segunda-feira, dezembro 23

Festa do futebol.

Em nome do SectorB32, desejo um Bom Natal e um feliz Ano Novo aos adeptos do clube que lidera o campeonato. Com link para o jornal Record, ABola e OJogo.

O desejo aplica-se também aos adeptos dos outros clubes.

Estranho

Ia jurar que o Sporting tinha vencido o Nacional por 1-0 mas no site da Liga aparece um 0-0, e três equipas com 33 pontos na tabela. Alguém me consegue explicar isto?

terça-feira, dezembro 17

A moda de André requer nova aura

É mais que sabido. Se um treinador ganha, e convence, pode ir para o banco vestido como quiser, com a barba e penteado que quiser e ter, lá, a atitude que quiser, que isso tornar-se-á sempre moda. E essa é uma palavra que está directamente ligada com o treino, pelas sensações que o discurso, plano de jogo e, essencialmente, os resultados provocam. Ora, André Villas-Boas sabe-o bem. Ele que quando saiu do FC Porto - com Liga, Taça de Portugal e Liga Europa no bolso - se tornou o técnico da moda na Europa. A aura de quem ganha tudo suplanta a razão e mais não quis o Chelsea, quando o levou da sua 'cadeira de sonho' até Stamford Bridge, do que emular as conquistas que o jovem técnico havia conseguido em tão pouco espaço de tempo.

E tudo isso foi sempre uma questão de crença ou até, se quisermos, de fé. A experiência com Mourinho - um dos pioneiros da moda (ele que tornou em ícones o bloco de notas, o sobretudo, o discurso agressivo e confiante e a barba por fazer) - havia corrido bem e o jovem AVB era o sucessor ideal para voltar a fazer com que Stamford Bridge se tornasse de novo atraente para o Mundo do futebol. É que depois de Mourinho, nem com a Liga dos Campeões (conquistada com um futebol extremamente aborrecido) o tornou a ser. Mas André não vingou. E não vingou sobretudo porque foi traído. Foi-lhe prometida a renovação total de um plantel que seria, supostamente, escolhido por si, mas a manutenção dos 'eternos' colocou em causa a sua liderança no balneário dos blues. AVB começou por agir como se eles não estivessem lá mas as suas presenças foram reclamando lugares no 'onze', adiando a prometida renovação - que deveria ter acontecido no defeso.

E, claro, uma casa dividida entre si nunca, por nunca, subsiste. Villas-Boas acabou por sair do Chelsea numa altura em que o FC Porto ainda não tinha formado o líder Vítor Pereira. O técnico de Espinho não conseguia impor o seu jogo e os resultados, e futebol, apresentados nunca chegaram a convencer na primeira época aos comandos do Dragão. Mas AVB refutou sempre a hipótese de voltar à Invicta pois não lhe interessava regressar ao ponto de partida, e à zona de conforto, mas sim tentar provar que o seu talento chegava para a Premier. A sua aura chegava ainda para haver interesse britânico e foi o Tottenham a dar-lhe a mão e a oportunidade de mostrar se o seu futebol realmente se compadecia com o efeito criado na época 2009/10.

Uma experiência que conheceu, nesta segunda-feira, o seu fim. Um término que nunca terá que ver com uma primeira época em que os spurs lutaram, até à última jornada, pelo objectivo principal (quarto lugar) e em que chegaram aos quartos-de-final da Liga Europa. No entanto o futebol esteve sempre algo longe do rótulo que o próprio AVB criou. A aproximação às ideias de Pep Guardiola, e ao seu Barcelona, não encontraram paralelo numa ideia de jogo que subsistiu sempre mais pelos intérpretes do que pelo colectivo. A liberdade total dada a Gareth Bale fazia sentido, mas um meio-campo pouco criativo juntamente com o cariz vertical dos restantes jogadores fez cair a posse-de-bola no esquecimento.

Daí que tenha dado sempre a ideia de que AVB queria outras características no seu plantel. Algo que ficou provado nas compras feitas com o dinheiro realizado após a inevitável saída de Bale para o Real Madrid. Se na primeira época o técnico lutou pela permanência de Modric e acabou sem nenhum criativo no plantel (Van der Vaart saiu em janeiro), as compras de Eriksen e de Paulinho começavam a desenhar um Tottenham mais dono e senhor da bola. Juntamente com um avançado mais posicional e, muito menos, vertical que Defoe (Soldado), os spurs foram sempre senhores da bola quando o dinamarquês esteve em campo. As boas sensações haviam voltado a White Hart Lane, com períodos de futebol extremamente apetecível. O problema para o técnico é que o seu maestro é de cristal e as suas lesões não auguravam uma utilização regular. E sem ele, o jogo dos spurs tornou-se tão amorfo - em termos de oportunidades - criadas como se o futebol se tratasse de um jogo sem balizas.

