terça-feira, outubro 5

Em Guimarães quem berra mais alto terá razão?

Há jogos que começam bem cedo, cedo demais. Este Guimarães x Porto começou logo que o Guimarães x Benfica acabou e colocou a nu a(s) estratégia(s) portista(s) para este ano. E se a estratégia táctica para este jogo fez lembrar (imenso) a estratégia do ano passado, o mesmo já não se pode dizer da estratégia fora de jogo que é bem diferente mas tal como a anterior totalmente descabida.

O jogo deveria ser recordado por várias razões, mas como já entendemos será sim lembrado por motivos que me parecem surpreendentes. A análise deveria ser feita sem qualquer quebra de emoção e sem qualquer desconfiança ao que se passou dentro das quatro linhas. O que poderia ser fácil acabou, por culpa própria, por ser uma enorme machadada na confiança de uma equipa que seguia por trilhos seguros.

Se há alguém que está intimamente ligado ao empate no Municipal de Guimarães ele é André Villas Boas (AVB). Tal como na época passada, a equipa, primeiro, controlou, marcou - teve também oportunidade de matar o jogo - mas depois... adormeceu. De facto, depois da oportunidade de João Moutinho, o Porto desapareceu e a maior prova de que o timoneiro portista já pensava ter o jogo ganho é a saída de Varela aos... 55´.

Depois aparece também o outro emissário da perda de dois pontos em Guimarães: Jorge Fucile. Jogo desastrado do uruguaio que comprometeu no golo e na entrada em que é expulso. Antes e depois do intermediário Fucile a actuação de AVB roçou o desastre. Rodriguez em campo, queimando uma substituição (quem AVB ia tirar para ganhar um meio campo que perdera o domínio do jogo?) e Belluschi e Moutinho fora dele. Para culminar a falta de controlo emocional foi tanta que um técnico que já tanto se elogiou pela primazia ao mesmo, se esqueceu que Carlos Xistra à mínima o poria na rua. Depois, o desastre continuou pedindo-se jarras e penáltis que não existem.

E a semelhança com o ano passado acaba mesmo por aí. É que o estranho silêncio da passada época contrasta hoje com um ladrar ao vento que não se percebe. Já estava preparada? Se a preparação de AVB é meticulosa como se escreve por aí, ontem ela falhou por completo e no aspecto em que mais o elogiei. Uma coisa é festejar os golos como um portista, outra é lutar contra moinhos de vento.

Já se percebeu também que este ano o tradicional ladrar ao vento vai ter mais um intérprete e eu sou sincero e complacente, pois pobre do bairro que vai ter de os aguentar.

10 comentários:

João Simões disse...

Volto a relembrar a encenação ridícula do AVB, depois do jogo de ontem. Como é que um gajo monta um espectáculo daqueles, quando é ao adversário que o arbitro não assinala um penalty, e depois vem falar de uma mão na bola ( opinião defendida também pelo site oficial do clube), que ninguém, repito NINGUÉM, viu!
E também gostei da categoria com que disse: " NÃO TENHO DÚVIDAS DE QUE, SE O FUCILE NÃO FOSSE EXPULSO CONSEGUIRÍAMOS O 2-1"
Para além de actor, palhaço e arrogante, o jovem é também vidente!

Só quero ver se tem tomates para desmentir as afirmações de ontem na próxima Conf.Imp. do Porto!

Anónimo disse...

Marco, qual é o jogo da época passada que usas para comparação no terceiro parágrafo? Presumo que seja a Académica (o Porto venceu por 1-4), mas como tenho ideia de ter ficado 1-0 para os vimaranenses, fiquei sem certezas.

NT

pedro m disse...

Concordo.
Realmente costumam tentar lançar areia prós olhos das pessoas de formas não tão parvas. Ou melhor parvas costumam ser, mas desta vez foi extremamamente parvo.

Mas vê o lado positivo é mais um bocadinho da vossa máscara que cai. A verdade saiu a ganhar. E isso é o que nos interessa a todos, tenho a certeza.

Mas não te preocupes, que o Psicólogo já deve tar a levar nas orelhas prá aprender.
Ele é novo ainda se faz.

Marco Morais disse...

A comparação com a época passada surge por vários jogos, e não um específico, em que a equipa de Jesualdo marcava e depois adormecia concedendo a bola ao adversário. Ontem, não notei grandes diferenças em relação a AVB e Jesualdo. Até no modo como a equipa acabou, com Guarin e Micael em campo e Belluschi no banco.

Foi Villas Boas quem perdeu os dois pontos e não Xistra quem nos roubou. Mas, ainda que não o tenha dito no post, é uma situação normal pois Jesus também já errou, Roberto, tal qual Fucile, também já errou. Só não compreendo o porquê de tanto "circo". Quer dizer compreender até compreendo, só não concordo.

LDP disse...

Video novo:

http://www.youtube.com/watch?v=9FK6AREJ12w

Onde está o Penalty? - André Villas Boas explica

Hugo disse...

Só gostava de ver alguns dos benfiquistas que por aqui comentam a terem a mesma lucidez e honestidade que o Marco.

jamsilva disse...

O Porto perdeu o jogo por culpa própria. Há duas personagens que têm liçoes ppara rever esta semana. O Villas Boas e o Fucile.
O primeiro parece que já percebeu, e sim teve muitos tomates (como se pedia nesta caixa de comentários) para em publico se retratar da reacção. Vamos lá ver se outros personagens deste campeonato têm a "capacidade" de lhe seguir o exemplo.

O caso mais complicado é o Fucile que se está a revelar um mau aluno cometendo repetidamente o mesmo erro.

Anónimo disse...

Ok Marco. Obrigado pelo esclarecimento.
Tens razão quanto a esse(s) adormecimento(s) que, parecem-me a mim, são uma coisa natural no futebol português. Quase arriscaria dizer que faz parte da nossa cultura de jogo. O Benfica da época passada, ou Mourinho do primeiro título do Porto, são das raras excepções.

NT

Capucho disse...

Só uma pequena correcção: O estádio D. Afonso Henriques é pertença do Vitória e não da Cãmara Municipal!

Marco Morais disse...

Capucho, obrigado pela correcção. Realmente passou-me ao lado e, não querendo estar a colocar as culpas a ninguém, às vezes é de tanto ouvir dizer.