sexta-feira, fevereiro 28

Curtas.

1 - A passagem do Porto foi uma boa notícia para todos. Primeiro para os portistas, porque ninguém gosta de perder, independentemente do grau de satisfação com o rendimento da equipa e também porque o Porto é sempre uma força a considerar nesta prova e que terá um verdadeiro teste na próxima ronda, com o Nápoles.

O golo de Ghilas também satisfez os adeptos dos clubes rivais, por duas razões. A principal é que prolongou a permanência de Paulo Fonseca no comando dos dragões. A segunda, também importante, é que mantém o Porto em todas as competições, tendo de dividir atenções entre todas elas e não em exclusivo no campeonato, como o Sporting.

2 - Já o Benfica, começa a irritar um pouco esta sequência de bons resultados. O problema é que o fim desta não se vislumbra no horizonte. Fantástico golo de Gaitán, que parece estar no melhor momento da sua passagem pelo Benfica.

3 - O Sporting, de fora destas andanças por opção de Godinho Lopes, recebe já amanhã o Braga. Independentemente da classificação dos arsenalistas, é sempre um jogo complicado e o Braga tem boas opções atacantes, jogadores como Alan, Rafa ou Rusescu podem criar muitos problemas.

Posto isto, será curioso verificar a resposta dos leões, desfalcados de Montero, decisivo pelo que joga e pelo que marca (agora nem tanto), e de Adrien, a fazer uma época de bom nível. Slimani tem sido decisivo quando entra mas será capaz de criar impacto jogando de início e como único ponta-de-lança? Não vejo porque não. Relembro que isso já aconteceu no Sporting-Porto da Taça da Liga, jogo que o Sporting só não venceu por mera infelicidade (ou mérito de Fabiano). Para surpreender o Braga apostaria num tridente ofensivo composto por Carrillo-Slimani-Mané. Vítor jogaria no lugar de Adrien.

quinta-feira, fevereiro 27

Com intensidade, os gregos viram-se gregos.

Depois de uma primeira parte muito morna, e de um início de segunda no mesmo tom, o Benfica sentiu que seria melhor não correr mais riscos e matou o jogo com três golos quase de rajada.

Com oito alterações em relação ao jogo com o Guimarães, os encarnados fizeram um jogo a um ritmo baixo, com alguns elementos a terem oportunidades para se mostrar.

Os gregos mostravam-se pouco empolgantes e apostavam no acaso. Contudo, podiam até ter marcado um golo, na marcação de um pontapé de canto.

Individualmente:

Artur - Entrou desconcentrado e o susto que pregou parece que o acordou. Depois desse lance mostrou-se sempre atento e seguro.

Sílvio e Maxi - Atacantes q.b., a procurarem sempre os desequilíbrios ofensivos, mas sem grande sucesso.

Luisão e Garay - Impecáveis.

Gomes - Confesso que me irrita aquela postura de quem está a fazer frete. Muito lento a fazer tudo, e muitas vezes, mal. Contudo, e parecendo contraditório, parece ter qualidade. Não percebo muito bem este jogador.

Amorim - Bom jogo, dos melhores mesmo. Concentrado, rigoroso e disponível. É quem tem aproveitado melhor as oportunidades. O problema é que não é um Enzo, nem um Fejsa.

Gaitán - A fazer a sua melhor época. Está feito um jogador de futebol o que, aliado à sua qualidade técnica, fazem dele um indiscutível.

Sálvio - A ganhar ritmo, este foi o jogo ideal. Deu para ver umas arrancadas e dribles que muita falta vão fazer neste último terço de época.

Djuricic - Melhorou na segunda parte mas continuo a duvidar das suas qualidades. É um 10? Um 8? Muito perto do ponta-de-lança, talvez.

Cardozo - Mais um regresso, para ganhar forma. Ainda tentou o golo mas não foi possível.

Lima e Markovic - Entraram, marcaram. O brasileiro está a subir de forma e continua a mostrar raça. O sérvio fez mais um golo de classe.

Rodrigo - Sem tempo para nada.

Agora vem o Tottenham e ainda bem. Viagem relativamente curta, adversário bom, relvado impecável e espaço para jogar. Obviamente que não vai dar para tantas mexidas e assim, vai começar o esgotamento dos titulares. A menos que se assuma que o campeonato é, de facto, o mais importante. Nesse caso, penso que essas mexidas são possíveis e, com um bocado de sorte, podemos passar os ingleses.

Enfim, jogo a jogo, que a equipa continue a mostrar-se empenhada, séria e a praticar um bom futebol. É para isso que cá estamos. Para vibrar e aplaudir.

O que eu vi ontem no Shalke04-Real Madrid foi uma das melhores exibições colectivas de sempre.

quarta-feira, fevereiro 26

Mário Coluna.



Com o falecimento de Mário Coluna, o Benfica em 2 meses perde dois dos seus ícones maiores. Depois do fantástico Eusébio, o grande capitão, deixou o mundo dos vivos.

Provavelmente, se não tivesse coexistido com Eusébio na mesma equipa, teria sido feita maior justiça ao senhor Mário Coluna. Assim, restam os depoimentos que foram sendo prestados pelas pessoas que com ele conviveram, atestando toda a importância que as suas palavras tinham. Era um capitão de equipa na verdadeira acepção da palavra, granjeou o respeito dos colegas e adversários.

Embora seja um lugar-comum falar bem das pessoas quando elas morrem, confesso que dos resumos que vi na TV dos jogos daquele tempo, sempre fiquei com esta imagem do futebol de Mário Coluna: jogador imponente e, arrisco a dizer, quase tão importante como o Eusébio.

E assim nos vão deixando as lendas vivas que fizeram do Benfica, o Glorioso.

Até sempre, Senhor Mário Coluna.

terça-feira, fevereiro 25

Sporting campeão.

É um assunto que tem sido "esquecido" pelos sportinguistas e pouco relevante entre benfiquistas e portistas. O Sporting é candidato ao título, sim ou não?

Para mim, é um sim bem grande. Pela história, pela sede de títulos, pela forma surpreendente, por Jardim, Carvalho, o que joga, e o que não joga, por Patrício, Montero, Slimani, porque sim, pelo calendário, porque é o Sporting.

As condicionantes são algumas. Mas o Sporting é candidato ao título e não assumir essa condição é, na minha opinião, estar a menorizar o próprio Clube.

Benfica não cede.

Muito melhor o resultado do que a exibição. A equipa esteve sempre muito ansiosa e nem com o golo acalmou. O Vitória não ajudou e foi sempre uma equipa bem organizada. Os vimaranenses, defensivamente, estiveram muito bem e procuraram o contra-ataque, criando uma ou outra situação perigosa.

A pouca intensidade da equipa do Benfica deveu-se a vários factores: lesão do Jardel, que quebrou o ritmo de entrada (forte) e permitiu que Rui Vitória corrigisse a equipa, baixa produção de Enzo, bastante desinspirado ontem, incapacidade de Fejsa em jogar para a frente (esteve bem defensivamente, contudo) e dois laterais muito fracos a defender e pouco (é favor) inteligentes a atacar.

O golo de Markovic é soberbo e o sérvio acabou mesmo por ser o melhor em campo, apesar de ter desaparecido na segunda parte. Felizmente o lance é legal e o passe de Rodrigo, magistral, é feito na hora certa (a demora na repetição fez-me pensar que estaria deslocado).

