segunda-feira, dezembro 23

Festa do futebol.

Em nome do SectorB32, desejo um Bom Natal e um feliz Ano Novo aos adeptos do clube que lidera o campeonato. Com link para o jornal Record, ABola e OJogo.

O desejo aplica-se também aos adeptos dos outros clubes.

Estranho

Ia jurar que o Sporting tinha vencido o Nacional por 1-0 mas no site da Liga aparece um 0-0, e três equipas com 33 pontos na tabela. Alguém me consegue explicar isto?

terça-feira, dezembro 17

A moda de André requer nova aura

É mais que sabido. Se um treinador ganha, e convence, pode ir para o banco vestido como quiser, com a barba e penteado que quiser e ter, lá, a atitude que quiser, que isso tornar-se-á sempre moda. E essa é uma palavra que está directamente ligada com o treino, pelas sensações que o discurso, plano de jogo e, essencialmente, os resultados provocam. Ora, André Villas-Boas sabe-o bem. Ele que quando saiu do FC Porto - com Liga, Taça de Portugal e Liga Europa no bolso - se tornou o técnico da moda na Europa. A aura de quem ganha tudo suplanta a razão e mais não quis o Chelsea, quando o levou da sua 'cadeira de sonho' até Stamford Bridge, do que emular as conquistas que o jovem técnico havia conseguido em tão pouco espaço de tempo.

E tudo isso foi sempre uma questão de crença ou até, se quisermos, de fé. A experiência com Mourinho - um dos pioneiros da moda (ele que tornou em ícones o bloco de notas, o sobretudo, o discurso agressivo e confiante e a barba por fazer) - havia corrido bem e o jovem AVB era o sucessor ideal para voltar a fazer com que Stamford Bridge se tornasse de novo atraente para o Mundo do futebol. É que depois de Mourinho, nem com a Liga dos Campeões (conquistada com um futebol extremamente aborrecido) o tornou a ser. Mas André não vingou. E não vingou sobretudo porque foi traído. Foi-lhe prometida a renovação total de um plantel que seria, supostamente, escolhido por si, mas a manutenção dos 'eternos' colocou em causa a sua liderança no balneário dos blues. AVB começou por agir como se eles não estivessem lá mas as suas presenças foram reclamando lugares no 'onze', adiando a prometida renovação - que deveria ter acontecido no defeso.

E, claro, uma casa dividida entre si nunca, por nunca, subsiste. Villas-Boas acabou por sair do Chelsea numa altura em que o FC Porto ainda não tinha formado o líder Vítor Pereira. O técnico de Espinho não conseguia impor o seu jogo e os resultados, e futebol, apresentados nunca chegaram a convencer na primeira época aos comandos do Dragão. Mas AVB refutou sempre a hipótese de voltar à Invicta pois não lhe interessava regressar ao ponto de partida, e à zona de conforto, mas sim tentar provar que o seu talento chegava para a Premier. A sua aura chegava ainda para haver interesse britânico e foi o Tottenham a dar-lhe a mão e a oportunidade de mostrar se o seu futebol realmente se compadecia com o efeito criado na época 2009/10.

Uma experiência que conheceu, nesta segunda-feira, o seu fim. Um término que nunca terá que ver com uma primeira época em que os spurs lutaram, até à última jornada, pelo objectivo principal (quarto lugar) e em que chegaram aos quartos-de-final da Liga Europa. No entanto o futebol esteve sempre algo longe do rótulo que o próprio AVB criou. A aproximação às ideias de Pep Guardiola, e ao seu Barcelona, não encontraram paralelo numa ideia de jogo que subsistiu sempre mais pelos intérpretes do que pelo colectivo. A liberdade total dada a Gareth Bale fazia sentido, mas um meio-campo pouco criativo juntamente com o cariz vertical dos restantes jogadores fez cair a posse-de-bola no esquecimento.

Daí que tenha dado sempre a ideia de que AVB queria outras características no seu plantel. Algo que ficou provado nas compras feitas com o dinheiro realizado após a inevitável saída de Bale para o Real Madrid. Se na primeira época o técnico lutou pela permanência de Modric e acabou sem nenhum criativo no plantel (Van der Vaart saiu em janeiro), as compras de Eriksen e de Paulinho começavam a desenhar um Tottenham mais dono e senhor da bola. Juntamente com um avançado mais posicional e, muito menos, vertical que Defoe (Soldado), os spurs foram sempre senhores da bola quando o dinamarquês esteve em campo. As boas sensações haviam voltado a White Hart Lane, com períodos de futebol extremamente apetecível. O problema para o técnico é que o seu maestro é de cristal e as suas lesões não auguravam uma utilização regular. E sem ele, o jogo dos spurs tornou-se tão amorfo - em termos de oportunidades - criadas como se o futebol se tratasse de um jogo sem balizas.

E o problema de não criar não é só o de marcar pouco. Também a defesa fica demasiado exposta, e a dos spurs foi, sempre, reconhecidamente o calcanhar de aquiles da equipa. Se excluirmos o guardião Lloris, o único defesa de classe mundial que AVB teve à disposição foi Vertonghen. E se os laterais ainda escapam (Rose e Walker), os restantes centrais (Kaboul, Dawson e Chiriches) são de um nível que em nada tem a ver com a competitividade da Premier. O desastre que atirou AVB para fora de White Hart Lane (leia-se goleadas frente ao City e ao Liverpool) tem, então, muito que ver com a relação plantel-sistema de jogo-linha defensiva. Nunca teve um maestro que lhe potenciasse um sistema de jogo que lhe segurasse a linha defensiva. Mas dito assim, pode parecer que Villas-Boas não teve responsabilidade na formação do seu plantel. Teve tempo e dinheiro para formar uma linha defensiva e teve sempre Lamela (o único que podia chegar aos níveis de Eriksen) no banco ou na ala. E, por isso, foram também erros próprios a dar origem a dois resultados que não se compadecem com o que a aura e discurso do técnico prometeram. Os spurs não podem perder por 6-0 e por 0-5 num curto espaço de tempo e ao mesmo tempo quererem afirmar-se como uma das equipas mais fortes da Premier. Não o são, não o foram e ainda que o pudessem vir a ser não chegaram a tempo de salvar a aura de André.


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segunda-feira, dezembro 16

Curtas pós-fm-de-semana.

1. Vitória complicada pelos erros defensivos já habituais na equipa do Benfica. Sinceramente, vi uma equipa que, ofensivamente, jogou razoavelmente e que, sempre que quis, marcou um golo. Ou seja, já vi bem pior este ano.

2. Não é a altura certa para criticar Artur mas o brasileiro tinha mesmo que sair. Já sabemos que pelo treinador não seria pelo que, infelizmente, teve mesmo que ser pela lesão. Ao que chegámos. Ola John aparece do nada e muita gente decide lançar as setas ao holandês: porque não corre, porque não quer, orque não presta. Quando se ostraciza um jogador como Ola, poucas esperanças podemos ter. E o pior é que a maralha vai atrás, e critica um gajo que não joga há meses, está desmotivado e sem rotinas nenhumas.

3. FCP e Sporting venceram, como era sua obrigação também. Os primeiros não võ desistir nunca e os segundos parece, definitivamente aprovados. Jogos contra equipas bem inferiores tronam-se em autênticos passeios de uma equipa que parece estar junta há cinco anos. Muito bom.

4. AVB está fora do Tottenham. Adivinhava-se o descalabro sem Bale, mas mesmo assim, esotu surpreendido. E agora, volta para o seu FCP?

5.  Na Liga Europa, o Benfica vai à Grécia, outra vez, defrontar o PAOK (e depois provavelmente o Tottenham) e o FCP recebe o Eintracht Frankfurt (e depois provavelmente o Nápoles).

sexta-feira, dezembro 13

Curtas de fim-de-semana.

1. Na Liga Europa, o Benfica pode jogar com Juventus, Dinamo Kiev, Dnipro, Ajax, Lazio, Swansea, Bétis, Viktoria Plzen, PAOK, Macabi Telaviv, Anzhi, Maribor, Chernomorets, Esbjerg ou Liberec. Sinceramente, gostava que nos calhasse em sorte a Juventus. Seria uma reedição de uma eliminatória que, apesar de perdida, me traz enormes recordações. Um dos melhores jogos que vi do Benfica, num estádio da Luz a abarrotar, com uma exibição de sonho de Paneira e com um pontapé de bicicleta de Vialli, de fora da área, à barra.

2. Os adversários do FCP poderão ser: Nápoles, Valência, Fiorentina, Shakhtar Donetsk, Tottenham, Rubin Kazan, Sevilha, Lyon, Basileia, Eintracht Frankfurt, AZ Alkmaar, Trabzonspor, Ludogorets, Genk ou Salzburgo. O reencontro com AVB seria interessante.

3. Confirma-se que a lesão de Cardozo é mais grave do que se esperava. Até ao fim do ano, pelo menos, não há Tacuara.

4. Estou muito curioso para observar a exibição do Benfica, este fim-de-semana, contra o Olhanense. Não espero nada, mas espero tudo. Continuo à espera daquele clique que eleve a equipa para um patamar mais alto.

5. É Natal, e esta é uma iniciativa muito interessante. A copiar.

quinta-feira, dezembro 12

Com pé-frio em colchão de barras...

...imagine-se a noite do FC Porto em Madrid. Quatro bolas nos ferros da baliza do Atlético Madrid e um penálti falhado é o saldo da visita portista ao líder do Grupo G. Uma deslocação que com outro acerto poderia ter aberto a porta dos oitavos-de-final à equipa de Paulo Fonseca, visto que o Áustria Viena acabou por vencer o adversário directo dos azuis e brancos (Zenit) por... 4-1. Assim, soube a pouco a improvável prenda austríaca que acabou por não contar para nada fruto da atracção do dragão pelos ferros da baliza de Aranzubia, do regresso aos penáltis falhados e de uma inconsistência defensiva que nunca segurou Diego Costa.

De facto este Atlético não é produto da imaginação dos optimistas. Os colchoneros acabam a fase-de-grupos com 16 pontos (apenas um empate, na Rússia) e foram de longe a equipa mais competitiva e realista do grupo dos dragões. E quem vê o seu jogo sabe o porquê. Duas 'linhas de quatro' extremamente rigorosas a defender (principalmente a do meio-campo) e um jogo extremamente fácil a atacar que, na procura bem directa por Diego Costa, deixa as coisas extremamente difíceis para equipas como o FC Porto - que apresentam uma linha defensiva bem subida.