E o problema de não criar não é só o de marcar pouco. Também a defesa fica demasiado exposta, e a dos spurs foi, sempre, reconhecidamente o calcanhar de aquiles da equipa. Se excluirmos o guardião Lloris, o único defesa de classe mundial que AVB teve à disposição foi Vertonghen. E se os laterais ainda escapam (Rose e Walker), os restantes centrais (Kaboul, Dawson e Chiriches) são de um nível que em nada tem a ver com a competitividade da Premier. O desastre que atirou AVB para fora de White Hart Lane (leia-se goleadas frente ao City e ao Liverpool) tem, então, muito que ver com a relação plantel-sistema de jogo-linha defensiva. Nunca teve um maestro que lhe potenciasse um sistema de jogo que lhe segurasse a linha defensiva. Mas dito assim, pode parecer que Villas-Boas não teve responsabilidade na formação do seu plantel. Teve tempo e dinheiro para formar uma linha defensiva e teve sempre Lamela (o único que podia chegar aos níveis de Eriksen) no banco ou na ala. E, por isso, foram também erros próprios a dar origem a dois resultados que não se compadecem com o que a aura e discurso do técnico prometeram. Os spurs não podem perder por 6-0 e por 0-5 num curto espaço de tempo e ao mesmo tempo quererem afirmar-se como uma das equipas mais fortes da Premier. Não o são, não o foram e ainda que o pudessem vir a ser não chegaram a tempo de salvar a aura de André.


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segunda-feira, dezembro 16

Curtas pós-fm-de-semana.

1. Vitória complicada pelos erros defensivos já habituais na equipa do Benfica. Sinceramente, vi uma equipa que, ofensivamente, jogou razoavelmente e que, sempre que quis, marcou um golo. Ou seja, já vi bem pior este ano.

2. Não é a altura certa para criticar Artur mas o brasileiro tinha mesmo que sair. Já sabemos que pelo treinador não seria pelo que, infelizmente, teve mesmo que ser pela lesão. Ao que chegámos. Ola John aparece do nada e muita gente decide lançar as setas ao holandês: porque não corre, porque não quer, orque não presta. Quando se ostraciza um jogador como Ola, poucas esperanças podemos ter. E o pior é que a maralha vai atrás, e critica um gajo que não joga há meses, está desmotivado e sem rotinas nenhumas.

3. FCP e Sporting venceram, como era sua obrigação também. Os primeiros não võ desistir nunca e os segundos parece, definitivamente aprovados. Jogos contra equipas bem inferiores tronam-se em autênticos passeios de uma equipa que parece estar junta há cinco anos. Muito bom.

4. AVB está fora do Tottenham. Adivinhava-se o descalabro sem Bale, mas mesmo assim, esotu surpreendido. E agora, volta para o seu FCP?

5.  Na Liga Europa, o Benfica vai à Grécia, outra vez, defrontar o PAOK (e depois provavelmente o Tottenham) e o FCP recebe o Eintracht Frankfurt (e depois provavelmente o Nápoles).

sexta-feira, dezembro 13

Curtas de fim-de-semana.

1. Na Liga Europa, o Benfica pode jogar com Juventus, Dinamo Kiev, Dnipro, Ajax, Lazio, Swansea, Bétis, Viktoria Plzen, PAOK, Macabi Telaviv, Anzhi, Maribor, Chernomorets, Esbjerg ou Liberec. Sinceramente, gostava que nos calhasse em sorte a Juventus. Seria uma reedição de uma eliminatória que, apesar de perdida, me traz enormes recordações. Um dos melhores jogos que vi do Benfica, num estádio da Luz a abarrotar, com uma exibição de sonho de Paneira e com um pontapé de bicicleta de Vialli, de fora da área, à barra.

2. Os adversários do FCP poderão ser: Nápoles, Valência, Fiorentina, Shakhtar Donetsk, Tottenham, Rubin Kazan, Sevilha, Lyon, Basileia, Eintracht Frankfurt, AZ Alkmaar, Trabzonspor, Ludogorets, Genk ou Salzburgo. O reencontro com AVB seria interessante.

