sexta-feira, dezembro 30

Roberto Severo

O Jean Paul escreve hoje no Jogo que Beto, o capitão do Sporting, só renovará se aceitar uma redução de ordenado na ordem dos 75%! Os valores propostos a Beto podem rondar os 300 mil euros / ano, ou seja, 25 mil euros mensais.

Não posso concordar de maneira nenhuma com a decisão da SAD, caso se confirme. A menos que hajam factores extra-desportivos que estejam a empurrar Beto para fora do Sporting, não me parece razoável nem honesta a proposta em discussão. Um clube grande e ganhador respeita a sua história e os seus atletas e adeptos, construindo-se os símbolos com os quais os adeptos se identificam. Peçam a qualquer adepto para nomear 5 jogadores do Sporting e o nome de Beto aparecerá certamente. Já Luis Loureiro, Tonel ou Deivid (não importa o valor que tenham), dificilmente constarão desses 5. O que está aqui em causa, para além do valor desportivo do jogador, é o valor indirecto de ter Beto no plantel, na coesão do grupo, na identificação do grupo com os adeptos.

Outro aspecto ainda é a própria política salarial. Num grupo de 24/25 elementos de elite, é normal que se estabeleçam comparações. Como pode um jogador com a categoria e classe do Beto (por muito que os adeptos de outros clubes o tentem negar, o que interessa é aquilo que ele é para nós), internacional A, que sente e sofre o Sporting como poucos, ganhar menos do que os seus parceiros de lado, sobretudo Polga que, apesar de eu não duvidar do seu valor, não justificará receber nesse caso mais do dobro do vencimento de Beto. Incompreensível.

Relembro aqui a história contada pelo desaparecido comentador Papagayo - que saudades! - em que o Beto cumpriu a sua promessa ao irmão dele quando o Sporting foi campeão e 2000. O Sporting é grande com jogadores assim, não é grande se se tornar um entreposto. Para o ano já não haverá Sá Pinto. Seria desastroso perder também Beto.

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