quinta-feira, maio 7

Miraculé

Mesmo estando longe de serem um hino ao futebol, os dois jogos da meia-final que opunha o FC Barcelona ao Chelsea FC merecem o meu comentário.

Duas das melhores equipas da Europa, que até a esta meia-final não andavam muito longe uma da outra em termos de intenção positiva do jogo, ofereceram-nos dois jogos completamente distintos.

Foi, para mim, uma surpresa que o Chelsea se apresentasse tão retraído em Camp Nou. Não esperava um Chelsea dominador, mas sim um Chelsea que aproveitasse a pouca bola que o Barça deixa para jogar, de melhor maneira. Não o conseguiu, mas foi visivel nos primeiros minutos que levava essa intenção na bagagem. Aproveitar a transição defesa-ataque era um dos pontos no plano de jogo de Hiddink, mas a equipa foi-se retraindo com medo do gigante Adamastor e a pouco e pouco descurando e desprezando a bola. O autocarro era ideia de Hiddink, não estou contra isso, mas somente sem bola. Encurtar o espaço entre o meio-campo e a defesa para limitar o talento do tridente HEM do Barça era chave, assim como também o era aproveitar a transição. Não o conseguiram, foi pena para o jogo.

Em Londres, o plano não mudou muito mas o ambiente era outro. O 0-0 de Barcelona trazia a obrigação de marcar e o medo teria de ficar em casa. Sem ele, o Chelsea agigantou-se e foi agora mais eficaz também com bola, metendo o
futbol control do Barça no bolso. De facto, a intenção de ataque dos blues foi tanta que criaram vários lances polémicos de possíveis penaltyes.

Assim, só houve um interveniente do jogo com medo, o árbitro da partida, que tería de marcar (pelo menos) a mão de Piqué.

O Barça que não teve nada a ver com esta ajuda, beneficia ao minuto 90+2 de um lance magistral de outro dos seus génios. No primeiro remate
à baliza de Cech, Iniesta faz o 1-1 e festeja como uma correria que entra para a história blaugrana.

É um finalista épico, que merece estar na final, como, de resto, mereceria o Chelsea. O único interveniente que não merecia estar na partida é norueguês e percebe pouco de bola para estar num patamar que merece gente com outro calibre.

Não transportarei aqui, nem vou comparar esta arbitragem com o que se passa em Portugal como fiz na caixa de comentários do post abaixo. Como tenho por aqui apregoado o melhor indicador é o futebol seja ele defensivo, atacante ou de pontapé para a frente. Acho que não errarei ao dizer que o Chelsea merecia mais que o Barcelona, mas quiseram os deuses da fortuna que fossem os culés a estar em Roma.

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