Mas os dois golos sofridos em Madrid até seriam um mal menor se os finalizadores portistas estivessem em 'noite sim'. Mal sabiam os azuis e brancos que, afinal, a bola enviada à barra por Jackson Martinez, aos 8', não era um sinal positivo mas sim um (bem) negativo. Isto porque, em fase tão madrugadora do jogo, ninguém poderia adivinhar que este Atlético-Porto iria parecer, para os dragões, um daqueles jogos de Pro Evolution Soccer contra a CPU em que o sistema, pura e simplesmente, não deixa a bola entrar. Assim, no intervalo de mais um golo estranho para se sofrer na Liga dos Campeões (Raúl García na área, quase sem ângulo bate Helton) e da 'diana' que fez o resultado final (a escapadela habitual de Diego Costa), o FC Porto viu Varela acertar novamente no poste e Josué falhar o primeiro penálti da sua carreira profissional.

Para quem tinha de, obrigatoriamente, ganhar, toda esta queda pelas barras era já de mais. E imagine-se quando Jackson, ainda antes do intervalo, viu a intercepção do seu remate ir embater, caprichosamente, no poste direito da baliza colchonera. Um tremendo pé-frio que tanto fazia os dragões acreditarem que era possível como os fazia desanimar, mais um pouco, a cada bola que os ferros negavam. No entanto, a boa produção ofensiva portista conheceu o seu fim com o apito do árbitro para o descanso, porque depois do intervalo o Atlético recolheu-se e agradeceu as mudanças do FC Porto. Primeiro para o 4-3-3 puro (Licá abriu a ala e a falta de Josué tornou o jogo portista mais previsível) e depois para o 4-4-2 clássico (Ghilas substituiu Lucho e alargou o número de avançados). Mas essas tentativas de Paulo Fonseca só retiraram do relvado as opções para jogar interiormente, e, por fora - com o recurso aos habituais cruzamentos -, o Atlético estava já por demais avisado. De facto, se com três médios a bola já mal chegava a Jackson, imagine-se com dois...

E para se provar que o caminho, para (pelo menos) continuar a criar perigo no Calderón, era o jogo interior, basta recorrer-se à única jogada de (real) perigo dos dragões na segunda-metade. Diagonal de Licá até à área, passe interior de Danilo e... bola no poste (69'). Um 'poker' aos ferros já bem normal por essa altura. Com uma alteração ainda por fazer Paulo Fonseca decidiu-se pela troca directa de médios (Herrera entrou por Defour) mas talvez devesse ter apostado em reforçar o miolo (saindo Varela) e entregar o ataque a três avançados puros como são Jackson, Licá e Ghilas. Talvez aí o jogo interior valesse para mais umas bolas... ao ferro. Essas, e não só, relegam um FC Porto, que não mostrou calibre caseiro, para um nível de dificuldade abaixo. E talvez aí (Europa League) não se note tanto a falta de estofo europeu destes dragões.

Atlético Madrid-FC Porto, 2-0 (Raúl García 14 e Diego Costa 37')

Foto: UEFA


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Fala Paneira.

"O Benfica entrou displicente. O Benfica tem que entrar a matar! O FCP tinha perdido pontos. O Benfica podia conquistar o primeiro lugar, e ficar isolado, à espera do que podia acontecer com o Sporting. Mas não entrou com essa filosofia de equipa que quer ganhar o campeonato! Não quer. Ali tinha que entrar com tudo".

O grande e saudoso Vitor Paneira diz tudo, à jogador da bola, à adepto. O Benfica é actualmente um clube sem grande exigência, onde até os próprios adeptos parecem resignados aos empates e derrotas. Somos uma espécie de country-club, onde a malta vai ver uns amigos nas roulotes e bancadas e, por acaso, também, uns gajos que jogam à bola.

No outro dia vi o senhor ex-jogador Pacheco a passear no Estádio da Luz, nos camarotes, e fiquei azul. Não tenho nada contra a pessoa, mas foda-se, um gajo que fez o que fez, naquele ano, anda agora a passear os cotos pelos camarotes da Luz?

Este Benfica está doente, já o digo há muito tempo. Dou por mim e já nem fico nervoso com os jogos. Dou por mim e vejo o Pacheco no Estádio, como se fosse parte da história do Clube, quando o que lhe fez foi apunhalá-lo pelas costas. E hoje, damos-lhe gambas?! Mas está tudo doido?! Ó que caralho.

Vieira e os seus muchachos só descansam quando estoirarem com o Benfica por completo.

terça-feira, dezembro 10

Benfica na Europa dos pequeninos.

A vitória contra o PSG B não foi suficiente. Jesus é o responsável por mais uma participação negativa na maior prova do futebol europeu. Jogos decisivos são todos, minha grande aventesma. Obrigado por mais uma exibição sôfrega e obrigado por teres dispensado o Saviola. Era demasiado inteligente para ti (como Aimar ou Ola John).

Vieira, a construção do Benfica europeu fica para a próxima. Demite-te, por favor. Já chega disto. Hoje, o Benfica parecia aquele Benfica do Camacho e do Mário Wilson. Agora, pensa.

Vendam o Artur, já.
Aproveitem e dêem uma entaladela ao Markovic.

Enzo Perez, estrondoso. Maxi, em grande, finalmente. Luisão, Feijsa, Garay, Sílvio, positivos.

A prestação global da equipa foi muito fraca. Acompanhei a segunda parte em Atenas e não consigo compreender como não ganhámos nenhum dos jogos com os gregos. Os belgas, com menos um, e com menos dois, tiveram oportunidades de golo. Enfim. Este Benfica está gasto, apesar de tudo poder mudar. Não sei como, mas podemos estar a levar três a dois minutos do fim que eu acredito que vamos dar a volta, por isso...

Curtas-longas.

1. A tragédia grega que aconteceu à equipa da Luz na época passada bem que podia acontecer (em menor dimensão, mesmo assim), hoje, ao Olympiacos. Na recepção ao milionário PSG, os encarnados têm que dar tudo, coisa que não têm feito ultimamente.

2. Em caso de eliminação da LC, será apenas mais um falhanço a toda a linha de Jorge Jesus. Ao fim de cinco anos ninguém pode achar estranho esse cenário, tendo em conta as últimas presenças nesta competição.

3. A nível europeu é por demais evidente que o Benfica de Jesus não deu o salto qualitativo. Continuamos muito longe do topo e sem níveis competitivos que nos permitam vencer clubes do patamar acima do nosso.

4. A eventual ida para a Liga Europa vai possibilitar-nos fazer mais uma caminhada interessante. O nível as equipas é médio, apenas, e, com alguma sorte (à imagem do ano passado, com muita mesmo) poderemos chegar novamente à Final da competição e, assim, paracer que somos um clube europeu. Não o somos.

5. É óbvio, mesmo para um cego apoiante da dupla Vieira/Jesus, que o plantel não está a render nem 75% do seu potencial. Os motivos podem ser menos claros mas, sem pensar muito, podemos especular sobre uma relação entre técnico e jogadores que já não tem volta a dar. Pode, até, esta relação, não ser impeditiva de se alcançar o sucesso, mas convenhamos, pode fazer toda a diferença.

6. No campeonato, aquele que deveria ser o nosso principal foco, continuamos a dar o flanco, a desperdiçar pontos contra equipas menores (muito menores), a apresentar as mesmas debilidades de sempre e, pior, uma falta de atitude competitiva que é, simplesmente, inadmissível.

7. Do outro lado da segunda-circular habita a maior surpresa do campeonato. Não por estar em primeiro lugar, mas especialmente por liderar o campeonato depois de uma época desastrosa e marcadamente negativa, apresentando o melhor futebol da Liga, mesmo que eu considere que sem grande competitividade.

8. De facto, olhando para o líder, há coisas que nos fazem, ou deveriam fazer, inveja: a vontade de vencer, o querer jogar bem, o lançamento sem vergonhas de jovens que, mesmo não sendo um portento com potencial de vendas de milhões, têm lugar neste Sporting em construção.

9. Não sei se o Sporting vai aguentar. Ninguém sabe. As lesões, os castigos, a própria pressão que vai aumentando com a aproximação do final do campeonato, tudo pode mudar, de repente. Contudo, olhando para o trabalho feito pela direcção e, em especial, para o trabalho de Jardim, é difícil prever o descalabro leonino.

10. Sempre defendi que a qualidade de um treinador deve ser o ponto principal de uma equipa de futebol. Jardim é a prova viva disso mesmo. Competente, equilibrado, sensato e com resultados. Ainda não ganharam nada, é certo, mas, o que terá mais valor: ser campeão com uma equipa milionária, mas apenas na última jornada, ou pegar num clube em cacos, numa equipa sem estrelas, com dispensas a torto e a direito, e cheia de malta que nada provou ainda no mundo do futebol e levá-la à liderança isolada ao fim de 12 jornadas?

11. Concluíndo, o Sporting é, unanimamente, um líder justo. Como benfiquista, sinto alguma inveja. Não da liderança em si, mas antes da paixão que sentem os sportinguistas por todos os 90 minutos da sua equipa, pelo amor pela cor das camisolas, pela equipa que se formou entre adeptos-direcção-plantel. Tudo o que falta ao Benfica, apesar dos pornográficos milhões investidos.

domingo, dezembro 8

Leonardo sem medo das alturas


O que têm em comum o Barcelona de Guardiola, o Benfica 2009/10 de Jesus e o Sporting de Leonardo Jardim? A pergunta sugere comparações desmedidas e a resposta só trará pertinência num facto que não tratará de colocar os leões num pedestal. Antes que o leitor se assuste, mais vale seguir a direito para um assunto que o bom futebol dos leões criou nesta Liga 2013/14. É que o trabalho do técnico madeirense ao serviço do Sporting tem tido tanta qualidade como a preocupação que gera nas equipas adversárias. Desde as primeiras mostras de força do novo leão, aos bons resultados conseguidos, têm-se seguido as declarações de respeito dos treinadores adversários. De facto um dos grandes méritos deste Sporting é o de ter conseguido colocar os opositores a pensarem primeiro no novo líder da tabela do que em si próprios. E isso, por norma, gera sucesso.

Não precisaremos de recuar muito no tempo para nos lembrarmos de uma altura em que os adversários tinham deixado de respeitar o Sporting. Uma 'olhadela' nos jogos da época passada revelará certamente opositores que, quer na sua casa, quer em Alvalade, tentavam jogar de igual para igual com os leões. Não será preciso recordar, também, que muito desse atrevimento roubou várias vitórias à equipa de Alvalade e, com elas, um estatuto que vem sendo agora (bem) recuperado. Por isso coloque-se sempre abaixo do futebol e do colectivo criados por Leonardo Jardim, os golos de Montero, o trabalho de William Carvalho, as defesas de Rui Patrício, ou, até, as declarações do presidente Bruno de Carvalho. Leonardo Jardim é o responsável máximo pelo respeito que o leão incute agora nos adversários, até porque sem ele, como em épocas passadas, as individualidades não sobressairiam, e sem ele este (justo) primeiro lugar na tabela não seria possível.

