentiras que têm sido lançadas de forma quase ridícula contra o Benfica.

Começou no Leaks, se bem se lembram, era garantidíssimo que o Benfica estava por detrás de tudo,  mais uma manobra para desestabilizar o Sporting, mas que a PJ os ia apanhar em breve. Ou não fosse palavra de Bruno de Carvalho!

E a última foi ontem, do Inácio, diga-se, mais uma. 

Mas depois são os outros que falam constantemente no Sporting.
Não chega de figuras ridículas? 
Infelizmente, o que mais anda por aí esta época são Inácios. Não vai acabar por aqui...

PS - Não sou muito de ligar estas coisas, mas esta é por demais flagrante para deixar passar.

Inacreditável FC



O lance acontece aos 0:42 do vídeo. Não há muitos comentários para a decisão do árbitro em "amarelar" o jogador do Atlético...

sábado, março 12

A maldição de Pereira

Hoje é um daqueles raros dias de sol no Porto. Tão raro que imaginem o que seria dos portuenses se estivessem dependentes do sol para serem felizes. Há tempos, um estudo - um daqueles estudos, sabem? - garantia que as pessoas mais felizes vivem no Porto -, algo que me fez pensar que se assim é, é porque os portuenses não olham muito ao material e sabem que a felicidade é um conceito interior e não exterior. Ou então tinham o futebol para os fazer felizes. Mas em anos de interrupção de vitórias - e tantas que elas foram - tudo se pode dizer acerca do FC Porto. Há até quem garanta, em castelhano (que é uma língua muito ligado ao insucesso portista das últimas épocas...) que há mais benfiquistas do que portistas na Invicta. Realmente, só faltava esta para juntar a tudo o que já se disse nesta época.

Mas, irredutivelmente, ao portista não lhe interessa isso das grandiosidades. Se lhe interessasse... era benfiquista. O que interessa ao portista é ir ganhando. E se for com menos, melhor. Que é para sublinhar que as grandes conquistas também se fazem com poucos, e que essas, sim, são as grandes conquistas. Contudo, se a falta de sol não chateia muito, a falta de vitórias e de atestado moral de superioridade, chateia e de que maneira. A máxima não ganharás sempre - da qual Jesus se devia ter lembrado no último dérbi lisboeta - não é conhecida para estes lados. Mas, a pouco e pouco, afinal, os portistas vão sendo lembrados que são de carne e osso. Hoje já não acreditam que ganham com qualquer um aos comandos da equipa - mais a mais quando é o Benfica que parece que ganha com qualquer um  - e isso reflecte-se no medo cénico que, antes e na sua inexistência, os fazia ter aquele killer-instinct que faz as bolas entrarem na baliza do adversário, enquanto impede as bolas de baterem no cordame azul-e-branco. Como os tempos mudam, hã?

É que, hoje por hoje, ou se tem um excelente maestro, e uma orquestra afinada, ou os tiros nos pés dos adversários não contam para nada. E, neste campeonato que vai acabar com pontuações abaixo das do último tri portista, o FC Porto fez tudo ao contrário. E, ao que parece, mesmo que fizesse tudo bem (manter Lopetegui? despedi-lo? reduzir a massa salarial em janeiro? reforçar-se bem? contratar Conceição? contratar Peseiro? contratar Zé Quinta? contratar Luís Campos?), já não ia a tempo de evitar as consequências de actos passados, onde a sobranceria foi tão grande que a omnipotente estrutura reclamou para si os louros das últimas conquistas. Ora se reclamou para si os louros, que reclame agora também as consequências. E se no que toca às contas à moda do Porto, pouco posso opinar (sou de letras, porra, e por isso só desconfio), interessa frisar que esse modelo de gestão, no fio-da-navalha, se transportou para o campo. Décadas e décadas a acertar no treinador? Décadas e décadas a ganhar seis, sete, em dez? Alguém acredita nisto? Alguém acredita que não haja aqui insucesso dos adversários? incompetência? falta de visão?

Hoje já se sabe que eles não andam a dormir. E ainda bem. Porque o Porto que emerge da derrota é mais forte que o anterior. Assim como o Benfica que emergiu da derrota é mais forte que aquele que se arrastava há ainda não muito tempo. Assim como o Sporting, espero (saiba manter o timoneiro e deixá-lo trabalhar) ficará mais forte com os meses e anos de trabalho jesuíta. Hoje, talvez por isso, se fale muito no ranking uefeiro. Afinal de contas a vitória do Benfica, na Rússia, garantiu três equipas portuguesas na Champions de 2017/18. Um favor benfiquista, retribuído aos muitos favores portistas ao longo das últimas décadas, mas no qual o Braga também tem uma palavra a dizer. Agora imaginem o que seria uma Liga a trabalhar para si mesma, tendo a Europa como mira e não a lata que se festeja no Marquês ou na Alameda.

