quinta-feira, outubro 17

O Império contra-ataca... pouco (mas marca muito)


A pouco menos de um dia para o embate que promete fazer os seguidores da Serie A largarem tudo, analisar a imaculada campanha de um dos seus intervenientes em nada será descabido. Isto porque os seus números estão a impressionar e a despertar uma enorme curiosidade na Europa do futebol. Na próxima sexta-feira estarão frente a frente a AS Roma e o Nápoles (primeiro e segundo classificados) mas as atenções estão centradas nos romanos, que, desde que começou a época, contam por vitórias todos os jogos realizados conseguindo um fantástico 'goal-average' de 20-1.

E podia até acontecer que está série vitoriosa da equipa de Rudi Garcia fosse algo parecido com uma enorme coincidência, não fosse o facto de os giallorossi já terem vencido equipas como o Parma, Sampdoria e Inter (fora de casa, 1-3, 0-2 e 0-3) e Lazio e Bolonha (no Olímpico de Roma, 2-0 e 5-0). A já referida vitória contra a Internazionale foi a cereja no topo do bolo, até porque comprovou que estes romanos são bem maleáveis e, até ver, inquebráveis.

Não são adjectivos muito usados para descrever equipas de futebol, é certo. Mas talvez não se usem assim tanto porque poucas equipas conseguem um rendimento tão alto utilizando recursos que podem ser considerados antagónicos. É que a esta Roma tanto se lhe dá defender mais abaixo, ou mais acima, ter a bola ou não a ter, que o rendimento é o mesmo. Equilíbrio é a palavra de ordem e o futebol atacante que os 20 golos marcados apregoam é conseguido por uma excelente envolvência de quase todas as unidades no ataque. Assim, nos momentos que os romanos não têm bola (que até são em percentagem elevada para o que os números sugerem), o critério italiano está lá e permite-lhes segurar adversários mais 'nervosos' e intensos (como o Inter por exemplo).

Mas é no ataque que esta Roma se distingue do estereótipo criado, há muito, pelo Calcio. A posse é feita lentamente para afastar as probabilidades de erro e a sua qualidade e visão é garantida pelo eterno Totti e pelo bósnio Pjanic. Com a descida de Francesco Totti até ao meio-campo (é utilizado por Rudi Garcia como falso 9) a abertura desse espaço é usado pelas diagonais de um dos dois alas: Gervinho ou Florenzi (Ljacic também entra nestas contas e entra para 'abanar' os jogos).

No entanto, esta dinâmica não teria metade do rendimento sem o excelente uso que a AS Roma faz de uma posição que é levada pouco em conta pelos adeptos. São os laterais (Maicon e Balzarretti) que desbloqueiam o que muitas vezes está preso a movimentações que já começam a ser evidentes aos olhos dos 'allenatores' adversários. Com a sua subida os 'cadeados' abrem e deixam espaço para as chegadas de Pjanic e para as já referidas entradas de Gervinho e Florenzi, sempre com o maestro Totti e guiar a orquestra, com De Rossi e Castan, ou Strootman, a vigiar as possíveis, e raras, transições.

A formação romana é por isso, e sem qualquer dúvida, completíssima porque garante um desdobramento eficaz que tem sido inquebrável, já que a equipa trata a bola de maneira a que o jogo 'nunca' (consideração obviamente relativa) parta. Assim apanhar os giallorossi desprevenidos tem sido impossível para adversários que depois são batidos pela grande diferença que faz utilizar-se (bem) os laterais, e as restantes unidades de ataque, na manobra ofensiva.

Estas são as chaves do novo 'Império Romano' que enfrenta esta sexta-feira duro teste ao seu recente domínio. A dois pontos, o Nápoles de Rafa Benítez está à espreita e por isso a legião vai fazer tudo para o que o Olímpico continue invicto. As reais chances da surpresa romana podem muito bem estar neste duelo, até porque sem competições europeias pela frente o scudetto pode vir a ser um sonho bem real.

Sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AS Roma-Nápoles, 19.45h Sport-TV1


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3 comentários:

LDP disse...

É uma Roma efectivamente muito interessante, mas por exemplo Bolonha e Sampdoria são penultimo e antepenultimo respectivamente e nenhuma ganhou ainda um unico jogo nesta época.

Contra o Inter marcaram o 0-2 que deitou por terra os milaneses imediatamente antes do intervalo com...um penalty cometido fora da área.

A particularidade da Roma está no facto de jogar sem ponta de lança. Borriello entra ás vezes para desbloquear (mais do que o centrocampista Ljalic), e Destro ainda nem se estreou.

Uma pequena imprecisão, Marco: o muro central a meio campo é só mesmo De Rossi e Strootman (grandíssimo jogador), já que Castan faz dupla de centrais com Benatia.

Marco Morais disse...

Obrigado LDP =)

Tasqueiro Ultra-Copos disse...

não é por nada mas parece-me que o Jesus apresentou a carta de demissão, diz que o campeonato e taça são os objectivos e manda a equipa B para Cinfães e ainda por cima de comboio??