Quem tiver dúvidas que olhe para os longos nove anos a ver o primeiro lugar entregue a outros clubes, e que olhe também para um Gil Vicente-Sporting em que uma das sensações da prova respeitou tanto os leões que se esqueceu, durante grande parte do jogo, de si própria, ao ponto de (mais) uma abordagem serena de Leonardo conseguir outra vitória importantíssima para as contas leoninas desta nova época. Com o Gil Vicente sempre muito retraído, e cheio de dúvidas, o futebol leonino continuou a potenciar o seu 'matador' que pôde assim destacar-se de Jackson Martínez na tabela dos melhores marcadores.

Assim vai a aprendizagem do novo leão que, ainda assim, terá de reter desta visita a Barcelos que quando o adversário se ajoelha a clemência nunca pode ser de mais, sob pena de o mesmo se poder levantar e levar-lhe a vitória. Afinal de contas não morrerá literalmente ninguém, porque falamos, obviamente, de um (mero) jogo de futebol. Vem o facto à baila porque na segunda metade, o Sporting desperdiçou inúmeras situações para chegar à tranquilidade e isso teve o condão de fazer o Gil despertar e criar oportunidades para poder empatar. E na hora em que um galo, que estranhamente não acordou a tempo, poderia causar mossa, Pecks acaba (bem) expulso na tentativa de segurar o leão ao seu meio-campo (falta duríssima sobre William Carvalho). Aí, porque o bom futebol tem o condão de fazer os adversários cometerem erros (destes), o jogo virou, de novo, a favor de um líder que é tão justo como o segundo golo de Montero na partida. Saúda-se assim o regresso do leão a uma posição que não ocupava desde janeiro de 2005 e que é sua por mérito da ideia trazida à realidade pelo seu técnico.

Gil Vicente-Sporting, 0-2 (Montero 19' e 74')

Foto: Lusa


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sexta-feira, dezembro 6

Benfica empata com o Arouca.

Sim, o Arouca fez um jogo absolutamente miserável, Rui Costa ajudou à festa, dando a mão a um gritante anti-jogo e sendo complacente com a dureza dos homens de Pedro Emanuel. De facto, é difícil de explicar como é que a equipa que mais amarelos tem no campeonato, vem à Luz e só leva dois ou três cartões, nos últimos dez minutos de jogo.

De resto, foi também o habitual. Uma equipa do Benfica sem rei nem roque, completamente desfeita na segunda parte, fruto das alterações de Jesus, da má forma de alguns e da falta de qualidade de outros.

Já dei para este peditório e não vou continuar a malhar na incompetência do nosso treinador. É o homem que lá está, é com ele que temos que levar. Que se foda. O Sporting que seja campeão, pode ser que assim aquela malta se vá toda embora do Clube.

Sorteio do Mundial: nem bom, nem mau.


Curtas.

1. O Benfica recebe hoje o Arouca e, obviamente, só a vitória interessa. O Sporting vai a Barcelos e pode perder pontos pelo que, hoje, não podemos falhar, como não falhámos na semana passada (nem o Sporting).

Cardozo continua de fora, e já não deve jogar mais este ano. Cavaleiro está de volta, assim como Funes Mori.

Lima deve fazer dupla com Rodrigo e Markovic deve ser, novamente, encostado à linha, ficando Sulejmani de fora. Assim, queimam-se logo vários jogadores ao mesmo tempo.

2. O Jornal do Sporting tem uma peça sobre o Apito Dourado. Obviamente que é uma provocação, que surge precisamente um dia depois de Bruno de Carvalho ter dito que o futebol precisa de afastar-se do clima habitual de guerrilha.

Ainda no Sporting, o clube aposta agora no mercado chinês, depois do falhanço total com a história do indiano. Será que o Futre tinha razão?

3. Durante a tarde haverá ainda o sorteio do Mundial. Preferem ver Portugal num grupo da "morte", à imagem do que nos aconteceu no último Europeu, ou num grupo tipo Angola-México-Irão?

segunda-feira, dezembro 2

O líder

Por muito que o Record e o site do Benfica possam pensar o contrário, o Sporting é o líder. Empatado no confronto directo com o Benfica, tem, no entanto, 28-9 no goal average contra 20-8 dos encarnados. Sendo assim, e existindo regras, o critério da ordem alfabética não parece ser o mais correcto.
Obviamente que esta situação, nesta fase do campeonato, é pouco ou nada relevante. Mas também é óbvio que é preciso ser sério.
Dito isto, o Sporting está no topo por mérito próprio. Tem sido a equipa mais consistente e com mais ambição da prova. Ontem foi ainda mais convincente. Trucidou o Paços e Montero voltou aos golos (11 em 11 jogos!).
Quem sabe se, com um Benfica-Porto ainda por realizar, o Sporting não chega ao Natal em primeiro...

sábado, novembro 30

E tudo o sistema levou (até a invencibilidade)

A Académica há muito que perdeu um estatuto que conferia validade à analogia que fazia dela uma Universidade do futebol, mas contra este FC Porto não é preciso sair do Ensino Básico para se encontrar uma fórmula para parar os campeões nacionais. Chama-se ela 'a procura do erro' e foi assim que a Briosa aproveitou a incapacidade gritante de uma equipa que está, claramente, crucificada a um sistema que não a deixa jogar. Depois de Braga, Fernando Alexandre matou outro borrego - este com 43 anos - e foi o rosto maior de uma lição que Paulo Fonseca teimou em não aprender quando permitiu, de novo, que a sua ideia de jogo ficasse ligada a mais um capítulo negativo na história do clube. O Porto não perdia para o campeonato desde janeiro de 2012 e, quase dois anos volvidos, voltou a conhecer o sabor da derrota com culpas bem próprias.

Josué, Lucho, Herrera, Carlos Eduardo. São estes os nomes que Paulo Fonseca já prendeu a Fernando e, com eles, o futebol de uma equipa que num passado recente festejou na Alameda do Dragão a sua coragem táctica. De facto, talvez um dos 'problemas' portistas seja a memória colectiva de um passado recente onde a equipa conseguia fazer dois passes seguidos sem cruzar para a área. E, falando no momento ofensivo dos dragões, a história deste Académica-Porto em nada tem a ver com a envolvente circulação de bola criada por André Villas-Boas e explorada ao máximo por Vítor Pereira. Este é um Porto básico, sem soluções e sem alegria pela falta de uma ideia condigna ao tal passado recente que assombra sempre o 'próximo' treinador.

Tudo porque Paulo Fonseca quer cair agarrado a um sistema que não deixa o jogo da equipa fluir. Desta vez foi Josué a ser 'encarcerado' (ao lado de Fernando) e o resultado, para não variar, foi o mesmo. Falta um homem a atacar e falta um homem, no momento em que o FC Porto perde a bola, para prender a equipa adversária mais perto da sua baliza. Este era o momento mais forte do Porto da época passada, o qual está agora reduzido a cinzas quando se nota, a léguas, a falta de pressão, e de organização, na transição defensiva dos azuis e brancos. E Fonseca muda tudo menos a real causa. Como já foi dito, experimenta com Herrera, Josué, Lucho e Carlos Eduardo, desloca Josué e Quintero para uma ala, joga com Licá ou com Varela mas nunca, por nunca, desfaz um 'duplo-pivot' que promete, a cada jogo, levá-lo à desgraça.

Enquanto isso os adversários, como a Académica neste sábado, vão esperando que o desastre, inevitavelmente, aconteça. Se Maicon deixar passar a bola e Helton interromper o remate de Abdi, como aos 28', ou se Mangala cortar na linha uma jogada que nasce de um erro de Alex Sandro, a coisa ainda se disfarça. Mas se, num pontapé de canto, o pequeno Makelele ganhar ao primeiro poste e se Fernando não conseguir aliviar ao segundo, que mais se pode fazer que não esperar que Fernando Alexandre marque?

Mas enquanto o filme se desenrola, o Porto continua de 'duplo-pivot' armado num sistema onde tudo muda menos a real causa do mau jogo. Sem opções de passe - Josué não sobe - as bolas acabam bombeadas para a área. E lá se nota ainda mais a situação aflitiva dos dragões, pois nem todos têm o jeito de Jackson para atirar, pelo menos, à barra (49'). Outros, como Varela atrapalham-se no momento-chave e na queda atiram... ao poste. É o efeito bola-de-neve numa equipa sem confiança na ideia e sem, por consequência, alegria no seu jogo. E quando assim é nem de penálti os golos surgem. Danilo alargou a lista de jogadores que se afastam da área sempre que há uma grande-penalidade a favor do FC Porto quando permitiu a defesa de Ricardo, aos 84'. Assim, todo este cenário mascara muito bem a real causa da doença dos campeões nacionais. É que assim parece que são os pés que estão doentes mas na realidade é o coração (leia-se meio-campo) que já parou de bater há muito, desligando com ele a sanidade de todos os elementos da equipa.

Académica-FC Porto, 1-0 (Fernando Alexandre 44')

Foto: Lusa


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quinta-feira, novembro 28

E se o Cardozo tiver que ser operado a uma hérnia?

Segundo consta, é disso que se trata. Entre operação e recuperação, Rodrigo pode voltar a ter oportunidades, já que Lima parece estar num momento de forma miserável.

Mas será sempre uma péssima notícia para os benfiquistas e só espero que não se confirme.

quarta-feira, novembro 27

Benfica vence Anderlecht, por 3-2.

Exibição boa do Benfica perante uma equipa belga que mostrou pouco futebol e alguma garra. Erros defensivos, muita qualidade atacante, muito Enzo, pouco Lima, Gaitán "quando quer" (rir) e muita sorte em conseguir os três pontos.

Depois do segundo golo, exigia-se um Benfica mais controlador, com menos correrias loucas. Mas não. Continuámos como se estivessemos ainda a perder. Hoje faltou o que tivemos bastantes vezes na época passada: capacidade de controlar o jogo (não dominar).

O empate dos gregos em França acaba por ser indiferente para as contas finais. Uma vitória em casa contra o PSG e um empate do Olympiacos não são cenários impossíveis. Apenas evitáveis, se tivesse havido competência.

terça-feira, novembro 26

Em Paços... perdão, no Porto não se aceitam colchões oferecidos

Não é nada fácil a escalada emocional que é derrotar o próprio ego e mais difícil, se não impossível, é provar a sua perfeição. Daqui nasce o problema do FC Porto 2013/14, que é também o - agora muito mais claro para todos - problema do seu treinador ou, se quisermos, da sua concepção futebolística. Depois deste FC Porto-Áustria Viena se continuará a falar de sorte e da falta dela. Do que não se ouvirá falar é do que reduziria a cinzas as explicações de ocasião para a falta de ordenamento colectivo da 'série Fonseca', o que será o mesmo que dizer que a ideia do treinador portista não funciona em campo e deixou, jogo a jogo, o FC Porto sobre as brasas que agora o queimam.