De resto, a equipa da Luz esteve sempre mais perto do segundo golo mas Lima, apesar de ter feito um jogo razoável, voltou a falhar de baliza aberta. Sálvio regressou mas fez pouco ou nada. Sulejmani esteve esforçado, mas pouco inspirado, Luisão imperial, Jardel com algumas falhas, Oblak tranquilo.

A equipa entrou em jogo sem Garay, Cardozo, Maxi, Gomes, Almeida e Gaitán, que nem no banco estiveram.  Djuricic, por exemplo, não entrou, e Amorim e Sálvio jogaram 20 minutos. Dá que pensar, não dá? O plantel é muito bom e não há desculpas para deixar fugir este campeonato.

O Sporting é agora a nossa principal preocupação e seria importante manter a distância de cinco pontos até à jornada do clássico SCP-FCP, quando visitamos o Nacional. Pode ser decisiva esta jornada.

E benfiquistas, o Benfica não tem cinco-pontos-que-são-seis para o Sporting. Tem cinco, só. Se perdessemos seis ficaríamos em segundo.

segunda-feira, fevereiro 24

Linha sem retorno

No FC Porto 13/14 os acessórios foram fazendo o essencial. Esse, como se sabe, já é uma linha sem retorno... há muito. E seja o desenho do meio-campo, o distanciamento entre sectores, a perda de agressividade e entrosamento da equipa, passando pelas exibições que levaram às derrotas que eram há muito inéditas, só poderá haver um desfecho: a saída de Paulo Fonseca. Se a equipa foi sempre um acidente à espera de acontecer, o mesmo pode muito bem ter acontecido na noite em que o Dragão conheceu de novo o sabor da derrota (para a Liga). Num jogo em que todas as 'gotas de água' explicadas acima (com a agravante de não haver mesmo uma ideia de jogo colectiva) foram, por demais, visíveis, ao Estoril de Marco Silva bastou-lhe esperar que os portistas esbarrassem nas decisões do seu treinador. Algo que acabou por acontecer, já na segunda-parte, quando Paulo Fonseca deixou o seu 'miolo' com apenas dois elementos (tirou Herrera para lançar Ghilas), perdendo definitivamente o Norte.

Que o Estoril se tenha soltado depois desse momento, e ganho o penálti que haveria de decidir o jogo, é também 'mero' acessório. Consequência, se quisermos. É que o destino deste FC Porto há muito que estava traçado pela(s) teimosia(s) de quem o dirige. E essa sim é a causa que leva a que de, jogo para jogo, os dragões nunca tenham apresentado um futebol condizente com o estatuto de tri-campeões nacionais. Dessas teimosias, que já há muito deixavam a equipa ao sabor de um jogo rudimentar (bola na ala e cruzamento para uma área deserta), a última será mesma a aposta em Quaresma. Até as bolas paradas - o único capítulo em que o Porto cresceu em relação às últimas épocas - se perderam na tentativa do Harry Potter relançar a sua carreira. Das suas botas pode vir muita coisa boa, mas nunca a simplicidade que a equipa precisa para sair de um momento extremamente complicado.

Daí que, para o FC Porto, aumentar a velocidade do jogo só serviu para caminhar mais rápido para o desfiladeiro. Que, diga-se, é aquele em que Paulo Fonseca cai sempre quando garante que os seus jogos foram decididos pela sorte ou azar. Talvez o Estoril tivesse então tido sorte por Paulo Fonseca não conseguir passar para o relvado uma ideia de jogo que lhe permita o domínio dos jogos. Ou então, sorte por numa altura crítica do jogo (71') Fonseca deixar o seu meio-campo à mercê das três carraças canarinhas, aumentando sem nexo - com Ghilas - a hipótese (que não passou disso) de mais cruzamentos para a área na tentativa desesperada de chegar a um golo que nunca apareceu. Certo é que este FC Porto deixa o 'tri-vice' (Benfica) à beira de provar que a sua ideia pode mesmo conquistar, de novo, o título. Sem um futebol condizente com o seu estatuto, os dragões perdem em toda a Linha para o seu rival. E quando a preocupação máxima deveria ser 'achar' esse futebol, Paulo Fonseca continua a (des)orientar a equipa até (pelo menos) ao jogo com o Frankfurt.

FC Porto-Estoril, 0-1 (Evandro g.p. 78')


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Curtas

O Sporting venceu num terreno difícil. Para aqueles que acreditavam que a equipa ia cair como um castelo de cartas após o primeiro revés, aí está a prova do contrário. Está 2 pontos à frente do Porto num 2º lugar bem sedimentado e inteiramente justo. Leonardo jardim é o grande obreiro... a par do presidente. O caminho trilha-se jornada a jornada.

O Porto perdeu em casa mais de 5 anos depois. Paulo Fonseca já percebeu que não dá mais. O problema não está em perder com o Estoril que tem uma excelente equipa e é muito bem orientado. O problema do Porto está na motivação e vontade da equipa de dar a volta à situação menos positiva. E a vontade parece-me nula. A "conferência de imprensa" de Pinto da Costa, além de ridícula, demonstrou que ele não lida com a crítica. O jornalista fez-lhe uma pergunta legítima e pertinente, mas como o assunto não lhe interessava, destratou-o e simplesmente o lacaio que o acompanha começou a empurrar o jornalista. recorda-se que foi o presidente portista que se aproximou dos microfones.

Se vencer hoje, repito, se vencer hoje, o Benfica fica com quase tudo para se poder tornar campeão nacional. Mas atendendo ao passado recente só quando a coisa for irreversível é que se pode afirmar o que quer que seja.

sexta-feira, fevereiro 21

Brutal castigo

383 euros de multa que aquilo, lá em cima, não está famoso de finanças...

Benfica na Liga Europa.

Mais um jogo sem sofrer golos (se não fosse a patada do Oblak em Barcelos, seria o 12º) é qualquer coisa. Perante um PAOK fraquinho, que nunca percebeu a forma de jogar do Benfica, Lima fez o golo da vitória (em fora-de-jogo).

A exibição foi razoável tento em conta as alterações. Enquanto conjunto, a equipa nunca se perdeu tacticamente, embora estivesse pouco inspirada tecnicamente. Apenas algumas notas:

1. Artur é um guarda-redes mediano e ontem, no único lance de algum perigo dos gregos, falhou. A cabeçada foi fraca e o brasileiro fez uma péssima aboradgem ao lance. Jardel aliviou para canto um lance banal que poderia ter acabado em golo. Gosto da ideia da rotatividade e acho que o brasileiro até merece alguma atenção (Jesus nunca rodou guarda-redes entre campeonato e LE). Contudo, e infelizmente, penso que a equipa perde com esta decisão.

2. Sílvio fez um jogo razoável. Defensivamente é mediano mas ataca melhor do que Siqueira. Contudo, tem falhas de principiante. Ainda não percebi qual deles é o melhor.

3. Jardel esteve em bom plano. Nunca confio muito neste jogador mas chega e sobra para jogar a este nível.

4. André Gomes esteve péssimo. Não sei se é da minha vista mas vi um jogador completamente alheado do jogo, sem motivação nenhuma e com um ar de vedeta insuportável. Uma desilusão.

5. Djuricic também não esteve bem. Nunca fez a diferença e intensidade é palavra que não deve conhecer (podia olhar para Markovic e Sulejmani).

6. Sulejmani esteve bem mais em jogo, mais esforçado. Contudo, nunca encontrou muitos colegas com a mesma disposição, o que foi pena.

