sexta-feira, maio 31

Contas do Benfica

Se alguém se quiser pronunciar, pode encontrar aqui o relatório remetido à CMVM. Sinceramente, percebo pouco deste tipo de demonstrações, mas parece-me muito dinheiro movimentado sem correspondência a nível de resultados desportivos.

quinta-feira, maio 30

Josué, cão de fila.

As declarações de Josué, logo após ter ingressado no FCP, são sintomáticas daquilo que é a cultura actual dos portistas, no contexto dos últimos 30 anos.

Vestir a camisola do FCP, muitas vezes, não chega. É preciso espezinhar os vermelhos, e se for com espuma a sair pelos cantos da boca, melhor ainda.

Mas já todos nos habituámos a isto e serão muitos os portistas que consideram estas cenas, até, desnecessárias.

Contudo, as palavras de Josué ecoam de maneira diferente. No jogo do título, o FCP deslocou-se à Mata Real e Josué jogou o jogo todo. Se antes do jogo não pus em causa a seriedade dos jogadores e dirigentes do Paços, torna-se complicado, agora, acreditar que, pelo menos Josué, fez tudo o que podia e devia para vencer aquele jogo.

Mas uma coisa é certa, e foi isso que me levou a escrever este post: o Benfica tem, também, muitas culpas nestas situações. Os adversários, muitos deles, odeiam o clube e, se nem sequer colocam a hipótese de lá jogar, então é porque qualquer coisa está a ser mal feita. Basta pensar que as palavras de Josué nunca aconteceriam em relação ao FCP.

quarta-feira, maio 29

Curtas

1 - O Sporting apresenta hoje o 1º reforço. Deve ser apenas a confirmação de Jefferson. Entretanto, Bruno de Carvalho concedeu uma entrevista (boa ideia fazê-lo aos 3 jornais desportivos) em que se atirou aos empresários dos jogadores e deixou uma frase lapidar "Os clubes não podem ser quem menos lucra com o negócio do futebol". Surpreendentemente, vejo muitos adeptos leoninos receosos com as consequências desta entrevista. Mas esta questão dos empresários é algo que devia preocupar os adeptos de todos os clubes.

2 - Parece que o jogo Paços-Porto da última jornada estreitou, e de maneira, as relações entre os dois clubes. Não só o Paços vai usar o Dragão como palco para os jogos em casa nas competições europeias, como agora acaba de vender Josué ao Porto e, com isso, receber uns quantos jogadores emprestados. Os benfiquistas que ovacionaram o presidente do Paços em Amesterdão devem ter o mesmo sentimento que os sportinguistas que aplaudiram Ruben Micael num Sporting-Nacional...

3 - Ainda não se sabe se Jesus fica ou não no Benfica. Caso acabe por deixar a Luz, surgem vários nomes para a sucessão. Os portuguesas das equipas revelação da Liga e um estrangeiro: Djukic. Um sérvio, claro! E, ironicamente, alguém cuja carreira ficou marcada pelo falhanço de um penalty no último minuto do campeonato espanhol que daria ao título ao Deportivo.

terça-feira, maio 28

Jesus salta fora.

O site do Record avança que Jesus não será o treinador do Benfica na próxima época. A confirmar-se, Luís Filipe Vieira, tem de demitir-se, depois de ter afirmado em pomposa entrevista que o "Reboleira Man" era o seu treinador. Ou é ou não é, caralho!

segunda-feira, maio 27

Ventos de mudança

"Vendemos uma maçã podre por 25 milhões de euros" Pinto da Costa

"Fruta não é connosco, mas não somos bananas" Bruno de Carvalho

A contundente resposta do presidente leonino demonstra que o Sporting tem agora como líder alguém que não tem medo de ir à luta e enfrentar os poderes instalados. Para o bem ou para o mal, o Sporting já precisava de um presidente que defendesse acima de tudo os interesses do clube. É tempo de repensar "amizades" mesmo que isso tenha consequências negativas num futuro próximo...

O caminho do Benfica.

Sugere o Peyroteo que a derrota de ontem possa, eventualmente, acabar com o próprio Benfica. Não sou tão pessimista (optimista, no caso dele) e nem acho que esse seja o melhor caminho para que o Sporting consiga ir à Europa, para o ano.

Este final de época custa a engolir, sem dúvida. O inferno, afinal, estava aqui tão perto e abriu as portas para que lá coubessem todos os benfiquistas. É um inferno diferente do inferno vivido em Alvalade, é um inferno diferente do vivido por clubes como o Olhanense, por exemplo. Mas é um inferno, doloroso, na mesma.

Há muita coisa a ser ponderada no Benfica. A atitude de Cardozo, depois da de Enzo, é apenas o espelho do "desnorte" de um clube onde a estrutura profissional para o futebol não funciona. Um presidente não pode estar ausente num jogo decisivo (Estoril). Não pode ver um jogo fundamental enclausurado no balneário (FCP). Não pode gerir a renovação do treinador do modo que o fez, contribuindo decisivamente para perturbar o ambiente de uma equipa profissional que, nesta fase, deveria estar completamente blindado.

LFV é, como todos concordarão, o principal culpado da actual situação. Não porque tenha falhado golos de baliza aberta, obviamente. Mas porque é o chefe máximo do clube, aquele que decide por um plantel desequilibrado, aquele que decide por uma gritante falta de exigência, cujos resultados nos últimos 12 anos não deixam desmentir.

Jesus é o elo mais fraco no meio desta história, como o são todos os treinadores do mundo que perdem. Contudo, e apesar de toda a minha aversão a este treinador, o sucesso a curto prazo do Benfica não passa pelo seu despedimento.

Jesus, ao longo de quatro anos, foi queimando a sua imagem, desgantando-se em conferências de imprensa desnecessárias, em conflitos com jogadores e treinadores adversários, tornando-se, até, numa pessoa odiada por quase tudo o que é adepto, desde o sportinguista, até ao flaviense.

Inclusivamente, dentro do próprio clube, Jesus não reúne consenso e o seu comportamento é bastante criticado. Mas que culpa terá um homem que nem falar sabe, que tem claras dificuldades em lidar com a comunicação e que não domina, em absoluto, a condição básica para se ser alguém respeitado e adorado, sendo humilde, humanista e confiante?

Nunca ninguém se preocupou com a imagem de Jesus ao longo de quatro anos. São quatro anos a acumular ódios adversários, a aumentar a pressão, a desviar atenções, com os resultados que todos conhecemos. Culpa dele, apenas? Obviamente que não. Culpa também de quem nunca soube proteger aquele que é considerado o melhor treinador português da actualidade, atrás de Mourinho, o que ofereceria, certamente, melhores resultados globais.

Esta época, isolada, foi espectacular, sob o ponto de vista da emoção, do sonho, do futebol. E não são as desilusões finais que o apagarão. Contudo, Luís Filipe Vieira não tem conseguido atribuir ao Clube uma cultura de vitória, e nem é esta a época que melhor isso retracta. Mas o modo como a equipa, ontem, evitou o reconhecimento ao Vitória, dirigindo-se de imediato para o balneário, é o melhor exemplo disso mesmo.

Na hora da derrota, como contra o Chelsea, é importantíssimo ter a dignidade que um clube centenário merece. A história vitóriosa do Benfica foi feita de derrotas, muitas, também, dolorosas, fracturantes. Mas nunca se fugiu a essa dor. Sob pena de não se aprender nada com ela.

E é esse o meu receio, como benfiquista, com a continuidade de Luís Filipe Vieira, Jesus e Cardozo.

domingo, maio 26

Vitória de Guimarães destroça Benfica.