Mas, lembrar o Braga, é lembrar a infantil caminhada deste FC Porto altruísta que distribui brindes por todos e mais alguns. Um habito festivo que começou com o actual treinador dos minhotos, o mesmo que agora é levado num andor nas coagitações para treinar outro grande. Vale aos portistas a palavra outro, pois já estão fartos de saber o que a casa gasta. E olhando para o Fenerbahçe-Braga, como para qualquer jogo-grande que o Braga tenha realizado esta época (se exceptuarmos o recuo benfiquista depois do... 0-2), se percebe porque Paulo Fonseca terá que mudar muito para ser um técnico capaz de desafios maiores. O facto de só assumir um jogo, daquela natureza, se o deixarem, por si só já devia ser um atestado ao grande que o quisesse contratar, mas na retina ficam os resultados e a boa organização. É boa, não duvidem, mas lembra-me uma tirada do candidato a candidato republicano Marco Rubio sobre o candidato a candidato democrata Bernie Sanders: não me levem a mal, eu até acho que Sanders seria um óptimo presidente... da Suécia! Mas nós não somos a Suécia, somos os EUA... 

De facto, só Paulo Fonseca - que estimo imenso por ser alguém que consegue chegar-se à frente na Liga com equipas medianas - me faria usar um exemplo de um republicano para validar um argumento. Mas, de novo, olhando para o Fenerbahçe-Braga e para a disposição de uma e de outra equipa, se denota o porquê de um ter sido bicampeão no FC Porto e o outro ter saído pela porta-dos-fundos. E Fonseca, e o seu Braga até podiam ter ganho - melhor seria para o ranking - que essa suposta vitória (que ainda pode acontecer na Pedreira) em nada me faria mudar de opinião. A ganhar o Braga ganhará a jogar no erro, incapaz de comandar o jogo, de se esticar totalmente no terreno e gerir-lhe os ritmos, ser protagonista. O Fenerbahçe, apostará sempre nisso tudo e saberá defender com poucos. Já o Braga faz tudo para não se expôr e, venenosamente, aproveitar uma ou duas falhas adversárias. O que é legítimo, bem legítimo, mas que não funciona num grande. Ou alguém se lembra de um campeão assim? 

sexta-feira, março 11

Relíquias do Futebol #2 - Douglas




William Douglas, um dos vários jogadores brasileiros de categoria que chegaram ao futebol português nos anos 80. Foi uma das "unhas de leão" de Jorge Gonçalves no verão de 88. Era, na altura, um jogador já com estatuto no futebol brasileiro, como se pode perceber nesta reportagem de Janeiro de 87.
Médio que se distinguia facilmente em campo, não só por jogar com as meias em baixo, mas sobretudo pela sua qualidade, foi referência do Sporting nas quatro temporadas de leão ao peito.
Chegou lesionado (lesionou-se no estágio de preparação da selecção brasileira para os Jogos Olímpicos de Seul) e por isso só estreou em Outubro, frente ao Ajax, na Holanda, numa célebre eliminatória uefeira, que o Sporting ultrapassou com duas vitórias.
Foi, em 90/91, um dos pilares da equipa que chegou às meias-finais da Taça UEFA, batida pelo Inter de Milão. Nessa campanha bisa frente ao Vitesse, em Alvalade, Fazia poucos golos mas ficou na memória um que marcou em Chaves (ver aqui, apartir do minuto 1:32)
Voltaria ao Cruzeiro em 92, juntamente com Luizinho, para conquistar troféus a nível nacional e continental, algo que não conseguiu no Sporting. Ainda assim, deixou saudades...

Sporting revisitado #15.

"A falta cometida por André Cruz sobre Van Hooijdonk (em Dezembro de 2000), e consequente grande penalidade, põe fim a um dos mais comentados recordes do futebol português: os anos que o Sporting levava sem sofrer uma grande penalidade.

Trata-se, de facto, de um recorde difícil de bater. Desde 30 de Dezembro de 1995 que o Sporting não sofria, em partidas da I Liga, um golo a partir de uma grande penalidade. A última vez que um árbitro assinalou uma grande penalidade contra o Sporting foi a 28 de Abril de 1996, num jogo com o Gil Vicente. A 4 de Dezembro de 1998, frente ao Salgueiros, o Sporting atingiu o número mágico de 100 jogos sem cometer penalties. Depois disso os leões continuaram a comportar-se bem na grande área. Até esta noite, quando André Cruz decidiu agarrar Van Hooijdonk."

E pronto, mais uma treta da máquina propagandista facilmente desmontadada. É incrível o amadorismo desta gente. Estiveram 4 anos anos e meio sem verem uma única penalidade marcada contra si e agora queixam-se que o Benfica manda nisto tudo porque está há um ano sem sofrer penáltis.

quinta-feira, março 10

Relíquias do Futebol #1 - Mozer



Esta é uma nova secção do blog. Aproveitando o enorme acervo da Revista Placar, trarei aqui algumas reportagens com craques (e não só) que vieram do Brasil para Portugal. Para ser simpático com os frequentadores benfiquistas aqui do espaço, por terem conseguido ontem um feito importante, começo por um jogador que fez história no Benfica depois de ter feito parte de uma das melhores equipas de sempre, que foi o Flamengo de 1981, onde pontificava o melhor jogador do Mundo por esses dias, Zico, mas que tinha outros como Júnior, Leandro ou Andrade.
A reportagem em questão saiu na revista de 2 de Março de 1984.
Aparecerão por aqui nomes como Luizinho, Valdo, Douglas, Geraldão, Branco, Silas, Scolari, Careca e alguns improváveis como Dino, Ricky ou Ado (alguém se lembra do Ado no Espinho?).

