terça-feira, junho 15

Descrenças confirmadas

E lá está... razão tinha quem não confiava. Frente a uma Costa do Marfim que montou uma linha defensiva bem subida no terreno, Portugal nunca assumiu o risco nem teve cabeça e decisão para o fazer. Jogar para trás e para o lado foi o que mais se viu, ficando a imagem de um jogo mal conseguido onde o adversário foi superior.

A minha expectativa é sempre a melhor. Confio, sempre, que tudo corra a Portugal, como nos sonhos. Cristiano Ronaldo desequilibra e decide, Deco enche o campo e decide bem, Danny será figura porque "estas coisas (caso Nani) não acontecem por acaso", mas depois... acordo. Apesar de tudo é com Portugal que mais assumo a crença de adepto mas razão tem quem desconfia. Eu também desconfio, mas na hora (e horas antes, pois claro) desligo a parte racional do cérebro e "vamos ganhar isto tudo".

Bastaram dez minutos para a decepção. Costa do Marfim com linha de quatro logo no meio campo e Meireles, Deco e Pedro Mendes a jogar para trás. Fábio Coentrão ia tentando - é bastante atrevido e está confiante - mas decidia mal. Ia faltando bola no meio campo defensivo da Costa do Marfim, muito por culpa das decisões dos jogadores que como se pode ler aqui foram incutidas pelo técnico.

Pior do que isso - não haver bola que fosse perigosa para a equipa de Erickson - era o reverso da medalha. Como a ordem era jogar "pelo seguro", a bola rolava em zonas que em caso de perda da mesma seriam muito perigosas para Portugal. A equipa africana aproveitava e trazia o jogo para... o meio campo de Portugal.

De facto, foi como toda a gente viu: um tiro de Ronaldo ao poste e pouco mais que nada. Organização ofensiva nula, pressionar só com os olhos e um medo enorme disfarçado de cautela para "ganhar um ponto frente a um favorito".

Fica à vista o trabalho e entrosamento que se criou. Quando se está empatado, com o jogo bem difícil e os jogadores preferem tentar o toque de calcanhar, ou a jogada individual, em vez de segurarem a bola e por consequência o adversário, nota-se que ou há ordem má ou, pura e simplesmente, não há ordem.

Mais uma vez Queiroz estica a corda. Primeiro não era a doer e ninguém se podia aleijar, agora era o primeiro jogo não convinha arriscar frente a um favorito. Esticar até ao fim normalmente dá mau resultado, mas quem sou eu para dizer isso?

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo! Gosto dos teus textos!