1. Bom, mais uma vez, com requintes de malvadez, o Benfica perde a final da Taça contra um digníssimo Vitória de Guimarães. Coitada da criança que chora na bancada. Habitua-te, puto!

2. O golo do empate é marcado em fora-de-jogo. É uma pena mas começa a ser cada vez mais difícil aceitar este tipo de erros. Jorge Sousa conseguiu mostrar o primeiro amarelo a um jogador do Guimarães aos 70 minutos. Para quem viu o jogo, é difícil de explicar. Não tem a mínima categoria.

3. Fim de linha para Jesus. Não há mínima condição para a continuidade do técnico, e mesmo de alguns jogadores do plantel.

4. A equipa jogou pouco, é natural. As pernas estavam cansadas, a cabeça cheia de desilusões recentes, já se sabia que iria ser complicado. Contudo, houve um exagero na gestão que foi feita depois do golo de Gaitán. Este foi mais um jogo em que se pedia "mão" do treinador e, mais uma vez, não houve capacidade para controlar a equipa. O filme é antigo, tem três anos inteiros. Nem vale a pena comentar Almeida na esquerda, a saída de Gaitán, a entrada de Aimar e a estranha opção Urreta.

5. Parabéns ao Vitória, o do banco, aos jogadores, alguns deles com qualidade, ao clube, aos adeptos, à cidade. No fim de todas as contas, é impossível não dizer que são totalmente merecidos.

sexta-feira, maio 24

E se...

... eu fosse como alguns mal intencionados que se fartaram de lançar suspeições sobre o Estoril (que acaba por vender jogadores ao Porto) e sobre os seus jogadores, aquando do SLB-Estoril, seja o desta época, ou o Estoril-Benfica de há 8 anos atrás (que motivou Rui Duarte "report"), que fantasia poderia fazer com isto?

Deixo à consideração de quem já demonstrou ser capaz das mais rebuscadas teorias conspirativas.

Da minha parte, reitero: as gentes de Paços são honestas e sérias!  

Oficial

O negócio Porto-Monaco para a venda de Moutinho e James foi oficializado. Como já tinha sido adiantado por alguma comunicação social, o valor total das transferências chegou aos 70 milhões: James vai por 45 e Moutinho por 25.

Quer isto dizer que, entre os 25% da mais valia (3,5 milhões) e os 5% dos direitos de formação (1,25 milhões), Moutinho rende ao Sporting perto de 5 milhões de euros. Deverá ser mais ou menos isso que Pinto da Costa vai pedir por 50% de Josué :)

quinta-feira, maio 23

Curtas

1 - James e Moutinho no Mónaco por valor a rondar os 70 milhões. Desportivamente, parece questionável a opção dos jogadores. Curiosidade ainda para saber que valor foi atribuído ao médio português...

2 - O Sporting participou ontem na inauguração da Arena Pernambuco, um dos novos estádios construídos para o Mundial 2014. É sempre prestigiante e demonstra que o Sporting é um clube reconhecido internacionalmente. Recorde-se que o Sporting esteve também presente na inauguração do Morumbi, o maior estádio de São Paulo, em 1960, tendo perdido por 1-0 com um golo do ponta direita Peixinho, num mergulho de cabeça. Foi daí que surgiu a expressão "Golo de Peixinho".

3 - A Sérvia é a nova Argentina do Benfica. São já 5 os reforços daquele país. Fico um bocado estupefacto com o valor pago por Markovic. 10 milhões por um jogador a actuar na Liga Sérvia? Parece exagerado e arriscado mas o Benfica tem conseguido rentabilizar este tipo de negócio.

4 - Este ano não demorou aquele rábula do jogador que interessa ao Benfica e acaba no Porto. Foi Carlos Eduardo, médio brasileiro do Estoril.

terça-feira, maio 21

"Este é o nosso Dest(r)ino"

Será sempre o destino de quem ganha contra outros. Não se pode ganhar sozinho e, por isso,  de todos os lados envolvidos surgirão argumentos, mas o futebol estará sempre lá em cima à espera de quem o veja como um todo. Pelo lado 'mau' surgirá sempre a desconfiança assentada em erros normais, assim como do 'bom' surgirá sempre a estrutura e a ideologia a provarem a força do Dragão. Mas deixem-me que vos diga que não conheço um campeão que não fosse sujeito a casos e a desconfianças. A sombra do Apito Dourado ainda paira nos novos títulos do FC Porto e como bem negra que é - essa nuvem - tapa os erros próprios dos adversários. O Benfica festejou o título do FC Porto na Madeira e pagou bem caro por isso, pois a equipa de Vítor Pereira ia em segundo mas nunca deixou de fazer bem as coisas.

Arrancado a ferros! Foi talvez o campeonato ganho mais emocionante que a Alameda do Dragão festejou. A luta é agora milimétrica e não permite muitos deslizes. Mas descrentes foram aqueles que julgaram que ela não permitiria nenhum tropeção ao Campeão, e nesse grupo, Vítor Pereira - o obreiro do Tri -, nunca esteve presente. Doeu-lhe e internamente (mas nunca externamente) assumiu o erro de a equipa não ter ganho em Alvalade nem no Dragão, contra o Olhanense, enquanto que o Benfica se escapava para a tal época que já era brilhante mas que acabou por não passar de um sonho. Na Luz estavam contadas as finais e as 'montanhas' que mereciam mais atenção. E foi na pedra pequena que o percalço encarnado provou que as duas equipas eram afinal pontualmente muito mais parecidas do que se imaginava.

E teria de ser no confronto directo que a realidade finalmente bateria à porta da Liga. Os dois líderes, Jesus e Pereira, enalteceram sempre ao longo da época a identidade das suas equipas, o seu modo de treino e as virtudes que elas iam evidenciando. O Benfica era a equipa que marcava em qualquer campo e que arrasava adversários que se davam a isso. Tinha um plano B - coisa que o FCP raramente mostrou - que aparecia contra equipas que lhe mereciam mais respeito e equilibrava-se assentando nos golos que os seus homens mais adiantados iam (sempre) marcando. Já o FC Porto foi a equipa da posse e do equilíbrio com bola. As ocasiões de golo (quase) sempre foram escassas mas a eficácia, para tal facto, foi sempre positiva. A gestão foi sempre feita com bola, fosse a um ritmo mais acelerado ou mais lento e a pontuação reflectiu sempre um equilíbrio quase perfeito entre os dois estilos. Só um 'mano a mano' poderia resolver a questão e essa possibilidade projectou-se para o clássico do Dragão quando o Benfica baqueou com o Estoril e o FC Porto ficou a tão saborosos dois pontos do seu rival.

A história do confronto já por demais foi escrita e o resultado sublinhou um FC Porto mais destemido, mais campeão, apesar de esse facto em nada beliscar a belíssima equipa do Benfica nesta época. Foi aí e sempre será que se fez o campeão, mas à luz, com legitimidade, vêm também todos os casos que envolveram as duas equipas, visto tal confronto ser tão renhido que qualquer ponto, qualquer lance, poderia - à visão de cada um - decidir o título. Mas este é o Destino dos campeões e faz mal ao futebol português e à visão geral o FC Porto conseguir tal feito tanta vez. Como podem os benfiquistas ver o outro lado da questão? É que passar para lá da pele própria e admitir que campeonatos não se fazem num lance - como o de Maicon, na época passada, ou no de James esta época - só se consegue quando experimentamos várias vezes o tal 'outro lado' (um Lado A, talvez). Repare-se que quando o Benfica ganha a Liga a paz em relação à arbitragem cresce, como se o clube da Luz fosse sinónimo da justiça divina. Mais vezes fosse o Benfica campeão e menos razão teriam os seus adeptos em ser exageradamente conspirativos e nada produtivos. Mas haja reconhecimento hegemónico, ou não, a realidade não quer saber de quem pensa assim ou assado e só deixa levantar Taças a quem faz mais por isso. O FC Porto continua a ganhar porque continua mais forte que Benfica e Sporting e isso é uma realidade quer seja geralmente reconhecida ou não. E que esta época tenha sido por um Tri(z), em nada muda isso.