PS. Convém clicar nas imagens para aumentar :)

Sporting revisitado #14.

"Para mim o Bruno de Carvalho é um problema mental. É a hipertrofia autossustentada do ego que o leva ao autoritarismo. Tudo resulta dessa situação, portanto, a presença daquele senhor na presidência é um mal e um crime para o Sporting".

O famoso milhafre Orlando - que agora até coloca tarjas do Benfica no Marquês a dizer "reservado" (num outro post explicarei este assunto) -, não seria capaz de melhor humor (pelo menos estou certo que o Peyroteo ia achar muita graça).

Mas quando é o próprio ex-Presidente da Sporting, Dias da Cunha, a dizê-lo, nem eu acho muita piada.

quarta-feira, março 9

Vias-Boas

O Zenit tem sido um avaliador nato das competências portuguesas na Champions. Um barómetro que tanto afastava o FC Porto da fase-de-grupos em 2011 e em 2013, assim como o Benfica em 2014, como também ficou pelo caminho com os encarnados em 2012. Talvez por esse historial lusitano a equipa de São Petersburgo tenha recrutado um técnico português, mas não só. Também Witsel, Hulk, Javi García, Garay e, antes, Neto e Danny, têm passado luso, o qual trocaram por uns valentes milhões de rublos. Milhões que nunca deram, recorde-se, uma passagem aos quartos da competição rainha da Europa do futebol. Estavam então, em André Villas-Boas, e num lote de jogadores experientes e com (muita qualidade), depositadas as esperanças de que este (2016) seria o ano. Isto até aparecer alguém que não chorou na hora do sorteio, que não chorou quando teve de esperar 90 minutos para marcar em casa, e que não chorou quando teve de remodelar, de novo, a defesa. Não chorou, sequer, quando sofreu o golo que empatava a eliminatória. Não é, Zyryanov?

Falamos de um Benfica devastado por lesões mas que teima em não vergar. Uma pega de caras feita por Rui Vitória a um touro de adversidades, que teve mais um (feliz) episódio numa Hulkingrado, que haveria de passar a São Gaitánsburgo. Isto porque, apesar de controlar todo o futebol russo na 1.ª parte - e ainda arranjar tempo, sabedoria e espaço, para ir colocando gelo (brr!) no jogo -, o Benfica haveria de ceder a um encosto russo. Já na segunda metade, André Villas-Boas mudou toda a ala direita (fazendo sair os inertes Kokorin e Anyukov) forçando o ajuntamento defensivo das águias a ressentir-se. Da ala, para o meio, (agora) com chegadas à área - aproveitando dúvidas benfiquistas na hora de subir ou descer, para encurtar ou controlar o espaço atrás, mas que não mancham a boa exibição geral do quarteto (com Lindelöf à cabeça) - o Zenit tornou-se naquilo que nunca tinha sido anteriormente nestes oitavos-de-final. Agressivos, subidos, controladores, Hulk, Danny & cia, sempre apoiados por Dzyuba, criaram um bom par de chances para aquecer as mãos a Ederson. De tal maneira que o Zenit, naquela altura, precisasse de tudo menos de dúvidas na hora de Zhirkov (falta sobre Nélson Semedo?) encontrar Hulk no caminho para o golo.

Vantagem ou miragem?

O Petrovskiy celebrava a tal Hulkingrado e esfregava as mãos. Não para afastar o frio mas para sublinhar a sobranceria de um possível controle do jogo. A tal frieza com séculos de história ficava em ponto de vantagem depois do empate na eliminatória, certo? Errado! Errado, porque o Benfica agiu. E não dizemos 'reagiu', porque a valência benfiquista foi vista desde os primeiros 45 minutos. E estava na cara que, subidas, as águias teriam tudo para marcar. De tal modo que depois de ver Renato Sanches soltar-se, de ver Jiménez (que rendeu Mitroglou aos 67') a ir a todas, de ver Jonas a segurar, e de ver Nico Gaitán despir o fato-macaco e arranjar forças para se lançar até ao último terço, o Zenit haveria de arrepender-se do golo que marcou. Era agora o Benfica que mostrava que a saída-de-bola dos russos é facilmente anulável, era o Benfica que demonstrava que ninguém do Zenit baixava para tornar os centrais, e o trinco, confortáveis naquele momento, como foi o Benfica que demonstrou, durante o jogo todo, que André Villas-Boas continua a insistir num erro que lhe tem afectado em demasia a carreira. Não soltar ninguém do meio-campo, não permite atacar bem, nem defender bem. E logo André que tinha dito que o iria fazer de todas as maneiras. Nada mais enganador. E ainda bem para os campeões nacionais que lá estava o Grande Benfica, Jiménez e Gaitán, para o confirmarem - num repartido e saboroso golo que gelou toda a esperança do adversário (85'). Assim como Talisca que, aos 90'+6, confirmou uma vitória que sublinha a passagem da melhor equipa no conjunto das duas mãos. E o bicampeão pode ter muitos defeitos e muita coisa a corrigir, mas olhando para este Zenit movido a gás, sem olhar ao preço da botija, fica a ideia de que AVB tem de se preocupar muito, mas mesmo muito, com a ideologia que tem seguido desde que se levantou da cadeira de sonho. Já o Benfica tem de preocupar-se com o sorteio para os quartos. E quem não gostaria dessa dor de cabeça?