Indo por aí se tornaria normal a explicação para os erros crassos dos jogos para a Champions - que também já se tornaram normais para a Liga. Mas para Paulo Fonseca essa [explicação] tinha um só nome: Otamendi. O central argentino tem estado na origem de várias perdas de bola completamente displicentes e, para esta importante recepção aos austríacos, o técnico decidiu abdicar do internacional argentino (apostando em Maicon) esperando com isso resolver o problema dos golos oferecidos. Mas essa 'malapata' parece não ter cura singular mas sim colectiva, isto porque aos 10 minutos esse vírus invadiu outro jogador portista. A vítima, desta feita, foi Danilo que, com um passe desmedido para o centro do terreno, ofereceu a Kienast a hipótese de bater Helton ainda fora da área.

E se dissemos, acima, que o problema é colectivo, esse é então da inteira responsabilidade do treinador, porque, até ver, treinar não devia servir para desaprender de jogar. Mas a verdade é que a 'Paços de Ferreirização' a que este Porto foi sujeito roubou os níveis de confiança a uma equipa que não tinha por hábito desperdiçar oportunidades de ouro como aquela que o Atlético Madrid lhe ofereceu nesta 5.ª jornada da Liga dos Campeões. Uma prenda colchonera que o FC Porto 'recusou' por não ter a mínima ideia de como chegar à baliza de Lindner sem ser pela rudimentar tentativa que é cruzar para área sempre, sempre e sempre. Algo que, ainda assim, serviu para criar oportunidades mais que suficientes para bater uma equipa que, com organização competente (e confiante em si mesma), sairia goleada do Estádio do Dragão.

Daí que mais uma vez se vá falar em azar, esquecendo-se que tudo tem uma explicação. Ora se para um jogador do FC Porto já é, neste momento, quase impossível fazer dois passes sem errar um, como será tendo a baliza pela frente? Adicione-se-lhe ainda a pressão que é estar a perder pela terceira vez consecutiva em casa - logo depois de já se ter empatado também para a Liga - e encontraremos a razão para só Jackson (pudera!) ter conseguido bater Lindner. O resto foi um rotativo Alex Sandro e a repetida rodagem do lugar que vai pondo Fonseca em cheque. Defour, Josué e Lucho passaram de novo por lá, sem ordem e sem organização suficiente para se tornarem recorrentes as chegadas à área de um passado recente. É um facto que se perderam Moutinho e James, mas é agora também cada vez mais aceite o facto de que o mais grave foi ter perdido a ideia, o plano, o sistema, o estofo...

FC Porto-Áustria Viena, 1-1 (Jackson 48'; Kienast 11')

Foto: Lusa


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Curtíssimas.

1. A possibilidade de Fernando representar a Selecção Nacional está em cima da mesa de Paulo Bento. A minha opinião mantém-se e sou manifestamente contra a utilização de jogadores naturalizados quando existem alternativas óbvias para o lugar em questão.

2. Avança hoje o FCP na Liga dos Campeões, em casa, frente ao Áustria de Viena. Só a vitória interessa, apesar das contas complicadas. Paulo Fonseca fora da LC e o pavio ficará mais curto do que nunca.

3. Amanhã o Benfica defronta o Anderlecht e mesmo que vença, as contas continuarão muito complicadas. Não deve haver muitos benfiquistas optimistas, sequer, na vitória no jogo de amanhã.

segunda-feira, novembro 25

O 'protector' do FC Porto tem o universo à pega

São jogos como o FC Porto-Nacional que fazem esquecer a tão firme e propalada certeza de que no Dragão qualquer treinador tem um lugar ao sol. A incipiente declaração de que, para gerir os destinos do (tri-)campeão nacional, 'qualquer um serve' não encontra paralelo na mais trabalhada ideia de que, para vingar no FC Porto, são precisos actos de coragem. E é aí que Paulo Fonseca perde imediatamente o carinho da exigente massa associativa azul e branca. É que se André Villas-Boas e Vítor Pereira 'agarraram' essa positiva atenção - que Jesualdo nunca teve pelas razões explicadas a seguir - com uma atitude de força (frente ao Benfica de Jesus), a Paulo Fonseca não se lhe reconhece nada disso. Aliás basta colocar na cabeça dos adeptos portistas os possíveis cenários para a deslocação à Luz para imediatamente o semblante se lhes carregar. Ninguém, que frequenta o Dragão, 'vê' em Paulo Fonseca a coragem que AVB e Vítor Pereira tiveram nos encontros imediatos com Jesus e isso preocupa-os.

Se as derrotas na Champions se vão desculpando, se os pontos para perdidos para o campeonato também, a única coisa que salvará, ou castigará, um treinador do FC Porto é uma mostra de força, ou de fraqueza, contra o... Benfica. Foi assim na Supertaça de 2010, depois de uma pré-época nada entusiasmante, e foi assim em março de 2012 quando Vítor Pereira subtraiu um defesa e adicionou um ala para 'roubar' o título a Jesus. Esse é o tipo de actos que revela a vida difícil que um treinador pode ter na Invicta quando não entende a cultura do clube. E se há acto que Paulo Fonseca tomou enquanto líder dos azuis e brancos foi o de descaracterizar a equipa com uma desnecessária protecção a Fernando, que vai queimando todo o jogador que jogue naquele 'lugar do morto'.

De nada interessam, aos adeptos, os 77% de posse de bola com que a equipa acabou o jogo frente ao 'amaldiçoado' rival e de nada interessam as oportunidades desperdiçadas. Ao Tribunal, basta fazer 'pause' numa qualquer jogada ofensiva do FC Porto para perceber que o 'trinco' tem agora um gémeo siamês... à força. Lucho cola-se a Jackson, Josué deixa a ala orfã e Herrera e Fernando aumentam o 'fosso' quando ficam à espera de uma possível transição, a metros de distância. Ora, se proteger o 'trinco' parece uma opção segura, basta atentar o posicionamento dos dragões nesse momento do jogo para se perceber que Paulo Fonseca tem medo e não coragem. E isso é coisa que nem os adeptos portistas, nem o... universo, perdoam. E esse último derruba qualquer plano imperfeito sem piedade alguma. Resta ao treinador (em formação) do FC Porto ganhar coragem para na Luz ser tudo aquilo que não foi até agora. O que é mesmo que dizer que ou deixa Fernando sozinho, e liberta o seu gémeo, ou não resistirá à próxima queda na realidade (o FC Porto desloca-se à casa do Benfica a 12 de janeiro).

FC Porto-Nacional, 1-1 (Jackson 52'; Rondón 82')

Bravo Leonardo!

Mais uma vitória importantíssima, agora em Guimarães. Não haja dúvida que o Sporting está a fazer um campeonato muito acima das expectativas. Com um terço do percurso já percorrido, e depois de já ter defrontado Benfica, Porto, Braga e Guimarães, estes três últimos fora de casa, um 2º lugar a um ponto do líder...
Já foram muitos os momentos em que, após um resultado menos bom, se perspectivava um queda vertiginosa. Mas a isso sempre se respondeu com uma vitória,
No entanto, como disse Leonardo Jardim, o Sporting não preparou uma estrutura para ser candidato e, sendo assim, dou, por agora, mais relevância ao facto de o Braga ver o Sporting por um canudo (11 pontos é muita fruta).
No jogo de ontem, a exibição não foi brilhante mas esta equipa tem muita ambição e vontade. Além disso, tem já uma dinâmica colectiva muito boa, e isso deve-se ao facto de ter o melhor treinador da Liga. É extraordinário o que Jardim fez com esta equipa.
Estamos também com "estrelinha" mas isso também só acontece com muito trabalho. Por exemplo, Slimani voltou a demonstrar que é um jogador muito importante, com uma eficácia fora do normal. Os jogadores, para serem determinantes, não precisam de ser virtuosos. Slimani não tem "pézinhos" mas marca que se farta (4 golos em 139 minutos) e aparece sempre que Montero não acerta.
Obviamente que o Sporting só podia melhorar depois da época passada. Mas não se esperava era um crescimento tão acentuado. Felizmente, o Sporting é, hoje, um clube muito diferente do que era em anos anteriores, muito mais unido, embalado pela força brutal dos seus adeptos, cada vez mais presentes. E aí, o mérito vai direitinho para o trabalho de Bruno de Carvalho e sua direcção.

domingo, novembro 24

Nove curtas.

1. Jogo muito fraco na Luz onde, apesar de tudo, o Braga foi a melhor equipa. O Benfica apareceu sempre desligado, com pouca (ou nenhuma) capacidade atacante. Artur ainda tentou enfiar a bola dentro da baliza mas o melhor que conseguiu foi enviá-la à barra.

2. Exibições positivas dos centrais, de Enzo e de Matic. O resto foi uma nulidade assustadora. Ofensivamente a equipa foi quase zero e esta é uma boa oportunidade para se pensar em Cardozo. Lima não serve, Lima não chega aos calcanhares do paraguaio, mas também por isso foi muito mais barato.

3. Matic: brilhante momento, em que rouba a bola e faz sozinho o que a equipa nunca foi capaz de fazer. Markovic: nas laterais, desaparece. Custa que JJ insista neste erro crasso. Djuricic, muito mal. É altura de falar menos e jogar mais, não?

4. A vitória valeu três preciosos pontos, especialmente porque o FCP empatou. Mas, como quase sempre, a equipa não convenceu minimamente, teve alguma sorte e ficou aquela sensação de que o desastre está já ali, na próxima curva.

5. Villas-Boas e o seu Tottenham humilhados contra o City. Não apaga o razoável trabalho que tem sido feito pelo ex-FCP. Arsenal na liderança, até quando? E o MU em sexto, lugar estranho. Chelsea e Liverpool não largam o líder.

6. Barcelona, Real Madrid e Atlético com vitórias robustas. Este campeonato será mais disputado do que nos anos anteriores, seguramente.

7. Bayern Munich é quem manda na Alemanha depois de mais uma demostração de força e classe, ao vencer em Dortmund, por 3-0.

8. A Juve já é líder (com mais um jogo) e o AC Milão está num estrondoso 13º lugar.

9. O PSG continua o passeio interno e já tem mais 8 pontos do que o Mónaco.

quarta-feira, novembro 20

Ronaldo vs. Ibra.

Os comportamentos e reacções do Ronaldo e do Ibra no jogo de ontem.

Ronaldo e os piretes do futebol.

