terça-feira, outubro 30

A vantagem como soporífero

É absolutamente engraçado quando a falta de constância é uma constante. Engraçado para os trocadilhos, para os leitores e escritores, mas não para quem sofre do mal referido. Já vai longe a análise ao FC Porto desde que Vítor Pereira lhe tomou o leme. É costume atribuir-se ao treinador a responsabilidade pelo comportamento da equipa. É um costume certo, esse, mas que não encontra grande paralelo no futebol dos dragões. É que os bons momentos de futebol oscilam com um adormecimento invulgar. A pressão oscila com a contenção e no meio de tudo não se percebe bem qual é a palavra de ordem. Quando confrontado, o técnico espinhense ou não sabe, ou se irrita ou dá a responsabilidade aos jogadores mais experientes enquanto que a tira aos jogadores mais novos (James, Atsu). Já eu, só queria perceber porque é o Porto só joga futebol quando o resultado não lhe convém.

Os dragões foram, neste último domingo, a um campo apelidado de 'maldito' encontrar uma equipa orientada por um dos novos treinadores da moda. Marco Silva é novo, tem facilidade de discurso e não fala de árbitros nem antes nem depois do jogo, o que chamou de sobremaneira a atenção da comunicação social. Não conhecendo o Estoril, olhei o jogo com o interesse adicional de seguir o 'modelo' de jogo do seu treinador. Pensei que sendo ele da 'nova geração' talvez as ideias seriam também novas, e sendo este um jogo contra um grande, que melhor oportunidade para elas serem testadas?

Antes do jogo, Marco Silva havia chamado a minha atenção pelo elogio frequente na imprensa e pela 'flash' depois do jogo com o Sporting. A frase 'não comento arbitragens' é boa e é um método a seguir. Oceano, por exemplo, também o usa e por isso tem um ponto em comum com o jovem timoneiro dos canarinhos. Outra coisa em comum entre os dois é o facto de passarem o jogo a 'barafustar' com o árbitro, o que revela pelo menos uma pontinha (isto para ser simpático) de hipocrisia. Essa foi obviamente a primeira coisa que reparei no treinador do Estoril.

Mas isto, por si só, nunca seria motivo de texto, nem parágrafo, algum. A hipocrisia é tão recorrente no futebol que já nem se repara nela. O que realmente me entristece é olhar para o jogo do Estoril contra o Porto e não ver uma única (!) jogada com pés e cabeça. Vi, sim, todos os jogadores atrás da linha da bola a defenderem como guerreiros. Uma 'ocupação de espaços' também ela muita querida da nossa imprensa, mas que em mim não provoca efeito algum de satisfação. Qual é a lógica de se dizer que a equipa ocupa bem os espaços quando defende com todos os homens? Estão lá todos! Que espaço há para não ocupar? Depois quando se ganha a bola que hipótese há de encontrar alguém para definir rumo à jogada?

Marco Silva, de novo não traz nada. É, quando muito, um treinador da 'velha guarda', ou então um treinador da moda... vintage.

Já o FC Porto fez o que lhe competia. Foi talvez dos jogos, em campos reduzidos contra equipas fechadas, que melhor vi fazer aos dragões de Vítor Pereira. Nessas condições a 'mosca tsé tsé' picou sempre aos dragões, mas desta vez os jogadores entraram a todo o gás na Amoreira. Os campeões nacionais não contavam era com o golo madrugador do Estoril, numa das únicas descidas dos canarinhos. Teria de ser num livre, ou num canto, pois jogadas dignas desse nome não contei uma ao Estoril-Praia. A desvantagem é algo normal em futebol e a este Porto até lhe dá jeito. Não deixa dormir e mantém os jogadores focados no objectivo. O golo madrugador do Estoril deu jeito a um Porto que no decorrer de todo o jogo teve boas situações para marcar. Os dragões viraram o jogo a meia-hora do final quebrando a resistência de uma equipa que teve o tempo todo dependente de duas jogadas mais acertadas dos azuis e brancos. Depois... depois, a sonolência. Por parte do FC Porto já se sabe o que contar com as vantagens. Contenção, mais contenção, toque para o lado, mais toque para o lado: frete total. Para animar a contenda, Vítor Pereira puxa ainda de um central para se bater contra um Estoril que nem dois passes seguidos conseguia fazer.

Já é recorrente. Tudo bem feito em desvantagem, tudo mal feito em vantagem. Pegue-se, por exemplo, no jogo contra o Dínamo Kiev. Vantagem, empate, vantagem, empate, vantagem. A  falta de constância é uma constante deste Porto. Até nas declarações do seu técnico, até nas suas ideias para dentro do campo. Ao jogador experiente nada diz porque ele sabe tudo, ao jogador jovem tudo corrige porque ele (imagino eu) não sabe nada. A equipa pressiona em desvantagem, mas contém com vantagem. Em desvantagem, a equipa circula no campo todo, mas, quando na frente do marcador, toca para o lado com imensa displicência. De onde vem isto? Se vem de Vítor Pereira nem ele parece saber, mas que é ele o responsável, disso, não tenhamos dúvidas.

O sportinguismo não morreu!

Partindo de um fantástico comentário do JN S no post anteior, é exactamente esse o sentimento que eu tenho. Somos de uma geração em que ser sportinguista não foi/não é nada fácil. Mas, de facto, apesar dos resultados serem praticamente os mesmos do final da década de 80/início de 90, já não temos as mesmas referências, o clube descaracterizou-se, perdeu identidade, tendo em conta que o futebol é fundamental, é vital para o Sporting e dele dependem, inclusive, as restantes modalidades.

Ainda assim, temos uma massa adepta enorme e o Sporting continua a ser um clube apetecível. Veja-se nas últimas eleições com 5 candidatos. E se houvesse eleições agora, tenho a sensação que teríamos uns 10 candidatos. Como é que isto se explica? Pelo simples facto de que o sofrimento, longe de separar, é um vínculo a mais. A indignação dos sportinguistas com o actual estado do clube só demonstra que o amor pelo clube não diminuiu, muito pelo contrário.