Zenit-Benfica, 1-2 (1-3) (Hulk 69'; Gaitán 85' e Talisca 90'+6) 

Benfica na Europa dos grandes.

O Benfica quis muito passar a eliminatória. Os russos, nem por isso. Uma vitória estrondosa e importante para os pontos europeus. Noite de glória porque no futebol também se ganha, mesmo quando nada está ganho.

Renato a ser Renato. Jogador de rua, quase. Impressionante.

A defesa muito bem, mesmo com Samaris a central, um gajo sem ritmo à direita e um central quarta escolha a jogar do lado oposto ao habitual.

Fejsa teve momentos em que foi o Benfica. Todo.

De resto, uma equipa unida e com vontade de vencer, com períodos de bom futebol.

Rui Vitória merece bem este momento depois de tantas ofensas que tem sofrido. É o nosso treinador porque ganha como são todos os treinadores quando ganham. Quando perdem vão todos pela mesma porta.

Benfica na Liga dos Campeões.

Mais logo, na Rússia, o Benfica pode juntar-se às principais potências mundias do futebol. Ficar no grupo restricto dos quartos-de-final seria qualquer coisa de muito positivo, principalmente tendo em conta o contexto desta época.

Sinceramente, penso que o Benfica já fez a sua obrigação. Continuamos longe, muito longe, do topo europeu e isso só se consegue alterar se, ano após ano, houver consistência na prova maior. Como se sabe, não tem havido.

Comparar a Liga Europa com a LC é coisa para totós e não tenho tempo para explicar que a Terra não é quadrada. Mas, e isto é importante, o Zenit não é uma das super equipas. E é por isso que estamos na luta nesta eliminatória.

A vantagem de um golo pode chegar, pode não chegar, mas não vai ser fácil passar. Mais do que conseguir aguentar a força de Hulk, a criatividade de Witsel, ou a segurança de Garay, o Benfica tem de encontrar-se dentro de campo consigo próprio. E, sem o guarda-redes titular, sem o lateral direito titular e sem os três primeiros centrais, penso que as dificuldades aumentam e baixam consideravelmente as hipóteses.

Por isso, e face ao momento, uma eliminação não será o fim do mundo. Será quase uma consequência lógica. Mas, pelo menos, espero que a pele dos jogadores fique agarrada ao gelo russo. Isso fará toda a diferença para o que ainda falta da época.

O Vitória faz-se ganhando

Andar com o Mundo virado do avesso não é agradável para ninguém. Quer dizer, até que pode ser... se não arranjarmos maneira de saber que está tudo ao contrário. Impossível, dizem-me. Claro! E num fim-de-semana em que Rui Vitória e Paulo Fonseca foram figuras, o meu ego ressente-se. E o meu 'eu consciente' também por tê-lo - ao ego, entenda-se - deixado tomar o comando. É, o ego exagera sempre. Pode ter uma dose de verdade, ou às vezes uma dose valente de verdade, mas o que é certo é que é sempre irreal. Tem apêgos, necessidades, carências, e que o Mundo lhe diga que sim é uma grande vitória. Mas quando a realidade decide dizer-lhe que não... aí é que são elas.

Juízos. Fazemo-los com base em quê? Intelecto? Intuição? Vontade? Seja lá o que for, ou porque for, não vamos conseguir controlar o Mundo, e, por isso mesmo, vamos sofrer decepções. Isto se deixarmos que os desfechos nos alterem o estado de espírito. Dito isto, não foi surpresa para mim que o Benfica tivesse ganho em Alvalade. Quatro em quatro? Vá lá... até já se estava a ver que o Universo iria impedir (alô Ruiz!) essa brincadeira digna de tetraenxovalho. O que é surpresa para mim, confesso mais uma vez, é que o Benfica, e Rui Vitória, tenham arranjado uma fórmula que lhes permitisse recuperar uma enormidade de pontos aos dois da frente, e chegar a nove jornadas do fim em primeiro lugar e com a moral toda no sítio. Isto depois de perder três jogos contra o rival que mais o espicaçou nesta época, e outros dois com o adversário que mais o tentou contrariar nas últimas cinco. Um caso estranho mas, bem vistas as coisas, merecido. E bem que o FC Porto lhe podia tomar o exemplo para o que falta de Liga - mas falem de título ao Porto e até o Minho se torna na nova Lisboa.