Primeiras ideias de Leo Jardim

Ouvi com atenção as palavras do novo mister na apresentação. Ficaram algumas questões, nomeadamente: "hã?", "o que foi que ele disse?" e "época dois milhe e catorze/dois milhe e quinze?". Sendo assim, esperei pelos jornais da manhã para perceber melhor as ideias de Leonardo Jardim sobre esta nova etapa. Eis as principais:

- «Vim para rentabilizar a equipa do Sporting com o objetivo de vencer.... Não será fácil - o Sporting vem da pior época da história mas queremos alterar isso com a restruturação da equipa, com trabalho e com a união de todos os sportinguistas. Não podemos estar a apontar metas a curto/médio prazo, podemos é rentabilizar a equipa para encontrar o caminho das vitórias»

- «Sou de poucos sonhos e promessas. Vou trabalhar no limite das minhas capacidades em prol dos objetivos do clube e dos adeptos»

- «Claro que nos últimos dois anos participei em competições europeias. O Sporting não conseguiu classificar-se mas acredito que em 2014/2015 teremos uma boa participação na Europa

- Quando cheguei ao Braga, tinha quatro ou cinco jogadores da época anterior, tive de reconstruir a equipa e fizemos uma boa temporada. Acredito que posso conseguir isso no Sporting.»

segunda-feira, maio 20

Curtas Sporting

1 - Acabou a época mais triste de sempre do Sporting. 7º lugar! Pelo menos a última jornada serviu para acabar o campeonato com mais vitórias que derrotas e também para pôr a zeros o goal-average. As coisas a que um gajo se agarra!

2 - Jesualdo Ferreira sai. Em conferência de imprensa conjunta com o presidente, o professor disse que tomou a decisão de sair com "tristeza, é dos momentos mais difíceis da minha carreira mas é também um momento de honestidade. Não poderia aceitar ser treinador para o próximo ano se não sentisse que houvesse condições para, no futuro, não me sentir a mais". Certamente que nos próximos dias saberemos com mais detalhe os motivos de Jesualdo.

3 - E o senhor que se segue é Leonardo Jardim. Não escondo que esta solução me agrada bastante. Apesar daquele sotaque, vejo ali um treinador de muita qualidade, que tem obtido bons resultados por onde passou. É verdade que saiu de Braga e Olympiakos mas não por razões técnicas. Tem outro ponto a favor: é sportinguista doente, quase tanto como Jorge Jesus.

4 - Wolfswinkel despediu-se com mais dois golos. 20 golos nesta época miserável é um registo colossal. Mesmo assim, depois de 45 golos em duas épocas, muitos dos adeptos ainda acham que não era ponta-de-lança para o Sporting. A mim deixa saudades, não só pelo rendimento mas também pela postura exemplar. E espero estar enganado mas dificilmente encontraremos substituto do mesmo nível.

5 - O 1º reforço parece ser Jefferson, lateral esquerdo do Estoril. Não vi o suficiente para analisar correctamente esta contratação. No entanto, será um upgrade em relação a Joãozinho.

TRI-CAMPEÕES

Parabéns.

Ao senhor Moniz Pereira que acaba de ser distinguido com o prémio Mérito e Excelência, nos Globos de Ouros. Um prémio mais do que merecido para um homem que representa superiormente o desporto mas, acima de tudo, traduz o que de melhor a nossa sociedade tem.

E teve "19 a canto coral"!

domingo, maio 19

Um dia inesquecível no Estádio da Luz.

Quando deicidi ir ver o último jogo deste campeonato, confesso que não sabia bem o que esperar. Afinal, duas derrotas contra o FCP e Chelsea encostaram o Benfica e os seus adeptos às cordas.

Bom, "vamos agradecer aos jogadores", "vamos despedir-nos de Pablo Aimar", ou apenas "vamos à bola", qualquer desculpa havia de se arranjar, logo após o apito final.

O jogo foi complicado, especialmente tendo em conta o passado recente. Os jogadores do Benfica surgiram algo desconcentrados e o Moreirense muito bem organizado defensivamente. No final, contudo, venceu a melhor equipa, que na segunda metade fez uma boa exibição, marcando três golos (podiam ter sido seis).

O ambiente no estádio esteve sempre tranquilo. Em Paços de Ferreira o FCP venceria sempre e nem um lance escabroso (penálti e expulsão) demoveu os adeptos encarnados no apoio à sua equipa.

Sinceramente, nunca tinha visto isto, por cá. Muitas vezes falamos nos adeptos ingleses, que batem palmas à sua equipa derrotada mas hoje, no Estádio da Luz, além de 90 minutos de constante apoio, sobraram cinco maravilhosos minutos de palmas, com a equipa toda reunida no centro do terreno de jogo.

Foi dramático tudo isto que nos aconteceu. Mas vi na Luz uma verdadeira lição de desportivismo e de saber perder, mesmo que com um encolher de ombros perante a desonestidade que continua a distribuir títulos em Portugal.

Serviu também esta imagem que vos transmito, espero eu, para que o próprio Clube possa abraçar a génese das suas fundações: humildade, distinção, grandeza. Tudo junto, com a bola a rolar no meio de 22 pernas equipadas com meias encarnadas.

Excelente a conferência de imprensa de Jesus. Pena por não ver Aimar. A época ainda não terminou e apenas depois do Jamor se fazem os balanços. Até lá, apoiar estes jogadores que merecem tudo, porque tudo têm dado.

Decidido.

Afinal o título decidiu-se antes do intervalo do último jogo.
Na verdade Hugo Miguel decidiu atribuí-lo ao Porto ao minuto 22 na Mata Real. Não era preciso ser desta maneira até porque já se percebia que o Benfica hoje ia ter muita dificuldade em vencer. E até chega ao intervalo a perder.
 
Parabéns ao Marco e ao Hugo.
Para o ano há mais.

sexta-feira, maio 17

Atlético tira o colchão e deixa o Real a dormir na tábua


O Paços de Ferreira é um clube de vendidos.

O empate com o Estoril deixou-me deprimido. Felizmente para mim, estava no início de umas belas férias e a coisa passou-se, apesar da angústia. A derrota contra o FCP, longe de ser surpreendente, acabou por ser mais dramática. Pelo golo tardio de Kelvin e pela ultrapassagem letal que nos fizeram, mesmo na última curva antes da meta.

Depois, e num estado letárgico, assisti à derrota cruel frente ao Chelsea que, apesar da desgraça, não me deprimiu. Baixar as expectativas e aceitar a evidência de se tratar apenas de um jogo de futebol, ajuda sempre.

Domingo, voltarei ao estádio da Luz. Não porque acredite em grande festas, não porque acredite que festejaremos o título. O FCP vai vencer, e sem dificuldades, um Paços de Ferreira que ainda recentemente, frente ao Sporting, mostrou fragilidades que os portistas não desperdiçarão.

Quero com isto dizer o quê? Que me mete um bocado de nojo ler muitos benfiquistas a falar em "festejos de jogadores do Paços nos golos do Chelsea" ou de pagamentos de "reformas douradas" ao Cássio, sem que exista o mínimo de garantia daquilo que se diz. Ou pelo menos de provas cabais.

Temos tanta coisa a que nos agarrar, temos tantas escutas para nos enojar, que não precisamos de estar constantemente a criar "factos" que colocam em causa o profissionalismo de gente que nada tem a ver com o resto.

