segunda-feira, outubro 27

Jornada 8

O primeiro candidato ao título a entrar em acção foi o Porto, em Arouca. Jogo sem grande história, apesar do início prometedor dos homens da casa. Mas assim que o Porto abriu o marcador (com sorte, diga-se), foi um passeio. Estes 5-0, que correspondem também a uma aproximação ao líder, vão acalmar as hostes portistas.

A caminho do passeio parecia ir também o Sporting. 3-0 ao intervalo levaram a um excesso de confiança que poderia ter custado muito caro. Felizmente a equipa recuperou do desnorte que se instalou no início do segundo tempo e Montero tranquilizou os sportinguistas com um golo absolutamente fenomenal. Nani continua estonteante e João Mário cresce de jogo para jogo.

Para o fim ficou o jogo de maior cartaz da jornada, Braga-Benfica, que é normalmente um jogo quezilento e este não fugiu à regra. A arbitragem de Marco Ferreira foi bastante fraca, permitiu lances muito duros (Micael pateta) e falhou na grande área. Por exemplo, o lance de Lisandro e Pardo. Dois erros na mesma jogada. Fora-de-jogo de Pardo e, na sequência, falta claríssima de Lisandro sobre o colombiano. Penalty. Ainda pior foi a placagem a Gaitán já nos descontos. No meio disto tudo, quase nos esquecemos dos 3 belos golos que fizeram o conveniente resultado de 2-1 para os bracarenses, este ano com melhores argumentos. Vai ser muito difícil passar na Pedreira...

domingo, outubro 26

quinta-feira, outubro 23

Portugal na Europa.

Que explicação poderá ter tamanho falhanço das nossas equipas nas competições europeias? Na Liga Europa penso que em seis jogos apenas uma vitória, contra cinco derrotas (Estoril e Rio Ave), na Liga dos Campeões, Benfica e Sporting, juntos, com dois pontos. Apenas o FCP se tem destacado mas, mesmo os portistas não parecem muito convencidos.

A questão da fraca competitividade do nosso campeonato é antiga e se antes considerava que estaria no Top5, neste momento é mais para o fundo do Top10.

Entretanto, a conversa da limitação de estrangeiros (extra-comunitários) no futebol português pode afundar ainda mais esta realidade. Ou temos aqui qualidade nacional em quantidades suficientes?

Adenda: teorias para todos os gostos, aqui.

Benfica faz o primeiro ponto na LC ao fim de três jogos.

No fim do jogo ficou a sensação que o Benfica podia ter feito mais. Mas a questão é: temos para mais? Queremos mais?

Continuo sem entender a falta de motivação aparente das equipas de Jesus na maior prova de clubes do mundo. Bem sabemos que a pouca competitividade do nosso campeonato é um factor que não podemos ignorar mas, até por aí, faria mais sentido os jogadores aparecerem motivados para jogar estes jogos.

Como já escrevi anteriormente, o plantel deste Benfica é curto para grandes andanças (esqueçam a época passada) e ontem viu-se. As alternativas são poucas e de qualidade duvidosa. Não seria muito mau se Sálvio, Enzo e Lima estivessem em forma, contudo, não é isso que se tem visto.

O extremo nunca mais foi o mesmo depois da grave lesão que teve. É normal, e são muitos os casos de jogadores que não voltam a atingir o nível demonstrado antes das lesões. O argentino parece que está sempre a querer mostrar serviço, como se estivesse a convencer-se a si próprio que as suas qualidades permaneceram intactas. O resultado tem sido um jogador excessivamente individualista, com imensas perdas de bola. Obviamente que a vertigem e a loucura de Sálvio são as características que fazem dele um excelente jogador, contudo, quando as coisas não correm bem, a qualidade do seu futebol diminui bastante. Talvez seja uma questão de se insistir na sua utilização, até porque não temos melhor. Desde que ninguém se ponha com paneleirices de querer transformar o Sálvio num Markovic, acredito no argentino e acredito que vai melhorar o seu rendimento ao longo da época.

Em relação a Enzo, apesar de nunca jogar mal, falta ali qualquer coisa e é bem capaz de ser descanso, simplesmente. Companhia, também, mas Samaris ainda não serve, Cristante é uma incógnita e Almeida não é aposta de Jesus (apesar de dar conta do recado) na posição.