Porém, voltando à realidade - e não às imagens mentais dentro de uma caixa com imagens de Guimarães e de Paços noutros tempos - Rui Vitória é o homem do momento porque se soube adaptar a essa mesma realidade. Andou às voltas com os trincos lado-a-lado, com uma defesa que com uma simples bola na ala se rompia toda (ver golo do Atleti na Luz, e outros que se lembrem pois eu não sou o Rui Tovar) e com um ataque mais afastado do que as pernas do David Luiz a jogar contra o Barça . Mas, contra todas as previsões - e quando já o queriam ir levar ao aeroporto - a coisa engatou. E engatou porque, ao contrário dos primeiros jogos, Rui Vitória - que é quem toma as decisões da equipa - ajustou posições e juntou linhas a defender e a atacar. E ao que já tinha guardado de Jorge Jesus (como as marcações zonais na bola parada que nunca usou em Guimarães) juntou-lhe Renato (à frente do trinco), mandou subir os laterais, intensificou a reacção à perda e melhorou o controle da profundidade da defesa - que é uma excelente arma para quando o Benfica não consegue ter bola. E, ainda por cima, manteve o jogo-directo que tantos, e tantos, golos lhe deu. Para quê mudar, Marco? Por uma questão estética? Porque não dá contra os grandes? Anda vai para dentro, que já são horas! 

É, Jonas e Mitroglou ajudam, e de que maneira. Claro que ainda falta a menção a Pizzi e a coragem na hora de mandar lá para dentro quem quer que tenha de ir. Tudo isto é de enaltecer mas passa nos intervalos da chuva quando não há vitórias. Sem elas o caminho que se faz caminhando não passa de um cliché sem validade, como os iogurtes depois da data, mas a verdade é que é no fim que se fazem as contas. «Fake it til you make it», disse eu acerca de Vítor Pereira quando andou uma primeira época a largar chavões (somos Porto! fomos Porto! pressionámos, não deixámos respirar, excelente exibição) para depois aquilo tudo se tornar realidade numa segunda época fantástica. E com Rui Vitória será igual? Já na primeira? Haveria razão para aquilo tudo? Mesmo que as ideias não sejam totalmente originais e que o legado tenha sido bem aproveitado, não será Vitória, caso o seja, um justo campeão? Será sim, sem dúvida. Até porque não é fácil varrer a Liga quase toda a goleadas. E essa é uma fórmula a não desprezar. Que venham de cruzamentos, e de golos no primeiro lance de perigo? O Marquês estará a borrifar-se.

O bicampeão atropela então os fracos e joga como equipa pequena com os fortes. Azar do Sporting até porque as equipas pequenas lhe têm dado água pela barba em Alvalade. Se calhar foi mesmo a estratégia acertada. Ou então foi só o que foi, sem mais, para não errarmos no julgamento. Mas, adiante, o percurso do Benfica, tirando essa crise de identidade da qual o Jesus encarnado também sofreu, faz lembrar os melhores tempos do duelo Pereira/Jesus, com a diferença de que só o Benfica sabe que já entra a ganhar em todos os jogos onde não estejam Sporting e Porto. E entra a ganhar porque faz por isso. Entra forte, empurra para o último terço, marca, ganha confiança, gere e se for preciso marca outro! Depois perde o controle e deixa jogar - que é para vermos que as brilhantes organizações ofensivas da Liga são mesmo assim: banais. Mas, o que é certo é que a fórmula resulta - goste-se ou não. E isto não é um sonho e eu não quero que me belisquem. Quero aprender com isto, a sério que quero. Para já reduzo-me à ideia de que o Benfica vai na frente porque, como já disse, entra a ganhar (fazendo e bem por isso). O Sporting (com a melhor ideia de futebol da Liga mas sem recursos para marcar tanto como o líder ) nesta altura entra empatado e de lá parece não poder sair. O Porto é terceiro porque, como já todos repararam, entra a perder. Ser contra Paulo Fonseca, e contra um Braga bastante evoluído, ou contra outro qualquer, não muda em nada isso. Não há fórmula - já nem lhe chamo ideia (obrigado, Rui). 

terça-feira, março 8

Craque


Nada mais injusto do que ter sido Bryan Ruiz a falhar um lance que pode ser determinante no campeonato.
De facto, ele é um dos melhores jogadores da nossa Liga e, além disso, é um senhor dentro e fora do campo. 
Muito do bom futebol que a equipa do Sporting já demonstrou esta época passa pelos pés do costa-riquenho. Falhar faz parte do jogo.
Felizmente os adeptos sabem reconhecer a grandeza de Ruiz e fizeram questão de inundar a página do jogador com mensagens de apoio.
Apoio é coisa que nunca faltou no Sporting. nos bons e nos maus momentos. Um clube que tem ganho pouco ultimamente mas cujos adeptos nunca se escondem. Daí também achar absurdo que se possa confundir o que se passou no  sábado, na chegada do autocarro, como um excesso de euforia. Foi isso sim uma magnífica demonstração de apoio.

segunda-feira, março 7

O meu onze.

