quarta-feira, outubro 28

Show must be stopped

Numa jornada que só Portugal permite que acabe a uma Terça-Feira são cada vez mais claros os indicadores. O primeiro, futebolístico, permite ver que quem joga melhor cilindra adversários em Portugal (e não só) e será sempre o mais sério candidato ao título. Para lá de conversas estapafúrdias à la Dia Seguinte sobre processos sumarentos (e fedorentos) quem quiser ultrapassar o Benfica deve-se preocupar em jogar para ganhar e com qualidade.

A jornada mais longa acaba ontem com um Guimarães de grande volume ofensivo na 1ª parte, frente a um Sporting mais perigoso na 2ª. Resultado: 1-1 pois claro! e a suscitar discussões sobre justiças e afins, como se isso interessasse. O que interessa é a regularidade e não as excepções e por essa regra vemos que a jogar assim jamais o Sporting será (sequer) candidato ao título. A bola queima e quem a aqueceu foi Paulo Bento que teima em não mostrar trabalho num clube com objectivos exigentes. Resultado: contestação e muita, pois claro! Juntemos também ao cozinhado um ingénuo presidente que prometeu aos sócios (imagine-se) esse mesmo treinador... para sempre. No Porto, no Benfica e até no Covilhã jamais Bento continuaria técnico. Que se discuta as chicotadas psicológicas por serem muitas mas, convenhamos, há sempre aquelas que são bem empregues. É para mim uma afronta que tamanho desrespeito aos princípios do jogo não seja punido num clube com a história do SCP.

A 3 pontos da liderança segue o pior Porto Ferreira, aquele que menos margem de progressão oferece aos portistas. A questão da organização ofensiva continua a mexer comigo e a falta de soluções enerva-me quase tanto como enervou a equipa frente a uma elogiada teia feita pelo novo aranhiço de estimação da Liga: Villas Boas. Falando na Académica apraz-me dizer que não achei nada de extraordinário o seu plano de jogo pois colocar 11 jogadores num raio de 20 metros não é um cattenacio (cadeado), são dois ou três. Os pontos positivos da exibição dos estudantes foram a garra e entrega como disputaram os lances e o respeito pelo espaço, juntemos-lhe a inépcia atacante do Porto e temos um cozinhado que durou de sabor uns bons 60 minutos, até Mariano resolver partir a loiça (e os cadeados). Elogios chovem agora para o professor, afinal tirar Cebolla foi a melhor opção e Mariano na direita endireitou a equipa para o golo. Uns chamam-lhe visão, eu chamo-lhe gestão de esforço. Visão seria colocar Mariano,de início, no seu lugar de origem, onde mais rende: Extremo-Direito. Falta miolo aos portistas para organização ofensiva, falta ligação entre toda a equipa e quem será esse elo? (deja vu) Belluschi? Valeri? ou... Sérgio Oliveira?

Na Luz ouve mãozinhas e penaltys, golos validados e anulados, mas acima de tudo continua a haver futebol. Acham que me vou chatear com a simulação de Aimar quando o meu jogador preferido é Deco? Dizia-me um amigo benfiquista por estes dias: Se eu não andar inchado agora quando é que hei-de andar? Razão tem ele, gozem o momento que bem o merecem. Foi como que Jesus tenha descido à terra para recompensar os benfiquistas de todos os erros desde 94, de todas as bolas ao ferro, de todos os jogos acabados a roer as unhas pela vantagem minima. 8-1, 6-1, 5-0, 4-0 e por aí a fora é fantástico, mas alguém vai ter que acabar com isso. Pode ser que, desta feita, o jogo inteiro de transições e controlo sem bola de Jesualdo Ferreira tenha razão de ser num clássico.


P.S. Já quase me esquecia... 1..2..3..(4) Hala Madrid!!

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