Quando há uns anos, Ronaldo fez um pirete para as bancadas da Luz, muita gente lhe caiu em cima (eu incluído). O gesto, apesar de reactivo, foi mau para o jogador que ofendeu milhões de adeptos e seus fãs.

Contudo, Ronaldo era um jovem algo imaturo ainda, e jogava já sob uma imensa pressão, num dos maiores clubes do mundo.

Hoje, o madeirense é um dos profissionais mais admirados do mundo, especialmente por colegas e treinadores. A sua dedicação ao jogo é ímpar e a sua natural forma de jogar tornam-no num dos melhores jogadores de sempre.

Todos nós devemos ver em Ronaldo um caso de sucesso, para o qual contribuiu o dom natural mas, também, muita entrega, muito trabalho, muita querer.

Hoje, o português está no topo de um mundo com sete mil milhões de pessoas.

Mas ainda há quem se lembre do tal pirete.

terça-feira, novembro 19

Ibra procurou no bolso mas o bilhete esteve sempre no Coração de Ronaldo


Este Capitão não é um sonho, é uma realidade! E é um privilégio que um País que anda tanta vez amargurado, tanta vez descrente, possa ter um símbolo de sucesso tão material como é Cristiano Ronaldo. Mas não só do 'reino físico' se criou um líder que na hora da decisão soube dar algo que, facilmente, se confunde com uma resposta a quem o subestima, mas que para ele é a normal consequência de pensar bem e de executar melhor. Quando tudo se alinha o sucesso bate à porta. E o sucesso de Ronaldo e da Selecção Nacional são um exemplo para um Portugal tão (mas tão) desunido que devia seguir o exemplo de uma equipa que com autoridade parou uma possível tempestade.

E é tão bom quando na hora da verdade a sinceridade vem ao de cima. Não são precisas análises de maior a este Suécia-Portugal porque, no fim, Paulo Bento disse, e desabafou, tudo. Desde a entrada ansiosa, que não permitiu à equipa crescer tão cedo no jogo, à necessidade do equilíbrio posicional para o sistema não partir, à maturidade que se foi evidenciando à medida que a Selecção sentia que havia espaço nas costas da defensiva sueca, e, por fim, à tão real apetência para a equipa das quinas cair, para depois, jogar (bem) melhor quando está sob (imensa) pressão.

Paulo Bento não é, afinal de contas, um 'autista' e os 'sempre crentes' na Selecção de Todos Nós agradecem a sinceridade e a explicação das dificuldades que o seleccionador encontra para que a equipa reproduza o futebol brilhante que lhe é exigido. O resultado e o sucesso português neste segundo jogo do 'playoff' comprovam o trabalho que permitiu à equipa resistir à montanha-russa que foram os dois jogos com a Suécia. Assim, não foi mau de todo que a equipa portuguesa não conseguisse assumir (sempre) o jogo, até porque esta Suécia mostrou uma verdadeira 'organização inofensiva' e só de bola parada conseguiria criar perigo. Já Portugal, esse, tem Ronaldo! que é o mesmo que dizer que pode marcar em qualquer instante de qualquer jogo.

De facto, só na 'bola parada' Portugal deu asas a que os suecos (e Ibrahimovic) entrassem no jogo. De outra maneira não poderia ser, até porque as habituais (e poucas) alternativas, em bola corrida, da equipa de Erik Hamrén foram presa fácil para uma defensiva competente. Esse é um facto que não surpreende, até porque o gigante Adamastor que foi criado a partir de uma Suécia que discute, e esperneia em, qualquer resultado, nasceu da capacidade de realizar golos através de pontapés de canto e de livres frontais. Como, de resto, aconteceu, já depois de Ronaldo ter inaugurado o marcador (50').

E com o factor casa a poder fazer das suas, essa reviravolta no jogo poderia mesmo indiciar outra. Mas essa, a do playoff, foi travada por uma eficaz inteligência nacional que se traduziu na procura do seu líder. Com tanto espaço, e tão pouca oposição, Ronaldo assegurou a presença de Portugal no Mundial'2014, igualou Pauleta no topo dos melhores marcadores de sempre na Selecção e relegou um dos possíveis opositores à Bola d'Ouro para segundo plano. Tudo isso coube no Coração de um Capitão que não poderia ter escolhido melhor altura para assinar o segundo 'hat-trick' com o símbolo das quinas ao peito. É bom demais para ser verdade que uma dramática meia-hora (50' aos 80') possa ficar para os anais da história do futebol luso. Tanta vez aconteceu o contrário. E essa é a diferença que é ter este Ronaldo!

Suécia-Portugal, 2-3 (Ibrahimovic 68' e 72'; Ronaldo 50', 77' e 79')

Foto: EPA

Portugal vai ao Brasil!

E este rapaz é uma autêntica besta. Inacreditável, simplesmente inacreditável.

A equipa esteve toda bem, novamente, mas vacilou com o empate. Depois, bem, depois, vocês todos viram. Temos alma!

Jesus castigado 30 dias.

Jesus foi castigado com um mês e fica fora do banco do Benfica até ao jogo com o Setúbal. Falha, assim, cinco ou seis jogos, apenas.

Vamos ver como isto se vai reflectir no rendimento da equipa que já não é famoso e como vai o clube reagir a isto (ironia: é óbvio que os dirigentes do clube até devem achar alguma piada a estas vergonhas).

Sobre a justiça do castigo: a partir do momento em que se nega a agressão (foi julgado apenas gestos grosseiros e injúria, e não por agressão) ao polícia, pouco mais há a dizer. Contudo, seria mais adequado um castigo máximo, mesmo nesta moldura da não agressão (penso que é de três meses), até pela reincidência.

Lamento que o meu clube chafurde desta maneira. Mas é o que temos.

segunda-feira, novembro 18

Bento I, o masoquista

A vitória sobre a Suécia ajudou o País a dissipar dúvidas. Se antes a repetição das más campanhas de qualificação colocava o Portugal futebolístico em estado de sítio, depois do golo de Ronaldo a acalmia voltou. Mas essa é sempre estranha até porque se confunde com letargia. No futebol o importante são os golos e, nesse capítulo, Portugal parte com um de vantagem para a segunda-mão do playoff de acesso ao Mundial'2014. Mas esse magro 'um' não revelou no marcador a diferença de qualidade entre as equipas, principalmente numa partida disputada em solo luso.

Portugal foi abnegado, esforçado e lutador mas, perdoem-nos, não foi inteligente. O golo de Ronaldo tudo disfarça, é certo, mas a verdade é que esse deslumbramento pode vir a ser o maior inimigo da Selecção. Importava depois do jogo questionar Paulo Bento sobre a opção que colocou Portugal, durante uma partida inteira, a favorecer a Suécia. Jogo demasiadamente directo, demasiadamente 'por fora', cheio de cruzamentos e passes longos. Dito assim, parece que estamos a falar de uma qualquer selecção nórdica, mas foi assim que Portugal, estranhamente, se bateu contra a Suécia.

Paulo Bento gosta de missões difíceis e isso transpira a cada palavra, a cada gesto, a cada decisão. E ninguém dúvida da dificuldade que é liderar a Selecção de todos nós. Aliás, a todos os outros que estão de fora (o autor destas linhas incluído) é, primeiro, fácil criticar e, segundo, fácil criar um plano que nunca se vai apresentar a jogo, que nunca será testado, partida a partida, como é o de Paulo Bento. Mas isso, graças a algo que se chama livre-arbítrio, não nos impede de achar que o 'general' está a ir pelo caminho errado.

E essa é também uma questão cultural. Se nos recordarmos do Euro'2012, até ao jogo com os campeões mundiais a Portugal foi sempre preciso sofrer desnecessariamente. A equipa das quinas só queria a bola, e só a trocava - aproveitando as características dos seus jogadores - depois de se deixar empatar ou depois de estar a perder. E a reacção à negatividade do resultado revelou sempre um Portugal esmagador, um Portugal convincente e dominador - até contra a Alemanha. E tão gritante foi esse facto que este humilde opinador chegou a pensar que seria impossível a Paulo Bento não reparar nele. Mas foi. Ó se foi...

Tal 'esquecimento' provocou-me a mesma reacção de espanto com que fui assistindo a todo o Portugal-Suécia, com excepção, claro, ao minuto 5. Nesse, Ronaldo decidiu-se pelo meio, e pelo passe a Meireles. O 'seringas' descobriu depois Moutinho a furar a defensiva sueca com uma excelente chegada à área. Tudo acabou com Isaksson batido e a bola na 'sua' malha lateral. Mas a mais portuguesa jogada do jogo não teve seguimento. Não mais se tentou ir pelo caminho estreito e escolheu-se a porta larga da 'perdição', a do lado de fora, aquela que os suecos abrem de propósito para 'sofrerem' com cruzamentos, fechando o meio e a sua baliza.

No entanto, vitória é vitória e como no Euro'2012 ninguém colocou a questão, também ninguém espere que ela seja colocada agora. De nada importa a Portugal que Paulo Bento goste de sofrer desde que haja resultados palpáveis. As meias-finais do torneio europeu foram um excelente resultado e a provável qualificação para o Mundial também o será. O sofrimento no meio disso tudo? Bem, esse, à boa maneira portuguesa, forma o carácter, não é?

sexta-feira, novembro 15

Portugal 1 Suécia 0 - Ronaldo, pois claro.

Só vi a segunda parte e gostei bastante. Ritmo elevado, bom futebol, sempre sem perder "a cabeça" e um golo tardio mas totalmente merecido. A equipa jogou toda bem e metade já está.

Longe da classe de outros tempos, esta equipa conseguiu mesmo assim vulgarizar a Suécia e parte em vantagem para a segunda-mão, que não vai ser pêra-doce.

Excelente espectáculo de futebol, com o estádio cheio e uma arbitragem de grande nível.

terça-feira, novembro 12

Curtas.

1. Os adeptos do Eintracht Braunschweig, clube da primeira divisão alemã, fizeram circular uma imagem alusiva à morte de Robert Enke, que pode ser vista aqui. Obviamente que isto ultrapassa todos os limites mas, acredito, acaba por unir os verdadeiros adeptos que, na sua larga maioria, reprova cabalmente este tipo de episódios.

2. Amorim fica de fora durante algumas semanas e só joga para o ano. Não é um jogador que aprecio mas, na verdade, andava a convencer-me nos últimos jogos, com uma atitude bem mais madura em campo, resultando num futebol mais arriscado e vivo do que aquele que apresentava antes de ir para Braga.

3. O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, voltou a negar a responsabilidade que alguns adeptos do clube tiveram nos desacatos ocorridos nas imediações do estádio do Dragão. No geral tenho gostado da sua "carreira", e acho que tem feito mais bem do que mal ao clube mas, com estas declarações, somadas ao "palerma" com que apelidou Jesus, parecem indicar uma pelo menos ligeira alteração do caminho a seguir. Assim mais igual ao dos outros todos.