Precisamos pois de pegar nessa cólera e transformá-la em algo positivo para o clube, que o faça entrar nos eixos e que volte a fazer sentido o lema do clube que, como bem sabemos, é “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”.

O caminho do Sporting só pode ser um: apostar definitivamente na formação. Temos uma das melhores escolas do mundo e essa devia ser a base da nossa equipa principal. Se temos a melhor Academia do país, se essa é a nossa vantagem sobre os rivais, porquê insistir em contratar dezenas de jogadores, a maioria deles com um conhecimento quase nulo do clube e da sua realidade? Claro que criar uma base com jogadores formados no clube obrigará a mais paciência, a mais algumas épocas a penar em termos de títulos até a equipa se consolidar.

Mas aí os sportinguistas saberão com que contar e serão necessariamente mais compreensivos porque o clube estará a ir ao encontro da sua identidade e mais perto de títulos, que são muito mais fáceis de conquistar se o caminho estiver traçado e for seguido, sem desvios.

segunda-feira, outubro 29

O sportinguismo morreu...

... venha a travessia no deserto e a competência que é o que mais precisamos agora. Não me venham com histórias de símbolos e exemplos de sportinguismo e falar em mística e não sei mais o quê.

E, por favor, que se calem os Dias Ferreira's, Eduardos Barroso's que por aí andam. Já estou farto de quem opina em Alvalade gratuitamente, sem nunca ter demonstrado capacidade para fazer melhor. Estou cansado destas gentes.

O que o Sporting precisa não é de heróis ou de porta estandartes. O Sporting precisa de pessoas que saibam liderar, que tenham competências para o fazer e, sobretudo, que tenham tomates para saber viver com a contestação do insucesso, confiantes que o bom trabalho dará sempre bons frutos no futuro.

Projectos de ano e meio que se desmoronam com as primeiras derrotas é sinal de uma fraqueza tão grande... Sinceramente, já nem me chateiam estas derrotas, empates, exibições. Já há muito tempo que ando preocupado com outras coisas no meu Sporting!!!

O Benfica está diferente.

Posso dizer que a exibição do Benfica, no jogo de sábado foi, para mim, a melhor da época. Vi, finalmente, uma equipa competitiva (apesar da boa classificação, o Gil Vicente é uma equipa medíocre), rigorosa, séria, concentrada, motivada e, até, com bons momentos de futebol.

Atitude não faltou aos comandados de Jesus. A entrada de Lima (4 golos a par de Cardozo e Rodrigo), após centro perfeito de Maxi não me descansou por si só. O que me descansou foram os 15 minutos seguintes: a equipa não desceu, não se desinteressou do jogo e mostrou a atitude certa de quem queria ganhar o jogo.

A primeira parte foi muito boa. O Gil Vicente nem sequer rematava e a equipa "encarnada" manteve o ritmo elevado durante todos os minutos. Os jogadores apareceram em Barcelos para derrotar o adversário e vi um conjunto humilde e unido - felizmente, pois não tinha gostado nada do que tinha visto no último jogo.

Luisinho fez o segundo numa jogada perfeita e simples. O lateral fez uma boa exibição que nem as palavras desajeitadas de Jesus desmentem. Longe do brilhantismo de Coentrão, Luisinho desequilibrou mais do que Melgarejo pelo simples facto de que lhe é natural toda a movimentação, quer defensiva, quer ofensiva, naquela posição. Aproveitou bem a oportunidade e há que dar continuidade à mesma - foi também este o entendimento que fiz das palavras de Jesus.

O jogador que mais uma vez me encantou foi Enzo Pérez. Só de pensar que escrevi aqui, neste blogue, que o argentino nunca mais deveria vestir a camisola do Benfica... felizmente ficou e tem sido, a par de Lima, Sálvio e Garay, um dos melhores elementos. Tem classe, raramente falha um passe (e de ruptura, não é para o lado) e funciona muitas vezes como o motor da equipa. Foi pena ter ido para a rua, numa situação que era evitável por parte do árbitro - o argentino fez duas faltas e levou dois amarelos, sendo que apenas o segundo me pareceu correcto (no jogo do FCP de ontem, Fernando fez 5 ou 6 faltas para amarelo e levou apenas um).

Entretanto, André Gomes surge na equipa principal e convence a crítica. De facto, o jovem "encarnado" fez uma boa exibição, coroada com um golo e um abraço aos adeptos. Tem personalidade e, parece-me, capacidade mais do que suficiente para ser uma presença constante nos convocados de Jesus.

Defensivamente a equipa esteve muito bem. Não deu, pura e simplesmente, quaisquer hipóteses aos gilistas que tiveram apenas uma oportunidade de golo em 90 minutos. Ofensivamente, houve eficácia (Lima e Cardozo podiam ter marcado mais dois).

No ano passado, e até este ano, notava-se um grande desequilíbrio no meio-campo da equipa, que possibilitava a qualquer equipa fazer 10 remates por jogo à baliza de Artur. No jogo de sábado, tal não aconteceu e vi, agora sim, a equipa a controlar o adversário e o resultado com eficácia, protegendo-se de um desgaste desnecessário.

Posto tudo isto, foi uma vitória que me deu outro alento enquanto adepto do Benfica. A equipa mostrou maturidade (apesar das muitas ausências) e um profissionalismo que já não via há muito tempo.

Esperemos que este seja o novo Benfica.

sábado, outubro 27

Eleições no Benfica

O Benfiquistas votaram! LFV ganhou de forma esmagadora. Em democracia, tem que se aceitar os resultados.
Sabia que Vieria ia ganhar, mas a percentagem é uma surpresa completa, apostava numa margem de 50 a 60%, numa votação um pouco mais alta para o Rangel e numa mais forte abstenção. Assim não foi.
O discurso de vitória de Vieira foi vergonhoso e mesquinho. Indigno!
Vêm aí mais 4 anos de desculpas e mais desculpas, de aumento do passivo, de falta de títulos, de derrotas, humilhações, de pura mentira.
Ah, e tenho o feeling que os direito Tv vão para a Sporttv, ao contrário do que se prometeu.
É este o Benfica que 83% dos sócios pretendem.
Não o meu!


