Compreendo a revolta, a tristeza, a indignação, a raiva, o desgosto dos sportinguistas. É sempre mau perder, ver os outros afastarem-se na classificação e, em Outubro, ter a sensação de que "ainda não é este ano". Infelizmente, também sei o que isso é. No entanto, também me parece que o que se passa acaba por ser fruto da estratégia seguida pelo clube. Seja por razões de natureza financeira ou outras, o Sporting há muito que aposta no incremento da formação como fonte do seu 'plantel' principal. Esta estratégia tem dado frutos, com o 'fabrico' de jogadores de indiscutível valor (a léguas de qualquer outro clube português), que ou se mantêm no clube ou, caso dos mais talentosos, acabam por ser vendidos e permitir uma boa receita. Nesse aspecto, os sportinguistas têm razões para estar orgulhosos. No entanto, há o reverso da medalha: a opção seguida em Alvalade tem-se revelado incapaz de atingir o título de campeão nacional. É certo que, nos últimos quatro anos, encontrou no Benfica um precioso aliado. Os erros cometidos na Luz, não só permitiram ao Sporting ficar sucessivamente à frente da minha equipa, como deixaram a ideia de que gastar muito não é sinónimo de apostar em qualidade. "Para fazer como eles, mais vale termos os nossos miúdos: não gastamos dinheiro e conseguimos melhores resultados", pensaram os adeptos leoninos, esquecendo que, por exemplo, a qualidade da formação não tem encontrado complemento no acerto das contratações. Sejamos claros: não ignorando a qualidade de Izmailov ou Vukcevic, a última grande contratação do Sporting foi Liedson. Ocorreu, se não me engano, em 2003. Já foi há algum tempo. Depois disso, jogadores com passagem efémera por Alvalade e alguns claros erros, demonstrando uma enorme incapacidade de prospecção de mercado. Porque se não há dinheiro para adquirir passes de valores como os que o Benfica deu por Saviola, Aimar, Cardozo, Di Maria, Javi Garcia ou Ramires, certamente haveria para o que custaram Rúben Amorim, Fábio Coentrão, Weldon, David Luiz ou Felipe Menezes. Fica, pois, a ideia de que não há no Sporting quem seja capaz de descobrir talentos noutros lugares do mundo ou para aproveitar o melhor que têm outros clubes nacionais.
Apesar dos sentimentos que, hoje, caracterizam o sportinguista comum, não podem esquecer-se de que nada foi feito às escondidas. José Eduardo Bettencourt está a seguir a política que prometeu (o "Paulo Bento forever" e não só) e que foi sufragada nas urnas por perto de 90 por cento dos associados votantes. Não podem, pois, sentir-se traídos. No meio disto tudo, o que acaba por aumentar a frustração é olharem para o vizinho e verem o que faz. O 'aliado' de ontem voltou a tornar-se um verdadeiro inimigo...
Apesar dos sentimentos que, hoje, caracterizam o sportinguista comum, não podem esquecer-se de que nada foi feito às escondidas. José Eduardo Bettencourt está a seguir a política que prometeu (o "Paulo Bento forever" e não só) e que foi sufragada nas urnas por perto de 90 por cento dos associados votantes. Não podem, pois, sentir-se traídos. No meio disto tudo, o que acaba por aumentar a frustração é olharem para o vizinho e verem o que faz. O 'aliado' de ontem voltou a tornar-se um verdadeiro inimigo...
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