Os jogadores do Paços de Ferreira, no Domingo, vão ser aquilo que foram a época inteira. Uma equipa digna, liderada por um gajo competente. Pode não chegar, mas na hora da desilusão, é completamente escusado perder a lucidez, fazendo acusações imbecis e criminosas.

Um bocadinho de humor para desanuviar.



LOL.

E contaram-me esta agora mesmo: ao contrário do que seria de esperar, com os últimos acontecimentos, o governo português está a subir nas sondagens. Pelo menos seis milhões de portugueses acreditam no "Passos".

Eu, por acaso, não acredito nada.

quinta-feira, maio 16

E se fosse ao contrário?

Ainda sobre a sequência de maus resultados do Benfica, atrevo-me a perguntar (agora que é fácil fazê-lo): E se Jesus tem feito ao contrário? Se joga no Dragão de 'peito aberto' e se 'fecha-linhas' contra o Chelsea?

Depois de ver os dois jogos, não tenho dúvidas que ao contrário seria quase certo o Benfica festejar no Dragão e, muito provavelmente, ganharia a Europa League em Amesterdão. Já agora, passo a explicar:

Um Benfica que atacasse e quisesse vencer, no Dragão, ajudaria sempre o clássico a resultar num reflexo da tabela. Lembramos-nos, por exemplo, do que aconteceu na Luz, em que um bom jogo - dividido - resultou num empate a duas bolas. Em Amesterdão, a questão mental que decidiria o jogo pesaria na balança para o Chelsea. Os estimados e simpáticos leitores deste texto (uma ou duas almas 'penadas') viram o futebol dos blues? Se foi aquilo em contra-ataque, não imagino o que seria se tivessem que descobrir caminhos contra um Benfica que fechou como no Dragão.

Posso e afirmo, porque é fácil falar no fim, que as estratégias de Jesus não foram assim tão erradas. Foram, sim, trocadas em relação aos jogos.

O oito e o oitenta do Benfica deram 'azares' iguais

Da insuficiência ao exagero com um resultado igual. Quem diria que um enorme Benfica traria de Amesterdão para Lisboa o mesmo drama e resultado do confronto no Dragão com o FC Porto? Depois da derrota no terreno do rival os adeptos pediam entrega, atitude, pediam o Benfica que encantou e fez sonhar durante a época. Pediram e tiveram uma equipa que vulgarizou - como já havia feito na época passada - o milionário Chelsea de Abramovich. Mas mais uma vez o síndrome tão português de não querer marcar fez-nos sofrer. Não se pode! Não se pode falhar tantas oportunidades de golo, Benfica! Quem falha tanto (já é cliché eu sei!) põe-se de tal maneira a jeito que o desfecho parece ser igual ao de quem não quer ganhar jogos.

Parece injusto criticar de novo o Benfica depois de na Final da Liga Europa os encarnados terem voltado ao futebol que os caracterizou esta época, mas, para quem não se lembra, esse mesmo futebol - o do alucinante modelo de Jesus - requer golos, golos e mais golos. Revejam-se as oportunidades que o Benfica criou e sinta-se o síndrome e o medo com que os jogadores abordaram a finalização. Reveja-se também a criação de oportunidades noutros jogos com adversários sem nome, que não assustam nem bloqueiam cérebros, para se perceber que a derrota com o 'banal' e boring Chelsea é algo completamente mental.

"Tão fácil não pode ser! Tão fácil é impossível ser", pareciam dizer os jogadores do Benfica à hora do remate que num jogo que passasse despercebido seria golo certo. E, criado por eles, tão difícil se tornou (a missão) que o Benfica teve que sofrer um golo, para depois Cardozo converter sem dó a grande penalidade que daria o empate. Mas aí, já o psicológico tinha enraizada a ideia da derrota tal qual 'pica miolos'. É o mal das equipas que muito produzem mas que se sentem confortáveis no discurso final com o domínio territorial e de oportunidades falhadas. Em futebol, amigos, isso não chega e na Final de Amesterdão também, obviamente, não chegou. A cada oportunidade falhada, a cada pulsação do jogo, o incisivo Benfica de Jesus ia-se destapando, ia quebrando, como que se estivesse à espera da estocada de Ivanovic.

Mas de análises à falta de eficácia na finalização por parte do Benfica, assim como ao cinismo do Chelsea, estarão hoje os jornais cheios. Para o Benfica e para as restantes equipas portuguesas, urge exorcizar o demónio que as bloqueia, que não as deixa marcar para vencer (!) contra os 'adamastores'. E o síndrome passa, a meu ver, pela tal moralidade que é controlar um jogo e dizer que se domina, que se cria, que se fez e se 'aconteceu'. Mas, sabe-se que não marcando não há prémio, não há Taça, nem devia haver consolação possível. Os esquemas e modelos, tão demais apregoados, não são mais que caminhos para o golo. E nos golos nada há de acaso, nem de sorte. Ainda que como, no jogo de ontem, eles sejam bem difíceis de explicar.

Os acasos e as sortes que os decifrem, as direcções, os técnicos, os jogadores e (porque não?) os adeptos, para não haver Bruxos de Fafe a mandar 'papaias' sobre futebol.

quarta-feira, maio 15

Grita Benfica. De cabeça bem levantada.

Fomos melhores mas perdemos. Os jogadores deram tudo o que tinham e o que não tinham. Obrigado por fazerem sonhar milhões de pessoas. Sinceramente, foi das derrotas menos dolorosas, apesar do aparente drama. Quero, e queremos, mais destas vidas em campo.

Ganhar nem sempre é possível. E temos de aprender a viver com isso. É futebol e, apesar do desalento, é bonito, assim.

De cabeça levantada. Com muito orgulho nestes jogadores e nos adeptos.

Desilusão!

Nem aos adversários desejo uma coisa destas.
Duas vezes na mesma semana.
E hoje é tremendamente injusto!

Boa sorte SLB

Que elevem bem alto o nome do nosso país e saiam vitoriosos de Amesterdão. Um abraço portista aos benfiquistas do blog.

terça-feira, maio 14

Curtas.

1. Amanhã há Final da Liga Europa e as apostas apontam para a vitória do Chelsea. Compreende-se: são os actuais campeões da Europa, têm um plantel recheado de enormes jogadores e participam numa liga intensa, competitiva, que lhes garante um outro ritmo.

A posição secundária do Benfica pode, até, jogar a nosso favor. Espero uma vitória, como espero sempre, mesmo sabendo que é pouco provável. O mais importante é haver Benfica, o que não aconteceu muito no dragão.

2. Sporting fora da Europa, apesar da vitória. Jesualdo falhou o objectivo e parece-me que não vai estar em Alvalade. Sinceramente, não sei bem o que esperar do futuro próximo do clube de Alvalade. Sem dinheiro, sem treinador, e sem jogadores, a situação não vai melhorar.

3. Os bilhetes para a Final da Taça de Portugal esgotaram logo. Apesar do desânimo que a derrota no Porto causou, os benfiquistas responderam bem. Não se podem queixar de falta de apoio... e o Vitória vai assumir o papel que caberá ao Benfica, amanhã.

4. Villas-Boas dificilmente fará melhor do que o seu antecessor. Contudo, e não me custa reconhecer, acabou por fazer um bom trabalho. O que mais me surpreendeu foi o facto de ser já bastante respeitado em Inglaterra. E Bale ajudou, claro.

5. A reacção de Coentrão revela-nos um jogador que perdeu um pouco o "norte" na sua carreira. Talvez o Real Madrid seja demasiado grande para ele. Bem que podia voltar à Luz.

Arbitragem: longe da perfeição.