1. Fim-de-semana muito bom para o Benfica. Vencer o Sporting fora é, em certa medida, habitual mas no contexto de Sábado seriam poucos os que acreditavam sinceramente.

2. Magnífico espectáculo de cor na recepção ao Sporting. O futebol jogado fora de campo pode ser bom, afinal.

3. Grande atitude dos jogadores do Benfica. Tem sido muito difícil gerir tanta lesão. Contudo, a de Júlio César já foi encarada com naturalidade e a confiança de Ederson foi colossal, dado o momento da sua entrada.

4. Jorge Jesus a mostrar toda a sua falta de classe. Já cansa. Penso que muitos sportinguistas já devem também estar fartos. Pelo menos aqueles que tanto o criticaram durante seis anos e que se mantiveram coerentes.

5. Engraçadas as palavras de Bruno de Carvalho: "É tempo de continuarmos a deixar os outros falar". É, sem dúvida, um caso clínico e nada mais há a dizer.

6. Falta muito campeonato mas o FCP parece incapaz de dar a volta. Não é já um problema de treinador, mas antes de estrutura, de identidade. Acho que neste momento só há dois candidatos porque já falta pouco e ultrapassar dois adversários parece-me muita fruta. E aquele Casillas é cá um buraco.

7. Inacreditável o falhanço de Ruiz. Mitroglou falhou um parecido contra o FCP.

8. O Benfica tem Liga dos Campeões esta quarta e acredito que houve alguma gestão em Alvalade. O Sporting, que só disputa o campeonato, tinha obrigação de fazer mais e melhor. Mas quando se manda embora o jogador mais inteligente pela porta dos fundos podíamos ter aproveitado a deixa.

9. O Sporting está na luta. Não duvidemos disso. E a continuidade do Benfica na Liga dos Campeões pode dificultar a tarefa dos encarnados ainda mais. Aguentar a pressão do Sporting já não ia ser fácil.

10. Na Quarta-Feira duvido que aguentemos a vantagem de um golo. Acho a equipa pouco preparada para embates de dificuldade mais elevada e essa cultura internacional pouco progrediu nos últimos 10 anos do Clube. Afinal de contas só se joga a esse nível quatro ou cinco vezes por ano, internamente.

11. Rui Vitória. Muita classe após o jogo.

domingo, março 6

Saída-a-três

Paulo Fonseca fica outra vez ligado a um falhanço do FC Porto. Mas, desta vez, o ex-técnico azul-e-branco 'sai' numa posição muito mais confortável do que quando deixou, há dois anos, o Estádio do Dragão. E se os dragões tinham na Pedreira um terreno bastante confortável, nos últimos cinco anos, desta vez não chegou a boa entrada na partida, nem algumas oportunidades criadas, para perseguir um sonho que, em caso de vitória, ficaria a três pontos. Uma vitória algo habitual que, desta feita, não aconteceu porque o FC Porto teima em sofrer como o actual líder teima em marcar. E sem  competência defensiva, juntamente com uma organização quase inofensiva, é impossível haver campeões.

Era um cenário já traçado, sendo que era também o cenário mais provável. No fio-da-navalha, os portistas teriam que ter, aliado a um controle emocional transcendente, um futebol que lhes permitisse enfrentar as adversidades sem dar espaço a qualquer dúvida. Mas o que é facto é que, para além da reviravolta no Estádio da Luz, não mais o FC Porto de Peseiro voltou a demonstrar um futebol capaz de fazer sonhar os seus jogadores - quanto mais os seus adeptos. E mesmo lembrando a boa entrada num jogo que arredou definitivamente os dragões da vitória no campeonato, resta também lembrar que esse domínio durou até Paulo Fonseca ordenar uma saída-de-bola que premonizou a saída do FC Porto da luta pelo primeiro lugar. Uma saída a três que levou à saída do FC Porto da luta a três, e que acabou com a pressão azul-e-branca - até aí bastante eficaz no roubo de bola alto, especialmente aos desprotegidos médios bracarenses - e que, esticando os laterais, começou a levar o jogo dos gverreiros para o meio-campo portista  (como prova ver a bola no poste de um Casillas até aí bastante folgado).

E com resposta ao (melhor) jogo, até então, do FC Porto, apareceram também as dificuldades. E aí o FC Porto é perito em ceder, como demonstram o final de primeira-parte - que mesmo assim não fez bolas baterem nas redes de Casillas - e uma segunda metade cheia das habituais ofertas e brindes do momento defensivo dos dragões - que para além dos golos sofridos ainda permitiram mais uma bola no poste da sua baliza (Rafa). Estava difícil criar - Rúben Neves não chega(va) para jogar ao lado de Danilo, como não chega(va) para prescindir totalmente do ex-maritimista - mas fácil ceder - como exemplificou Marcano no lance do primeiro golo do jogo. Uma desvantagem (habitual) que fez José Peseiro (já na bancada, depois de ser expulso por Xistra, ainda na 1.ª parte, por reclamar uma suposta falta sobre Danilo) reagir ao incompreensível duplo-pivot que não solta Rúben, nem deixa confortável o espírito (somente) guerreiro de Danilo. Depois, André lá deu lugar ao agora desinspirado e descrente Jesus... Corona, e o inenarrável Marega prosseguiu na senda de justificar, quase sozinho, o porquê deste plantel não ser, em nada, o mais forte da Liga. Já antes, Aboubakar explicou porque é que o limitado tecnicamente, mas extremamente agressivo, Suk lhe roubou o lugar.

