quarta-feira, junho 2

Em época de gelados nada melhor que um Rol... de desculpas

A selecção deixou a Covilhã e voa agora rumo à África do Sul. Pena o voar ser mesmo literal e ajudado por um avião, é que, por agora, a equipa de todos nós ainda não saiu do chão e, para ajudar à festa, tropeça no novo ódio de estimação: a Jabulani. Entretanto, a pré-época dos clubes já vai mexendo e os puzzles vão se completando. Por agora, a ilusão e o bitaite são reis mas, mesmo assim, quem não quer saber?

Ontem a crítica foi unânime. A selecção esteve bem melhor que contra Cabo Verde, sendo mais eficaz e tendo outro empenho. Nada disto é mentira, se bem que pior do que contra Cabo Verde era impossível. Quanto a mim, continua-se a ver futebol de pouco nível mas o que mais me surpreende é a quantidade de desculpas que continuam, invariavelmente, a perseguir esta selecção. De tal forma que sou obrigado a pensar no que será quando já não houver margem de erro. Desde logo convém frisar que elas - as desculpas - surgem porque a selecção não convence, pois mesmo ganhando por 3-1 aos Camarões não apresenta futebol digno de Mundial.

Será então verdade e crível que Carlos Queiroz coloque os jogadores a voar na África do Sul, prontos para tudo e para enfrentar qualquer equipa e ambiente? Ou será que em certos momentos do jogo a equipa é inofensiva e contém jogadores que serão pesos mortos? A chegada ao estágio a conta-gotas, o calor, o não arriscar com medo de lesões, a ansiedade e agora... a bola, não terão lugar em caso de desaire. Que se gastem todas agora, porque quando for a doer... esta selecção terá de apresentar outro ritmo e outra vontade.

Conforme disse, há jogadores que me parecem pesos mortos. Eduardo, um deles, não me transmite confiança. Sempre me pareceu uma espécie de Ricardo e como tal parece-me não ter estofo para tal posição, a este nível. É certo que não temos melhor e daí, como já aqui o disse, compreender, respeitar e apoiar as escolhas do professor. Ainda assim, não é caso para disfarçar as nossas debilidades e Eduardo parece-me uma delas. Paulo Ferreira é outro caso. O que é feito do Paulo do Porto de Mourinho? Tudo, parece que, desaprendeu e agora a bola só atrapalha - será da Jabulani? Liedson, também não está ao nível que se espera de um avançado que renda numa competição deste género. Só lutar não chega e mais presença com bola - melhor decisão também - terá que aparecer.

O Campeonato do Mundo, como competição peculiar que é, até pode passar ao lado destes jogadores ou favorecê-los. Quem já viu Nuno Gomes a render nos Europeus sabe do que eu estou a falar e sabe muito bem também que a minha apreciação anterior vale o que vale, é uma questão de feeling. A juntar a isto tenho também a sensação que o professor, como bom português que se preze, vai apostar em Simão e Duda. Não vale a pena explicitar mais pois acho que todos sabem o que isto significará: Fábio e Nani de fora. Mas eu já vi tanta coisa que nada me admirará, Portugal passar ou não, chegar longe ou não, será, nada mais nada menos que, normal.

Magnetismo do bom

Afinal parece ser mesmo Villas Boas o escolhido. A carga mediática é já forte e os abutres já esperam pelas refeições. O cenário é, então, o ideal para alguém de ideias fortes ganhar e convencer. Se é a idade, o currículo ou a ilusão já não interessará por aí além, pois André tem o tal magnetismo e suscita a tal curiosidade que bem trabalhada provoca os balneários, treinos e jogo do adversário. Se será bem trabalhada ou não, não tenho meio de saber, mas indiferença não provoca... a ninguém.

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