4. Portugal defronta a Suécia e o duelo entre Ronaldo e Ibrahimovic promete. Considero que temos um "onze" capaz de vencer mas espero que Bento se deixe de Micaeis.

5. O golo que Matic marcou ao FCP no ano passado está na lista para a eleição do melhor golo. Pode ser votado aqui, entre outros.

domingo, novembro 10

Benfica-Sporting: os casos.

Sobre o jogo de ontem, o Marco Morais com a qualidade habitual fez o post da ordem. O post que agora faço serve apenas para se discutir os lances mais polémicos do jogo. Tentei não deixar nenhum de fora mas, se houver algum que considerem importante, deixem um comentário com o respectivo link, para que possa inseri-lo no post.

Deixo também a minha opinião sobre cada lance, que não deve ser confundida com a verdade suprema.

Algumas das imagens são meramente ilustrativas e foram todas retiradas do Sapo, do filme do resumo do jogo.

O dérbi nunca acaba com o apito do árbitro.

Imagem 1
Golo de Capel
Podemos ver que o pé de Capel está ligeiramente mais perto da linha da área do que qualquer parte do corpo do Garay. Fora-de-jogo, apesar de ter sido um magnífico golo. Contudo, aceita-se que o fiscal não tenha assinalado, tal é o preciosismo dos centímetros. Erro objectivo favorável ao Sporting.


Imagem 2 e 3
Golo de Cardozo
Aquele pezinho do paraguaio parece estar dois centímetros à frente, o que se pode mais ou menos confirmar na primeira imagem. Contudo, tenho algumas dúvidas no lance. É verdade que Cardozo vai beneficiar da posição anterior mas o passe de Amorim não é feito para ele. O passe foi claramente para trás, para a zona onde estava Markovic (penso eu) e acabou por ser um defesa do Sporting a colocar a bola a jeito do pé esquerdo do paraguaio. Ou seja, Cardozo estava fora-de-jogo quando a bola não foi jogada para ele? Se assim for, erro objectivo favorável ao Benfica, apesar de ser mais um lance de centímetros que se aceita.


Imagem 4 e 5
Lance entre Luisão e Montero
No momento fez-me lembrar um lance entre Beto e Liedson, de há uns anos. Depois de ver o lance, não consigo perceber onde terá havido falta. Parece que o brasileiro atinge o avançado leonino algures na parte lateral do corpo ou debaixo do braço mas, estranhamente, Montero cai como se tivesse sido atingido por um raio nas pernas e enrola-se, agarrado à canela. Sinceramente, e vi o lance várias vezes, não consigo ver como pode estar a queixar-se da canela, pois não foi tocado nessa parte do corpo. Ou seja, a minha conlusão é que Montero simulou um toque (se tivesse sido atingido onde parece ter-se-ia queixado aí, e não na canela). Podia ter visto um amarelo por simulação. Lance bem ajuizado.


Imagem 6
Lance do golo de Slimani
Mais uma vez, Montero a simular uma falta. Cavaleiro não fez falta nenhuma neste lance e é claro em imagem corrida que Montero se mandou para o chão. Lance mal ajuizado que viria a resultar no golo do empate, num lance, esse sim, perfeitamente legal. Erro que beneficiou o Sporting.


Imagem 7
Golo de Luisão
O central benfiquista é agarrado por Rojo num lance para penálti. Nunca li nenhuma lei que diga que dentro da área não se aplica a lei da vantagem, apesar de ser algo que é repetido até à exaustão. Contudo, não me parece que o árbitro tenha esperado que a bola entrasse para deixar passar a falta. Se Patrício tivesse agarrado a bola, o lance passava sem ser falta marcada, parece-me evidente. Erro que beneficiou o Sporting, pelo penálti e pela expulsão do argentino.


Imagem 8
Lance de Almeida na área
O defesa encarnado estica o braço e é difícil não considerar o gesto como intencional, mesmo sendo à queima-roupa. Augusto Duarte pode não ter visto, dada a sua posição, como se pode observar na imagem. Erro objectivo que prejudicou o Sporting.


Imagem 9
Lance de Matic
Aparentemente a bola poderia ter tocado no braço de Piris mas na repetição a bola parece tocar apenas na coxa do defesa, subindo depois um pouco. Lance normal e bem ajuizado.


De resto, lances normais, sem qualquer influência no resultado. Sinceramente não entendo tanta lamúria do lado do Sporting, num jogo intenso e em que os erros foram repartidos.

No jogo do campeonato houve também erros e não se falou tanto na coisa.

O Sporting fez um bom jogo na Luz mas continuo a achar exagerados os epítetos que alguns insistem em proferir, como "equipa extraordinária". O Benfica teve mais oportunidades de golo e acabou por ter sorte no frango do Patrício. E no fim não convenceu muita gente.

Se há jogo que merecia ser decidido apenas com cinco penáltis para cada lado, era este.

Adenda


Imagem 10
Lance do golo de Luisão
O defesa encarnado faz o lançamento em corrida e como se vê na imagem, com o pé no ar, o que contraria a regra. O lance é rápido mas o árbitro deveria ter mandado repetir o lançamento. Lance que prejudicou o Sporting.


Imagem 11
Lance de fora-de-jogo de Sílvio
Sílvio surge na esquerda e o lance foi mal ajuizado já que o lateral estava em jogo. A mim parece-me que a bola acaba por sobrar para Cardozo porque o Patrício já não se fez à bola, pois o árbitro já tinha apitado. É um erro que prejudicou o Benfica mas, aparentemente, podemos concluir que era um lance que seria anulado pelo guarda-redes do Sporting

Lance, aqui.

Não lhe chamam Eterno por nada...


Isto é futebol! Como se um dérbi eterno não tivesse já magia suficiente, inclui-lo na Taça de Portugal é incluir também a condicionante de que quem perder, irremediavelmente, fica pelo caminho. E isso é catapultar toda a emoção para níveis sobrenaturais onde não há desvantagens que resistam, onde não há prognósticos e probabilidades. Ninguém imaginaria, de novo, que este Benfica-Sporting (para a terceira eliminatória da Taça) ficasse marcado por mais um 'jogão' - este com sete (!) golos. E se durante a partida tudo passou pela cabeça de quem o seguia, o melhor mesmo é fazer-se uma edição DVD deste (super) clássico para os amantes do futebol verem até o mesmo se gastar.

Golos, golos e mais golos. Eles vieram de todo o lado e foram marcados de todos os feitios. E o maior responsável nem é alguém insuspeito. Um paraguaio que desde que foi reintegrado tem sido o 'abono' de um sistema que pensava que podia viver sem ele. Mas não pode. Muito porque não há ninguém no plantel do Benfica tão especial e decisivo como Oscar Cardozo, por mais que o estilo tape com uma peneira o ego de quem o caracteriza. Como não ver que com um jogador destes o estilo é secundário? O futebol é enorme de mais para ser limitado a velocidade, técnica e drible. E o que se comenta, pejorativamente, em relação ao Tacuara é só o revelar de quão pequena é a visão do desporto-rei em quem insiste em tal ‘conversa’.

Mas muito mais há para falar. A começar pela 'vitória' que Jorge Jesus trouxe da Grécia. Não, o Benfica não ganhou o jogo frente ao Olympiacos mas ganhou um sistema (4-3-3) que lhe permite enfrentar os grandes jogos sem perder durante tanto tempo o domínio territorial das partidas. E esse encaixe táctico ao trio do meio-campo leonino (William Carvalho, Adrien e André Martins) levou a que a raça de Enzo Pérez fizesse prevalecer o futebol encarnado em grande parte de um primeiro tempo onde o Benfica foi tremendamente eficaz. E o Sporting também acabou por sê-lo, mas para contagem só teve o lance de Capel - que empatou a partida depois do primeiro golo de Cardozo.

Mas a vantagem criada na primeira-parte pelos encarnados nasceu de factores muito peculiares. As jogadas de golo começam antes da bola bater nas redes e no seu desenrolar vai-se esquecendo o que tornou possível com que elas chegassem ao sucesso. O segundo golo do Benfica nasce do delicioso pormenor de que Artur teve de pontapear a bola porque o Sporting colocou Montero e Wilson a 'marcar' Luisão e Garay – para o Benfica não sair a jogar. Na sequência da bola longa o Benfica foi mais forte e Enzo Pérez acabou por carregar a bola até Gaitán. E aí o génio do argentino encontrou a cabeça de Tacuara. Uma combinação que é, como se sabe, mortífera.

Os leões não conseguiam vergar o esquema ‘grego' de Jesus e a pressão no miolo era enorme, até para a pérola que é William Carvalho. O jovem 'trinco' cedeu e Gaitán (que grande jogo fez o argentino!) conduziu e entregou a um Rúben Amorim que se vê crescer com a nova opção de JJ. Já na área, não será difícil saber quem o médio encontrou para o Benfica fechar a primeira-parte com uma vantagem de dois golos que meteu toda a gente - que subestima o dérbi eterno - a pensar que os encarnados tinham o jogo na mão.

E provavelmente até teriam, no entanto sublinhe-se de novo que este não era um jogo de campeonato e que quem perdesse... caía fora. E nesse cenário o Sporting teria que aparecer (mais) no jogo. E se havia dúvida que assolava o coração de quem segue os leões era se a equipa conseguiria mesmo reproduzir o futebol 'das goleadas' de início de época, contra os maiores rivais. E dizemos ‘havia’ porque ela foi totalmente dissipada com a segunda-parte que a equipa de Leonardo Jardim fez na Luz. Conseguir levar o jogo a prolongamento foi um feito que veio do ‘ar’, onde o Benfica, desta época, tem estado cheio de vertigens.

Mas entre o golo de Maurício (63’) e o de Slimani (90’+2) foi tanta a nuance que importa referir também tudo o que levou a que o jogo oferecesse meia-hora ‘de borla’ a todos os que o seguiam. É que não foi só a falha da ‘zona’ do Benfica nas bolas paradas que levou o jogo para um emocionante prolongamento. Outros erros e mudanças tácticas fizeram com que leões e águias se equilibrassem num jogo apaixonante que foi uma verdadeira montanha-russa de emoções.

Desde logo, Leonardo Jardim foi lesto a mexer na equipa, e no sistema. O madeirense teve a coragem de abdicar de André Martins para lançar Slimani - já depois de Carrillo ter rendido Wilson Eduardo - e mudar a equipa para um 4-4-2 que seria bem perigoso no último terço do terreno. Mas para essa ofensiva leonina resultar os leões perderam, por minutos, o controlo da partida para um 4-3-3 de que Jesus parece aprender a gostar. E nesse momento o Benfica podia ter sentenciado o jogo com dois perigosos lances num só minuto: Markovic ao poste e a excelente defesa de Patrício a negar o 'poker' a Cardozo (83').