3. Confirma-se que a lesão de Cardozo é mais grave do que se esperava. Até ao fim do ano, pelo menos, não há Tacuara.

4. Estou muito curioso para observar a exibição do Benfica, este fim-de-semana, contra o Olhanense. Não espero nada, mas espero tudo. Continuo à espera daquele clique que eleve a equipa para um patamar mais alto.

5. É Natal, e esta é uma iniciativa muito interessante. A copiar.

quinta-feira, dezembro 12

Com pé-frio em colchão de barras...

...imagine-se a noite do FC Porto em Madrid. Quatro bolas nos ferros da baliza do Atlético Madrid e um penálti falhado é o saldo da visita portista ao líder do Grupo G. Uma deslocação que com outro acerto poderia ter aberto a porta dos oitavos-de-final à equipa de Paulo Fonseca, visto que o Áustria Viena acabou por vencer o adversário directo dos azuis e brancos (Zenit) por... 4-1. Assim, soube a pouco a improvável prenda austríaca que acabou por não contar para nada fruto da atracção do dragão pelos ferros da baliza de Aranzubia, do regresso aos penáltis falhados e de uma inconsistência defensiva que nunca segurou Diego Costa.

De facto este Atlético não é produto da imaginação dos optimistas. Os colchoneros acabam a fase-de-grupos com 16 pontos (apenas um empate, na Rússia) e foram de longe a equipa mais competitiva e realista do grupo dos dragões. E quem vê o seu jogo sabe o porquê. Duas 'linhas de quatro' extremamente rigorosas a defender (principalmente a do meio-campo) e um jogo extremamente fácil a atacar que, na procura bem directa por Diego Costa, deixa as coisas extremamente difíceis para equipas como o FC Porto - que apresentam uma linha defensiva bem subida.

Mas os dois golos sofridos em Madrid até seriam um mal menor se os finalizadores portistas estivessem em 'noite sim'. Mal sabiam os azuis e brancos que, afinal, a bola enviada à barra por Jackson Martinez, aos 8', não era um sinal positivo mas sim um (bem) negativo. Isto porque, em fase tão madrugadora do jogo, ninguém poderia adivinhar que este Atlético-Porto iria parecer, para os dragões, um daqueles jogos de Pro Evolution Soccer contra a CPU em que o sistema, pura e simplesmente, não deixa a bola entrar. Assim, no intervalo de mais um golo estranho para se sofrer na Liga dos Campeões (Raúl García na área, quase sem ângulo bate Helton) e da 'diana' que fez o resultado final (a escapadela habitual de Diego Costa), o FC Porto viu Varela acertar novamente no poste e Josué falhar o primeiro penálti da sua carreira profissional.

Para quem tinha de, obrigatoriamente, ganhar, toda esta queda pelas barras era já de mais. E imagine-se quando Jackson, ainda antes do intervalo, viu a intercepção do seu remate ir embater, caprichosamente, no poste direito da baliza colchonera. Um tremendo pé-frio que tanto fazia os dragões acreditarem que era possível como os fazia desanimar, mais um pouco, a cada bola que os ferros negavam. No entanto, a boa produção ofensiva portista conheceu o seu fim com o apito do árbitro para o descanso, porque depois do intervalo o Atlético recolheu-se e agradeceu as mudanças do FC Porto. Primeiro para o 4-3-3 puro (Licá abriu a ala e a falta de Josué tornou o jogo portista mais previsível) e depois para o 4-4-2 clássico (Ghilas substituiu Lucho e alargou o número de avançados). Mas essas tentativas de Paulo Fonseca só retiraram do relvado as opções para jogar interiormente, e, por fora - com o recurso aos habituais cruzamentos -, o Atlético estava já por demais avisado. De facto, se com três médios a bola já mal chegava a Jackson, imagine-se com dois...

E para se provar que o caminho, para (pelo menos) continuar a criar perigo no Calderón, era o jogo interior, basta recorrer-se à única jogada de (real) perigo dos dragões na segunda-metade. Diagonal de Licá até à área, passe interior de Danilo e... bola no poste (69'). Um 'poker' aos ferros já bem normal por essa altura. Com uma alteração ainda por fazer Paulo Fonseca decidiu-se pela troca directa de médios (Herrera entrou por Defour) mas talvez devesse ter apostado em reforçar o miolo (saindo Varela) e entregar o ataque a três avançados puros como são Jackson, Licá e Ghilas. Talvez aí o jogo interior valesse para mais umas bolas... ao ferro. Essas, e não só, relegam um FC Porto, que não mostrou calibre caseiro, para um nível de dificuldade abaixo. E talvez aí (Europa League) não se note tanto a falta de estofo europeu destes dragões.