Em pouco mais de 60 segundos de jogo, a equipa de arbitragem engana-se quatro vezes, sempre para o mesmo lado.

Primeiro, não marca falta sobre Garay. Depois, assinala lançamento ao contrário, acabando por marcar uma falta inexistente de Melgarejo. Para terminar, um fora-de-jogo que passa em claro, resulta num golo.

Sigam a jogada toda, aqui.

Este é um excelente exemplo da total impreparação e incapacidade técnica que alguns árbitros têm e que, todos os fins-de-semana, contribuem para falsear resultados e destruir o trabalho de equipas inteiras.

O exemplo é aleatório pois encontrei-o totalmete ao acaso e não pretende justificar o resultado do jogo em questão.

A discussão que pode surgir com o vídeo é: o erro faz parte do jogo, sempre foi assim, sempre será, porque é impossível acertar sempre, mesmo com o recurso à tecnologia. Mas, se calhar, a metodologia de treino está errada, pois este caso é sintomático disso mesmo. Não é possível, num jogo, em poucos segundos, fazer tanto disparate seguido (independentemente de ter sido sempre a favor de uma das equipas).

segunda-feira, maio 13

Benfica precisa-se.

Com certeza que muitos benfiquistas, depois do empate em casa contra o Estoril, mandaram a toalha ao chão. É normal. Afinal, a história recente mostra-nos que passamos maus bocados no Porto e que, com Jesus, decisão rima com insucesso.

Mais uma vez, a história repetiu-se, sem grande estranheza. O que foi diferente, desta vez? O golo da vitória chegou quase no fim, deixando o Benfica sem hipóteses de reagir, sequer. Foi dramático, pesado mas, no fim, não foi injusto.

Todos aqueles que, como eu, defendiam a necessidade de ir ao Dragão com quatro pontos de vantagem, viram os seus receios confirmados. Os outros, mais crentes, continuam na senda da fé, agora virada para a força pacense, talvez capaz de fazer o que ninguém conseguiu até agora: derrotar o FCP.

O empate, chega, também. Mas depois do desastre caseiro contra os canarinhos e com a Final da Liga Europa na Quarta-Feira, acho que é preciso mais fé ainda numa vitória contra o Moreirense.

Falando da Europa dos pequeninos, vamos defrontar o actual campeão europeu. Infelizmente não nos calhou um "Mónaco" e nenhum benfiquista estará convencido que a vitória é o resultado mais provável.

Vamos jogar contra todas as expectativas. Perdemos praticamente o campeonato no último minuto de jogo, temos meia-equipa cansada, a moral está em baixo e enfrentamos o adversário mais forte da temporada, logo atrás do super-Barcelona.

Como qualquer adepto, quero que o meu clube vença. Acredito, até, que isso vai acontecer.

Mas foda-se, e o campeonato? Nós queríamos era o campeonato. A Liga Europa não chega, e a Taça de Portugal também não. Contudo, será isto bom? Poder ganhar tudo até ao fim? Chega? Como se lida com o insucesso no último degrau de uma longa escadaria? Vai deixar-nos mais fortes? Mais fracos? Melhor preparados?

Luís Filipe Vieira esteve no Brasil durante o jogo contra o Estoril. No Dragão, viu o jogo no balneário. Costuma dizer-se que o exempo vem de cima, não é? Todos queremos Benfica, de peito aberto, a voar. Escondido e não presente, já sabemos que não resulta.

domingo, maio 12

Mil palavras


E a marca do perfume de Kelvin?

Esperava-se o jogo do título no Dragão mas o 'Benfica campeão' não quis comparecer. A impressionante rigidez táctica da equipa de Jorge Jesus meteu em 'xeque' toda uma época em que o discurso vincou sempre uma identidade que na hora da decisão não apareceu, porque o seu técnico entendeu jogar para o ponto. O FC Porto ainda não ganhou a Liga mas, com o golo de Kelvin, afirmou a superioridade no confronto directo com o seu rival porque foi sempre, até ao fim, fiel ao que o seu treinador apregoou durante toda a época. Assumiu o jogo 'à campeão' e foi premiado com mais um golo salvador de um brasileiro que já é talismã.

O Benfica que toda a gente elogiou e que devolveu a esperança de acabar com a hegemonia do FC Porto não subiu ao relvado do Dragão. A equipa pressionante e atacante que "desgasta adversários" com o seu jogo ficou em Lisboa e na Invicta surgiu uma versão que tinha, durante todo o encontro, um momento do jogo em mente: organização defensiva. Com isso, e só isso para fazer, o Benfica acabou por fazê-lo bem, fazendo uso também do habitual 'golo da praxe' obtido pelo faro de golo dos seus homens mais adiantados. O 'modelo' fazia sentido, não estivessem em jogo questões morais e de afirmação de uma sobre outra equipa. Assim sendo, os encarnados abordaram o jogo de uma forma que o FC Porto nunca faria na Luz - mesmo que só precisasse de empatar.

Essa é a diferença maior numa Liga em que águias e dragões abateram tudo o que lhes apareceu, exceptuando os habituais percalços que, agora, até não são derrotas, são empates. Assim a luta de estilos teria de aparecer e o confronto teria de ser entre as identidades dos dois primeiros e não entre a identidade do actual primeiro classificado e a identidade da maior parte das equipas nacionais: jogar no erro e apostar em 'qualquer coisinha' como um lançamento para a área ou um qualquer livre.

O FC Porto não criou por aí além mas manteve o jogo no meio-campo adversário onde, por uma questão de metros, os golos estão sempre mais perto, nem que no 'emaranhado' de jogadores adversários a bola ressalte em dois e entre na baliza. O trio do meio-campo do Benfica não tinha bola e a ideia sempre foi segurar o do FC Porto. Enzo, Matic e Gaitán não foram potenciados ofensivamente e viam Fernando, Lucho e Moutinho andar a rondar a sua grande-área. Por aí a balança do jogo pesava claramente para o lado do Dragão mas o Benfica demonstrava uma lição quase perfeita em campo, pois é Jesus quem diz que até 'a marca de perfume dos adversários conhece'. Sabia tudo sobre como o FC Porto ia atacar e James - jogo horrível - e Jackson foram engolidos pela organização defensiva de JJ. Como se podia então derrubar o muro encarnado? Com opções que o seu plano omitisse.

As entradas de Kelvin e Liedson - o FC Porto passava aqui a jogar só com 3 defesas - não surpreenderam porque eram as mais prováveis mas a abordagem encarnada ao lance não teve o sucesso defensivo que quase todo o jogo mostrou. A espontaneidade do miúdo 'salvador' na hora do remate meteu a toda a táctica de joelhos premiando Vítor Pereira, um técnico que por não ser levado em braços se excede no discurso mas que tem uma fé na sua equipa e modelo, do 'outro mundo'. Nunca mostrou receio do Benfica e nos momentos decisivos, contra os encarnados, nunca falhou. Demonstra o seu portismo por todos os poros e é fiel ao modo de trabalho de uma casa onde os jogadores não 'pulam' e se abraçam sem terem ainda ganho nada. Cautelas, que para a semana há mais, não esteja o destino da Liga nas mãos das 'equipas-sensação'. Já o 'ensaiar' de buzinas pelas ruas portuenses compreende-se. Não é todos os dias que a superioridade moral em relação ao maior rival é garantida em casa e... aos 90'+2.

sábado, maio 11

FCP 2 Benfica 1.

Nem nos piores pesadelos. E se contratássemos o Vítor Pereira?

sexta-feira, maio 10

Os 90 minutos de Pedro Proença.

O FCP-Benfica está aí e, ao contrário do que eu esperava e desejava, será um jogo absolutamente decisivo para a atribuição do título e, ao mesmo tempo, um verdadeiro obstáculo para a final da Liga Europa.

