terça-feira, abril 26

O Batman e o Joker na Gotham City do futebol

A 'Champions' fora de campo já tem vencedor. Guardiola rendeu-se e entregou 'a bicicleta' a José Mourinho. O português continua a cultivar o estilo que o acompanhou desde que saiu do... Barça, para se tornar treinador principal, e que tão bons resultados lhe tem dado. Será mesmo assim? Teria de ser mesmo assim? Não faço ideia se Mourinho ganharia sem 'provocar', mas o que é certo é que há quem o faça e esse é Guardiola. Não mereceria ele a tal 'Champions' fora de campo?

Sempre assim foi e sempre será. Em 'equipa' que ganha não se mexe e José Mourinho continua fiel ao seu estilo. É, como Guardiola bem o afirma, o 'maior' dentro da sala de imprensa. Manipula, induz e provoca até deixar efeito. Conseguiu colocar toda a Espanha a falar dos árbitros, inclusive alguém que tão pouco fala deles. Guardiola não resistiu e os media 'puxaram para título'. E com isso Mourinho conseguiu o que tanto o fez batalhar (e batalhar, e batalhar).

Mas em 'vantagem' e 'jogando no seu campo' seria de esperar melhor por parte de José Mourinho. O 'terreno' que o português usa frequentemente para cavar, ou neste caso esbater, diferenças trouxe-lhe desta feita uma derrota assinalável. Sim José, os mind games não são mais que 'peanuts' para um Superclássico com estas características e Guardiola sabe-o bem.

Pena para José os golos não valerem na 'rueda de prensa', pois aí seria campeão incontestável como, muitas vezes o é, dentro de campo. Não houvesse um Barcelona deste calibre e não haveria sequer alguém que lhe fizesse sombra. Mas há, porque se o Homem-Aranha tem o Dr. Octopus, se o Capitão América tem o Caveira Vermelha e se até a Maggie dos Simpsons tem a bebé da 'monocelha', José Mourinho tem o Barcelona à pega.

A luta está para durar e coloca frente a frente as antíteses perfeitas. Tudo o que Mourinho defende e faz parece ser exactamente o contrário que o Barcelona tem defendido desde 2006. Mourinho é um camaleão do futebol. Tem vários estilos de jogo, passou por vários clubes e países. O Barça defende uma só identidade futebolística e com Pep é dentro de campo, essencialmente, que a demonstra. Com estes dois (Mourinho e Barça) as velhas discussões do futebol estarão sempre presentes: quem é o melhor, o que joga melhor? o que ganha? dá para ganhar mais vezes jogando 'bonito'? ser tremendamente eficaz é a maior garantia? E agora até na importância dos mind-games se desencontram.

Não terei dúvidas em afirmar que a luta entre estes dois 'estilos' trará muitos argumentos para os apoiantes das duas lógicas. Para já, parece evidente que as duas são (bem) válidas. O que será também de assinalar é a luta de um homem contra um clube e uma estrutura. E algo que seria inglório para qualquer um, só não o é porque falamos do melhor treinador da História do futebol. Mas até aqui a discussão não pára. Qual o mais importante? treinador ou estrutura?

Sei que as respostas certas andarão bem perto do 'misto entre os dois'. Mas é ou não é apaixonante este duelo?

P.S. Iniesta não joga a 1.ª mão no Bernabéu.

3 comentários:

André disse...

Atendendo ao exemplo do FCP (em Portugal) e outros grandes clubes europeus de outros países, diria que a estrutura é muito mais importante que o treinador. O treinador será só a extensão dessa estrutura.

Quanto ao Mourinho vs Guardiola e o que é mais válido, se jogar bonito ou jogar feio e ser mais eficaz, aí sim, julgo que ambas as lógicas são válidas..

Gonçalo disse...

Não há dúvida que estes embates são fantásticos. Isto, para mim, vai ficar para sempre. Hão-de passar muitos anos e as pessoas recordarão com saudade estas batalhas de Real e Barça. E isto só acontece devido às condições que o Marco aponta, quase que parece que estamos a falar de BD, onde os extremos se encontram e lutam entre si.

Tiago disse...

Excelente texto, mas voltando ao jogo, é este o maior espectáculo do Mundo? Com os 2 melhores jogadores do Mundo? bahhhhh...

Nunca gostei muito do estilo do Mourinho, nem do futebol que as suas equipas jogam, mas este Barça já enjoa. Não há ninguém (para além do deus Messi) que faça um rasgo, uma finta, nada...

Para mim, a antítese de "joga bonito"