Nem o lampejo de lucidez de Brahimi (coisa rara no actual futebol do argelino), e que descobriu a habitual chegada à área de Herrera (à qual valeu a eficácia de Maxi Pereira, depois de defesa de Marafona ao remate do mexicano), chegou para dar vida nova onde já não há Luz. Realmente esfumou-se no Estádio do Sport Lisboa e Benfica o espírito portista que, neste momento, é demasiado escuro, mórbido e descrente, para poder bloquear, ou reagir a, adversidades. Olhando para a maneira como o SC Braga chega à vantagem (desorganização defensiva completa que nasce fruto de muita gente na frente sem que isso sirva sequer para atacar bem), e como a dilata (bloqueio mental de Casillas que, no fim de carreira, quis ser... Neuer) percebe-se totalmente que o regresso aos Aliados terá de esperar, pelo menos, mais uma época. Sobrará a Taça (numa Final também contra o Braga) e os nove jogos que faltam na Liga para Peseiro mostrar capacidade para desapegar os jogadores de uma pressão que lhes consumiu e toldou o potencial. Sem isso não criará melhor futebol do que aquele que já mostrou - e que não chega. E sem esse melhor futebol não haverá cadeira de sonho. 

Ao quarto és tu que R(u)iz (e agora está por um TRIz)

Se três em três já era praticamente impossível, quatro em quatro seria um registo impensável para confrontos entre os grandes do futebol nacional. Mais a mais quando o Benfica - que já havia perdido três dérbis e dois clássicos - arranjou (uma excelente) forma de contornar a já célebre perda do domínio de jogo. Em todas as partidas, repito, em todas as partidas o bicampeão cede uma enorme fatia de protagonismo ao adversário, mas em todas as partidas da notável recuperação operada, também, as águias conseguem sempre marcar. E a melhor ferramenta para dominar jogos é essa. Por mais que a posse-de-bola do Sporting tenha sido superior, por mais que os seus movimentos colectivos fossem de qualidade superior, o futebol é decidido pelos golos. E no que toca a esse capítulo - por mais desfasadas que sejam as suas linhas, por mais afastados que estejam os seus jogadores - o Benfica é a melhor equipa do campeonato.

E em Alvalade provou-o de novo. Que importa discutir oportunidades de golo quando o medo de ganhar é tão forte que impede o melhor jogador da equipa (e talvez da Liga) de marcar dois golos feitos? Sim, o erro dos leões foi (também) esse. Mas o de menosprezar as boas entradas do campeão, não arranjando maneira de travar aquilo que parece inevitável nos primeiros 20/25 minutos de qualquer jogo do Benfica, também terá de ser enaltecido. E enquanto as pilhas do Benfica duraram - as mesmas que criam e marcam rapidamente em todos os jogos da tal recuperação - Jonas foi importantíssimo. E a pressão, e o número de jogadores nas imediações da área de Rui Patrício também. Aí, na fase hoje reconhecidamente como a mais importante do jogo, o Sporting não conseguiu remeter o Benfica ao seu meio-campo. E não o fazendo, sofreu o golo da praxe. Essa eficácia pode muito bem fazer da equipa de Rui Vitória um justo campeão. Isto porque os outros - por mais basculações, diagonais e controles da profundidade - não têm uma nesga de oportunismo comparados com o Benfica.

O Benfica é, assim, um justo vencedor, de um jogo em que o Sporting acusou a pressão por si criada. Do sofrimento nas palavras de Jesus, ao querer ganhar dê por onde der, os leões aprenderam a lição de que para se ganhar o melhor mesmo é olhar para dentro. Não chega acercarmo-nos e dar sensação de superioridade, porque essa, se fosse transportada de uma ideia de potencial para a realidade, não deixaria William ser tão passivo no lance que deu o golo de Mitroglou. Tal como não deixaria que Ruiz perdesse tempo de remate, na primeira situação, e que abordasse o segundo lance com o pior pé - ainda que o seu mais forte - fazendo a bola desenhar uma trajectória a la Aboubakar. 