O Benfica teve tudo para ir "passear" ao Dragão. O rotundo falhanço, perante 60 mil adeptos, frente a um Estoril que era o mais fácil de todos os adversários recentes e futuros, deixou a comunidade benfiquista com os nervos em franja.

Também eu espero que o resultado final no Dragão reflicta o que se passou em campo. Também eu espero que o vencedor não seja levado ao colo pelo Pedro Proença.

A nomeação de Proença é um duro golpe nas aspirações encarnadas por tudo aquilo que representa. É um árbitro do sistema (as escutas são claras a este respeito) e tem um historial de erros graves contra o Benfica digno de ser constantemente relembrado.

Mas... há mais de 20 anos, os jogadores do Benfica foram recebidos nas Antas num ambiente de extrema violência. Equiparam-se nos corredores porque os balneários cheiravam a merda, viram dirigentes do Clube serem ameaçados à pistola e, no relvado, foram vítimas de atropelos, pontapés e agressões, sempre com a complacência do homem do apito. E no fim, venceram.

Contudo, amanhã, não acredito que a história se repita. Quer dizer, acredito que possamos vencer, mas acredito também que o ambiente não será comparável, que o Abel não aparecerá de coldre à cintura e que os jogadores do FCP se comportarão com dignidade.

Quanto a Pedro Proença, será facilmente o elo mais fraco desta história. Vai entrar pressionadíssimo, e qualquer erro de caca ser-lhe-á apontado como factor decisório no resultado final. No final, certamente, de um lado ou do outro, vão chover críticas.

Se forem do lado do Benfica, são mais umas a juntar ao rol de erros do passado, sobre um árbitro que, por norma, prejudica o clube da Luz. Se forem do lado do FCP, será porque o homem é benfiquista, mesmo que uma simples pesquisa por "Proença escutas" no Google nos demonstre, cabalmente, que apesar desse epíteto, Proença é bastante apreciado por Pinto da Costa.

Mas uma coisa é certa e, penso que todos concordamos: apesar de Pedro Proença ter sido a pior escolha para este jogo, todos lhes desejamos muito boa sorte e competência durante os 90 minutos mais importantes deste campeonato.

Mote para a memória colectiva desportiva

Aconteça o que acontecer, o jogo de Sábado vai ser daqueles que vai ficar gravado na memória de Portistas e Benfiquistas. Vai ser histórico e vamos falar dele, em reminiscências desportivas, durante o resto das nossas vidas. 

Quanto ao espírito que gostava de ver amanhã está tudo escrito aqui, com grande categoria e alma, http://www.porta19.com/2013/05/ouve-la-o-portista/ neste excelente site portista. Este é o único rapaz de rivaliza com o nosso Marco quando se escreve do FCP.

quinta-feira, maio 9

O árbitro

Mas havia dúvidas?  Pedro Proença é o árbitro do jogo do título. O pseudo-melhor árbitro português e mundial...
O historial deste árbitro com o Benfica ultrapassa em muito o Porto...
Como se sentem os adeptos do Benfica? e os do Porto?

Adenda.
Para quem quiser cair na tentação de lhe imputar algum benfiquismo, veja este vídeo, mas acima de tudo compare os critérios na análise dos lances.

Utopia

É legítimo querer vencer. É legítimo puxar pelo seu clube. É legítimo ficar triste com a derrota.
Mas o futebol não passa de um jogo. Não é uma guerra, um tudo ou nada. A vida ou a morte.



Independentemente do resultado, sábado devia ser assim. Mas é uma loucura sequer pensar que algum dia isso possa acontecer.
A violência mais não é que descarregar uma frustração, sendo que grande parte das vezes as vítimas nada têm a ver com isso.
Acompanhando Miguel Sousa Tavares, dramático não é perder um campeonato. Dramática é a situação do país.

terça-feira, maio 7

E agora, 22 anos depois, como vai ser?

Na época de 90/91, a 5 jornadas do final do campeonato, o Benfica, com 1 ponto de avanço sobre o Porto, deslocou-se às Antas, venceu por 0-2 e caminhou seguramente para vencer o campeonato. Ainda me lembro da capa dos desportivos no dia seguinte e a letras garrafais... AVÉ CÉSAR!

Não sei se esse murro no orgulho portista foi um ponto de viragem, mas a verdade é que desde então, sempre que a luta pelo título foi entre FCP e SLB, foram os azuis e brancos que levaram a melhor. E, alargando a análise, nestes últimos 22 campeonatos o FCP levou para as suas vitrinas 15 títulos de campeão nacional e dominou inequivocamente o futebol nacional.

Neste sábado decide-se a liga. Vai ser épico. Na penúltima jornada o líder Benfica, derrotado nas duas última temporadas em casa frente ao campeão FCP, desloca-se ao Dragão para defender a liderança e garantir o título.

Estou convencido que não se joga só este campeonato. No dia 11-Maio vão entrar em campo também 22 anos de história, a recordação dos últimos dois anos de frustração e humilhação caseira do SLB e, o Benfica, se souber gerir emocionalmente tudo isto, terá uma verdadeira oportunidade de inverter um ciclo do futebol português, voltar a ser maior e afirmar-se definitivamente perante o seu principal rival.

Do outro lado temos o campeão em título, que nas fracas palavra do seu, não menos fraco treinador, chegou a dar este título como perdido e que inesperadamente vê uma hipótese de inverter a situação classificativa frente ao seu público num estádio em que não perde desde Outubro de 2008.

Espero um grande e emocionante jogo, de características e peso simbólico difíceis de igualar e um excelente ambiente de festa e desportivismo. Desejo respeito, fair play e um FCP vencedor, se não for conseguir que seja um digno vencido.

Empate? Um jogo destes merece alguém que o vença.

Jackpot do Casino Estoril para levantar no Dragão

Aquilo que queremos está sempre no último bolso que procuramos. Bem... neste caso no ante-penúltimo. Agora que o Estoril impressionou o futebol português com a sua exibição de luxo na Luz, para nada contam as teorias que davam como certa a vitória encarnada na Liga depois de somados os três pontos no Estádio dos Barreiros. As contagens de montanha deram uma cantiga que ecoou até Jorge Jesus e aos seus pupilos, tal foi a festa que se viu depois de ultrapassado o Marítimo. Estoril fica em solo raso mais propício a sprints de recta final e viu o seu clube salvar, para já, a pele a quem por eles nada deu.

E eu fui um deles, é bom que se diga. Se bem que se deve detestar crónicas sobre o autor, arrisco e trago à lembrança o que disse de Marco Silva depois do jogo do FC Porto na Amoreira. Algo como 'treinador da moda... vintage' por sua equipa não ter feito aos dragões aquilo que fez agora na Luz. Frente à equipa de Vítor Pereira o Estoril-Praia conseguiu um golo fortuito e mais não fez durante todo o jogo. Pouco, escrevi na altura, para uma equipa e um treinador já na altura tão sobejamente elogiados pela imprensa desportiva.

Pois bem, não me chicoteio porque afinal era possível! O jogo do Estoril na Luz foi (e passo a sublinhar) o melhor jogo que vi alguma equipa 'pequena' fazer no estádio de um grande. E passo a explicar porquê, até porque já vi o Nacional golear o FC Porto no Dragão, já vi várias equipas ganhar na Luz e ainda este ano o Sporting não sabe bem o que é jogar em casa. E o Estoril até, 'só', empatou, vejam bem: A equipa de Marco Silva foi à Luz bater-se com um Benfica em alta, um Benfica que está por mérito próprio na Final da Liga Europa, um Benfica que é uma força atacante e que soca quem se encosta às cordas até à 'morte'. E o Estoril que fez? Sacudiu, repeliu, rebateu e criou! A minha opinião sobre os canarinhos era a de que Marco Silva não merecia tantos elogios pois quando jogou contra um grande nada se tinha visto à sua equipa. Até ontem. Meu Deus que exibição soberba!