7. O regresso de Sálvio foi mesmo o melhor do jogo, logo a seguir ao resultado.

Jesus fez uma excelente gestão do plantel. Obviamente que a qualidade das escolhas facilitam a decisão mas, noutros tempos, duvido que o tivesse feito.

Vencer na Grécia sem Oblak, Siqueira, Garay, Gaitán, Markovic, Sálvio, Cardozo, Rodrigo e Fejsa no onze inicial só pode ser bom.

Segue-se o Guimarães e assim teremos a equipa fresca. Depois, na Quinta-Feira, recebemos estes mesmos gregos, num jogo onde poderemos gerir, novamente, o plantel.

Entretanto, no Dragão, o FCP continua em dificuldades. Não vi o jogo, pelo que não sei se o resultado foi justo. Paulo Fonseca continua na corda-bamba e o desnorte das suas declarações no final são um claro sinal de desorientação. O "Bayern"? "Vamos a Leverkusen?". Hilariante.

quinta-feira, fevereiro 20

Curtas

1 - O "pai" da SAD do Porto, Angelino Ferreira, abandonou o cargo de administrador da parte financeira e foi substuído por Fernando "Capachinho" Gomes, ex-presidente da CM do Porto. Fernando Gomes parece ser um nome que persegue Angelino Ferreira. É que Angelino inaugurou o cargo em 1997, sendo substituído em 2000 por ...Fernando Gomes. Mas calma, é outro, o que preside actualmente a FPF. E quando este saiu, em 2010, quem ocupou o seu lugar. Nem mais, o Angelino. Só faltas tu, Bibota!

2 - O Sporting também vai ter um canal. Ou melhor, vai voltar a ter. Não nos podemos esquecer que o Sporting foi o primeiro clube, lá para o fim de 1998, a aventurar-se na TV. Mas era algo muito básico, um programa semanal de uma hora, que passava, salvo erro, na SportTV. Durou pouco.
Agora é diferente, os meios são outros e o sucesso do Benfica nesta vertante causa alguma expectativa para o que o Sporting conseguirá fazer com este projecto.

3 - Hoje regressa a Liga Europa com Porto e Benfica em acção. O Porto recebe o Eintracht Frankfurt, equipa mediana da Bundesliga. No entanto, não será pior que o Austria Viena, que pontuou no Dragão. Ou seja, o Porto tem de corrigir rapidamente o seu rendimento caseiro para sonhar com uma boa campanha, Caso contrário, mesmo que sobreviva aos alemães, dificilmente o conseguirá na ronda seguinte, com o Nápoles.
Já o Benfica, joga na Grécia, num ambiente tremendamente complicado, desfalcado de jogadores fundamentais como Garay e Gaitán. O Paok tem alguns bons jogadores mas depois tem o Miguel Vítor, o que torna uma equipa de difícil análise. Acredito que um empate com golos já deixava Jesus satisfeito.

quarta-feira, fevereiro 19

Marco Ferreira pior do que Xistra.

Marco Ferreira, que apitou o dérbi lisboeta há cerca de uma semana, recebeu nota 3.5 pelo seu desempenho.

Depois de todos os intervenientes do jogo, directos e indirectos, terem admitido a qualidade da actuação do árbitro, esta nota é estranha. Quer dizer, não é nada estranha.

É que, a título de exemplo, num célebre jogo da época passada entre Académica e Benfica, jogo com três penáltis (dois para a Académica, um fora da área, outro depois de corte de Garay) e mais alguns casos, o árbitro Carlos Xistra recebeu nota de 3.9. Se forem ver o que se escreveu na altura, é provável que em nenhuma publicação encontrem qualquer espécie de elogio ao Xistra.

É assim que funciona.

Ps: que jogatana do Barcelona. Fazem parecer o City uma equipa de valor muito inferior.

terça-feira, fevereiro 18

Taça da Liga: FCP em frente.

Como não podia deixar de ser, a decisão foi adiada. E o FCP segue em frente, na sua política de não olhar a meios para vencer. O atraso foi intencional, a única justificação dada (a lesão do Fernando, e posteriormente) foi um verdadeiro tiro no joelh... no pé mas mesmo assim a culpa, parece, foi de toda a gente menos do FCP.

Guilherme Aguiar continua a espalhar as mentiras como lhe convém (ao comparar o que se passou com outros atrasos que nada têm a ver), os decisores têm comportamentos inaceitáveis (senhor Herculano, tudo bem?) e o jogo sujo vencerá. E isto numa taça que ninguém quer.

O Sporting comprou uma guerra com o FCP e o Benfica permanece impávido e sereno. Até agora tem recolhido alguns louros, pois tudo isto tem enfraquecido o clube do norte, cuja estrutura está cada vez mais fragilizada pelas guerras internas. Mas um apoio nesta luta seria fundamental para que se começasse a aniquilar o podre instalado. E eu escrevi "começasse" porque a este ritmo, vai demorar muito tempo, ainda.

Curtas.

1. Quaresma manda uma sarrafada para vermelho directo e continua em campo. No mesmo campo em que há duas semanas o Benfica jogou com menos um por expulsão de Siqueira, justa, mas onde o zelo foi exigido por todos. Curiosamente, em Paços de Ferreira, Augusto Duarte não quis expulsar um pacense perto do intervalo. E capas de jornal sobre isto, nada?

2. Ainda Quaresma: chegou há coisa de um mês e já se recusa a cumprimentar o treinador quando é (bem) substituído. E capas de jornal sobre isto, nada?

3. Bruno de Carvalho, na SIC Notícias, aqui. Um prazer ver alguém que se recusa a vergar perante o poder instituído. Finalmente alguém que se recusa a tolerar a imbecilidade de Guilherme Aguiar. Não deixa de ser irónico que seja o presidente do Sporting a defender os interesses... do Benfica. Incrível também o apresentador a sugerir que o Sporting deveria ou poderia ter cometido a mesma ilegaldade do FCP. Impagável.

4. O Estoril continua a fazer uma carreira muito boa (a par do Nacional e do Guimarães) e o Braga de Jesualdo continua a desiludir (ou não, ou não).

5. Maurício foi apanhado com os copos às cinco da manhã. Nunca hei-de compreender estas situações: jogadores da bola, conhecidos do público, e a conduzir com os copos.

segunda-feira, fevereiro 17

Os Paços de Jesus para a sua 'Bola d'Ouro'

Já não é um hábito dizer-se que o Benfica de Jorge Jesus está a 'dois passos' do título, mas o que importa referir-se (e reflectir sobre) é que para os encarnados o caminho já vai tão longo como uma travessia sobre um deserto bastante susceptível a miragens. Daí que quando a conversa sobre a conquista do campeonato chega, já os adeptos olham de soslaio devido à negra sensação de 'deja-vu' que os invade. No entanto, ao que parece, mesmo que 2013/14 possa provocar ilusões de óptica, parece bem real que o Benfica é o candidato com mais estofo. Esta época o Benfica já venceu (e convenceu) os dois principais rivais, pondo de lado a hipótese que o assombrou nas duas épocas passadas: o confronto directo. Na altura o FC Porto acabou por ser melhor pela coragem nos desafios entre as duas equipas, mas agora que a Liga entra na sua parte mais decisiva os encarnados podem continuar a sonhar que prestações 'iguais' às da época passada podem redundar numa conquista bem palpável.