Actualização:
O respeito do presidente pelos benfiquistas: para ver aqui
 

quinta-feira, outubro 25

Macabro

Quando um gajo está na fossa, até os cães lhe mijam em cima... é a melhor explicação que tenho para mais uma derrota, agora frente ao Genk (!). A diferença de qualidade entre ambas as equipas ficou bem expressa no jogo, mas os belgas sairam vitoriosos. Derrota macabra, à falta de melhor adjectivo.

As respostas de Rangel ao Sector B32

1ª Qual o perfil que traçou para director desportivo, nomeadamente se é alguém vindo directamente do mundo do futebl (ex-jogador) ou alguém conhecedor do mercado e do balneário?
"- O director-desportivo do Benfica vai continuar a ser o Rui Costa, mas, desta vez, com poderes recuperados. E mais, posso garantir, que terá o seu gabinete ao lado do meu e deixará de estar exilado num andar acima dos escritórios da SAD, como actualmente acontece. E verá o seu mandato de administrador da SAD renovado, com participação em todas as reuniões do Conselho de Administração. E jamais tolerarei que se proceda a reuniões da SAD sem a sua presença, o que actualmente acontece com muita frequência."
2ª De que forma pretende reintroduzir a influência do Benfica no movimento associativo, e já agora se apoia as actuais estruturas dirigentes da Liga e FPF?
"- Um dos meus vice-presidentes da minha lista, o doutor Cunha Leal, é um profundo conhecedor desses meios e já teve a oportunidade de explicar que o Benfica tem de ter presença nos orgãos que regem o futebol português. Ele conhece o futebol por dentro e saberá encontrar a forma de reforçar o papel do Benfica no contexto do futebol português. Ele sabe porque é que o Benfica perdeu influência, nos últimos anos e sabe como a recuperará."
3ª Qual é em concreto o caminho que pretende seguir na questão dos direitos televisivos, e se admite a sporttv como parceiro preferencial?
"- Não leve a mal que não seja muito exaustivo nesta resposta, mas anteriormente já respondi a esta pergunta de uma forma que me parece muito clara. A Olivedesportos não é o parceiro que pretendo para o Benfica no âmbito dos direitos televisivos. "
 
Nota: o projecto dos direitos televisivos foi alvo de um comunicado da candidatura
 
Publicado na página oficial do Facebook do candidato Rui Rangel

Isto não é bom, isto é muito bom.

«O Benfica tem hoje um projeto que é 3+1+50, nos próximos quatro anos. Tem de ganhar três campeonatos nacionais, ir a uma final da Liga dos Campeões ou de uma prova europeia e ganhar 50 campeonatos nas modalidades. E tem as linhas até onde pode chegar. No futebol estamos a fazer tudo para assegurar que os jovens não vão sair, para que exista uma identificação com a massa associativa», afirmou Vieira em entrevista a «A BOLA TV».

quarta-feira, outubro 24

A cartada final.

O Benfica não vai renovar com a Olivedesportos, garante Luís Filipe Vieira. Penso que com esta decisão, e anunciada desta forma, o actual presidente do Benfica acabou de garantir a vitória nas eleições de sexta-feira. Rui Santos bem avisou, há seis meses atrás.

Para os benfiquistas e para o Clube, esta é uma excelente notícia.

O Benfica Europeu de Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus.

2012/13
Spartak Mocovo 2-1 Benfica 
Benfica 0-2 Barcelona
Celtic 0-0 Benfica

2011/12
Chelsea 2-1 Benfica
Benfica 0-1 Chelsea
Benfica 2-0 Zenit
Zenit 3-2 Benfica
Benfica 1-0 FC Otelul 
Man. United 2-2 Benfica
Benfica 1-1 FC Basel
FC Basel 0-2 Benfica
FC Otelul 0-1 Benfica
Benfica 1-1 Man. United

20120/11

Benfica 1-2 FC Schalke 04
Hapoel Tel Aviv 3-0 Benfica
Benfica 4-3 Lyon
Lyon 2-0 Benfica
FC Schalke 04 2-0 Benfica
Benfica 2-0 Hapoel Tel Aviv

Equipas de nível 1
Barcelona
1 jogo, 1 derrota (0-2)

Equipas de nível 2
Chelsea; Manchester United
4 jogos, 2 empates, 2 derrotas (4-6)

Equipas de nível 3
Lyon; Shalke 04; Celtic
5 jogos, 1 vitória, 1 empate, 3 derrotas (5-9)

Equipas de nível 4
Zenit; Spartak Moscovo
3 jogos, 1 vitória, 2 derrotas (5-5)

Equipas de nível 5
Basel
2 jogos, 1 vitória, 1 empate (3-1)

Equipas de nível 6
Hapoel; Otelul
4 jogos, 3 vitórias, 1 derrota (4-3) 

19 jogos, 6 vitórias, 4 empates, 9 derrotas (21-26)

Algumas conclusões:

- Em 6 jogos contra equipas pouco mais do que miseráveis fizemos 4 das 6 vitórias em 19 jogos.
- Quando saímos da zona de adversários fracos (em resultados, em história) temos 2 vitórias em 13 jogos.
- Em 10 jogos temos apenas 2 vitórias fora, contra as equipas mais fracas.
- Apenas por uma vez vencemos um adversário directo na fase de grupos (Lyon, em casa, 4-3).
- Nos níveis em que podíamos e devíamos marcar posição temos 2 vitórias em 12 jogos.

Depois de ouvir e ler as declarações do treinador do Benfica sobre o jogo de ontem (disse que jogámos bem, que o empate era o resultado justo), tudo isto faz sentido. É pensar pequenino. É pensar em enganar os tolinhos. Ou melhor: é não pensar.

O novo treinador...


... jogador da mítica selecção belga de 86, que tinha Scifo, Ceulemans, Claesen, Pfaff, Van der Elst. Boas recordações!

Sporting nos dias de hoje


Gostava de saber para onde posso enviar o meu cv. Hoje em dia qualquer um pode ser director naquela SAD.

