terça-feira, dezembro 4

Não houve Príncipes num Parque que foi tudo menos de diversões

Foi um FC Porto sem a ambição prometida aquele que deixou os três pontos e o primeiro lugar do grupo em Paris. Com o melhor onze resguardado na eliminação em Braga, foi com naturalidade que a expectativa aumentou para a visita ao Parque dos Príncipes, onde a equipa liderada por Carlo Ancelotti esperava poder afastar os seus recentes fantasmas com uma vitória e com a subida ao topo do Grupo A. O empate bastava aos dragões e talvez essa vantagem tenha causado um conforto que nunca permitiu que a equipa fosse ambiciosa o suficiente para travar o talento de Lavezzi, Ménez e Ibrahimovic.

Goradas as expectativas, frustradas as intenções. Foi assim, a nu e cru, que o FC Porto saiu de Paris. Antes, à chegada, as ilusões eram muitas. A equipa de Vítor Pereira, ou pelo menos o seu 'onze' mais forte ia prometendo domínio colectivo e sede de vitória em qualquer campo. Mas o tombo, não poderia ser maior. Nem a vantagem inicial que o empate dava permitiu aos dragões uma entrada tranquila na partida. Os raides parisienses, pelas alas, tomaram lugar logo de início tendo sempre o bombardeiro sueco Ibrahimovic na mira. O perigo rondava a baliza de um Porto que não conseguia segurar o jogo e a posse prometida não passava de 'olhos fechados' e 'bola para o ar'.

Os parisienses jogavam sem complicações e rendilhados, até porque o tempo não jogava a seu favor, e tinham nas transições um dos seus maiores perigos. Escrevem-se 'perigos' no plural porque havia outra arma: a bola parada. Foi já depois de Jackson ter avisado a primeira vez os gauleses, que Thiago Silva aproveita um livre de Maxwell para abrir o marcador e para, pela primeira vez, no jogo colocar os dragões em desvantagem. E sublinhe-se esta desvantagem pois a mesma poderia, e deveria, ter mais importância em todas as linhas que se escreverem sobre este Paris SG-FC Porto. É que a correr atrás do marcador, os dragões colocaram a bola no chão, ocuparam o meio-campo adversário e rapidamente fizeram o golo do empate. A ambição finalmente contagiou a equipa, e Jackson, aos 33', deu enorme sensação de deja-vu a todos os portistas que seguiam o jogo. Cruzamento de Danilo, e o número 9 portista, à Falcao (haverá outra maneira de caracterizar este golo?), antecipa-se ao seu marcador directo e, de cabeça e quase no chão, faz o empate que em 4 minutos tão ambicionado foi.

O golo do colombiano trouxe um maior à-vontade que, à medida que o relógio passava, se foi transformando no tal conforto perigoso que traz os passes errados e as más decisões. E se no campeonato português certos erros passam incólumes, contra um Paris SG carregado de talento individual eles pagam-se, desta feita, com primeiros lugares no grupo, milhões e pontos perdidos. A receita foi sempre a mesma. Aproveitar as bolas perdidas pela organização ofensiva portista para lançar Ménez e Lavezzi. Algo que poderia ter sido evitado se no momento da perda de bola os azuis e brancos estivessem especialmente agressivos e autoritários. Não sendo assim, continuaram os raides, assim como o perigo a rondar a baliza de Helton. E se o jogo já tinha trazido uma sensação de deja-vu boa, outra estaria guardada mas com um sabor bem amargo para os portugueses. É que têm sido recorrentes, nos últimos anos, algumas falhas que oferecem golos aos adversários por parte dos portistas em jogos decisivos na Europa. Neste coube a Helton a oferenda ao deixar fugir por entre os braços um remate de Lavezzi, que acabaria por colocar de novo o PSG em vantagem no jogo e no topo do grupo.