E se por acaso essa conquista se confirmar, ela terá que forçosamente remontar ao dia em que Luís Filipe Vieira decidiu (ou conseguiu) manter Jorge Jesus aos comandos da equipa. Com essa decisão, o presidente encarnado terá garantido prestações bastante semelhantes às da época passada (onde os encarnados só perderam um jogo para a Liga), algo que está notoriamente difícil de acompanhar por parte de FC Porto e Sporting. Mas, claro, que para tudo isso poder acontecer são as vitórias como a que o Benfica conseguiu em Paços de Ferreira que criam o cimento necessário para que a casa não torne a cair. E a julgar pelo 0-2 conseguido na Capital do Móvel, o Benfica caminha a Paços certos para que os cinco anos de Jesus no seu comando possam criar uma comparação que foi usada para validar a conquista do Ballon d'Or 2013 por Ronaldo.  



Confusos? Pois bem, a explicação reside na dualidade Porto/Benfica criada desde que Jesus chegou à Luz. Sem ele, convenhamos, os encarnados há muito que não auguravam a pontuações tão altas e a registos tão vitoriosos. De facto, Jorge Jesus conseguiu que o Benfica se medisse com um FC Porto que para Camacho, Quique Flores e Fernando Santos foi sempre esmagador. Mas com JJ, a disputa foi sempre mais acesa provocando uma rivalidade que se tornou ainda mais exacerbada. E é por isso, que há luz de cinco anos de Jorge Jesus um possível 4-1 que favoreça os dragões será sempre manifestamente exagerado para o que o seu Benfica produziu. Um só título, na Liga, que foi conseguido sem a sombra dos portistas (em 2009/10 foi o Braga que correu até ao fim com o Benfica) não honra uma rivalidade, bastante nivelada por cima, que com Vítor Pereira (André Villas-Boas não deu hipóteses) foi decida por detalhes. E sem a coragem e a competência desse FC Porto (e com um Sporting ainda demasiado verde) Jorge Jesus caminha livremente para dar razão à sua manutenção. Obviamente que há quem pense que JJ pode também perder este para que outros o possam ganhar. Mas não é essa a beleza do (imprevisível) futebol?!

domingo, fevereiro 16

Benfica acerta o passo e vence na Mata Real.

Bom jogo do Benfica e vitória inteiramente justa. O Paços de Ferreira pouco fez e, mesmo depois de estar a  perder, nunca quis (sequer) procurar o golo. O relvado estava péssimo e a jogar contra onze atrás da linha da bola foi com naturalidade que se chegou ao intervalo sem golos.

Duarte Gomes fez uma actuação discreta, até. Mas quando foi chamado a mostrar qualidade, falhou. Perto do intervalo não quis expulsar o defesa pacense e os jogadores do Benfica quase caíam no engodo. Felizmente, ao intervalo, alguém lhes terá dito que não valia a pena gastar energia com um incompetente.

Garay abriu o activo e Markovic fez o dois-zero final. Poucas oportunidades mas com o Benfica sempre por cima, sempre a controlar e dominar.

Oblak tem sido um mero espectador e ainda bem, mas assim não dá para perceber muito bem o que está ali. A dupla de centrais está num momento de forma fantástico. Os laterais fraquinhos (Siqueira é muito burro a jogar à bola, ponto).

Amorim no meio não fez esquecer Enzo, e fez uma exibição apenas sofrível. Vá lá que acertou o centro para o primeiro (em dez, não foi mau). Gostei de Markovic, mais objectivo. Fejsa continua a surpreender-me: deixou de fazer faltas e sai a jogar com qualidade. Muito bem. Gaitán está a fazer a sua melhor época, pois tem sido bastante regular, sempre em qualidade.

Na frente, Lima continua muito mal, apesar de todo o esforço. Gosto do brasileiro e continuo a acreditar que ainda vai voltar à sua melhor forma. Pelo menos sua a camisola. Rodrigo, pouco em jogo.

Sulejmani e Djuricic entraram mal no jogo, apesar do esforço. André Gomes...

Boa vitória, num campo sempre difícil. Equipa sempre muito concentrada e atenta. A encarar o adversário com a atitude certa. Jesus está a ganhar tempo com o bom futebol e com o pragmatismo que se deseja. Também merece um aplauso pelo que a equipa tem produzido.

Sporting a 5 cinco pontos e pressão para o FCP.

quarta-feira, fevereiro 12

À Luz de Enzo 'Ferrari' se derreteu a invenção de Leonardo


Foram 48 horas de espera e, pelo menos, uma das equipas não desapontou. Falamos do Benfica que fez de outro 'dérby eterno', desta vez para a Liga, outro degrau para aquele que é o seu maior objectivo: devolver o título de campeão aos benfiquistas. E a julgar por este Benfica-Sporting, na Luz, a equipa de Jorge Jesus não encontrou nem no FC Porto, nem no Sporting, adversário à altura para o impedir de tal feito. Tal como contra os dragões, nesta noite de terça-feira o Benfica foi mais corajoso, mais pressionante - com e sem bola - mais adulto, tendo também criado mais oportunidades. Aliás, a certa altura era tanto o desperdício encarnado que se o Sporting quisesse realmente entrar no jogo até o poderia ter conseguido. O que é certo é que a estratégia de Leonardo Jardim nunca resultou em ataques perigosos (os leões não construíram uma única oportunidade clara de golo), falhando também (redondamente) na tentativa de segurar a saída de bola do Benfica. 


E até se aguardava com enorme curiosidade o desempenho leonino em campo, neste clássico, muito por culpa da antevisão feita pelo seu timoneiro. Leonardo Jardim 'abriu o jogo' e revelou a insatisfação por a sua equipa mostrar demasiado receio na entrada dos clássicos. Depois veio um adiamento que permitiu, ainda assim, revelar os mesmos 'onzes' desta terça-feira, fazendo chover pela comunicação social especializada e pela blogosfera o claro facto de que Leonardo quereria tapar a saída de bola benfiquista e assumir o protagonismo atacante do jogo. Mas tudo isso redundou num estranhíssimo desaparecimento do Sporting durante os 90 minutos. Demasiado amorfos, os leões deixaram embalar o Benfica e, por isso, passaram a maior parte do tempo no 'momento do jogo' onde a sua competência é menor. A organização defensiva leonina teve de levar com Gaitán, Markovic e Rodrigo, que iam jogando ao sabor de uma Luz frenética, e isso não é fácil para linha defensiva alguma.



Mais ainda quando os jogadores do Benfica se aperceberam que toda a pressão leonina não era mais que uma ilusão. Fejsa ainda começou a receber na direita, precavendo uma marcação que não chegou a existir, mas cedo reparou caminhar até ao meio-campo ofensivo para procurar Enzo, Rodrigo, Gaitán e Markovic sem ser incomodado. E aí começou a máquina encarnada a embalar. Com bola (e sem ela) os encarnados estavam 'on-fire' e, na primeira-parte, Rodrigo esteve perto de marcar por duas vezes (aos 5' atirou à malha lateral, e aos 26' viu um ressalto nos seus pés sobrevoar a baliza de Patrício), Markovic (teve excelente oportunidade aos 22' - quando esteve na 'cara' do guardião leonino) e Luisão (depois de um pontapé-de-canto ganhou o primeiro-poste e rematou por cima, aos 24') seguiram-lhe as 'pisadas' mas não conseguiram castigar a passividade leonina. Já Gaitán, esse, parece talhado para aparecer nos 'jogos grandes'. O feiticeiro argentino faz tudo para aparecer, nem que seja marcar de cabeça - como aos 27', quando abriu o activo com uma excelente movimentação e cabeçada.