Adenda: Não quero ainda acreditar que um ex-Genk e ex-Al Jazira possa ser o novo treinador.

terça-feira, outubro 23

Spartak-Benfica 2-1.

Embaraçantes estes primeiros 45 minutos, em Moscovo. Nada que me surpreenda. A equipa é um zero absoluto, que vive das correrias loucas de Sálvio, Rodrigo e César. E dos golos de Lima.

Jesus é um incompetente e o Benfica não pode ser subjugado por uma equipa que, é boa, mas inferior à nossa.

Pede-se uma equipa de futebol na segunda parte.

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É que nem vou comentar. Hoje, pela primeira vez em muitos anos, senti que os jogadores estão a jogar sozinhos. Vamos ver nos próximos jogos se é só impressão minha.

Em busca dos carneiros selvagens

É contrangedor o estado do país futebolístico. A corrida (da lebre e da tartaruga) à presidência do Benfica, o pesadelo directivo (mais um!) do Sporting e o sucesso regimentalista do FC Porto e SC Braga, comprovam-no. Todas as direcções querem uma hegemonia bastando-lhes para isso conseguir algum sucesso desportivo. Assim que o conseguem, por estas alturas casos de SC Braga e FC Porto, a maioria das vozes descansa e deixa trabalhar 'quem sabe'. A pluralidade acaba-se e começa o regime. Os clubes da Segunda Circular querem exactamente o mesmo. Investem numa vitória que cale as vozes da contestação, para gerirem a seu bel-prazer, mudar estatutos e criar o tal... regime.

Poderá parecer estranho, colocar exemplos desportivos de gestão no mesmo saco com 'projectos' de exemplos desportivos de gestão. É desses projectos que, por exemplo, sofre o Sporting. Não é segredo para ninguém que o clube está entregue, há mais de 20 anos, a pessoas que não percebem o que é o futebol. O estatuto de grande clube, a sua grandeza e a exigência dos seus adeptos, foi-lhe permitindo mascarar isso com alguns troféus e outras tantas carreiras interessantes na Europa. Mas a regularidade dos mesmos não satisfaz e o mau-estar é bem evidente. Anda-se sobre brasas no Sporting, mas nunca se escolhe ninguém com calçado apropriado para caminhar sobre elas.

Neste período todas as direcções foram uma real anedota. Umas focaram-se naquilo que pensavam que percebiam - o domínio económico -, outras, não percebendo de nada, focaram-se nos sucessos dos adversários. Mas nunca nenhuma se focou realmente em melhorar o clube de maneira a que se pudesse evitar esta atroz regularidade e mostra de incompetência.

E alternativas? perguntam os sportinguistas. Esse é outro flagelo que assola não só o Sporting, como os outros clubes que apontei no parágrafo inicial. É que se nuns o sucesso desportivo apaga do mapa as novas ideias, noutros o insucesso é o único argumento. O que nunca aparece é plano coerente para o sucesso...

Veja-se o caso da alternativa que aparece à actual direcção do SL Benfica. Rangel é o seu nome mas a sua palavra de ordem é: Vieira! E o que tem Vieira? Tem dois campeonatos ganhos e algumas carreiras interessantes na Europa. Não tivesse isso e o 'crescimento da marca Benfica' ou a renovação das Casas do Benfica valer-lhe-ia de pouco. Mas Luís Filipe Vieira conseguiu algo desportivamente e com essas vitórias conseguiu também um pouco da hegemonia de que gozam Pinto da Costa e António Salvador. A tal que deixa a pluralidade de ideias, no FC Porto e SC Braga, reduzidas a cinzas.

O futebol, como o País, está entregue às massas que adormeceram. Manobrados como fantoches, iludidos por uma ou outra questão, os carneiros domesticados mantêm todos os sistemas de eleitorado na estagnação. Repare-se como nos clubes portugueses poucas coisas são ofensivas. No Sporting existem estatutos que permitem à 'mesma' direcção (digam lá, não é a mesma?) ganhar mandatos consecutivos. No Benfica um presidente que foi tudo menos um sócio fiel é... presidente, altera estatutos para outros como ele não se poderem candidatar e escusa-se a um debate num canal de televisão que não deu um segundo sequer ao seu adversário! E sim, o presidente do FC Porto recebeu árbitros em casa.

Quem é que permite estas coisas? Eu chamar-lhes-ia carneirinhos, que por mais que estrabuchem não deixarão de ser domesticados. Não se tenha dúvidas que a consciência geral do País é a mesma de um animal domesticado. Pode ter os seus acessos de liberdade mas no fim acaba sempre mansinho. E só tem que entristecer, porque todos estes casos não teriam lugar num País que não vendesse os seus valores por meia duzia de tostões.

Luis Duque

Ao despesimo injustificado de 2000-01 seguiu-se o despesismo (justificado) de 2011-12. Um livro de cheques e uma vassoura foram-lhe entregues. Não resistiu a desastrosos resultados financeiros (que colocaram o cirurgião à beira de um colapso nervoso) e que, sejamos claros, colocam, o Sporting "as we know it" em vias de desaparecer. O anseio dos sportinguistas que lutam "against modern football" e contra os "croquetes" pode vir a tornar-se realidade mais cedo do que parece. Nesta fase, e digo sem qualquer problema, não ficaria surpreendido com a insolvência do Sporting, SAD e respectivo recomeço do Sporting Clube de Portugal na III Divisão Nacional ou nos Distritais.

Se em relação à qualidade do plantel era urgente fazer qualquer coisa depois da péssima gestão de Bettencourt, Duque teve a infelicidade de não encontrar correspondência com resultados desportivos. As boas carreiras na Taça UEFA e Taça de Portugal não se traduziram em títulos e no campeonato, mau grado o bom arranque e a boa ponta final não chegaram para colocar o clube pelo menos na Liga dos Campeões. Os 4 mano a mano com Benfica (derrota na Luz e vitória em Alvalade) e Porto (derrota no Dragão e empate em Alvalade) mostraram que o Sporting tinha mais qualidade colectiva do que a classificação deixou transparecer.