Tudo saiu gorado ao FC Porto, que nem o seu estilo próprio tão sublinhado pelo seu treinador conseguiu evidenciar, saindo do Parque dos Príncipes inferior em todos os capítulos ao seu adversário. Inclusive na tão afamada posse de bola que acabou com um equilibrado 52-48. Pouco para quem reivindicou estatuto de 'jogar para ganhar em qualquer campo'. Agora, Vítor Pereira terá, de novo, de crescer na adversidade e na difícil missão de ter que preparar uma equipa mais ambiciosa para uns 'oitavos' de Champions, jogando num campeonato tão pouco competitivo como o português.

12 comentários:

Jorge Borges disse...

Não vi o jogo, não posso falar. Mas uma coisa é certa: o Porto já passou. Não me importava nada que o meu clube estvessa na posição que o Porto está.

Peyroteo disse...

Também não vi o jogo, só os golos, por isso é difícil falar. Mas não percebi a estratégia do Vítor Pereira ao poupar em Braga em vez de poupar ontem. O jogo de sexta-feira parecia-me mais importante que o de ontem. A não ser que o objectivo fosse mesmo abdicar de uma competição. Mesmo nesse sentido, não seria melhor prescindir da Taça da Liga?

Tasqueiro Emigrante disse...

Eu vi o jogo e o que posso dizer é que o orto até nem jogou mal mas faltou a ambição que o PSG teve.

E claro...uma equipa empatada e levar com aquela frangalhada que deu a vitória desmoraliza logo o grupo.

A meu ver o empate era o mais justo.

O Varela conseguiu estar 85 minutos em campo onde só fez porcaria, e o árbitro escocês foi uma grande encomenda!

Marco Morais disse...

O Porto, para o que foi esperado e prometido, não jogou uma treta!

Não podemos ser condescendentes e dizer que foi um frango que resolveu tudo. Convinha manter a 'garipa' baixa e mostrar no relvado. E aí a derrota estendeu-se até ao modelo, que vinha sendo tão elogiado.

Fazer títulos com 'frango' e 'perú' era demasiado fácil. Não foi isso que decidiu o jogo.

Recorde-se Madrid, há uns anos e contra o Atlético, e veja-se que numa situação adversa não se perdeu o objectivo. Ontem, não houve nada disso e aconteceu o que já vinha alertando aqui há alguns tempos.

Vítor Pereira cresceu sim senhora, mas precisamos de um adulto em todos os jogos. Principalmente, nos deste tipo. Vamos ver até aos oitavos. Confio que o mister aprenda mais um pouco pois já deu mostras de saber reconhecer os erros.

Tasqueiro Emigrante disse...

Marco,

temos que chamar as coisas pelos nomes.

aquilo que o Helton fez ontem foi um frango monumental.

teve um erro de principiante e infelizmente custou-nos a derrota.

fora isso o Porto até se pode considerar que esteve bem, tirando aquele Varela.

o que mais gostei foi do Jackson...não pelo golo mas sim pela capacidade de segurar bolas e fazer jogar...acho que o Porto descobriu o novo Falcão!

LMGM disse...

Desculpa o off-topic Marco.

Então e arranjar aqui o estaminé?

Demitam-se, peçam férias, contratem um web designer, façam o que quiserem, mas não me digam que se perdeu o histórico do blog.

Peyroteo disse...

LMGM, se entrares na net através do Firefox, o blog está a funcionar normalmente. No Chrome, de facto, está todo f*****.

Jorge Borges disse...

Eu burro me confesso em matéria de layout. Já por lá andei a escarafunchar e não sei comos e resolve. Deveser um daques botõezinhos que nãos e dá muita importância...

Mas o histórico está todo lá guardadinho

Anónimo disse...

Jorge, quando voltar trato disso, não mexam em nada porque o problema não é nosso, com certeza.

Tasqueiro Emigrante disse...

Vejam lá bem isso...se calhar foi o Pinto da Costa...ahahahahah :)

LMGM disse...

Explorer e chrome... grrrr

Pedro disse...

Eu uso o Chrome e vejo o Sector como sempre vi...há algum problema que me esteja a passar ao lado?

PS: Este post do Marco é o último que visualizo.