Um filme de primeiro tempo em que só 'deu' Benfica, faria sempre qualquer seguidor do 'derby' interrogar-se sobre as opções de Leonardo Jardim. O madeirense quis jogar da mesma maneira que os encarnados e foi traído pela maior apetência do adversário para jogar um estilo criado há... 5 anos. Abdicou do trio do meio-campo (desviando André Martins para a direita) e com isso abdicou também de um possível controle, com bola, do jogo. Uma aposta que manteve na segunda-parte e que apesar de alguma subida territorial não teve mais do que algumas investidas do estreante Héldon. O cabo-verdiano conseguiu até a única jogada leonina digna de entrar em algum registo que se fizesse do jogo. Aos... 63', o ex-Marítimo conseguiu escapar a Maxi Pereira rematando depois por cima. Oblak não precisava então de aparecer (a não ser para socar alguns livres cruzados que o Sporting ia ganhando) e o que o Sporting fazia era manifestamente pouco para contornar um Benfica que, mesmo jogando uns metros mais recuado, ia conseguindo re-criar o perigo da primeira metade.

Rodrigo, sempre ele, andou a centímetros do golo logo no regresso dos balneários (depois de belo passe de Fejsa) e viu Patrício negar-lhe o golo por duas vezes. Aos 69' e aos 76' - esta bem flagrante - na jogada que antecedeu um momento iluminado. E se havia, dentro de campo, jogador que merecia esse lampejo divino ele era certamente Enzo Pérez. O argentino é um incansável trabalhador e um sublime artista sendo por isso uma pena que o '4-4-2' de Jesus o prenda tanto, porque quando Pérez tem oportunidade de aparecer à entrada da área pode fazer 'coisas' como 'aquilo' que aconteceu a Eric Dier momentos antes do médio encarnado rematar para o fundo das redes. Um golo que confirmava no marcador uma exibição adulta, dinâmica e corajosa de um Benfica que beneficia imenso que a 'horizontalidade' dos seus dois maiores adversários tenha rumado (toda) com Vítor Pereira para as 'Arábias'. Leonardo Jardim e Paulo Fonseca parecem ser dois discípulos que, jogando o mesmo jogo de Jesus, nunca conseguirão superar o mestre.

Benfica-Sporting, 2-0 (Gaitán 27' e Enzo Pérez 76')

Foto: Lusa

terça-feira, fevereiro 11

Só deu Benfica.

Na Luz o jogo foi de sentido único. O Sporting, talvez fruto das mudanças tácticas, nunca se encontrou e foi sempre uma equipa subjugada à vontade do Benfica. Dizer que "não esteve em campo" é não reconhecer o bom jogo do Benfica e é, acima de tudo, destilar veneno sobre o Sporting.

Os homens de Alvalade continuam aí, mesmo depois desta derrota. Os da Luz, têm a porta aberta para o título, que tem de continuar ainda mais aberta já em Paços de Ferreira, no Domingo.

Gostei da equipa do Benfica. Até porque individualmente as coisas nem saíram assim tão bem, o que acaba por ser bom sinal.

Enzo foi um verdadeiro maestro e terminar aquele lance, daquela forma, dizimando Dier e Patrício, foi qualquer coisa de extraordinário. Exibição fantástica. Luisão, cortou tudo, foi o líder, imperial, soberbo. De resto, a equipa esteve sempre concentrada, intensa quando era preciso e, acima de tudo, respeitou o adversário, procurando sempre ganhar os lances e nunca desistir deles.

Rodrigo podia ter feito uma exibição mosntruosa, assim foi só má. Falhou todas as decisões, todas as oportunidades de golo. Uma pena.

A arbitragem foi simplesmente imaculada, o que só pode ser uma boa notícia. Marco Ferreira aumentou ainda mais a sua percentagem em relação a vitórias do Benfica e nós, benfiquistas, rejubilamos.

O Sporting fica agora a cinco pontos mas, na minha opinião, continua com hipóteses para lutar pelo título. Vamos ver como reage já na próxima jornada.

Porto Inseguro assistirá a tempestade de transições ou trovoada de chutões?

Antes de se começar qualquer comentário sobre o Benfica-Sporting desta terça-feira convém elucidar os leitores de que é bastante difícil, na corrente época, que num assunto como o 'derby eterno' não se misture, com Benfica e Sporting, um terceiro interessado. Aliás isso, apesar de contornos absolutamente diferentes, também noutras épocas o foi. O FC Porto sempre foi incluído como um seguidor atento dos clássicos da capital, mas neste assume, convenhamos, uma posição bastante desconfortável. E as explicações para esse desconforto serão dadas mais à frente neste texto. Isto porque terá que se dar 'o seu a seu(s) dono(s),' sendo que esta terça-feira o protagonismo é, e terá que ser, dos dois maiores clubes de Lisboa.

Esse seria um protagonismo que em condições normais, dois dias depois da primeira data marcada para o 'derby', já se estaria a esfumar. Hoje, dia 11 de fevereiro, ainda se discutiriam lances de arbitragem, se fosse caso disso, e alguns apontamentos tácticos que pudessem ter estado à vista durante os 90 minutos. Contudo quis a 'contingência' (ou a cobertura) que assim não fosse, passando a ser ela a protagonista dos dois dias a seguir a um clássico que (ainda) não existiu. Mas mesmo não tendo existido, a aproximação do adiamento à hora marcada para o jogo de domingo permitiu revelar dois 'onzes' iniciais em sistemas idênticos. Ou seja, mesmo que se tenha, por minutos, evitado uma tragédia humana nas bancadas da Luz, só hoje, por volta das 22 horas, se saberá se foi também evitada uma 'tragédia' futebolística.

Claro que a mente de quem escreve estas linhas terá que ter o cuidado para não se deixar toldar pelos dois extremos que criaram a análise ao possível jogo entre Benfica e Sporting. Duas polaridades criadas pelo exagero. Primeiro pela negatividade de uma cobertura que cedeu ao temporal e, segundo, pelo exacerbado optimismo em relação às nuances tácticas que Jardim incluiu num 'onze' que teria sempre de ser de recurso. Obviamente que a primeira fica para outras linhas e outras publicações, pois por aqui só com dados muito relevantes se poderia fazer uma análise que não se enviesasse. Congratule-se somente o facto de ninguém ter saído ferido da Luz, porque o futebol nessas situações é o que menos interessa.

Já, em relação ao segundo ponto, há muito a ser dito. Dois sistemas 'iguais' desenhariam o 'derby'. Dois '4-4-2 clássicos' que teriam como ponto forte a presença nas áreas e o impedimento à saída de bola do adversário. Ora, neste cenário, será difícil imaginar-se um bom futebol na Luz. Se os sportinguistas estarão contentes com o arrojo do seu técnico é porque esquecem que o Benfica - que tem maior qualidade individual - joga no mesmo sistema. E se Montero e Slimani, mais Heldon e André Martins, conseguirem tapar as saídas de bola de Luisão Garay e Fejsa, também do outro lado Rodrigo e Lima, com Markovic, Gaitán e Enzo, farão o mesmo a Maurício, Rojo e Dier. Assim, como todos sabemos, num clássico onde a vitória pode dar o primeiro lugar, o medo pode forçar ao... 'chutão'.

A questão é: terão as duas equipas controle emocional e coragem nas decisões para fazer chegar a bola ao sítio (grande-área adversária) onde o seu 4-4-2 é mais perigoso? Sem querermos ser demasiado negativistas, há sempre a hipótese de no Benfica-Sporting de logo à noite 'choverem' transições rápidas, com a bola a passar pouco tempo no pé de cada jogador, numa procura intensa e vertical pelas áreas. Nelas vão estar Rodrigo e Lima e Montero e Slimani, daí que os 'miolos' (Fejsa e Enzo; Dier e Adrien, com os 'alas' sempre à espreita) se possam deixar encantar por isso quando tiverem a bola. Sem ela, já se sabe... o combate vai ser intenso!