Os treinadores escolhidos não foram os mais adequados pela inexperiência que ambos apresentavam e pela falta de capacidade de liderança que desde Paulo Bento não se vê num treinador em Alvalade. Os dirigentes da SAD  - e do Clube - não formam uma equipa. Aquilo é uma manta de retalhos, resultante da fusão de personagens e listas antagónicas mas que numa ambição doente pelo poder, formaram uma lista. Como é possível um director geral da SAD conviver com um director desportivo pelo qual é público que nutria um ódio de estimação (visível em posts da internet que toda a gente com memória ainda tem presente)?

Luis Duque sai porque em determinados momentos não teve sorte. Sai porque o Sporting não tem a nível directivo uma verdadeira equipa. Sai porque o salto qualitativo que deu não é compatível com um clube cuja estrutura de custos está de tal forma descontrolada que impede qualquer projecto credível. Sai porque, sejamos intelectualmente honestos, a ideia e projecto apresentados eram bons mas por todas as circunstâncias não teve sucesso. Duque sai porque, como administrador da SAD é o responsável máximo pelo sucedido.

segunda-feira, outubro 22

Curtas.

1. Sem os lesionados Nolito, Carlos Martins e Aimar, e juntando ainda o castigado Luisão, o Benfica tem amanhã um duro teste contra o Spartak. Em caso de derrota, os oitavos ficam muito complicados, apesar de serem ainda atingíveis (com resultados "normais"). Faz falta uma boa vitória e uma boa exibição. Seria ouro sobre azul, para Luís Filipe Vieira.  

2. Confesso que não entendi muito bem o avanço de Rui Rangel. Ainda agora começou e já se combinam jantares de encerramento. Não houve tempo e não houve preparação (a propósito, Jorge, já foram respondidas as perguntas que colocaste no facebook do homem?) para muito mais.  

3. O Sporting está fora da Taça de Portugal e tornou-se incompreensível a não vinda de um treinador. Como é possível um Clube como o Sporting não ter treinador e deixar um grupo de jogadores com algum potencial a definhar em ansiedade? Godinho Lopes entrou mal e vai sair pior. Outra coisa: dei por mim a ver o Sporting a jogar de cor de laranja. O que é isto? Marketing? A sério? Ou pura descaracterização da identidade do Clube?

4. O Real de Mourinho mantém a sequência vitoriosa mas parece haver algo ali que não funciona como na época passada. Mas se calhar é só impressão minha.

 5. Villas-Boas perdeu 4-2 em casa. Continuo a desconfiar do homem mas o objectivo de se qualificar para a CL está longe de não ser cumprido.

6. Em Inglaterra, um adepto que entrou em campo e agrediu um guarda-redes foi, três dias depois, condenado a quatro meses de prisão. Tão simples.

Mas houve alguma surpresa?

Já no principio da semana conversava com o Miguel e já dizia: isto já está mais que feito!Perdemos com o Moreirense e empatamos com o Genk, e já estamos de fora das Taças que interessam.
Ficamos de férias já em Outubro....fantástico!!!

E não é ser profeta da desgraça, ou saber mais de bola que os que andam agora por Alvalade, mas esta gestão do caso Sá Pinto e de lançar Oceano ás feras lembra a alguém?
Estas práticas de management vêm de onde? Há alguma doutrina que diz que isto de ter interinos ajuda a resolver crises?
Que maneira mais estúpida de gerir as coisas.

sexta-feira, outubro 19

Rangel: falta uma semana.

Continuo sem perceber muito bem o tipo de candidatura é esta que Rangel apresenta às eleições do Benfica. Se for eleito, vai continuar a falar de Vieira? Vai atribuir ad eternum a responsabilidade por futuros e eventuais fracassos a Vieira? Há mundo para lá de Vieira, Rangel?

Falta apenas uma semana para as eleições e Rangel deveria, pelo menos, ter já respondido com clareza às muitas perguntas que foram feitas na sua página oficial do facebook (se bem que esse universo é muito limitado e nada representativo dos sócios votantes).

O que eu continuo a ouvir e a ler são lamúrias.

quinta-feira, outubro 18

Recuperação fantástica.


Estar a perder por quatro golos na Alemanha e conseguir empatar com quatro golos em meia-hora, é cenário nunca visto com certeza. Espectáculo.

quarta-feira, outubro 17

Curtas.

1. Amanhã há Taça de Portugal e o Benfica quer vencer a competição. Jesus, aparentemente, não vai facilitar e a equipa vai entrar em campo para ganhar. Para a semana temos Liga dos Campeões mas, face ao adversário de amanhã, não faz sentido ser de outra forma.

Eu não acredito neste Benfica de Jesus (foi-se apagando a crença) e, sinceramente, estou mortinho para ver onde está a equipa em Dezembro.

2. Felizmente parece que está tudo bem com Peter Rufai, saudoso guarda-redes nigeriano que nos habituámos a ver na baliza do Farense. Tenho a figura imortaliza em cromo mas, de qualquer maneria, é cedo para partir.

3. A nossa Selecção parece ter caído a pique na produção e não há como disfarçar os maus resultados contra a Rússia e Irlanda do Norte. Paulo Bento tem agora a difícil tarefa de não falhar até ao último jogo. Com um bocadinho de sorte a Rússia perde mais um jogo e acabamos em primeiro.

4. Carlos Queiroz e o seu Irão derrotaram a Coreia do Sul (inacreditável explosão de alegria de toda a equipa, aquando do golo!) e estão cada vez mais próximos da qualificação para o Mundial do Brasil. Os sportinguistas tremem quando se fala em Scolari (evidentemente) mas como reagiriam com um regresso do Professor Queiroz?

5. Por falar em Sporting: vem aí (2014) a Sporting TV. Fantástico!

6. Ó Vitor Gaspar, vai-te foder, pá! 

