quarta-feira, dezembro 3

Cliques

A poucas semanas do Natal, época em que alguns não comem as filhós, encontramos um Leixões em primeiro lugar, seguido de um Benfica menos atabalhoado que Sporting (3º) e Porto (5º). Que quer isto dizer, então?

Em primeiro lugar, tal como na classificação, há que dar os parabéns ao Leixões. Equipa aguerrida, organizada e com algum talento mas que em Março, talvez mais cedo, já não incomodará os grandes. Grandes esses que por agora se limitam a ver os matosinhenses onde eles gostariam de estar. E as razões para eles não estarem lá, quais são?

O Benfica, aquele que surge mais perto do topo, não do mundo mas de uma classificação nívelada por baixo em termos qualitativos, não tem ainda (será que vai ter?) estofo de campeão. Aqui a palavra de ordem será regularidade. Os encarnados teimam em não encontrar rumo definido que os leve a convencer os adeptos que poderão ser campeões. Quique teima em brincar às equipas e tem um modelo de jogo que talvez sirva para um Valência andar em 3º ou 4º na Liga espanhola, mas aqui onde a sua equipa tem que ser protagonista, onde tem que ter a bola a maior parte do tempo, onde está obrigada a ganhar sempre, simplesmente não convence. É certo e sabido que o Benfica, para ser campeão numa época que não seja a de 2004/2005 tem que jogar mais, até porque tem jogadores para isso. Suazo e Reyes destacam-se pela sua qualidade e quer queiramos quer não, o resto da equipa (Aimar incluido pelo seu estado fisico problemático) está a anos-luz dos mesmos.

O Sporting é a fotocópia de outros anos. Irregular como sempre, alterna minutos de um futebol de qualidade com momentos deprimentes de falta de ideias. Se na Liga vai dando para disfarçar, na Europa, assim como o resto dos clubes portugueses, se vêm as suas carências. No Benfica fala-se de um click, no Sporting ele falta há muitos anos e nem as lacunas do ano passado, teóricamente bem supridas vieram alterar esta maleita que persegue os de Alvalade há já muito tempo. Ganha, ganha, empata, ganha, perde, perde, ganha, empata... qualquer coisa deste género, se houver equipa regular, não chega para andar em primeiro.

A irregularidade é também tema no Dragão. A velocidade cruzeiro de outros anos ainda não foi atingida e o Porto está bastante parecido ao que existe nos parágrafos acima. Os dragões têm a desculpa de estar a reformular uma equipa, coisa que os seus rivais fazem quase todos os anos, mas o hábito de regularidade é grande para aqueles lados e ninguém se dá por contente com desculpas. A equipa quer-se forte e a perder poucos pontos, para ser ela a beneficiar da falta de estofo dos nossos adversários, coisa que ainda não aconteceu até agora. Ainda que o nível esteja a subir gradualmente, esperam-se mais testes de fogo para equipa de Jesualdo poder mostrar se tem estofo.

Quem terá o click que necessita? O Benfica do simpático Quique, do fervoroso benfiquista Rui Costa e das estrelas Suazo e Reyes? O Sporting do conflituoso Paulo Bento, do tão discutido losango e do artilheiro Liedson? ou o Porto do bi-campeão medroso Jesualdo, do triste Lucho e do guerreiro Lisandro?

Ás tantas ainda é o Leixões...

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