Lima, ontem, fez mais um jogo cheio de entrega mas com pouca objectividade. Não é, nem nunca será, um homem de muitos golos (compará-lo neste campo a Cardozo é apenas idiota). Precisa de companhia mas, na Europa, Jonas ficou de fora e Talisca nem sempre joga lá perto.

O jogo de ontem exigia mais e os primeiros 30 minutos foram fracos. A equipa fez depois um jogo razoável até à expulsão mas sempre a parecer que no fundo, estava satisfeita com o empate. Na Luz é para ganhar a este modesto Mónaco e baralhar ainda mais as contas do grupo e as probabilidades.

Domingo há jogo em Braga e as coisas podem complicar-se. Costuma ser assim com as equipas europeias. Contudo, vencer na Pedreira seria um passo muito importante na reconquista do título. Vamos ver como reage a equipa.


E o que dizer das capas dos desportivos depois do jogo do Sporting, na Alemanha? Hilariantes, estes rapazes. Depois da roubalheira a que todos assistimos na derrota do Benfica frente ao Sevilha, entre "heróis" e "maldições" nas primeiras páginas, poderíamos agora rir com estes "roubos" e "roubados". Muito bom.


quarta-feira, outubro 22

Curtas à moda antiga.

Parece que a maioria dos elementos do SectorB32 escolheram mal a altura para se ausentarem. Com tanta coisa a acontecer, muitos posts ficaram por escrever. Mas a vida é mesmo assim e com tantas obrigações, sobra pouco tempo para nos dedicarmos à bola.

1. Campeonato nacional

Benfica líder isolado no campeonato. Não o esperava, confesso, mas, ao mesmo tempo, acaba por ser normal, dadas as alterações técnicas dos rivais. A equipa perdeu qualidade, especialmente com as saídas de Markovic e Garay, muito difíceis de substituir, não estivessemos a falar de dois jogadores muito acima da média.

Talisca tem ajudado a equipa a vencer e tem sido, para já, a grande novidade dos reforços benfiquistas. Jonas entrou agora e deu show, não só com os golos que marcou mas, especialmente, com a qualidade do seu futebol. Lima não é o homem-golo que o Benfica precisa, embora continue a considerá-lo indispensável na manobra atacante da equipa.

Na baliza Júlio César não tem sido opção e Artur continua a revelar fragilidades que nos vão custar pontos (o que nem sequer será uma novidade). Maxi está em forma e tem faltado mais Enzo que, parece, tem estado algo desacompanhado. Samaris começou bem mas tem tido algumas dificuldades.


O Sporting tem surpreendido. Marco Silva é um bom treinador e Nani é um acrescento de qualidade fantástico. Sempre gostei do extremo formado em Alvalade e as suas exibições não me surpreendem minimamente. Comparo-o, aliás, a Simão Sabrosa quando este esteve no Benfica: o melhor do plantel, de muito longe, e uma capacidade ímpar de resolver jogos, com golos, assistências e muita qualidade.

Com William Carvalho a subir de forma - tem estado uns furos abaixo do que fez na época passada - este Sporting tem dado mostras de ser capaz de vemcer uma competição, já esta época. Contudo, o plantel é muito curto e os jogos europeus vão continuar a fazer mossa (lesões, cansaço, derrotas). Janeiro tem de haver reforços, caso ainda exista Europa.

Mais a norte, um aparente desnorte. Lopetegui está com dificuldades em impôr o seu estilo de jogo, seja ele qual for. O plantel tem muita qualidade individual mas o espanhol parece baralhado e algo desacompanhado pela estrutura. O FCP vem de uma época muito má, os adeptos estão sem paciência e o treinador portista tem dado o peito às balas, gastando energias.

Jackson continua cheio de classe e Quaresma insiste em quebrar as regras: ainda ontem, numa jogada que pedia logo ali um passe para um companheiro, o extremo pegou na bola, meteu a cabeça no chão e fez... golo.

2. Liga dos Campeões

Uma boa participação, uma má e uma assim-assim. O FCP lidera o grupo que é, também, o mais fraco dos três. Ali é tudo a BATE(r) no mesmo (14 golos sofridos em três jogos), menos o Bilbao, o que acaba por atestar a fragilidade destas duas equipas. Já o Shakhtar não mostrou ser superior aos portistas. Em primeiro ou em segundo, o FCP segue em frente.