E é aqui, no meio de toda esta verticalidade, que entra o FC Porto de Paulo Fonseca. Noutras épocas os dragões olhariam para o 'derby' de forma diferente. Uma diferença, digamos, horizontal. Foi mesmo esse 'horizonte' que marcou a diferença dos últimos três anos em relação ao adversário mais próximo: o Benfica. Os encarnados mantiveram-se sempre fieis a um estilo vertical, de pouco controle emocional, numa procura pouco racional pela baliza. E os dragões, nesse contexto, controlariam sempre os seus adversários por uma troca de bola que já não existe nos jogos da equipa de Paulo Fonseca. O FC Porto trocou assim a segurança da horizontalidade por uma verticalidade que é pior que a dos seus adversários. E isso acontece, como é óbvio, por querer fazer o mesmo que eles sem jogadores para tal.

De facto, só num campeonato que, pela fraca qualidade dos seus adversários, oferece vitórias, um FC Porto que não consegue fazer 5 passes seguidos no meio-campo do seu adversário consegue números a rondar os 65% de posse-de-bola (assim como um segundo-lugar à condição). E essa [posse] é também oferecida pelo posicionamento dos Paços de Ferreira e dos Olhanenses que visitam o Dragão. Uma equipa que joga tão mal não devia ganhar tanto, mas os seus adversários (os mesmos de Benfica e Sporting) assim lhe permitem ao não lhe explorarem convenientemente debilidades que estão à vista de todos. Mas, perceba-se de vez, que o FC Porto joga mal porque... treina mal. E treina mal porque treina uma ideia que não serve para marcar a diferença em relação aos dois rivais pelo título. Daí que não sirva de nada ao FC Porto demarcar o seu Estádio do Dragão, e a sua cobertura, como um 'Porto Seguro' quando o seu futebol é o mais instável dos últimos (pelo menos) 10 anos.

segunda-feira, fevereiro 10

O sucesso da Benfica TV.

Ao fim de sete ou oito meses os últimos números apontam para mais de 300 mil assinantes. Este valor é brutal, por si só, mas especialmente se tivermos em conta os seguintes factores:

a) Assinantes SportTV.
b) Crise económica e dificuldade das famílias em fazer mais uma despesa.
c) Depressão da família benfiquista após um dos finais de época mais decepcionantes de sempre.

Provavelmente, se os que ainda habitam na SportTV ou por hábito, ou porque ainda resistem ao futebol inglês, ou porque não podem ter mais uma despesa em cima da outra (acumulando os dois canais); se a crise financeira fosse um pouco mais favorável (como era após o lançamento da SportTV, por exemplo); se o Benfica tivesse ganho duas das três competições na época passada;

então, provavelmente estaria a escrever um post sobre um número de assinantes ainda mais monstruoso, talvez a rondar o meio milhão.

As transmissões têm tido qualidade e acima de tudo não há cá linhas tortas ou imagens que ficam na gaveta (Enzo foi castigado pelas imagens). Os comentários também têm agradado, mantendo algum nível, que é o que se exige.

Contudo, nos conteúdos gerais, parece-me que há ainda muita coisa que tem de mudar (aquela rábula da pergunta ao Sílvio, que me recuso a comentar, é só mais um exemplo). O canal é do Clube, deve servir o clube, mas não deve ser um veículo de propaganda presidencial.

Há espaço para crescer, publicidade para ser feita e muitos adeptos (transversal) para conquistar. 500 mil é um número que pode aparecer, já no final desta época, caso o sucesso desportivo passe a fazer parte desta história televisiva.

Um dia o futebol tuga teve alguém recheado de bom-senso, desportivismo e dignidade.

"O Sporting não procura instabilidade com ninguém. Esta situação com o Benfica é fruto da nova imagem que o Sporting criou: quer entendimento, está dentro do espírito de colaboração do clube. O Sporting mostrou elevação e o que é a sua postura em termos de entendimento com outros clubes", afirmou à Rádio Renascença.

E prosseguiu: "O que aconteceu foi uma situação anómala. Situações menos seguras podem acontecer, mas felizmente a estrutura da segurança do estádio, a Proteção Civil, bombeiros e  PSP analisaram e chamaram atempadamente e com cuidado a situação para que não houvesse pânico. Decidiu-se com naturalidade e calma, sem as pessoas perceberem a dimensão do que se passava. As pessoas saíram sem pânico e correu tudo bem".

Quanto ao adiamento do encontro, Jaime Marta Soares garante que os adeptos vão viver o encontro na terça-feira (data ainda sjeita a confirmação) "com a mesma intensidade".

domingo, fevereiro 9

Benfica-Sporting adiado.

O jogo grande foi adiado por motivos de segurança e o FCP em caso de vitória frente ao Paços de Ferreira, ganha três pontos ao Benfica e ao Sporting. Estão em todas.

PS: o jogo está marcado para Terça-Feira, pelas 20:15.

sexta-feira, fevereiro 7

Benfica-Sporting: o dérbi dos dérbies.

Desde que Jorge Jesus chegou à Luz o Benfica venceu todos os dérbies disputados em casa, não sofrendo nenhum golo e marcando sete (Cardozo leva três). Para Domingo, a tendência será para manter, pelo menos no plano teórico: temos melhor plantel, melhores soluções, somos líderes e, claro, contamos com o apoio de 55 mil nas bancadas.

Olhando para os trajectos das duas equipas, constatamos o óbvio: o Benfica está a fazer um campeonato ligeiramente abaixo do habitual e o Sporting está a fazer um campeonato surpreendente.

Olhando para a época passada, os sportinguistas têm motivos para sorrir, não só porque continuam na luta pelo título, mas também porque a equipa, apesar da falta de qualidade individual (em comparação com o rival), tem respondido com algumas exibições agradáveis e, especialmente, com uma postura altamente profissional e dedicada o que, aos olhos de um adepto, vale ouro.


O comparativo que vou fazer de seguida é subjectivo mas desafio-vos a fazer o mesmo na caixa de comentários (com certeza que existirão opiniões convergentes em muitos casos).

Guarda-redes
Oblak vs. Patrício - o titular da Selecção Nacional leva clara vantagem. É mais experiente e é mais seguro. Oblak vem de um erro crasso que custou dois pontos, mas Patrício tem a aura de ser um bom guarda-redes para... Cardozo. Para mim, contudo, ganha Patrício.

Lateral direito
Maxi vs. Cédric - o paraguaio está em boa forma, apesar de ter perdido alguma capacidade ofensiva. Tem muita experiência, conhece bem o adversário e dá sempre tudo em campo. Já Cédric tem feito uma tempoarada razoável, com alguma qualidade, até. Vantagem ligeira para Maxi.

Centrais
Garay/Luisão vs. Maurício/Rojo - Garay é classe, Luisão é experiência como nenhum outro. A dupla benfiquista tem muitos jogos em conjunto, ao contrário da dupla de Alvalade. Vantagem clara para Garay/Luisão.

Lateral-esquerdo
Siqueira vs. Piris - o lateral do Benfica é o melhor do plantel mas nem isso é tranquilizador. Tem feito uma época fraca e nunca foi capaz de fazer a diferença. Já Piris, é um desconhecido mas que, da última vez que jogou (que eu me lembre) foi com o Benfica e fez uma exibição razoável. Empate.