O Sporting teve assim tudo para empatar e para, depois de consumado esse empate, virar o jogo. E nem precisaríamos de notar as ausências de Matheus ou de Mané (Ai Iuri, Iuri!) nas ideias do técnico para ganhar o dérbi. Foram a jogo Teo, Schelotto e Gelson, ficando bem a nu que o Sporting precisa de mais qualidade para se superiorizar definitivamente ao eterno rival. Deixar sair Montero, numa fase crucial, foi um erro já há muito notado. Habituado, o Jonas dos leões poderia dar - numa importante zona do terreno - aquilo que falta há muitas jornadas ao Sporting: criatividade e decisões fora-da-caixa. Mas el avioncito nunca foi opção para Jesus, que sem Carrillo ficou ainda mais preso à mediocridade. E isso, num confronto directo, haveria algum dia de se notar. Demasiada pressão, demasiado auto-sofrimento, demasiada intranquilidade na hora de acertar com a baliza. Já o Benfica, contra tudo e contra todos, não teve nada disso. É uma cena mitra, sabemos. Mas é a (glou, glou) realidade.

sexta-feira, março 4

Derby - Dois monstros



Um lance entre dois dos melhores jogadores a pisar relvados portugueses. Preud'Homme era fabuloso. Chegou ao Benfica já com 35 anos mas talvez na melhor fase da sua carreira, acabado de brilhar intensamente no Mundial 94. Primeiro ano do belga em Portugal, último de Balakov. Génio, o búlgaro chegou como um desconhecido a meio da época 90/91 e tornou-se a grande referência do clube nos 5 anos de leão ao peito. E foi de tal forma influente que perdura na memória dos sportinguistas e jamais será esquecido. Ídolo da maioria e meu também, obviamente.
Chegamos então a este lance. Preud'Homme raramente falhava e aqui teve um "galo" enorme. O mau alívio podia ter levado várias direcções mas encontrou o pé esquerdo do búlgaro. A execução é do outro mundo. Balakov não se limita a fazer um chapéu. O que ele faz é colocar a bola no ângulo. Preud'Homme ainda corre para tentar evitar o golo e é engraçado como a bola acompanha o belga e ambos entram na baliza.

quinta-feira, março 3

Derby - Troca de galhardetes.


Antigamente era assim. A troca de galhardetes era muito mais do que uma mera formalidade. Basta ouvir as palavras dos capitães e a força das mesmas. Para muitos, hoje em dia, este cenário é coisa de maricas.

Derby - Curiosidades dos treinadores



A ligação de Jorge Jesus e Rui Vitória aos seus actuais clubes não é de agora. O treinador leonino foi também jogador (meio campo) do clube, passando pelos Juniores e após alguns empréstimos (inclusive ao Cova da Piedade), fazendo uma época pelos seniores do Sporting em 75/76. Época de má memória, o Sporting ficou em 5º lugar no campeonato, foi eliminado da Taça UEFA pelo Vasas, da Hungria, logo na segunda ronda...
Já a ligação de Rui Vitória ao Benfica começou já na fase de treinador, orientando os juniores durante duas épocas entre 2004 e 2006. Como jogador Rui Vitória nunca passou da 2ª B. Ainda assim, cheguei a vê-lo jogar e, curiosamente, a poucas centenas de metros do actual centro de treinos do Benfica. Com efeito, perto do final da carreira, Rui Vitória representou o Seixal Futebol Clube, coincidindo com o início das equipas B. Acompanhando os jogos do Sporting na margem sul, assisti ao Seixal-Sporting B de 2000/01 e lembro-me do actual treinador encarnado, um médio que jogava com a cabeça levantada mas com pouca mobilidade.
O resultado desse jogo foi 1-1 e a grande figura do Sporting B na altura era o avançado Chiquinho. Engraçado que dos jogadores que participaram nessa partida, os únicos que chegaram a fazer uma carreira destacada foram os suplentes utilizados, Quaresma e Carlos Martins. O guarda-redes Beto (sim, o do Sevilha) era suplente de Márcio Ramos...

terça-feira, março 1

Vitória 0 - Sporting 0

Este jogo resume-se sobretudo a falta de eficácia na finalização. De facto, o Sporting fez uma exibição muito boa, com uma qualidade de jogo que não está ao alcance de mais nenhuma equipa no campeonato. Defensivamente irrepreensível, troca bem a bola, mesmo em batatais, cria inúmeros lances de perigo mas ontem encontrou pela frente o seu futuro guarda-redes, que defendeu tudo. Muito bem o jovem keeper, ainda que desnecessárias as perdas de tempo.
Aliás, este Vitória é especialmente irritante, talvez movidos pelas atitudes dos seus adeptos. É uma equipa que bate muito, com entradas duríssimas, mas ao mesmo tempo são uns fiteiros, desabando e rebolando ridiculamente, com destaque para o execrável Ricardo Valente e o anão Otávio.
Há sempre desilusão quando uma equipa faz o suficiente para vencer confortavelmente e não consegue acertar com a baliza. Já tinha acontecido o mesmo com o Rio Ave. No entanto, grave seria não criar oportunidades.

Alguma expectativa em relação ao jogo de sábado. Será que o Benfica virá jogar olhos nos olhos, na tentativa de chegar ao primeiro lugar ou optará, como no jogo da taça, por estacionar o autocarro e sonhar com um contra-ataque? Para o Sporting seria muito mais fácil a primeira opção. Ainda que me pareça claro que o Sporting vai tomar a iniciativa do jogo, seja qual for a postura do clube fundado em 1908.