Eleições no SLB

A lista de Rui Rangel lançou uma iniciativa no facebook, propondo aos bloggers benfiquistas que colocassem 3 questões às quais irá responder publicamente na página da candidatura. Dada a exiguidade de tempo, e pedindo desde já desculpa pelo abuso aos meus co-bloggers benfiquistas (a quem o tema mais interessa, como é óbvio), tomei a iniciativa de colocar as seguintes 3 questões ao Dr. Rui Rangel:
1) qual o perfil que traçou para director desportivo, nomeadamente se é alguém vindo directamente do mundo do futebl (ex-jogador) ou alguém conhecedor do mercado e do balneário?
2) De que forma pretende reintroduzir a influência do Benfica no movimento associativo, e já agora se apoia as actuiais estruturas dirigentes da Liga e FPF?
3) Qual é em concreto o caminho que pretende seguir na questão dos direitos televisivos, e se admite a sporttv como parceiro preferencial?
 
As respostas serão dadas a partir de amanhã às 20:00h.

Que saudades!





terça-feira, outubro 16

Portugal-Irlanda do Norte 1-1.

Péssima primeira parte. Pontapé para a frente, doentio. Faltou atitude e futebol. A Irlanda merece estar na frente mas nos 90' temos mesmo de acabar em grande. Paulo Bento tem de mostrar mais e deixar-se de teimosias.

Eu não implico por prazer mas, mais uma vez, os dois estarolas foram patéticos. Tira-me o madeirense dali, pá.

Vamos lá, Portugal!

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Parece que não vamos a lado nenhum. A Irlanda do Norte fez uma segunda parte de constante negação do futebol mas Portugal insistiu em demasia num estilo de futebol que não é o seu.

Contra equipas que defendem com 11 (contra a Rússia foi o mesmo) sempre revelámos dificuldades em chegar ao golo e hoje isso ficou claro, mais uma vez.

O árbitro enganou-se em 4 ou 5 cantos e inventou lá umas faltas à Xistra (daquelas nos cantos, que ninguém nunca irá entender o que se passou).

Rangel.

Ouvi ontem algumas declarações de Rangel, candidato à presidência do Sport Lisboa e Benfica. Confesso que não admiro nada a figura, especialmente pela forma pouco coerente como abordou, várias vezes, o desenrolar do famoso processo Casa Pia.

Além disso, fez-se secundar por Ribeiro e Castro, pessoa pela qual não nutro simpatia alguma e que considero ser intelectualmente fraquinha.

Mas, e voltando ao discurso do candidato, apenas retive, infelizmente, um rol de ataques à candidatura de Luís Filipe Vieira e pouco mais - tudo espremido resultou em "Benfica vitorioso", com "jogadores portugueses", blá, blá, blá (acabei de ler o programa eleitoral e é mais do mesmo).

Eu não voto mas, se o pudesse fazer, estaria a sentir-me como muitos benfiquistas. Sem saber o que fazer.

segunda-feira, outubro 15

Sporting e o seu constante amadorismo.

Não há volta a dar. Por mais que incentivemos as mudanças, cometemos sempre os mesmos estúpidos erros que nos fazem nunca mais andar para a frente.

Já tinha dito isto anteriormente, num post mais abaixo: "Basicamente, a sensação que tenho é que não é preciso inventar a roda em Alvalade, apenas não cometer os mesmos erros de sempre".

Mas não, já andamos outra vez a fazer jurisprudência desportiva de como não fazer as coisas. Neste momento nada é certo em Alvalade. E não há pressa para decidir o que quer seja. Há que ponderar diz Godinho, e criar condições. Como se tivessemos todo o tempo de mundo!!!

Entretanto a Taça e a UEFA é já daqui a uns dias. Será que não pensaram que se não agimos rápido, arriscamo-nos a perder tudo já em Outubro?! E depois o que fazer com Luís Duque? Carlos Freitas? Oceano? Novo treinador?

Tudo parece ser uma longa equação com 3 ou 4 variáveis indefinidas. E claro, acertar na fórmula correcta com tanto por decidir ou mudar, e num curto espaço de tempo, é muito difícil.

Por isso pergunto: se andamos 1 ou 2 anos para consolidar um projecto, é normal que se equacione tudo agora? Só porque se chegou à conclusão que a aposta em Sá Pinto foi demasiado temerária?

sexta-feira, outubro 12

Rússia-Portugal.

Ao intervalo perdemos por um golo, num jogo em que a Selecção está a fazer uma boa exibição, com 63% de posse de bola e algumas oportunidades de golo (oito remates). O campo é complicadíssimo e os russos estão com tudo. Menos com cartões amarelos - incrível como o árbitro tem sido complacente com as entradas dos russos.

É pena Paulo Bento apostar em Rúben Micael, claramente um inapto e corpo estranho na equipa.

Boas prestações de Veloso, Nani e Moutinho. Temos de conseguir, pelo menos, empatar.

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Primeira derrota no grupo. Segunda parte menos objectiva, sem oportunidades de golo. A partir dos 65 minutos a equipa pareceu quebrar fisicamente e, contra onze bravos russos sempre atrás da linha da bola, não era fácil fazer melhor.

Esperemos pela recepção deste adversário para podermos espetar três ou quatro e repôr justiça neste confronto.

Penso que existem alguns jogadores a mais na Selecção. Micael é um deles, é muito fraquinho. O rapaz que entrou para o lugar de Coentrão, também.

quinta-feira, outubro 11

quarta-feira, outubro 10

Sporting e a sua fórmula para o sucesso

Não considero que tenha ainda essa tal experiência de vida que nos faz falar com mais legitimidade e certeza das coisas, capacidade essa que adquirimos com o passar dos anos. No entanto, já há umas duas décadas que vivo e observo o Sporting intensamente.

E pelo menos já dá para ter uma ideia de como são as coisas, de como é isto dos ciclos e como é vivido o sucesso e principalmente o fracasso em Alvalade. Acho até que sportinguista que se preze, não pode ficar admirado com o que se está a passar hoje em dia. Tem sido quase sempre assim...

E esta poderia ser a nossa grande vantagem. O conhecimento adquirido com tantas crises que já passámos. As tais Lessions Learnt que por aí se fala e que no Sporting já deveria haver uma enciclopédia lá guardada em Alvalade, tal o material que temos nestes últimos anos.