Atlético Madrid-FC Porto, 2-0 (Raúl García 14 e Diego Costa 37')

Foto: UEFA


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Fala Paneira.

"O Benfica entrou displicente. O Benfica tem que entrar a matar! O FCP tinha perdido pontos. O Benfica podia conquistar o primeiro lugar, e ficar isolado, à espera do que podia acontecer com o Sporting. Mas não entrou com essa filosofia de equipa que quer ganhar o campeonato! Não quer. Ali tinha que entrar com tudo".

O grande e saudoso Vitor Paneira diz tudo, à jogador da bola, à adepto. O Benfica é actualmente um clube sem grande exigência, onde até os próprios adeptos parecem resignados aos empates e derrotas. Somos uma espécie de country-club, onde a malta vai ver uns amigos nas roulotes e bancadas e, por acaso, também, uns gajos que jogam à bola.

No outro dia vi o senhor ex-jogador Pacheco a passear no Estádio da Luz, nos camarotes, e fiquei azul. Não tenho nada contra a pessoa, mas foda-se, um gajo que fez o que fez, naquele ano, anda agora a passear os cotos pelos camarotes da Luz?

Este Benfica está doente, já o digo há muito tempo. Dou por mim e já nem fico nervoso com os jogos. Dou por mim e vejo o Pacheco no Estádio, como se fosse parte da história do Clube, quando o que lhe fez foi apunhalá-lo pelas costas. E hoje, damos-lhe gambas?! Mas está tudo doido?! Ó que caralho.

Vieira e os seus muchachos só descansam quando estoirarem com o Benfica por completo.

terça-feira, dezembro 10

Benfica na Europa dos pequeninos.

A vitória contra o PSG B não foi suficiente. Jesus é o responsável por mais uma participação negativa na maior prova do futebol europeu. Jogos decisivos são todos, minha grande aventesma. Obrigado por mais uma exibição sôfrega e obrigado por teres dispensado o Saviola. Era demasiado inteligente para ti (como Aimar ou Ola John).

Vieira, a construção do Benfica europeu fica para a próxima. Demite-te, por favor. Já chega disto. Hoje, o Benfica parecia aquele Benfica do Camacho e do Mário Wilson. Agora, pensa.

Vendam o Artur, já.
Aproveitem e dêem uma entaladela ao Markovic.

Enzo Perez, estrondoso. Maxi, em grande, finalmente. Luisão, Feijsa, Garay, Sílvio, positivos.

A prestação global da equipa foi muito fraca. Acompanhei a segunda parte em Atenas e não consigo compreender como não ganhámos nenhum dos jogos com os gregos. Os belgas, com menos um, e com menos dois, tiveram oportunidades de golo. Enfim. Este Benfica está gasto, apesar de tudo poder mudar. Não sei como, mas podemos estar a levar três a dois minutos do fim que eu acredito que vamos dar a volta, por isso...

Curtas-longas.

1. A tragédia grega que aconteceu à equipa da Luz na época passada bem que podia acontecer (em menor dimensão, mesmo assim), hoje, ao Olympiacos. Na recepção ao milionário PSG, os encarnados têm que dar tudo, coisa que não têm feito ultimamente.

2. Em caso de eliminação da LC, será apenas mais um falhanço a toda a linha de Jorge Jesus. Ao fim de cinco anos ninguém pode achar estranho esse cenário, tendo em conta as últimas presenças nesta competição.

3. A nível europeu é por demais evidente que o Benfica de Jesus não deu o salto qualitativo. Continuamos muito longe do topo e sem níveis competitivos que nos permitam vencer clubes do patamar acima do nosso.

4. A eventual ida para a Liga Europa vai possibilitar-nos fazer mais uma caminhada interessante. O nível as equipas é médio, apenas, e, com alguma sorte (à imagem do ano passado, com muita mesmo) poderemos chegar novamente à Final da competição e, assim, paracer que somos um clube europeu. Não o somos.

5. É óbvio, mesmo para um cego apoiante da dupla Vieira/Jesus, que o plantel não está a render nem 75% do seu potencial. Os motivos podem ser menos claros mas, sem pensar muito, podemos especular sobre uma relação entre técnico e jogadores que já não tem volta a dar. Pode, até, esta relação, não ser impeditiva de se alcançar o sucesso, mas convenhamos, pode fazer toda a diferença.