O Sporting tem apenas um ponto, num empate consentido no último segundo do primeiro jogo, contra a equipa mais fraca do grupo. Inexperiência ou falta da qualidade individual? Contra um super Chelsea liderado pelo já insuportável Mourinho, os sportinguistas viram a sua equipa responder com qualidade mas sem evitar a derrota. E houve palminhas e tudo, numa repetição do que aconteceu na Luz contra o Zenit. Com a derrota na Alemanha, as contas ficaram mais difíceis mas, seguramente, o terceiro lugar vai acontecer. O segundo é perfeitamente possível, ainda.

E o que dizer da participação do Benfica? Nada de novo, com certeza. Jesus já nos habituou a tristes figuras mas, saliento, esta época, as coisas dificilmente poderiam correr muito melhor. O jogo com o Zenit foi cheio de peripécias e na Alemanha, de equívocos. Contudo, o plantel é inferior ao do ano passado e nota-se bem a diferença de qualidade das opções. Hoje é contra o Mónaco e só a vitória interessa. Ainda está tudo em aberto e no fim, espera-se, pelo menos, que deixemos uma boa imagem e nada de Liga Europa, obrigado.

3. A Liga da vergonha

O que dizer da presença de Ruben Amorim num evento sobre a arbitragem onde esteve presente o líder dos Super Dragões? O Benfica que conheci há dezenas de anos já não existe mesmo e é lamentável que não se dê ao respeito. Já nem falo dos apertos de mão do presidente. É preciso ter muito estômago para assistir a estas cenas. Do lado de quem as pratica, basta serem iguais a si próprios.

segunda-feira, outubro 20

À noite no Museu

Ainda o clássico, claro! Uma partida que trocou as voltas ao FC Porto, no seu próprio estádio, jamais se esgotaria tão cedo nos dias vindouros. Até porque quem teve o condão de abanar a normalidade tinha o estranho habito de não o fazer, de não conseguir soltar-se das suas próprias amarras, há vários anos. O Sporting, com Marco Silva, foi, por exemplo, aquilo que o FC Porto de André Villas-Boas, e de Vítor Pereira, foram na Luz. Mas para que o excelente feito leonino não se esgote em comparações com o rival, enaltecer a identidade e coragem do plano do leão é extremamente necessário até porque é por aí que o futebol português tem de ir. Ele que é tão pródigo em alterações quando defronta os seus adamastores. Assim, haver quem lembre que identidades não se mudam, "ao sabor do vento", só é bom para o 'todo' do futebol luso. Foi assim, desculpem de novo, que o FC Porto chegou ao êxito e foi assim que o Benfica, mantendo Jesus, se equiparou andando ombro a ombro com o rival. Com Marco Silva a evoluir o trabalho de Jardim (e com Bruno de Carvalho a reclamar os louros a cada intervenção) o Sporting tem tudo para tornar estas contas ainda mais interessantes - isto, se conseguir que a sua defesa controle (bem) melhor a profundidade.

A três seria melhor, é verdade. Mas, para isso, o FC Porto tem de transcender a síndrome que já o assola há praticamente um ano. E de Fonseca a Lopetegui, passando por Luís Castro, a falta de identidade do dragão é bem visível. Assume, assim, importante carga a lição de Marco Silva no Estádio do Dragão. Terá Pinto da Costa deixado fugir o melhor treinador para o Sporting? Logo ele que esteve ali, tão perto, quando deu a primeira dose a Paulo Fonseca. Claro que a resposta à pergunta dependerá de Lopetegui e de como o basco entender o momento. E não nos parecendo que Lopi deixe de pensar em futebol e que faça algo 'só porque sim', resta explicar que o seu plano esbarrou em Patrício e, depois disso, num 'miolo' muito mais forte que o portista (já desde o ano passado). A ideia era preencher o sector em que o Sporting é, visivelmente, mais fraco: a defesa. Adrián ainda confundiu algumas vezes, Quintero outras, mas sem rotina não há finalização decente. Depois Nani, que embala o leão como poucos se lembram, forçou o resto.