Assim por exemplo, tenho algumas situações que já deveriam ser mais que conhecidas em Alvalade:

A - Direcção: para quê ter um presidente da SAD? Qualquer presidente de clube que tivemos, por muito pouco que saiba de bola, nunca conseguiu desligar-se da pasta do futebol. Ter um Luís Duque lá, que nunca ou raramente dá a cara pelo quer que seja é um gasto extra, numa estrutura que está mais que clara quem é que manda. Para mim é só mais um foco de instabilidade dado que gerir uma equipa com mais do que um a dizer “eu é que sou o presidente”, normalmente não costuma acabar bem.

B - Treinador: das duas últimas vezes que fomos campeões, os treinadores que orientavam essas equipas eram Inácio e Boloni. Um português e um estrangeiro, com o único dado em comum que nenhum deles era um grande treinador. Foram ambos treinadores que souberam reconhecer as suas limitações e das equipas que orientavam e aproveitaram o que de bom tinham essas equipas. Não eram nenhum Mourinho ou Hiddink, não vinham com esta história da garra, luta e disciplina. Eram dois porreiraços que ofereciam grades de Pepsi´s aos putos e que aposto que eram aquele tipo de pessoas capazes de nos convidar a jantar lá em casa para provar o petisco preparado pela esposa e ainda nos apresentar a filha mais jeitosa.

C- Plantel: o de 2001 era claramente mais forte do que o de 1999, mas acho que ambos os plantéis tinham coisas em comum que se calhar não existem num plantel actual. Um ponta de lança fantástico (Jardel/Acosta), um bom segundo avançado (João Pinto/Ayew), alguns flanqueadores de qualidade (Quaresma/De Francheschi), um médio de transição (Hugo Viana/Duscher) e uma defesa assente na qualidade técnica de um jogador (André Cruz) e na contundência de outro (Beto/Babb). A única diferença substancial que vejo era no guarda-redes. Numa época era o Schmeichel, noutra era o Nelson…

Basicamente, a sensação que tenho é que não é preciso inventar a roda em Alvalade, apenas não cometer os mesmos erros de sempre.

terça-feira, outubro 9

Jesus no Sporting.

"Numa altura em que o problema do Sporting "é acima de tudo diretivo", no momento de escolher o próximo técnico do conjunto leonino, "o único treinador português que poderia ser útil ao Sporting seria Jorge Jesus - é um treinador de roturas, exigente e o Sporting precisa dessa exigência."

Rui Santos, in relvado.sapo.pt

Alguém que embrulhe o senhor Jorge e o entregue na "Porta 10-A", por favor.

O SCP está mal mas não precisa de um milagre de Jesus. Precisa de um treinador a sério e de uma direcção que assuma as suas responsabilidades (as histórias que correm nos blogues são preocupantes, se forem verdadeiras).

Como benfiquista, esta seria uma boa opção, contudo. Íamos buscar o Jardim ou o Peseiro e era ver a equipa a jogar futebol como deve ser. Assim, sem este desejo de Rui Santos se concretizar, vamos ter de nos contentar com um futebol medíocre por mais uns tempos.

Curtas

1 - O Sporting ainda não encontrou sucessor para Sá Pinto. A imprensa fala em vários nomes (Scolari, Valverde, Van Marwijk, Luís Fernandez, Luis Enrique...). Destes o que mais me agrada é o de Valverde, que fez um óptimo trabalho no Olympiacos.

2 - E se as coisas vão muito mal na equipa principal (onde já se viu ter um goal average negativo após 6 jornadas?!), na equipa B não podiam correr melhor. Era díficil de imaginar a liderança numa liga muito competitiva, ainda para mais numa equipa de ex-juniores ou seniores de segundo ano. Mas o talento é muito e o projecto é, até agora, um sucesso. Arias, por exemplo, deveria voltar imediatamente para a equipa A...

3 - Não haja dúvidas que o Porto é muito competente na escolha dos pontas-de-lança. Este Jackson Martinez é outro achado. Marca muito e de todas as maneiras e feitios. Mais milhões em perspectiva...

4 - O Braga de Peseiro é igual ao Sporting de Peseiro. Ou seja, o treinador ribatejo é rápido a impor o seu estilo ofensivo nas equipas que treina. Muitos golos marcados, muitos golos sofridos, tanto pode golear como na jornada seguinte perder em casa com o último mas, regra geral, o futebol entusiasma e proporciona épocas de grande emoção. 2004/2005 foi seguramente a época mais emocionante dos últimos (muitos) anos para os sportinguistas. Ficou-se pelo quase mas para estar tão perto do êxito é preciso qualidade. Foi frustrante mas foi também memorável. E este Braga também pode ficar na memória.

segunda-feira, outubro 8

À identidade de Vítor não lhe basta parecer séria

Depois do clássico de domingo, continuam as incogruências e indefinições do futebol do FC Porto. Se a exibição de quarta-feira (frente ao Paris Saint-Germain) foi classificada de 'muito boa', a performance dos dragões frente ao Sporting esteve, reconhecidamente por todos, uns bons 'furos abaixo'. O que mudou? é a pergunta. A resposta tem sido dada em campo mas ao que parece fica difícil de entender para quem se ilude com os 'fogachos' deste dragão. A entrada, e os primeiros 15 minutos foram superiores, ficando guardada para depois toda a falta de ideias e soluções da equipa portista. O jogo acaba com uma diferença sobranceira de dois golos que em nada espelha a produção da equipa. A exibição fica até fácil de ser rotulada com a desculpa mais usada em rescaldos: a abitragem.

Começar pelo que mais interessa seria certamente um erro. Que o futebol foi fraco é assunto para outros parágrafos, mais a mais quando, segundo grande parte da opinião, houve influência directa do árbitro da partida no resultado final. Não querendo fugir ao assunto, tenho a noção que o Porto dificilmente chegaria a uma vantagem de dois golos não fosse um erro do árbitro. Analisando a prestação de Jorge Sousa fica-me na retina um erro, quando noutras retinas eles serão mais. Falo do segundo penálti assinalado, aquele que confere a tal vantagem que soa enganadora. Porém outros lances merecem atenção. Um deles (o outro penálti) é analisado segundo o critério da conveniência. Cédric toca a bola com o braço dentro da área e parece-me evidente que não tem como não ser marcado penálti. Outros critérios se basearão na intenção, que é algo (modo irónico ligado) fácil de medir, em segundos, para qualquer árbitro. A lei é dúbia e permite as queixas, ainda para mais quando durante o jogo não foram assinaladas duas 'mãos' (Lucho e Moutinho) a jogadores portistas. Outra das incidências que provoca dúvida é a expulsão de Rojo. O 'central' (será mesmo central?) parece-me bem expulso. Algum dos cartões provocar dúvida é normal (que o diga James). O que não é normal é o jogador já ter um cartão e cometer aquela barbaridade antes de ver o segundo.

