terça-feira, outubro 23

Luis Duque

Ao despesimo injustificado de 2000-01 seguiu-se o despesismo (justificado) de 2011-12. Um livro de cheques e uma vassoura foram-lhe entregues. Não resistiu a desastrosos resultados financeiros (que colocaram o cirurgião à beira de um colapso nervoso) e que, sejamos claros, colocam, o Sporting "as we know it" em vias de desaparecer. O anseio dos sportinguistas que lutam "against modern football" e contra os "croquetes" pode vir a tornar-se realidade mais cedo do que parece. Nesta fase, e digo sem qualquer problema, não ficaria surpreendido com a insolvência do Sporting, SAD e respectivo recomeço do Sporting Clube de Portugal na III Divisão Nacional ou nos Distritais.

Se em relação à qualidade do plantel era urgente fazer qualquer coisa depois da péssima gestão de Bettencourt, Duque teve a infelicidade de não encontrar correspondência com resultados desportivos. As boas carreiras na Taça UEFA e Taça de Portugal não se traduziram em títulos e no campeonato, mau grado o bom arranque e a boa ponta final não chegaram para colocar o clube pelo menos na Liga dos Campeões. Os 4 mano a mano com Benfica (derrota na Luz e vitória em Alvalade) e Porto (derrota no Dragão e empate em Alvalade) mostraram que o Sporting tinha mais qualidade colectiva do que a classificação deixou transparecer.

Os treinadores escolhidos não foram os mais adequados pela inexperiência que ambos apresentavam e pela falta de capacidade de liderança que desde Paulo Bento não se vê num treinador em Alvalade. Os dirigentes da SAD  - e do Clube - não formam uma equipa. Aquilo é uma manta de retalhos, resultante da fusão de personagens e listas antagónicas mas que numa ambição doente pelo poder, formaram uma lista. Como é possível um director geral da SAD conviver com um director desportivo pelo qual é público que nutria um ódio de estimação (visível em posts da internet que toda a gente com memória ainda tem presente)?

Luis Duque sai porque em determinados momentos não teve sorte. Sai porque o Sporting não tem a nível directivo uma verdadeira equipa. Sai porque o salto qualitativo que deu não é compatível com um clube cuja estrutura de custos está de tal forma descontrolada que impede qualquer projecto credível. Sai porque, sejamos intelectualmente honestos, a ideia e projecto apresentados eram bons mas por todas as circunstâncias não teve sucesso. Duque sai porque, como administrador da SAD é o responsável máximo pelo sucedido.

3 comentários:

Marco Morais disse...

Muito bom post, Miguel =)

J. disse...

Exactamente Miguel.

Luis Duque foi para mim a grande decepção deste Sporting.
O Godinho não tinha que perceber de futebol, o Freitas acho ainda fez bom trabalho em Alvalade, agora o Duque?
Sempre demasiado escondido, quase nunca dando a cara por nada ou ninguém, afinal de contas estava lá para quê?

Anónimo disse...

Este SCP, fora das quatro linhas, cedo mostrou que tinha (?) um rumo bastante dúbio.

A animosidade contra o SLB (uma coisa é rivalidade, outra é aquilo que aconteceu na Luz), a complacência para com o FCP, a figura de PPC, o despede treinadores, o vazio incompreensível agora, queimando o Oceano, alguns problemas com jogadores (Carriço, Adrien, o americano), as idas à China e à Índia, os investidores. Enfim, o desnorte total.