Assim, se Lopetegui entender que tudo isto não passou de um pesadelo e que a solução continuará a passar por dar ao carrossel até dias melhores chegarem, é provável que PC tenha de intervir. Uma visita, mais exaustiva, ao Museu não seria má ideia. Lá Lopetegui encontraria as bases de Mourinho (uma a duas alterações no 'onze', exceptuando as forçadas), as de André Villas-Boas (duas a três alterações no 'onze') e as de Vítor Pereira na segunda época (uma alteração no 'onze' exceptuando as forçadas). Já na primeira época do espinhense [Vítor Pereira] o sabor do vento também enjoou o Dragão. Meio-campo por definir, 'onze' por criar e, claro, erros que custaram vitórias e tranquilidade à equipa. Isto até Lucho...

Onde Lopetegui encontrará o seu Lucho, não sabemos. O que se sabe é que o basco se tem dado, sim, ao luxo de desperdiçar médios para a ala (provavelmente desviaria El Comandante para uma delas) e oportunidades para consolidar uma equipa que tem imensas soluções para, depois, se enquadrarem. E ao mínimo deslize, no Dragão, os corações apertam e visão tolda ao ponto de as saídas de bola não distinguirem colegas de adversários. Lopetegui quer subir ao céu, dando primeiro três voltas ao Mundo para escolher a melhor roupa. E o tempo urge...

domingo, outubro 19

Taça de Portugal

Porto 1 - Sporting 3

Vi praticamente todo o jogo, e vi dois conjuntos completamente diferentes. 
De um lado, o Porto que nesta altura é uma amálgama de jogadores, alguns deles de qualidade superior, mas está longe de ser uma equipa em todas as dimensões do conceito. Não há rotinas, não há estabilidade, não há entendimento entre os jogadores. Os dias de ilusão de Lopetegui se ainda não chegaram ao fim, esse fim está muito próximo. A maior crítica que se faz é de falta de estabilidade no 11. Parece-me que há algo mais, nomeadamente alguma falta de capacidade do treinador para tão altos vôos.
Do outro lado, o Sporting é uma equipa muito bem organizada, homogénea e compacta, superiormente orientada por Marco Silva. Não tem os talentos individuais do porto é é de longe, nesta altura muito mais equipa.
Tudo isto resultou num Sporting superior desde o início, impedindo o Porto de trocar a bola mais atrás e sair a jogar de forma controlada. E amarrando assim o Porto, parece que os azuis não dispõem de outras soluções. Mesmo depois da quebra física (a partir dos 70 minutos) o Porto, ainda que dispondo de oportunidades, não teve o discernimento para chegar ao golo.
A vitória é inteiramente justa e merecida por parte da equipa que foi claramente superior dentro das 4 linhas.
O penalti é forçado por Jackson e Maurício foi "anjinho". O lance na mão de Jonathan eu não sancionaria como penalti, já que, além de involuntário, a bola não vai para  a baliza. Mas se o árbitro marcasse não seria escândalo já que neste particular a falta de critério dá azo a todo o tipo de interpretações.
Bruno de Carvalho teve um discurso incisivo antes do jogo. Jogou o mesmo tipo de jogo de Pinto da Costa. É arriscado jogar assim contra o Porto, na medida em que os azuis e brancos se "alimentam" deste tipo de polémicas para se tornarem guerreiros e "comerem a relva" se for caso disso. Ontem não funcionou para o Porto e também neste capítulo o Sporting venceu claramente.

Covilhã 2 - Benfica 3

Exibição paupérrima do Benfica. As 2ª escolhas não justificam nada. Os milhões de Cristante, de Bebé,de Pizzi e de César, para não citar outros, deveriam ser suficientes para uma vitória mais desafogada. O Covilhã bateu-se bem enquanto teve pernas. O desnorte de JJ no fim é indiciador das dificuldades inesperadas deste jogo. Quase que havia taça... 
Salvou-se Jonas!

quarta-feira, outubro 1

Leverkusen 3 - Benfica 1

Fica provado que o Benfica é uma equipa para consumo interno. 
É a equipa mais fraca da Champions nesta altura. Até o Ludogorets faz melhor figura.
O 3-1 acaba por ser um bom resultado para o Benfica. Podiam ter sido muitos mais...
Talvez o melhor seja ficar mesmo em último lugar. Focar os jogadores para o Liga Portuguesa.

Lviv ou Rviv? Jackson explica!

