domingo, outubro 19

Taça de Portugal

Porto 1 - Sporting 3

Vi praticamente todo o jogo, e vi dois conjuntos completamente diferentes. 
De um lado, o Porto que nesta altura é uma amálgama de jogadores, alguns deles de qualidade superior, mas está longe de ser uma equipa em todas as dimensões do conceito. Não há rotinas, não há estabilidade, não há entendimento entre os jogadores. Os dias de ilusão de Lopetegui se ainda não chegaram ao fim, esse fim está muito próximo. A maior crítica que se faz é de falta de estabilidade no 11. Parece-me que há algo mais, nomeadamente alguma falta de capacidade do treinador para tão altos vôos.
Do outro lado, o Sporting é uma equipa muito bem organizada, homogénea e compacta, superiormente orientada por Marco Silva. Não tem os talentos individuais do porto é é de longe, nesta altura muito mais equipa.
Tudo isto resultou num Sporting superior desde o início, impedindo o Porto de trocar a bola mais atrás e sair a jogar de forma controlada. E amarrando assim o Porto, parece que os azuis não dispõem de outras soluções. Mesmo depois da quebra física (a partir dos 70 minutos) o Porto, ainda que dispondo de oportunidades, não teve o discernimento para chegar ao golo.
A vitória é inteiramente justa e merecida por parte da equipa que foi claramente superior dentro das 4 linhas.
O penalti é forçado por Jackson e Maurício foi "anjinho". O lance na mão de Jonathan eu não sancionaria como penalti, já que, além de involuntário, a bola não vai para  a baliza. Mas se o árbitro marcasse não seria escândalo já que neste particular a falta de critério dá azo a todo o tipo de interpretações.
Bruno de Carvalho teve um discurso incisivo antes do jogo. Jogou o mesmo tipo de jogo de Pinto da Costa. É arriscado jogar assim contra o Porto, na medida em que os azuis e brancos se "alimentam" deste tipo de polémicas para se tornarem guerreiros e "comerem a relva" se for caso disso. Ontem não funcionou para o Porto e também neste capítulo o Sporting venceu claramente.

Covilhã 2 - Benfica 3

Exibição paupérrima do Benfica. As 2ª escolhas não justificam nada. Os milhões de Cristante, de Bebé,de Pizzi e de César, para não citar outros, deveriam ser suficientes para uma vitória mais desafogada. O Covilhã bateu-se bem enquanto teve pernas. O desnorte de JJ no fim é indiciador das dificuldades inesperadas deste jogo. Quase que havia taça... 
Salvou-se Jonas!

5 comentários:

Duarte disse...

Bom dia,
Estou de acordo com a análise sobre o lance do Jonathan Silva: não acho que seja porque não é voluntário e também admito que com (a falta de) critério vigente há quem marque.
No entanto, a questão de a bola ir ou não para a baliza não é relevante, as leis do jogo nada referem sobre isso, apenas a questão da intenção ou não de jogar.
Só será importante quanto muito para a cor do cartão caso seja marcado.

Anónimo disse...

Queria deixar uma verdadeira saudação desportiva aos adeptos do fcp.

Dizer mal do pintinho a toda a hora não é fácil de digerir, sendo ele o grande timoneiro da hegemonia do fcp nos últimos 30 anos, e portanto as reacções perante BdC são perfeitamente naturais.

Mas o mais interessante (e aqui reside o meu elogio) é que os portistas começam a saber separar essa guerra de presidentes e direcções (na qual não há santos, convenhamos) com aquilo que se passa no terreno de jogo.

Foi, pois, gratificante ouvir alguns entrevistados à saída do dragão, que nem por uma vez beliscaram a equipa do Sporting e aproveitaram a ocasião para fazer a necessária auto-crítica.

De resto a análise é boa. O fcp tem melhor plantel, mas o Sporting tem melhor equipa. Ambos têm um grande craque - Nani e Jackson - que só por milagre jogam em Portugal.

O lopetegui é excessivamente teimoso. O risco de continuar com as suas ideias é a implosão do plantel. Porque a rotatividade com resultados positivos é uma coisa, com resultados e exibições negativas deixa marcas em termos coesão no balneário. E o problema é ainda mais grave pois o fcp, ao contrário do que nos habituou, já não tem referências internas. Já nem falo da quase inexistência de portugueses (o que me faz confusão, confesso), mas sim de gajos com peso, mesmo sendo estrangeiros, como, por exemplo, um Lucho ou um Aloísio. Então se pensarmos que alguns nem do fcp são e estão aqui para "dar o salto" para o clube de origem, a coisa ainda fica mais negra...

No outro lado vemos um Marco Silva a ganhar e a injectar confiança num plantel curto, cuja rotatividade atinge, no máximo 15 jogadores, mas cuja previsibilidade é tão evidente que a gestão das expectativas é muito fácil de conseguir. Não sei até onde pode esta equipa mais crescer, tendo em conta as suas limitações perante os rivais, mas uma boa abordagem ao mercado em Janeiro, tal como em 1999/2000, pode resultar numa coisa cada vez mais interessante.

Começo a "acarditar"!

SL

P.S.: o blog está assim pró mortinho... Alguma razão? Tenho saudades de ler uma boa posta do Marco Morais! 1 de Outubro e 7 de Setembro é muito tempo! E isto está tão fértil... ;)

Peyroteo disse...

Como dizia aqui nos comentários ao último post, o Sporting é a equipa que está a jogar melhor, catapultada por um Nani que está a calar muita gente.
Lopetegui é muito convencido e, das duas uma: ou a sua estratégia começa a dar frutos rapidamente ou sai no natal. Não estou a vê-lo a alterar a sua maneira de conduzir o plantel...

Marco Morais disse...

Bom post! abraço!

Pedro disse...

E a brinca a brincar o BdC vai ganhando pontos...dentro e fora do relvado.

O Benfica foi o esperado. Sei sempre que a malta fica indignada e que como custaram e ganham muito mais têm que varrer os gajos da segunda liga mas a realidade, por demais conhecida, é que com tantas mexidas no 11 titular é rara a vez que isso resulta numa tareia na Taça de Portugal a clubes de divisões inferiores. Pedia-se um pouco de mais cuidado a JJ. Uma mescla de alguns jogadores novos com os habituais titulares e durante os 90 minutos dar minutos a outros 3 menos utilizados. Assim arriscou-se a ver Jamor por um canudo.