sábado, fevereiro 14

Fala Vieira.

Aqui fica novamente o post publicado ontem e apagado novamente pelo J. que insiste no terrorismo pessoal. Lamento pelo blogue, pelo Miguel e pelo Peyroteo, pelos leitores, e por quem já tinha comentado. Até ao dia em que seja convidado a abandonar este blogue pelos seus fundadores, continuarei a bater-me por aquilo que considero serem os meus direitos. O J. ultrapassou todos os limites toleráveis do bom senso e continua a fazê-lo todos os dias - como tem feito nos últimos anos. Não me espanta que nem em blogues da cor do seu clube o desprezem e nem nesses espaços seja bem-vindo. Como é sempre mais fácil apagar do que voltar a escrever, é natural que os meus posts continuem a aparecer e a desaparecer. Outros neste blogue desistiram, outros fizeram ultimatos, quando em desacordo. Eu fico. Não é um nazi de trazer por casa que me vai apagar o pensamento.

Finalmente o presidente do Benfica falou aos benfiquistas e abordou o tema mais quente do dérbi da semana passada. Confesso que não esperava uma declaração tão acertada, coerente e, até, ponderada. Aliás, confesso que pensava que tudo tivesse ficado dito na (mais uma vez) ridícula declaração prestada por João Gabriel.

Há muitos anos que deixei de dar crédito às gentes do futebol, dirigentes à cabeça. Por norma são mal-formados, irritantemente imbecis, sem visão, oportunistas e pouco apaixonados pelo jogo em si. Esta "guerra" que se instalou é apenas mais uma do nosso triste futebol.

Mandam-se "pedradas" de um lado para o outro, ofendem-se memórias, cospem-se argumentos miseráveis e, por fim, e quase já no esquecimento, a bola rola lá para o fim-de-semana. As claques são hoje aquilo que sempre foram: veículos de expressão necessários no contexto global do futebol que, perante a impunidade característica da nossa sociedade, cometem crimes, de vez em quando, ou quando lhes apetece, sem que quase nunca nada lhes aconteça.

Obviamente que chegará o dia em que, novamente, uma desgraça acontecerá. É inevitável e é o principal factor pelo qual deixei de assistir praticamente a jogos ao vivo.

A última vez que fui a Alvalade, por exemplo, foi no Benfica de Trapattoni. Sentadinho na central pensava até que estava a salvo da malta mais selvagem. Puro engano. À minha frente estava uma rapariga com a camisola do Benfica que, perante as ofensas e ameaças constantes feitas por homens de meia idade, foi obrigada a abandonar o local. Eu estive bem, simplesmente porque passei 90 minutos sem me manifestar. Se o fizesse seria certamente agredido. Lembro-me do ambiente extremamente agressivo, dos petardos e do desânimo com que saí de Alvalade.

O problema desta história é que qualquer adepto de um qualquer clube poderá repetir, mais ou menos, as minhas palavras. Em Braga, Guimarães, no Dragão, ou na Luz, por exemplo, é o mesmo estilo, com certeza.
A semana que passou foi pesada para os benfiquistas. Confundidos com o comportamento miserável que uns quantos idiotas decidiram ter, foram na sua globalidade acusados de tudo e mais alguma coisa. Uma simples visita aos principais blogues leoninos, mesmo os mais moderados, deu para perceber que a exaltação foi muita.

Eu sou benfiquista e não me revejo na tarja mostrada no pavilhão da Luz. E não conheço nenhum benfiquista que em momento algum tenha apoiado a mensagem. E mesmo com os anónimos, não vi nenhuma manifestação de apoio à mesma.

Não me importa quem começou. Se foi a t-shirt, se foi o fogo, se foi a invasão de campo da Juve Leo. É tudo a mesma merda. Tudo. Um dia uns. No dia seguinte, os outros. Não se defendam uns, e ataquem os outros. Não se compreendam uns, e condenem os outros.

Bruno de Carvalho tem cometido erros atrás de erros e o corte de relações é apenas mais um. Aquele que um dia até vi como um verdadeiro contra-poder, é hoje mais um disparate constante, sempre disposto a lançar mais uma acha para a fogueira. Como os outros todos. Diferente, só mesmo na cor da camisola.

8 comentários:

Pedro disse...

Vieira, finalmente, em grande. Parabéns a quem escreveu o texto ao homem. Muito bom.

Peca por tardio mas o conteúdo é 5 estrelas. Agora é deixá-lo a falar sozinho.

Anónimo disse...

Infelizmente terá sido a excepcao. De qualquer maneira, o mais importante ficou dito: condenação cabal do comportamento que alguns adeptos benfiquistas tiveram. Aquela família não tem descanso, mesmo 20 anos depois.

Pedro disse...

Não consigo perceber como é que o próprio grupo permite aquilo. Mesmo que as camisolas dos outros tenham aberto feridas antigas, não faz sentido. Invocar uma tragédia daquelas para provocar o adversário é surreal.

Percebo e concordo com a não intervenção na bancada, seria atirar gasolina para a fogueira. Mas a reacção oficial à faixa devia ter sido imediata. Continuo a achar que não se sabe lidar com estes assuntos.

Anónimo disse...

Pedro, acho que nem vale a pena explicar o óbvio: quando fomos humilhados (adeptos e jogadores) em Braga, por exemplo, a reacção de LFV foi o silêncio.

Seis dias a reagir, nem foi mau. Nem para os nossos foi tão rápido.

Peyroteo disse...

Eu acredito que LFV não tenha lido a faixa pois duvido muito que ele saiba ler :) Mas não acredito que fossem todos analfabetos em redor do homem. 75% deveriam ser analfabetos e bêbados, outros 15% só estariam bêbados . Mas e os outros 10%? :)

Peyroteo disse...

Mas, atenção, LFV levou uma resposta 3 mil vezes superior ao que disse. Ficou com as enormes orelhas a arder. Seria uma espectáculo maravilhoso de se assistir :)

Peyroteo disse...

Mas, atenção, LFV levou uma resposta 3 mil vezes superior ao que disse. Ficou com as enormes orelhas a arder. Seria uma espectáculo maravilhoso de se assistir :)

Anónimo disse...

haahah es mesmo palerma.