Trinco
Fejsa vs. Dier - o sérvio "é só pau" e honestamente não o vejo como substituto de Matic (nem de Javi). Tecnicamente está entre os dois, mas tacticamente é inferior. Já Dier, é apenas um jogador razoável, que não pode ser comparado a William Carvalho. Uma incógnita, no fundo. Empate.

Meio-Campo
Enzo/Amorim vs. Adrien/Martins - os primeiros de cada equipa têm feito uma época de grande qualidade, apesar do argentino estar uns furos acima de Adrien. Já entre Amorim e Martins, não consigo escolher, porque não aprecio o Amorim e o Martins tem desiludido (um jogador que considero acima da média). Ligeira vantagem para a dupla benfiquista.

Extremos
Gaitán/Markovic vs. Heldon/Wilson - De Gaitán e Markovic tudo se espera. Se engatam, são capazes de desfazer a defensiva sportinguista. Mas também podem passar ao lado do jogo. Heldon, se mantiver o nível do Marítimo, pode ser um elemento perigoso, ao contrário de Wilson, que considero o mais fraco deste quarteto (de longe). Vantagem para o Benfica.

Avançados
Lima vs. Montero - sabemos que os dois, em forma, são óbvias mais-valias. Contudo, o brasileiro tem feito uma época de pouca qualidade e Montero parece que se divorciou dos golos. Contudo, este último tem mais influência na equipa do que o brasileiro. Vantagem para Montero.

Nos bancos o Benfica tem melhores opções: Sulejmani, Cardozo, Rodrigo, Djuricic contra Carrilho, Capel, Magrão e Vitor.

Contudo, dentro do campo, tudo muda, ou não. Espero e estou convencido que o Benfica vence, por 2-1, golos de Lima e Markovic, e Montero. Deixa o teu prognóstico, também.

quinta-feira, fevereiro 6

Sulejmani escreveu 'certo' por linhas fechadas

Um ponto prévio à análise deste Penafiel-Benfica, que contou para os quartos-de-final da Taça de Portugal, terá sempre que ter em conta não só a discussão entre estilos de jogo, como o grau de dificuldade que se pode ter a replicar um estilo ofensivo ou um estilo defensivo. E para isso convém lembrar que cada um deles não é totalmente ofensivo ou defensivo. Ambos implicam sempre outros momentos que não aquele em que se pretende passar mais tempo, e, neste caso, tanto o Penafiel contemplou, ainda que muito pouco, o momento ofensivo do jogo, como o Benfica teve em atenção o defensivo. Mas a realidade de nova batalha de estilos - tanto em voga em Portugal - trouxe um Benfica à procura da vitória e um Penafiel a tentar segurar ao máximo... o empate. 


E com isto não queremos dizer que o Benfica fez sempre bem e o Penafiel sempre mal. Aliás, aos encarnados - que se apresentaram em poupança para o dérby (fazendo alinhar, entre outros, André Gomes, Rúben Amorim, Sulejmani, Djuricic, Caveleiro e Cardozo - titular 88 dias depois) - faltou sempre criatividade e ideia para jogar entre as linhas fechadas do conjunto penafidelense. Assim, a equipa de Jorge Jesus teve a bola mas só conseguiu criar situações de algum perigo na primeira-parte, por via da sua supremacia individual. Fosse com Cardozo (9'), Jardel (10'), Sulejmani (12') e André Gomes (16'), a partida representou sempre a mais-valia dos jogadores encarnados em relação aos líderes da II Liga.

Consequentemente, se haveria coisa que pudesse equilibrar tal facto essa era a táctica. Daí que Miguel Leal tenha tentado sempre que 10 dos seus jogadores fechassem o espaço ao Benfica, deixando sempre mais solto o desacompanhado avançado (Caballero na primeira-parte e Guedes na segunda) na tentativa de segurar as bolas que fariam a equipa subir. Algo que aconteceu pouco e que remete a estratégia do Penafiel para a manutenção de um empate que, ironicamente, haveria de ser desfeito pelo já referido capítulo das individualidades. Sulejmani foi sempre o mais hábil jogador encarnado em campo e como Jesus nada fazia para jogar entre as linhas cerradas do Penafiel (Djuricic foi uma nulidade e Jesus decidiu abrir ainda mais os alas com Rodrigo, Lima e Markovic em campo), o sérvio teve de achar sozinho espaço para facturar. E essa podia ser uma daquelas jogadas em que a força do colectivo foi evidente mas, pelo contrário, na esquerda, Sulejmani teve de, sozinho, romper pelo meio e achar espaço para bater Coelho.

Daí que toda esta discussão pudesse ser muito mais benéfica para os dois treinadores, num nulo que se manteve 84 minutos por Miguel Leal fazer dos seus dois extremos... laterais, e por Jorge Jesus nunca ter 'obrigado' a equipa a forçar por entre as linhas do Penafiel. Ainda assim, contemplar-se-á sempre mais a estratégia encarnada pela procura de uma vitória que contempla também a bola no pé. É de lembrar então, por isso, que o jogo se chama futebol e não 'sembol', daí que Sulejmani tenha mesmo escrito 'certo' pelas linhas deste Penafiel-Benfica que leva a que os encarnados tenham encontro(s) marcado(s) com o FC Porto nas meias-finais da Taça de Portugal (26 de março e 16 de abril).

Penafiel-Benfica, 0-1 (Sulejmani 84')

Foto: Lusa


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quarta-feira, fevereiro 5

Benfica em frente na Taça de Portugal.

Bom jogo de Taça de Portugal entre Penafiel e Benfica. Os encarnados encararam o jogo como se exigia, até porque do outro lado esteve uma equipa que lutou até ao último minuto por um resultado positivo.

Gostei mais da primeira parte do que da segunda, colectivamente. Contudo, houve algumas exibições pouco convincentes.

Artur - Sem trabalho mas sempre atento. Depois do frango de Oblak não me surpreendia se fosse titular contra o Sporting.

Sílvio - É muito fraco. Perde bolas, falha passes e, de vez em quando, acerta uma. Só me lembro de dois jogos razoáveis: na Grécia e contra o Sporting, também na Taça de Portugal. O resto foi sempre uma nulidade.

Maxi - Está melhor e comete menos faltas. Nunca foi brilhante defensivamente mas na verdade, hoje em dia, parece-me mais fiável nesse papel do que a atacar.

Luisão - Sempre atento, resolveu todos os lances.

Jardel - Cada intervenção, uma falta. Não sabe mais e é sempre um perigo pô-lo a jogar. É pouco inteligente.

André Gomes - Primeira parte muito boa. Segunda parte mais fraca, menos intensa e com passes falhados. Precisa de jogar para evoluir e hoje aproveitou a oportunidade.

Ruben Amorim - Jogo fraco, com muitos passes falhados. Não me inspira confiança e mais desconfiado fico quando num jogo destes não se destaca.

Cavaleiro - Gosto e é uma excelente opção. Falta-lhe entrar na equipa verdadeiramente. Para já parece um elemento estranho, apesar de algumas boas intervenções. Só tem de jogar e aproveitou, como sempre, para mostrar serviço.

Sulejmani - O mais esforçado e interessado no jogo. Jogou e fez jogar. Mereceu o golo da vitória, sem dúvida.

Djuricic - Talvez o relvado e o sistema excessivamente defensivo do Penafiel não o tenham ajudado a fazer uma boa exibição. Mas exige-se mais a um jogem que tem tanto potencial. Foi difícil dar por ele em campo.