6. No campeonato, aquele que deveria ser o nosso principal foco, continuamos a dar o flanco, a desperdiçar pontos contra equipas menores (muito menores), a apresentar as mesmas debilidades de sempre e, pior, uma falta de atitude competitiva que é, simplesmente, inadmissível.

7. Do outro lado da segunda-circular habita a maior surpresa do campeonato. Não por estar em primeiro lugar, mas especialmente por liderar o campeonato depois de uma época desastrosa e marcadamente negativa, apresentando o melhor futebol da Liga, mesmo que eu considere que sem grande competitividade.

8. De facto, olhando para o líder, há coisas que nos fazem, ou deveriam fazer, inveja: a vontade de vencer, o querer jogar bem, o lançamento sem vergonhas de jovens que, mesmo não sendo um portento com potencial de vendas de milhões, têm lugar neste Sporting em construção.

9. Não sei se o Sporting vai aguentar. Ninguém sabe. As lesões, os castigos, a própria pressão que vai aumentando com a aproximação do final do campeonato, tudo pode mudar, de repente. Contudo, olhando para o trabalho feito pela direcção e, em especial, para o trabalho de Jardim, é difícil prever o descalabro leonino.

10. Sempre defendi que a qualidade de um treinador deve ser o ponto principal de uma equipa de futebol. Jardim é a prova viva disso mesmo. Competente, equilibrado, sensato e com resultados. Ainda não ganharam nada, é certo, mas, o que terá mais valor: ser campeão com uma equipa milionária, mas apenas na última jornada, ou pegar num clube em cacos, numa equipa sem estrelas, com dispensas a torto e a direito, e cheia de malta que nada provou ainda no mundo do futebol e levá-la à liderança isolada ao fim de 12 jornadas?

11. Concluíndo, o Sporting é, unanimamente, um líder justo. Como benfiquista, sinto alguma inveja. Não da liderança em si, mas antes da paixão que sentem os sportinguistas por todos os 90 minutos da sua equipa, pelo amor pela cor das camisolas, pela equipa que se formou entre adeptos-direcção-plantel. Tudo o que falta ao Benfica, apesar dos pornográficos milhões investidos.

domingo, dezembro 8

Leonardo sem medo das alturas


O que têm em comum o Barcelona de Guardiola, o Benfica 2009/10 de Jesus e o Sporting de Leonardo Jardim? A pergunta sugere comparações desmedidas e a resposta só trará pertinência num facto que não tratará de colocar os leões num pedestal. Antes que o leitor se assuste, mais vale seguir a direito para um assunto que o bom futebol dos leões criou nesta Liga 2013/14. É que o trabalho do técnico madeirense ao serviço do Sporting tem tido tanta qualidade como a preocupação que gera nas equipas adversárias. Desde as primeiras mostras de força do novo leão, aos bons resultados conseguidos, têm-se seguido as declarações de respeito dos treinadores adversários. De facto um dos grandes méritos deste Sporting é o de ter conseguido colocar os opositores a pensarem primeiro no novo líder da tabela do que em si próprios. E isso, por norma, gera sucesso.

Não precisaremos de recuar muito no tempo para nos lembrarmos de uma altura em que os adversários tinham deixado de respeitar o Sporting. Uma 'olhadela' nos jogos da época passada revelará certamente opositores que, quer na sua casa, quer em Alvalade, tentavam jogar de igual para igual com os leões. Não será preciso recordar, também, que muito desse atrevimento roubou várias vitórias à equipa de Alvalade e, com elas, um estatuto que vem sendo agora (bem) recuperado. Por isso coloque-se sempre abaixo do futebol e do colectivo criados por Leonardo Jardim, os golos de Montero, o trabalho de William Carvalho, as defesas de Rui Patrício, ou, até, as declarações do presidente Bruno de Carvalho. Leonardo Jardim é o responsável máximo pelo respeito que o leão incute agora nos adversários, até porque sem ele, como em épocas passadas, as individualidades não sobressairiam, e sem ele este (justo) primeiro lugar na tabela não seria possível.

Quem tiver dúvidas que olhe para os longos nove anos a ver o primeiro lugar entregue a outros clubes, e que olhe também para um Gil Vicente-Sporting em que uma das sensações da prova respeitou tanto os leões que se esqueceu, durante grande parte do jogo, de si própria, ao ponto de (mais) uma abordagem serena de Leonardo conseguir outra vitória importantíssima para as contas leoninas desta nova época. Com o Gil Vicente sempre muito retraído, e cheio de dúvidas, o futebol leonino continuou a potenciar o seu 'matador' que pôde assim destacar-se de Jackson Martínez na tabela dos melhores marcadores.