Até ontem, a vitória do Leixões no Dragão (2-3), sob o comando de José Mota, era o meu jogo eleito para esta alínea. Mas esse FC Porto não almejava o que este Benfica tem a uma distância de 4 jogos. A 'tripleta' só está ao alcance de poucas equipas, e dominar uma equipa, no seu próprio terreno, que esteja tão perto de a obter, também não é para todos. O Estoril saiu de forma excelente da pressão encarnada, foi enorme nos duelos, foi criterioso e inteligente na posse de bola e foi extremamente perigoso no ataque. E já que na Choupana se cantou o tão afamado 'SLB SLB SLB', ninguém vai levar a mal que alguém festeje um possível título do FC Porto com uma camisola do Estoril-Praia vestida, pois não?

É que o trabalho de Marco Silva salvou (pelo menos até sábado) a pele a Vítor Pereira. Já desorientado, o técnico de Espinho, apontou baterias aos árbitros e ao último Benfica-Sporting esquecendo-se que deixou fugir as águias no seu último duelo em Alvalade. Esqueceu-se, portanto, de referir a sua culpa própria (algo que é tão 'normal' como os árbitros errarem). Agora, saiu o jackpot no Casino Estoril aos dragões. Podem mostrar em campo que são a equipa que os jornais não dizem que são, que são a equipa que todos se esqueceram que eles são, que são a equipa que eles sabem e dizem que são. O jogo vale (torno aqui a dizê-lo) pela oportunidade de destronar o líder e não pela certeza absoluta que ele vai ser destronado. Por isso, um pouco de respeito pelas duas melhores equipas portuguesas e pelo o que elas nos ofereceram este ano quando fizerem prognósticos (este 'aviso' é quase todo para mim), se fazem favor.

segunda-feira, maio 6

Parabéns, Estoril.

Que grande jogo fizeram os canarinhos. A Europa ali tão perto.

Azia

A mim não me ajuda nada, que na pior época do Sporting de sempre, o Benfica esteja a fazer este brilharete. 
É claro que uma coisa nada tem a ver com a outra, mas decerto ajudaria a digerir melhor tanta desgraça do nosso lado, se do outro lado não houvesse agora tanta alegria.
E não me parece que reconhecer isso, seja prova de anti-qualquer coisa.
É apenas o futebol. Ser adepto de um clube é também ser contra qualquer outro clube qualquer.
É assim em Portugal, Espanha, Inglaterra ou Itália e quem disser o contrário, acho que ignora o que é a base do futebol. 

E também não é preferir o Porto ao Benfica. Em relação ao FCP, perdi muito do respeito em relação áquilo que conquistaram. Não apenas por aquilo que se passou (Apito Dourado), mas também pela forma como reagiram e actuaram depois disso (assobiar para o lado, fingindo que nada se passou).
Mas o Benfica, desde que cresci no meu bairro, até aos dias de hoje, era e é sempre o clube a bater. Talvez por razões históricas, culturais ou geográficas, não sei....o certo é que hoje sinto as coisas desta maneira.

Mas há uma diferença entre estar aziado com esta onda benfiquista e, tentar minimizar-lo com argumentos que não correspondem á realidade. 
O Benfica é hoje a melhor equipa a jogar futebol em Portugal e tem dos melhores jogadores deste nosso campeonato. A ser campeão repito, é inteitamente justo e não reconhecer isso é sinónimo de mau desportivismo.
Podemos inumerar o caso Capela as vezes que quisermos, porque de facto foi dos maiores escândalos da nossa arbitragem nos nossos tempos, mas tal não belisca o que é hoje o Benfica. E fazer essa colagem, diminuindo o mérito que têm, é no mínimo desonesto. 
O Benfica é hoje um clube organizado e pensado para ser um clube de sucesso. E isso para mim, é o que me dá mais apreensão.

Como sportinguista resta-me esperar que do meu clube virá maior oposição no futuro. Com mais futebol e menos Capelas, porque foi assim que eles chegaram onde chegaram.
Com futebol, repito...

Levanta-te,Sporting!!!

Foi uma derrota injusta esta em Paços. Não que tenhamos sido uma equipa dominadora com inúmeras ocasiões de golo, porque não fomos. Mas sobretudo tivemos mais momentos de qualidade e estivemos mais em cima do Paços á procura do golo que o contrário.

No entanto, por mais que estejamos melhor do que á uns meses atrás, há duas evidências neste Sporting que torna a equipa mais vulnerável:
1) Por mais domínio de jogo que tenhamos, criamos poucas oportunidades e consequentemente marcamos poucos golos;
2) Por mais controlo do adversário que possamos ter, sofremos sempre golos de uma maneira inocente quase displicente até;

E assim sendo, torna-se mais fácil explicar a derrota de hoje.
A Europa fica assim hoje mais longe....

domingo, maio 5

Cala-te, Vítor.

Confesso que tenho alguma dificuldade em perceber o silêncio da nossa comunicação social em torno dos CONSECUTIVOS lances que beneficiam o FCP em muitas das suas vitórias.

Depois do Capela, já lá vão dois jogos em que erros grosseiros a seu favor, ajudaram o FCP a parecer que ainda luta pelo título. E ninguém relata esses erros. As repetições são escassas ou inexistentes. Nos jornais, nem uma puta de uma chamada de atenção a dizer "penálti inexistente" ou "golo em fora-de-jogo".

O sujo do Vitor ontem dizia que não acreditava que o Benfica perdesse pontos em casa (insinuando benefícios arbitrais) mas hoje, depois do que vimos na Madeira, já diz que acredita que ainda pode vencer o campeonato. Mas como, se o Benfica não vai perder pontos em casa?

Isto está a ficar muito estranho e cada vez mais sujo. E o Vítor, quem o amordaça?

sexta-feira, maio 3

Tenham cuidado! é perigoso não reconhecer o Cardozo!

Se lermos no jornal que alguém conduziu no lado contrário da auto-estrada automaticamente pensaremos que esse alguém não funciona direito. Somos peremptórios a afirmar e a julgar tal desequilíbrio por demais evidente. É mau de mais e toda a gente o sabe. Sem querer comparar situações por gravidade, parece-me também bastante perigoso 'andar' pelo lado contrário do futebol. Um adepto 'adversário' não reconhecer a qualidade de um Benfica avassalador é pôr em causa todas as teorias que se formularam quando os próprios clubes também o foram. Qualquer portista está bem experimentado no que toca a reconhecer que nos seus anos dourados a sua equipa foi 'ultra' e 'hiper' avassaladora. Porque será então que, agora, lhe custe tanto a reconhecer quando tem outra mesmo à frente dos olhos?

A vingança do descrédito que se foi vítima faz lembrar caloiros quando 'sobem' (ou será descem?) a veteranos. Tratam com o mesmo ódio que foram tratados e acabam por se esquecer do que realmente importa. No caso do futebol a 'carapuça' não assenta só a portistas, mas a todos os que no passado tudo fizeram para descredibilizar as vitórias do adversário. Isto, meus senhores, é andar pelo lado contrário do futebol. O verdadeiro pensamento 'preto e branco' é andar a festejar caminhadas pela UEFA, pela Champions e pela Liga Europa e quando outro alguém mostra estofo isso provocar-nos azia. Que fique bem explícito que as Taças estão cá para todos, ou, pelo menos, para quem mostra futebol para elas. Por isso, se há alguém que deveria reconhecer um grande Benfica, esse alguém é um portista.

