sexta-feira, novembro 20

Futebol.

Amanhã há dérbi para a Taça de Portugal e uma das equipas, no final do jogo, terá menos um troféu para ganhar.

Ao contrário do que seria de esperar, os últimos dias têm sido relativamente calmos, apenas com uma ou outra bojarda.

Faz hoje uma semana que todos nós, mais uma vez, pudemos assistir no conforto do nosso sofá, a mais um atentado à humanidade e à paz. E nesse conforto, penso, nasceu um novo confronto quando pudemos, também pela enésima vez, reflectir sobre o que tinha acabado de acontecer.

Quando me refiro ao clima de guerrilha que se instalou no futebol português, nunca posso compará-lo ao verdadeiro clima de guerra que a realidade insiste em revelar-nos.

Mas, se nos lembrarmos do que se diz, da forma como se dizem algumas coisas, da forma como se extremam posições, o paralelismo, por ténue que seja, faz algum sentido.

Da minha parte, continuarei a levar o futebol a sério, como, aliás, ele merece. Mas, a partir de agora, e porque sei, até, que existe já quem o faça (o Marco Morais, por exemplo, mas há mais por essa blogosfera fora), o caminho das minhas palavras, e mesmo da minha atitude, será diferente. E diferente como? Apenas mais positivo, mais agregador, mais festivo.

Se queremos um futebol melhor, temos mesmo de ter um mundo melhor.

7 comentários:

LDP disse...

O Peyroteo dirá que arranja pelo menos 10 exemplos em como os terroristas foram as verdadeiras vítimas e que deveriam, na realidade, ter mais pontos.

Francis disse...

Fica-te bem Luis.

Peyroteo disse...

Porra, que comentário mais idiota, oh LDP...

Jorge Borges disse...

os acontecimento recentes devem-nos levar a relativizar muito mais certas coisas. O futebol é uma delas.
O futebol, como qualquer desporto, deve ser agregador, uma fonte positiva para a sociedade. Quando se transforma no contrário, é mau. Sempre disse isto: não passa de um jogo. Não merece muitas atitudes que se vêm, em estádios de futebol, conversas de café, nas câmaras da tv. E nisto, infelizmente, não há virgens impolutas.

Amanhã: que ganhe o Benfica, mesmo que não seja o melhor. Mas se perder, não é o fim do mundo. No dia seguinte o sol volta a nascer, de certeza!

LDP disse...

Peyroteo, não imaginas a quantidade de vezes que exclamei precisamente isso a mim mesmo depois de ler comentários teus, especialmente nos últimos meses...

Marco Morais disse...

Se bem que fico imensas vezes aquém da menção, deixa-me agradecer e sublinhar que o futebol é mesmo aquela coisa pequenina ao lado do que se passou em Paris no último fim-de-semana. Devia servir para agregar e não para separar. Mas isso é fácil falar e eu também, tanta vez, já me deixei levar para o lado de lá.

E porque é que isso acontece? Porque é que tenho de ficar intimidado que outra equipa ganhe ao meu clube? porque é que hei-de ver noutra ideologia, noutras formas, noutras atitudes, um inimigo - que é para muitos de morte?

Daí o teu paralelismo - à escala - estar correcto. A maneira como vivemos a bola é um reflexo dos seres fracos que ainda somos - digo ainda porque acredito sempre na evolução. Fracos porque nos intimidamos com resultados e coisas como vitórias e derrotas. Somos condicionais, pronto. Tanto que até nos impede de ver que o jogo que amamos (?) não evolui mais por causa dessa consciência de guerreiro. Tanto que pensamos que é esse consciência que nos dá vitórias (olhem para este novo Mourinho - continua a mandar bocas mas futebol é zero). Quando dependemos da porra de um resultado para estarmos felizes, só podemos olhar para dentro e não para fora. Quando um grupo de desmiolados mata por causa de uma capa de jornal, ou porque alguém lhes inferioriza as crenças, só pode existir um vazio e uma insegurança enormes naquelas mentes. E quando alguém pensa que o melhor é matá-los a todos, não percebe que isso só prolonga o estado de guerra e a retaliação.

Retaliação porque a maioria manda. E a maioria aprova que nos governos - e nas direcções de clubes, mantendo o paralelismo - estejam também seres inferiores que reclamam para si o protagonismo, quando o mesmo é dos Ronaldos, dos Messis e até dos putos de bairro que qualquer dia irão ser Ronaldos e Messis - espero. O Mundo estava bem sem governos e direcções destas. Mas a maioria admite-as, e não se pode queixar até condenar o clima que elas criam.

Hoje há superclásico e derby eterno e, como sempre, jogam-se no campo. O resto são manobras de diversão que só influenciam se treinadores e jogadores deixarem. É desfrutar, desapegar e não querer controlar nada (nem que quiséssemos conseguíamos). É o que é. Amanhã o céu nasce azul (tinha de ser!) e logo nos 'juntamos' para ver outro.

Isto tá um bocado piegas mas que se f... =)

Ace-XXI disse...

Seguindo o espírito do excelente post quero aproveitar para desejar as melhoras de gaitan e Luisão 2 craques que fazem.falta ao nosso campeonato.