E aí o Benfica respirou fundo. Estava a ganhar e havia criado chances para matar um jogo que parecia estar na mão. Mas na equação apareceu um argelino que é mesmo bom de bola. Islam Slimani foi bom a tabelar e foi bom a aparecer. Primeiro acertou no poste - para não se dizer que alguém merecia mais que alguém - para depois (90'+2) subir às tais alturas que metem este Benfica tonto. Que loucura de jogo!

E no prolongamento não havia de ser diferente. Jesus mexeu também (tirou Pérez, lançou Lima, e voltou ao 4-4-2) e o jogo andou quase sempre partido. Tanto que (mais uma vez) ninguém esperaria que fosse uma enorme falha defensiva a decidir quem seguia em frente. Depois de tudo o que fez, Rui Patrício não merecia que ninguém da sua defesa deixasse a bola (que Sílvio lançou para a área) bater na relva sem antes a atacar. Luisão, rente ao solo, cabeceou caprichosamente uma bola que, caprichosamente também, passou por entre as pernas do guardião leonino levando o Benfica aos oitavos-de-final da Taça.

Ingrato ou não, o facto é que o futebol não parece importar-se com o adjectivo que tanta vez lhe atribuem. E o mesmo deverá fazer Duarte Gomes que não teve o auxílio das repetições em slow-motion que agora carregam contra si, em relação aos três lances polémicos da partida. Se 'sim' e se 'não', só a personagem 'Vigia', da Marvel, o poderá revelar. E pode ser que esse 'Mundo parelelo' venha na tal edição DVD que falámos acima.

Benfica-Sporting, 4-3* (Cardozo 12', 42' e 45' e Luisão 97'; Capel 37', Maurício 63' e Slimani 90'+2)

*após prolongamento

Foto: Lusa
Figuras:
Benfica: Cardozo, Enzo Pérez e Gaitán
Sporting: Adrien Silva, Slimani e William Carvalho

sábado, novembro 9

Respect, Master Cardozo!


Obrigado Benfica e obrigado Sporting!

sexta-feira, novembro 8

É Benfica, é Sporting.

Obrigado, lisboetas. Por decidirem homenagear a história da cidade, do país.

Pena que alguns não compreendam conceitos como "participativo", "escolha livre" e "distinção".

Amanhã há dérbi na Luz. Que tudo corra bem, o que significa um bom jogo de futebol, com golos, emoção e espectáculo nas bancadas. E que vença o melhor, ou o pior.

Que não se aponte o dedo ao árbitro (por não haver motivos), que não se pegue fogo ao estádio, e que não haja violência casual.

Penso que estamos todos de acordo, nisto.

quarta-feira, novembro 6

Brindes da 'Série Fonseca' oferecem sacrifício do Dragão à Mãe-Rússia

Já não surpreende ninguém que este FC Porto comece os jogos de forma dominadora e que depois ofereça os pontos necessários a uma qualificação que ainda não está perdida mas que, provavelmente, escapará por entre as más decisões de um treinador que conseguiu contaminar uma equipa outrora bem segura de si. O empate (1-1) em São Petersburgo foi (só) mais um capítulo na longa lista de erros colectivos e individuais de um FC Porto demasiado imberbe para uma competição que tem como requerimento obrigatório equipas de barba rija.

Não que o Porto comece mal os jogos, porque não começa, mas porque esse gás não dura muito - muito por culpa da falta de carburador. Chamemos-lhe, aqui, colectivo ou, mais ironicamente, equipa que forma um sistema táctico que o treinador pretende a todo custo forçar a uma realidade que não se compadece com contenções. Contra o Zenit, Paulo Fonseca insistiu em atacar, e defender, com menos um jogador - tal como em todos os outros jogos da época. E se as características, e ambição, dos jogadores ainda vão disfarçando, de quando em vez, a falta de coragem do técnico, as exibições da equipa pedem que o duplo-pivot desapareça e dê lugar a um triângulo invertido que permite que o Porto jogue e recupere a bola mais subido no terreno - ficando, por consequência, mais perto da baliza do adversário.

De facto, só Paulo Fonseca continua a acreditar que, por exemplo, o Zenit não tenha dado 45 minutos de avanço aos portistas. Demasiado recuados no terreno, os russos deixaram o FC Porto instalar-se no seu meio-campo e lá sucumbiram à jogada que mais sucesso tem dado nas cambalhotas europeias desta 'Série Fonseca': Danilo sobe pela ala direita e encontra a chegada à área de Lucho.

E tudo parecia tão bem como quando se enterra a cabeça na areia e não se quer ver que, a partir daí, será sempre a descer. Desta vez o já habitual 'brinde' da defesa portista demorou mais que em Belém, mas não por muito. Cinco minutos bastaram para que a equipa não aguentasse a pressão e para que Helton desse a habitual 'casa' na Champions. E aqui com um cúmplice. Também Alex Sandro se viu ultrapassado por Hulk na jogada que deu o golo do empate ao Incrível.

Demasiados erros para uma equipa que mesmo tendo no sangue o ADN de outras conquistas, se esmorece na falta de coragem de um sistema táctico que as câmaras de TV confirmam quando apanham Defour constantemente a... 40 metros da baliza adversária. Já para não falar que é Fernando o elemento mais atacante do aberrante 'duplo-pivot'. Será preciso dizer mais? Será.

É que Spalletti decidiu que o Zenit não mais jogaria passivamente a ver o Porto circular a bola e, depois da intensa pressão dos russos operada durante toda a segunda metade, os dragões sentiram imensas dificuldades para sair a jogar. Que o diga Otamendi que achou que todas as ofertas que ele, e a equipa, têm dado durante a ainda curta época eram ainda poucas, e na mesma jogada, aos 51', conseguiu entregar a bola a um adversário e depois cometer um penálti claro (braço levantado na área).

Mas quando nem a defesa de Helton à grande penalidade de Hulk levanta o moral é porque a questão não vem mesmo do reino mental mas sim de uma ideia sem 'rei nem roque'. Paulo Fonseca assistia impávido a um FC Porto dominado e passivo (em todos os momentos do jogo) e só aos 75' (!) resolveu libertar Josué do sacrifício que é, para um médio de raíz, jogar preso a uma ala. Mas mais impressionante do que isso é que Fonseca acabou por nem gastar as três substituições (a saída de Lucho por Ghilas foi a última, aos... 86'), o que faz pensar que na cabeça do técnico tudo estava como previsto e mais não dava para fazer com o plantel que tem à disposição.

Daí que com essa ambição - revelada desde a atitude dos jogadores, ao seu nervosismo, passando pelas amarras tácticas e pelos erros infantis - talvez não seja demasiado castigo esta equipa ficar-se pela Liga Europa ou até por meio ano sabático. Isto para o treinador, porque para os adeptos o epíteto 'erro de casting' há muito que circula pelas suas bocas. E o tempo, esse, requer uma de duas coisas: ou evolução ou o desmoronar do castelo de cartas. E o mesmo começa a escassear para a primeira hipótese...

Zenit-FC Porto, 1-1 (Hulk 28'; Lucho 23')

Foto: UEFA


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terça-feira, novembro 5

Benfica perde, mas tudo está bem, com certeza.

Que se pode dizer? Uma boa exibição colectiva, talvez mesmo a melhor da época, a fazer lembrar o melhor da que passou, mas os mesmo vícios de sempre. Golos sofridos sem explicação, com Artur a ser pela enésima vez mal batido (aquela bola defende-se com o pé, não com as mãos).

Agora, injustiça? Injustiça é ter de gramar com vitórias morais frente a um Olympiacos que é apenas um adversário fraquinho. Injustiça é ver um clube que se construiu com vitórias a falhar consecutivamente. Injustiça é continuarmos a escrever uma história cheia de derrotas na maior prova do mundo do futebol de clubes. Injustiça é cultivar-se a derrota, o empate, porque a vitória é apenas uma possibilidade, entre outras, e nunca uma certeza de ser aquilo que mais se quer e deseja.

Os benfiquistas que ainda não entenderam a mediocridade em que o seu clube se encontra, talvez devessem procurar ler, ver e ouvir um pouco da sua história centenária.

O Benfica hoje perdeu, outra vez. Não interessa se bem, se mal, se com justiça ou com azar. Perdeu. E é disso e apenas disso que podemos ter a certeza. Perdemos. Outra vez.

Olympiacos-Benfica.: antevisão.

Para logo à noite:

Artur
Almeida e Siqueira
Luisão e Garay
Enzo e Matic
Gaitan (esq.)
Amorim (dir.)
Markovic
Cardozo

É obrigatório não perder mas com aquela ladaínha do "não é um jogo decisivo" fico com receio do que vai na cabeça dos jogadores.

O Olympiacos está longe de ser uma equipa de topo e Jesus tem, hoje, a oportunidade de inverter (um bocadinho só, claro) a tendência da sua carreira europeia fora de portas, recheada de derrotas.

Um empate é o mínimo exigível mas, de prefrência, com bom futebol, pois já não sabemos o que isso é.

domingo, novembro 3

Curtas para todos.

1. Num fim-de-semana em que não consegui ver nenhum jogo, não faltam palavras para escrever. Sobre o Benfica, já li que foi bom, que foi mau, que foi assim-assim. Não deixa de ser preocupante esta falta de unanimidade mas será antes um sinal da falta de personalidade que a equipa encarnada tem revelado neste já longo "início de época".

2. Markovic é ouro, e aqueles pezinhos são diamantes. Aquilo é só classe, inteligência e beleza a jogar. Cardozo molhou a sopa pela sexta vez em sete jogos e a defesa não sofreu pela segunda jornada consecutiva. Optimismo na deslocação à Grécia? Não descobri ninguém que pense dessa forma.

3. O Sporting mostrou que psicologicamente está forte. No Dragão não tremeu apesar do golo sofrido cedo e fez o seu jogo, e ontem, frente ao Marítimo, reagiu bem aos dois golos dos madeirenses. Bom golo de Capel, um jogador que muito admiro, não só pela entrega mas, especialmente, porque tem qualidade. Apenas continuo a achar que desempenha um papel pouco preponderante na equipa.

4. No Restelo, o clube liderado pelo dragão de ouro que já esteve metido em grandes alhadas fez vida negra ao FCP mas, dizem, o clube do norte põs-se a jeito: continua com um futebol fraquinho e Fonseca sem capacidade para mais.