E já agora, vocês viram bem o jogo do Cardozo? Outro que quem anda pelo lado contrário nunca apanha, só se afasta. Querem aferir a real qualidade do paraguaio? perguntem a um 'adversário', perguntem a quem teme pela sua 'segurança'.

Ontem era dia dele! Lance do segundo golo do Takuara: O Benfica está em desvantagem, mas Óscar ri-se. De onde lhe vem essa vontade? Com certeza de um tal 'inner knowing' de que vai marcar outra vez. Mas, dizia eu, Óscar ri-se e brinca com Lima, ao mesmo tempo que lhe indica o caminho dele. 'Vai tu para a primeira bola que eu fico para a sobra'. O resto vocês já sabem: a bola 'foi-lhe parar aos pés', aos pés do tosco, do aleijado, do gajo que não sabe correr, que não sabe andar. Mas quando ela está lá dentro, todos os que o criticam 'têm palas, não sabem ver, não sabem o que é futebol e percebem tanto do desporto-rei como de lagares de azeite'.

O dia que ele partir todos os que o criticaram o chorarão. Não o reconhecerão mas chorarão, por exemplo, numa dispensa ou num bunker desenhado para desastres naturais. A esse e a Jorge Jesus, o homem que com futebol conseguiu equilibrar uma luta que foi tantos anos desigual (porque ao Benfica lhe faltava, isso mesmo, futebol!). Hoje as coisas mudaram e já não basta ao treinador do FC Porto fazer um campeonato 'à Mourinho' (vejam os números: Vítor Pereira só perde para Villas-Boas e este Benfica lideraria 17 dos últimos 18 campeonatos). E que fez Vítor? Sujou, sujou, sujou! Tentou sujar tanto que ao não reconhecer este, mais que possível, título do Benfica, sujou o dele do ano passado. É que nem o seu valeu pelo golo de Maicon, nem este valeu pelo 'derby'. Entrando neste 'joguinho', se Vítor quer uma explicação para a vitória encarnada porque não vai ler as suas declarações, dadas o ano passado?

Benfica-Fenerbahçe 3-1.

Soberba exibição (a melhor da época, uma das melhores da história dos últimos 30 anos) que, pura e simplesmente, aniquilou os turcos, deixando-os de fora da tão desejada final. Existem poucas palavras para explicar o que se viveu ontem no Estádio da Luz. Sem a aura do antigo, não deixou de ser impressionante o apoio constante à equipa. A minha segunda meia-final europeia teve o mesmo resultado da primeira: carimbo para a final.

Quando a Águia começou a sua dança os turcos ficaram quietos e mudos. É, de facto, um momento mágico, por muitas vezes que se repita. E, ao mesmo tempo, impõe respeito ao adversário. Lindo.

O Benfica entrou forte, como se esperava. O maravilhoso golo da Gaitán era apenas o início de uma belíssima noite europeia. Os turcos queriam mas não conseguiam. Os encarnados ameaçavam, Cardozo começava a ter o seu espaço.

Em mais um erro do árbitro, o Fenerbahçe chega ao empate. Os turcos conseguiram marcar dois golos nesta eliminatória sem o merecer. Desta vez o braço de ferro de Artur não foi suficiente e o empate gelou, durante 15 segundos, o ambiente na Luz.

A equipa reagiu e nem deu tempo para que se percebesse que o objectivo tinha ficado mais longe. Parecia que o jogo tinha voltado ao minuto 1. Afinal de contas, faltavam dois golos, como no início. Esta mentalidade, já o escrevi por diversas vezes, é a grande arma deste Benfica. Estamos, de facto, muito fortes mentalmente.

O pressing continuava e o ritmo imposto começava a desbaratar a defesa turca, incapaz de tapar os caminhos para a sua baliza. Defensivamente nunca demosntraram ser uma equipa organizada e, ofensivamente, pouco mais do que pontapés longos para as costas da defensiva encarnada. Sinceramente, não consigo perceber em que é que o Fener é superior ao Benfica.

Enzo marca rápido mas com critério. Cardozo recebe, dança, puxa o gatilho e faz um passe ao canto inferior esquerdo da baliza dos turcos. Que grande golo, que enorme Tacuara.

Até ao intervalo, mais do mesmo: Benfica em cima, a criar lances de perigo, que terminaram com um remate em arco de Matic. O resultado mais justo seria o 3-0.

Segunda parte, ligeiramente menos fulgurante mas, mesmo assim, com um grande ritmo. Só dava Benfica e toda a gente sabia que marcaríamos, mais cedo ou mais tarde, de uma maneira ou de outra, como diz o Vitor Pereira, o dirty guy.

Cardozo ameaçou e só faltava Sálvio aparecer. O Benfica estava a um golo apenas da Final de Amesterdão. E, mais uma vez, foi o avançado paraguaio a resolver. Abriram-se melões, as redes turcas abanaram e Cardozo correu para a bancada, para agradecer àqueles que continuam a achar que os golos que marca estão a ficar cada mais baratos.

Faltavam ainda minutos de jogo. Uma eternidade. Jesus estava eufórico e fazia malabarismos com a pastilha. As bancadas estavam eufóricas. Eu estava eufórico. O jogo estava eufórico.

Os últimos minutos foram de sofrimento moderado. As camisolas encarnadas vestidas pelos jogadores transpiravam confiança. Afinal de contas, tinham-nos presenteado com uma exibição de gala, vestidos a rigor, de vermelho e branco.

O apito final prolongou o sonho. Os adeptos não tinham como agradecer e tentavam fazê-lo de braços no ar, a gritar sem cordas vocais, com abraços entre desconhecidos.

Foi uma noite mágica. Magnífica. Inesquecível.

Individualmente, apenas Sálvio (ofensivamente) esteve um pouco em baixo. De resto, foi pulmão, classe, entrega e, como disse Luisão, o nosso capitão, um enorme coração. Já não há adjectivos para Matic (Javi, who?), Enzo (Witsel, who?), Garay, Cardozo ou Lima.

Fomos inesgotáveis, dentro e fora do relvado. A claque turca foi engolida, assim como os 11 jogadores que disputaram o jogo.

A época de sonho continua e os benfiquistas querem continuar a sonhar. A conquista da Liga Europa está a um jogo de distância mas, relembremos, a vitória no campeonato é muito mais importante e indispensável.

Segunda-Feira há Estoril e temos de vencer. Muito mais do que contra o Chelsea.

De resto, uma palavra para Jesus. O homem está diferente, é um facto. A equipa tem muito da sua personalidade. Esta época tem tudo para ser melhor do que a primeira, tornando ainda mais incompreensíveis as segunda e terceira épocas.

quinta-feira, maio 2

A Luz vai ser um Inferno para os turcos?

E não o pergunto apenas no ambiente, pergunto, também, no resultado (não goleada, mas eliminação).

Qual vai ser o resultado? Quem passa?

E quem será o outro finalista, já agora?

quarta-feira, maio 1

- Who's Tiki-taka? - Tiki-taka's dead, baby. Tiki-taka's dead.

No Pulp Fiction, a Maria de Medeiros estava à nora, não sabia quem era o Zed. Hoje, ao ver o Barça a ser humilhado outra vez pelo Bayern, também ficámos todos sem perceber muito bem o que é aquilo que, em tempos, se chamava de Tiki-Taka. Acredito que se fechou hoje o ciclo deste Barcelona (que já andava meio desaparecido nos últimos dois/três meses).

Os alemães são portentosos e, ao mesmo tempo, jogam à bola que se fartam. Mas sobre tudo isto, esperemos por um "post" do Marco que, com certeza, nos vai brindar com mais um "conto" sobre o verdadeiro futebol.