E já lá vão 8 anos desde que alguém, em Castelo Branco, 'lutava' para ver o FC Porto jogar e desbravar mais uma página de glória do futebol portista e luso. Na altura, pouco mais de um ano antes, 'aterrou' na Invicta um senhor bem especial que fez rebentar as costuras da estrutura azul e branca. E de repente era possível. Era possível ler a crónica de A BOLA que informava da derrota contra o 'Pana' nas Antas e simplesmente acreditar. O quão lindo é isso? É, também simplesmente, meio caminho andado para a vitória.
Acreditar! Esse belo sentimento - no top dos mais belos - que só se consegue quando há demasiada certeza. E para a ter muitas das vezes é como descobrir a pólvora e recitar o que toda a gente já sabe. Mas não foi assim em 2003. Alguém, antes de todo o portista que chorou com o golo de Derlei no prolongamento de Sevilha, já acreditava. Sim, esse mesmo, que hoje diz que o Porto é forte de mais para a Liga Europa.
E que razão tem ele! Afinal, mais do que ninguém, sabe sentir quando algo especial está no lugar certo e desta vez, ao contrário de 2003 e 2004, alguém está no SEU lugar.
Obviamente nem é preciso dizer o nome. Ele vibra como um adepto, ele conhece a estrutura azul e as fissuras adversárias como ninguém. Estudou-as, em grande parte, como um de nós, mas o 'football lunatic' tem algo mais. Tem uma maneira própria de ver as coisas - uma ideologia, se quisermos - mas pinta cada palavra, gesto e atitude de azul e branco. E não gostar disso torna-se impossível para qualquer portista.
E sim, o Porto 'normal', que se acomodou dentro das costuras depois do sucesso, jogava em 4-3-3 como este joga. Chegou a jogar à 'la Rijkaard e Paulo Futre' em 3-4-3. Essa era a linha de quem o poderia manter na rota do sucesso caseiro que é - mais uma vez - o normal entre os Dragões. Sim, esse normal que muitos sonhariam ter. O 'anormal' é pintar de azul e branco a Europa. É ultrapassar o Sevilha como se calou a arrogância francesa do Lens, é derreter o gelo russo como se 'remontou' a desvantagem num inferno grego.
E cá está de novo. 8 anos volvidos e está cá de novo. Graças à precocidade de uma equipa demasiado adulta para a sua idade, graças ao controle de jogo absolutamente imperial em qualquer campo. E muito lutou André para isso. Hoje o Porto é a equipa que ele apregoou e numa competição pintada de vermelho e verde há que puxar dos galões e traçar-lhe o destino. Falta desbotar o submarino amarelo como quem atropelou o azul celeste de Roma para depois chorar de alegria em Dublin. Sim, esse é o nosso destino.
P.S. Parabéns também ao Braga e ao Benfica pela excelente 'anormalidade' que são estas meias-finais. Simplesmente excelente!
4 comentários:
simplesmente excelente esta prosa
Eu acredito! Sinto aquela energia que senti qt tinha a certeza que o golo do costinha ía aparecer....
Carlos, thanks =)
Jamsilva, é essa energia mesmo!
O "destino" é aquele que os soares dias desta vida traçam, irra, é demais, sempre, sempre, sempre com a mão da apaf é demais
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