Cardozo - Noite infeliz do paraguaio. Má exibição, sem grande entendimento com os colegas.

A seguir, ou FCP ou Estoril, nas Meias-Finais da competição.

terça-feira, fevereiro 4

Benfica: um negócio apenas para alguns ganharem dinheiro à custa de quem paga quotas e bilhetes.

Piotr Parzyszek esteve perto de ser contratado pelo Benfica ao De Graafschap, mas acabou por assinar pelo Charlton. O avançado polaco fartou-se de esperar que o emblema português consumasse a contratação, e decidiu aceitar a propista inglesa.

«Não me arrependo. Decidi não ir para lá. Quero jogar, não quero ficar na bancada, jogar pelas reservas ou ser emprestado», começou por dizer o avançado, que relatou aos compatriotas do «Przeglad Sportowy» as negociações.

«A primeira negociação teve lugar no início de dezembro, e tudo foi tratado. Tinham só de enviar-me o contrato e os bilhetes para fazer os exames médicos. Só passadas três ou quatro semanas é que me enviaram um papel. Não era o normal, o acordo concreto, era apenas um papel», explicou.

«Esperei até ao Natal e depois viajei para a Polónia. Dissera-me que entre o Natal e o Ano Novo tinha de ir a Lisboa. Disse que tinham deixado passar três semanas em que podia ir, e que naquela altura não dava, pois não tinha férias. Voltei à Holanda a 3 ou 4 de janeiro e disse que ou me enviavam os bilhetes e o contrato, ou terminávamos as negociações. Enviaram-me os bilhetes mas não o contrato. Não vou jogar num clube que não confia em mim, que me trata desta forma. Precisava também da garantia que, se não ficasse no plantel, escolheria o clube ao qual seria emprestado. Eles também não queriam aceitar isto. Perdi interesse em ir para para lá e até o nome Benfica deixou de atrair-me», concluiu o jogador.

Resumo da jornada.

Depois de uma jornada atípica - sem vitórias de nenhum dos três "grandes" - tudo ficou na mesma, mas diferente.

Houve quem dissesse que o Benfica ganhou um ponto ao FCP, mesmo antes do Sporting jogar, o que não deixa de ser fantástico, pois o clube de Alvalade é quem mais perto do Benfica está. Felizmente, a equipa de Jardim não aguentou a pressão e repetiu o nulo da época passada contra o mesmo adversário.

O FCP foi mais do mesmo: uma equipa sem orientação alguma e sem capacidade de resposta. Finalmente, com um nabo ao leme, o FCP vacila. Mas com outros nabos, foi repetidamente campeão, ganhou taças e supertaças por isso, o melhor é mesmo contar com os portistas, mesmo que estejam a fazer uma época fraquíssima.

Em Barcelos, após o fim do jogo, mais do mesmo: foi a relva, foi a chuva, foi o Lima e o Cardozo. Jesus em vantagem e com menos um, demorou 20 minutos a fazer alterações. Foi azar, diz. Para mim foi, pela enésima vez, incompetência e dois pontos perdidos contra uma das mais fracas equipas do nosso fraco campeonato.

O árbitro fez o que pôde num jogo com muito contacto físico. Nos lances principais, falhou no lance do penálti sofrido por Rodrigo, mas acertou na expulsão de Siqueira (quantas vezes já disse que não é jogador para o Benfica?) e no penálti dos descontos. E no geral, fez uma arbitragem acertada.

Em Alvalade, o Sporting revelou mais uma vez que é uma equipa com fragilidades próprias de um plantel onde a qualidade não abunda. E quando os que a têm não a mostram, mais complicado fica. No fim, ainda perdeu William Carvalho para o dérbi do próximo fim-de-semana.

A arbitragem foi razoável. Ficou um penálti por marcar para cada lado mas pareceu-me sempre equilibrada.

No resto dos jogos, boa vitória do Belenenses frente ao Braga (grande Jesualdo, tem mais derrotas do que vitórias!) e do Setúbal contra o Rio Ave. Três pontos importantes para a manutenção. O Estoril não foi para além de um empate caseiro e acabou por perder o quarto lugar para o espectacular Nacional que foi a Guimarães derrotar os vitós.

O Sporting continua com a melhor defesa e com o melhor ataque o que não deixa de ser surpreendente. Jackson apanhou Montero no topo dos melhores marcadores.

domingo, fevereiro 2

No caminho Marítimo para um 'tetra' nada Académico será que Fonseca vai ver Luz?

Olhando para o Marítimo-FC Porto só há uma coisa que realmente (mas realmente mesmo) surpreenda. E essa não é a derrota que os tri-campeões nacionais averbaram nos Barreiros (1-0), não é o mau futebol praticado (também mostrado há uma semana no Dragão frente ao mesmo adversário), nem tão pouco a excessiva procura de Quaresma, o desaparecimento de Jackson no 'fio-de-jogo' (ou amostra dele), ou um meio-campo remodelado que não consegue segurar os jogos. A verdadeira surpresa surgiu até depois do jogo, quando Paulo Fonseca, ao invés do habitual discurso enrolado e encenado, admitiu que a equipa não soube ser agressiva e controlar o adversário na sua melhor fase.




E esse parece ter sido um assomo de 'luz', um 'glimpse' de verdade, numa mente que outrora só viu bons jogos, boas tentativas e erros de arbitragem para justificar as outras duas derrotas que já averbou na Liga 2013/14. E se Paulo Fonseca já percebeu que a este FC Porto lhe falta garra, e pressão, para controlar, defensivamente, os adversários (em Alvalade para a Taça da Liga e na Luz para o campeonato, o FC Porto foi engolido pela pressão dos rivais), essa até pode ser uma 'vitória' no dia de outro, já habitual, péssimo resultado para os dragões.

De facto, Paulo Fonseca acerta quando diz que o Marítimo entrou forte, esticado no terreno (como já o havia feito no Dragão com uma equipa 'reserva') e que criou imensas dificuldades a uma conjunto que parece acomodado sem bola. Ora, sabendo-se de antemão que as câmeras de TV, e os olhos dos espectadores e tele-espectadores, seguem, na maior parte dos casos, a bola, fica difícil perceber porque é que as anteriores versões do FC Porto (Villas-Boas e Vítor Pereira) concediam pouco tempo de jogo ao adversário e, por consequência, poucas situações de golo. Factos que assentavam numa extraordinária reacção defensiva à perda do esférico, que permitia que o FC Porto tivesse mais domínio e, por consequência, mais oportunidades para si.

Perdendo-se isso 'ganha-se' tempo a defender e probabilidades de maus resultados. E várias equipas adversárias, incluindo o Marítimo, já perceberam que se incluírem pressão na equação o FC Porto treme e pode conceder vantagens - como a que concedeu ao Marítimo, fruto de penálti de Danilo sobre Danilo Pereira (convertido por Derley) - que depois já não pode recuperar. E não pode porque as ideias do FC Porto para atacar são as ideias individuais dos seus jogadores, e se isso resultou, há uma semana, no Dragão - com um 3-3-4 à Adriaanse reeditado este sábado nos Barreiros -, na Madeira, tal insistência em não dar à equipa caminhos mais eficazes, simples e, sobretudo, colectivos, trouxe o completar de um 'trio' de derrotas (Académica, Benfica e Marítimo) que em nada cheira a um 'tetra' (campeonato).

Marítimo-FC Porto, 1-0 (Derley g.p. 13')