Assim vai a aprendizagem do novo leão que, ainda assim, terá de reter desta visita a Barcelos que quando o adversário se ajoelha a clemência nunca pode ser de mais, sob pena de o mesmo se poder levantar e levar-lhe a vitória. Afinal de contas não morrerá literalmente ninguém, porque falamos, obviamente, de um (mero) jogo de futebol. Vem o facto à baila porque na segunda metade, o Sporting desperdiçou inúmeras situações para chegar à tranquilidade e isso teve o condão de fazer o Gil despertar e criar oportunidades para poder empatar. E na hora em que um galo, que estranhamente não acordou a tempo, poderia causar mossa, Pecks acaba (bem) expulso na tentativa de segurar o leão ao seu meio-campo (falta duríssima sobre William Carvalho). Aí, porque o bom futebol tem o condão de fazer os adversários cometerem erros (destes), o jogo virou, de novo, a favor de um líder que é tão justo como o segundo golo de Montero na partida. Saúda-se assim o regresso do leão a uma posição que não ocupava desde janeiro de 2005 e que é sua por mérito da ideia trazida à realidade pelo seu técnico.

Gil Vicente-Sporting, 0-2 (Montero 19' e 74')

Foto: Lusa


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sexta-feira, dezembro 6

Benfica empata com o Arouca.

Sim, o Arouca fez um jogo absolutamente miserável, Rui Costa ajudou à festa, dando a mão a um gritante anti-jogo e sendo complacente com a dureza dos homens de Pedro Emanuel. De facto, é difícil de explicar como é que a equipa que mais amarelos tem no campeonato, vem à Luz e só leva dois ou três cartões, nos últimos dez minutos de jogo.

De resto, foi também o habitual. Uma equipa do Benfica sem rei nem roque, completamente desfeita na segunda parte, fruto das alterações de Jesus, da má forma de alguns e da falta de qualidade de outros.

Já dei para este peditório e não vou continuar a malhar na incompetência do nosso treinador. É o homem que lá está, é com ele que temos que levar. Que se foda. O Sporting que seja campeão, pode ser que assim aquela malta se vá toda embora do Clube.

Sorteio do Mundial: nem bom, nem mau.


Curtas.

1. O Benfica recebe hoje o Arouca e, obviamente, só a vitória interessa. O Sporting vai a Barcelos e pode perder pontos pelo que, hoje, não podemos falhar, como não falhámos na semana passada (nem o Sporting).

Cardozo continua de fora, e já não deve jogar mais este ano. Cavaleiro está de volta, assim como Funes Mori.

Lima deve fazer dupla com Rodrigo e Markovic deve ser, novamente, encostado à linha, ficando Sulejmani de fora. Assim, queimam-se logo vários jogadores ao mesmo tempo.

2. O Jornal do Sporting tem uma peça sobre o Apito Dourado. Obviamente que é uma provocação, que surge precisamente um dia depois de Bruno de Carvalho ter dito que o futebol precisa de afastar-se do clima habitual de guerrilha.

Ainda no Sporting, o clube aposta agora no mercado chinês, depois do falhanço total com a história do indiano. Será que o Futre tinha razão?

3. Durante a tarde haverá ainda o sorteio do Mundial. Preferem ver Portugal num grupo da "morte", à imagem do que nos aconteceu no último Europeu, ou num grupo tipo Angola-México-Irão?

segunda-feira, dezembro 2

O líder

Por muito que o Record e o site do Benfica possam pensar o contrário, o Sporting é o líder. Empatado no confronto directo com o Benfica, tem, no entanto, 28-9 no goal average contra 20-8 dos encarnados. Sendo assim, e existindo regras, o critério da ordem alfabética não parece ser o mais correcto.
Obviamente que esta situação, nesta fase do campeonato, é pouco ou nada relevante. Mas também é óbvio que é preciso ser sério.
Dito isto, o Sporting está no topo por mérito próprio. Tem sido a equipa mais consistente e com mais ambição da prova. Ontem foi ainda mais convincente. Trucidou o Paços e Montero voltou aos golos (11 em 11 jogos!).
Quem sabe se, com um Benfica-Porto ainda por realizar, o Sporting não chega ao Natal em primeiro...