5. Entretanto, parece que Rui Cerqueira bateu em dois jornalistas. Quis confirmar toda a história, para conhecer os dois lados da mesma, mas nos meios de comunicação social deu-se um apagão ao estilo daquele que aconteceu há dois anos no Estádio da Luz. Exige-se um report qualquer.

6. Mais: enquanto os meus dentes rasgavam uma belíssima gamba grelhada, sentado estava eu numa mesa do restaurante Ramiro, em Lisboa, olho para a TV e vejo o Belenenses sair em contra-ataque. O fiscal de linha decidiu parar o lance, assinalando fora-de-jogo ao avançado belenense, que seguia isolado para a baliza.

Pareceu-me que o jogador estava atrás da linha do meio-campo mas, infelizmente, o realizador do jogo, transmitido pala SportTV, não achou o lance importante e não houve lugar a nenhuma repetição. O jogo estava a terminar.

7. Para aqueles que surgiram muito preocupados com a Benfica TV e os direitos que esta poderia adquirir, aqui está um excelente exemplo: o sistema existe há 30 anos e continua bem vivo. A Benfica TV, pelo que tenho visto, tem tido boas transmissões, com qualidade e equilíbrio nos comentários. E lances destes têm sempre repetição, mesmo que beneficiem o Benfica.

Num canal cuja qualidade média dos seus conteúdos roça o miserável (pelo menos quando não era paga), esta é uma boa novidade: há profissionalismo, isenção e qualidade nas transmissões dos jogos. Talvez o mal more noutro lado, num lado que vive já com a corda ao pescoço, que definha, e que está a jogar todas as suas últimas cartas. Pode ser que não chegue (o Porto Canal é outra vergonha, mas sobre isso falarei noutra ocasião para não misturar assuntos).

8. Fernando na Selecção? Façam isso.

sexta-feira, novembro 1

Fórmula Cardozo resolve problema académico



Num Académica-Benfica que ia chamando a atenção por o futebol dos encarnados andar enrolado em más decisões ofensivas, quem mais poderia resolver um problema que impedia a equipa de Jorge Jesus de conseguir a importante ligação com os golos? É mal-amado, é verdade, mas a cada jogo em que confunde alguns adeptos mais distraídos com o seu ritmo mais pausado, Oscar Cardozo arranja sempre solução para chegar às balizas adversárias. E não foi esta sexta-feira que o paraguaio deixou de provar que tem aquela atracção tão especial pelo sal do futebol.

Gaitán decidia mal, Ivan Cavaleiro não trazia o rasgo que dele se esperava, Lima não aparecia e Jorge Jesus desesperava. Pelo meio Djavan e Cleyton mostravam-se e João Real ia resolvendo defensivamente as fracas intenções encarnadas para bater Ricardo. Isto, claro, até Cardozo lembrar toda a gente que faz golos de toda a maneira e feitio. Foi num remate, de fora da área, aos 34', que o avançado que andou arredado dos relvados no princípio da época desbloqueou aquilo que já cheirava a problema difícil de resolver.

É que o Benfica atravessa uma fase de indecisões. Entre o futebol, da passada época, que levou os encarnados a tocar no céu, esteve o defeso e os maus resultados do começo da época que levaram Jorge Jesus a hesitar entre uma mudança mais profunda e um apostar no núcleo duro que atravessou fases brilhantes em 2012/2013. O técnico tem-se decidido por tentar recriar a fórmula passada mas, essa, só tem tido, até agora, um nome que ande perto do tal futebol que JJ quer.

E só a sua presença parece assustar os adversários. Como no segundo golo dos encarnados, quando a sombra de Cardozo parece atrapalhar os defesas da Académica, num lance que acabou com Marcelo Goiano a bater o seu colega Ricardo.

Depois há ainda um jogador que, por entre lesões, faz pensar que a renovação encarnada tem mesmo pernas para andar. Markovic apareceu em grande na fase inicial da época e parece que é vindo do banco que o sérvio mais desequilibra. Sempre que dele salta - um pouco como Quintero no FC Porto - o jogo encarnado sobe de ritmo e a baliza adversária fica mais perto. Lazar acabou por, também neste jogo, fazer aquilo que melhor sabe quando estabeleceu um resultado final demasiado penoso para uma Académica que é interessante mas que deixou Oscar Cardozo 'praxá-la' com facilidade.

Académica-Benfica, 0-3 (Cardozo 34', Marcelo Goiano 37' e Markovic 86')

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terça-feira, outubro 29

Eu estou contigo Cristiano

Não se trata de questionar a opinião subjectiva de uma pessoa. Todos nós somos livres de achar A,. B ou C melhor que D, E ou F. Ainda assim penso que o presidente da FIFA devia abster-se de comentários e opiniões em vésperas do anúncio dos candidatos a melhor do mundo.
 
Trata-se do enxovalho que o velho gagá (não há outra forma de qualificar quem age daquela maneira) que preside à FIFA fez a um jogador português que representa o nosso país, e que actualmente é o nosso maior símbolo futebolístico. As declarações do velho e o teatro são inqualificávei, ridículas e indesculpáveis.
Repito, o que releva aqui não é a opinião sobre se é o Messi ou o Ronaldo o melhor do mundo, ao contrário de tanta estupidez que se vai lendo na net (não sabia que havia tantos anti-Ronaldo em Portugal). Trata-se de gozar com uma pessoa, um futebolista que, se na opinião dele não é o melhor do mundo, será certamente um dos melhores do mundo.
Realmente, percebe-se muita coisa...

segunda-feira, outubro 28

Curtas.

1. Vitória fácil do Benfica sobre o Nacional da Madeira e três pontos ganhos ao Sporting. Mas, melhor do que isto, a equipa terá mostrado maior empenho o que, aliando à qualidade, é mais do que suficiente para 80% dos jogos do campeonato nacional.

2. Cardozo marcou o 100º golo na Luz e ainda fez uma excelente assistência para o golo de Siqueira. De pé direito não fez mais um belo golo por centímetros. O paraguaio já deixou a sua marca no clube, foi um excelente investimento e, a par de Simão, talvez o que maior rendimento apresentou durante muitos anos seguidos. Percebe-se que os nossos adversários se tenham mostrado implacáveis para com Cardozo depois da final da Taça, "exigindo" a sua saída. Já da parte de alguns benfiquistas, não consigo mesmo entender.

3. No clássico houve FCP a mais e Sporting a menos, pelos vistos. Dentro do campo temos o post do Marco, mas fora dele, temos imagens degradantes, que se repetem pela enésima vez, sem que nada aconteça a ninguém, pois não há responsáveis.

Também fora do campo, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, já mostrou ao que veio: a promiscuidade entre o clube e a câmara é para voltar em grande.

4. O Estoril continua a exibir toda a competência do seu treinador. 3-1 na Madeira, naquele campo onde o Benfica perdeu, lembram-se?

5. Barcelona mais forte, num jogo com dois penáltis escandalosos que ficaram por marcar. O Real vai continuar a apanhar bonés e já começa a dar pena ver o Ronaldo ali metido, num clube que não vence títulos.

6. Chelsea e Tottenham venceram à rasca e mantêm-se perto da liderança. O Arsenal continua na frente e o MU num irreconhecível oitavo lugar.

domingo, outubro 27

Factura do clássico incluiu peso na área




Mais do que do resultado o FC Porto precisava de uma exibição convincente para apagar imagens que depois deste 'clássico' podem começar a soltar-se das mentes azuis e brancas. Ainda que com alguns pecados antigos, os campeões nacionais conseguiram segurar um Sporting que tem feito um campeonato apaixonante mas que nos dois jogos 'a doer' não conseguiu que o seu futebol fosse o maior protagonista.

Era uma das principais questões do clássico (mais do que saber o que Montero e Jackson poderiam fazer): Iria o Sporting conseguir mostrar no Dragão o futebol que o levou ao renascimento? E a resposta acabou por ser um 'não', sendo que a razão para esse facto está na capacidade de reacção de um FC Porto que, nos últimos jogos, andou adormecido e desgarrado mas que, quando mais precisou, soube aparecer (na área adversária) e dar uma mostra de força necessária à credibilidade de uma hegemonia que lhe vem pertencendo há vários anos.

Daí que pensar que se não fosse neste jogo, quando é que seria? quando é que o FC Porto iria correr? reagir? criar? em suma, jogar? A resposta, essa, foi dada com uma entrada em campo nada vertiginosa mas que indicou o caminho para o que acabou por ser o FC Porto-Sporting. Os dragões quando aceleraram conseguiram sempre entrar na área leonina e, ao invés, o Sporting mostrou sempre grande dificuldade em praticar um futebol que tem por costume usar o último reduto do adversário como parque de diversões.

A jogada que deu origem ao (indiscutível) penálti de Maurício sobre Alex Sandro é um dos exemplos para um maior uso do último terço por parte dos dragões. Mas para isso ser possível, o FC Porto contou com um Herrera de 'campo todo' e que apareceu, na primeira-parte, a jogar por dois. O mexicano é, com absoluta certeza, o elemento que faltava ao meio-campo portista e o seu jogo explica, em parte, a razão (confirmada por Leonardo Jardim) para o Sporting não ter conseguido impor o seu ADN no Dragão.

Mas não se pense que os leões não estiveram em campo. Isto porque a maior parte do seu jogo foi até bastante competente, mas tal facto só aumentava o mérito do FC Porto em não deixar fazer ao Sporting aquilo que mais gosta. Daí que, para ter reais hipóteses no jogo, o Sporting tivesse que ter aproveitado aquilo que tem sido um 'pecado capital' na equipa de Paulo Fonseca. Como bem demonstrou William Carvalho as bolas paradas continuam a ser o 'calcanhar de aquiles' deste Dragão, mas neste clássico os jogadores azuis e brancos souberam reagir e transcender tal falha.

De tal modo que, depois do empate, outro jogador de 'campo todo' apareceu - provando a teoria de que, quando acelerava, o Porto expunha as falhas defensivas do Sporting. Assim, não era dia para os dragões estarem na expectativa até porque o golo do lateral brasileiro teria de libertar obrigatoriamente os leões para a 'caçada' a um resultado mais favorável. E aí sim apareceu Montero... mas também (para azar do Sporting) Helton. O guardião salvou os dragões do empate e juntou o seu nome a uma lista de boas exibições que já contava com nomes como Herrera, Danilo e Silvestre Varela. Todos eles ajudaram a que o FC Porto fosse realmente mais forte no capítulo que acabou por decidir o jogo. As entradas na área desequilibraram a balança de um jogo dividido e a metáfora perfeita para exemplificar isso mesmo é o golo de Lucho, que 'selou' as contas e que aumenta para cinco pontos a diferença entre as duas equipas na classificação.

FC Porto-Sporting, 3-1 (Josué g.p. 11', Danilo 62' e Lucho 74'; William Carvalho 60')