Quatro! Quatro (empates) é o número gordo que se invoca, no que diz respeito à prestação de um novo FC Porto que a maioria quer ver derrapar, patinar, escorregar e tombar. Pena que na Ucrânia não estivesse gelo - como é habitual sempre que os dragões por lá aterram - para que a tal 'selecção' hiper-inflacionada, coberta de petróleo, e com sotaque castelhano caísse - pela primeira vez. Assim se poderia esquecer que mesmo cometendo três graves erros, mais um do árbitro da partida, o FC Porto sobreviveu num jogo de Champions, fora de casa, e contra um adversário que é um habitué nestas lides. Mas antes que nos esqueçamos, a parte que interessa: o FC Porto continua a sobreviver à gestão do seu treinador, mas, mais do que isso, às suas escolhas. Tudo isto... sempre a jogar para o lado. 

Claro que estando tão nivelado e concentrado numa racha de empates, o FC Porto deve estar, sim, preocupado com os seus erros próprios. Sabe-se que, na maioria das vezes, no fim dá igual que o Mundo esteja contra si. Factor esse que é, até, decisivo para a reacção interior que é tão bem conhecida do Dragão. Mas, adiante, ler os quatro empates seguidos dos azuis e brancos como alguma praga dos deuses é pura demagogia ou, se quisermos, estupidez. Isso e passar um jogo todo sem perceber que o mesmo estava a ser dividido, e partido, porque um elemento do 'miolo' portista teimava em oferecer controle - leia-se a bola - ao Shakhtar. De facto, tem sido por essa zona que o 'Lopi Team' tem desperdiçado o seu enorme potencial. Potencial esse que esteve - e tem estado - à vista de todos quando consegue ressuscitar um jogo que estava perdido por culpa própria. E se desta vez foram os inquestionáveis a errar (Brahimi, Óliver e até Maicon que soube agarrar esse estatuto... à força), mais uma vez passaram despercebidas as 'brancas' de Herrera na tomada de decisão. Isto em Portugal! porque em Lviv... Lucescu de certeza que agradeceu, quando viu a sua equipa agarrar-se a um jogo, e a dividi-lo, com uma equipa que lhe estava a ser (e é) superior.

Assim se dividiu um jogo que, a toque e toque - quase sempre para o lado, é verdade -, se encaminhava para a baliza de Pyatov. Não fosse a incapacidade de Herrera para jogar um tipo de jogo que se quer intuitivo, de decisão rápida e, claro, acertada, e o FC Porto teria controlado um adversário que teria, aí, aparência de Europa League. Contudo, ao invés, as constantes más decisões do mexicano fizeram sempre com o que o jogo se dividisse, perdendo-se a oportunidade de a 'posse' portista controlar a fúria ucrâ... perdão, brasileira. Nos highlights ficarão, ainda assim, a enorme capacidade do modelo portista colocar os avançados no 'um para um' com os seus adversários. Daí resultaram várias jogadas perigosas, inclusive a que redundaria no penálti assinalado depois da queda de Brahimi na área. Por aí, nos resumos, se encontrarão também o inclassificável erro de Óliver (que esteve mais uma vez excelente nos outros capítulos) e a incapacidade de Maicon para segurar uma bola que acabaria nas redes de Fabiano.

Mas valeu ao FC Porto que Jackson, afinal, estava bem para 25 minutos. Ao seu nível, o colombiano foi a linha de passe que permitiu aos portistas saírem do habitual 'vai para dentro e chuta' de Quintero (entrou aos 65', pelo excelente Marcano). Foi, de facto, um milagre que um jogo tão fraco de ideias (assim que o Shakhtar fechou - depois do 0-1) pudesse ter ganho na Arena Lviv (outro) penálti, assim como ter conseguido fazer chegar a bola a um Jackson que, na área, é letal. Em suma: o dragão tem uma capacidade individual impressionante, que nunca será aproveitada com 1) um trivote; 2) com Herrera em campo; 3) sem um meio-campo definido que proporcione jogo-interior. É que, falando em culpa, talvez fosse melhor a Lopetegui repensar o seu conceito 'baralha e torna e dar', pois mesmo havendo já muitas coisas boas no colectivo que lhe podem ser imputadas, a ideia de uma visita à 'videoteca' portista nunca poderá ser considerada como má. É que isso de forçar conceitos em 'casas alheias', não tem por costume dar bons resultados.