Talvez seja um problema meu não conseguir ver numa vitória as infinitas coisas boas que se dizem depois da mesma acontecer. Certo é que o que fica para a história é ela mesma... a vitória, o sumo do futebol, o mais importante. Contudo, quem a persegue sabe que ela pode cair do céu uma, duas e até três mas se não houver regularidade e trabalho ela acaba por ficar sozinha no meio de um monte de más exibições.
O jogo contra o Atlético de Madrid, ontem no Dragão, teve (até ao minuto 75) todos os contornos daqueles jogos que tanto eu, como a maioria dos portistas, odeia. Equipa presa de movimentos, sem ideias e demasiado ansiosa, o que leva a que o "futebol" conseguido não chegue para criar perigo. Roem-se unhas, comem-se pipocas, chama-se nomes aos árbitros e "inspira-se" os jogadores tratando-os mal, tudo em troca de um golo, de uma bola dentro da baliza. Até ela entrar tudo mal, quando ela entra tudo bem!
O Porto que ontem ganha por um resultado bastante bom ao A. Madrid, teve tantos problemas durante o jogo que me será bastante difícil enuncia-los a todos, mas a estranheza de Tomás Costa à posição 6, o "desaprender" de Raúl Meireles, as intermitências de Belluschi e más decisões de Hulk já devem dar para perceber o meu estado de espírito em relação à exibição portista.
Quem agora consegue reparar que Hélton está bastante bem na Champions, que Fucile fez um enorme jogo e que Bruno Alves é um verdadeiro líder, só o consegue fazer porque ao minuto 76, Meireles faz o que sabe fazer melhor (pela primeira vez no jogo), Hulk foi inconsequente (como quase sempre) duas vezes seguidas, até que Falcao desencanta o momento de magia que fez tudo mudar... neste jogo.
Após o momento magistral do colombiano, as mãos saem da boca ou do balde de pipocas para se erguerem no ar, soltando a pressão de tão má exibição até aquele momento. Que o futebol é lindo toda a gente que se dá ao trabalho de ler isto sabe, mas ele há coisas que não lembram a ninguém.
O adversário de hoje, estando num momento deprimente, tinha tudo para ser vergado pela regularidade futebolística mas só o foi por duas qualidades portistas, o faro de golo de Falcao e o excelente poder aéreo de Bruno Alves. Se alguém me dissesse que o Porto conseguiria ganhar ao A. Madrid só com isso eu rir-me ia, mas agora que aconteceu não estou com grande vontade de me rir.
O Porto tem muito trabalho pela frente se quiser chegar ao nível do ano passado. Mas já agora uma coisa eu agradeço, aos deuses (ou a Radamel Falcao), a moral que uma vitória, ou duas, sem jogar patavina pode fazer... lembram-se de Kiev? Parecia magia...
Sem comentários:
Enviar um comentário