Clássico decidido por Jorge Sousa? Não me parece. Outro resultado que não a vitória do FC Porto teria que estar sempre ligado a outra produção no último terço por parte do Sporting. A equipa de Vítor Pereira entrou de rompante e à procura do golo, criando ocasiões e domínio suficientes que culminaram numa obra-prima de Jackson Rodríguez. Foram 15 minutos de Porto com 'identidade', 'pressão' e 'controle', o que pareceu uma miragem nos restantes 75. Depois do golo o dragão foi-se abaixo e o Sporting reagiu sendo, de longe, a melhor equipa até ao intervalo. Não com um domínio avassalador, mas ainda assim competente para colocar em 'xeque' aquilo que Vítor Pereira se gaba de ter conseguido para a sua equipa.

Na sua reacção o Sporting quis. Quis repartir o domínio e trabalhou para isso, afundando a 'lengalenga' do controle, identidade e pressão ao nível da mentira dita muitas vezes. A equipa de Alvalade, não atravessa o melhor dos seus momentos e nunca se encontrou com o anterior técnico. O actual, tinha um (talvez dois) treinos com o conjunto e ainda assim conseguiu repartir em certas alturas, a meio-campo, o domínio do jogo. Ora, o Sporting quis. E é isso que me preocupa no FC Porto. Se o PSG nunca quis repartir domínio e deixou que se pensasse que a exibição foi gigante, bastou uma equipa em frangalhos (perdoem-me pela expressão) querer e essa tal 'identidade' afundou-se num marasmo de incompetência.

Quando o Sporting pressionou, a saída de bola dos portistas acabou inevitavelmente num 'pontapé para a frente' (Danilo fez isto imensas vezes). Incomodados os jogadores não conseguiam manter o 'controle', 'a posse', nem a 'identidade'. O que resultou num jogo estéril que não deixou brilhar ninguém. Jackson, a figura para os jornais, fez o golo e... nada mais. James, o puto maravilha, raramente cheirava a bola, assim como o trio de meio-campo, que foi vítima da falta de identidade de uma equipa que se gaba de a ter mas que quando ela é posta em causa não a consegue manter. Confuso? Pois, eu também. É que ponho as minhas dúvidas se essa identidade existe mesmo... e como pode ser mantido algo que não existe?

É um indicador para o qual não me vou cansar de apontar. Identidades são fortes quando colocadas em questão. E se foi assim no Dragão, contra um Sporting psicológicamente destroçado, como será em Alvalade? na Luz? no Parque dos Príncipes? nos oitavos-de-final da Champions? É que é muito fácil manter posse quando a outra equipa não quer posse. É muito fácil conseguir domínio quando a outra equipa só quer controle. Mas todos os grandes 'Portos' me ensinaram que a identidade é criada na adversidade, e que a adversidade gera mais vontade e não sonolência ou recurso a outras identidades de 'olhos fechados' e de 'pontapé para a frente'.

Fodasse, o Scolari!???

E por 3 anos?
Que legitimidade tem a direcção para fazer um contrato destes?
Ainda por cima com um gajo, que vem de experiências sucessivas falhadas  a nível de clubes.
Outra pergunta, quanto é que vai ganhar este senhor?
Se estamos á rasca, vamos buscar um gajo deste?
Minha nossa!!!

Fim-de-semana em cheio.

Foi bola todos os dias (ontem então...). Dezenas de golos e com tudo a desaguar no estrondoso golo de Jackson. Ou no apito do Jorge Sousa.

1. Não sei se li bem, mas parece-me que o J. se queixa da arbitragem. É ler os comentários que fez após o Académica-Benfica e ver como se muda de frequência, conforme a cor das camisolas. O futebol também é isto. Rir quando o adversário é prejudicado, escrever que os erros acontecem e, passados 15 dias, é só baba e ranho. Estamos comovidos.

Não vou comentar os lances do Dragão, nem a influência que o trabalho de Jorge Sousa teve no jogo. São momentos que definem tudo e mais não digo, não estou para me repetir. Mas era tudo tão previsível que até dói.

2. A vitória do SLB foi bastante sofrida. A equipa continua sem apresentar um futebol condizente com a qualidade do plantel, e Jesus, como Sá Pinto, acha que a equipa fez uma grande primeira parte. A verdade é que, contra o último classificado, exige-se mais. Mas quando o principal responsável é incapaz de admitir o óbvio, já sabemos como tudo isto vai acabar.

O primeiro lugar é apenas o reflexo natural dos adversários que já encontrámos. Tirando o Braga (que não conseguimos vencer) e a Académica (que jogou com Xistra). Mas lá que aquilo para os lados da Luz é uma pobreza franciscana, é.

3. O Barça empatou contra os fracotes de Madrid. Fracotes, se utilizarmos o argumento de alguns palermas, pois o Barça teve 70% de posse de bola, ontem. Ronaldo e Messi são os melhores do Mundo e não deixaram escapar mais uma oportunidade para o demonstrar.

4. Grande jogo em Braga, com um Mossoró de grande nível. Não merecia uma oportunidade nos grandes, este pequenino? O homem faz tudo naquela equipa.

5. Villas-Boas e o seu Tottenham vão na quarta vitória consecutiva no campeonato. É a melhor fase do português que parece apostado em mudar a imagem que ganhou no Chelsea.

FCP-SCP: mais que previsível!!!

Acho que nenhum sportinguista esperava grande coisa do Sporting neste jogo.
E assim foi, este Sporting não foi grande coisa no jogo de ontem no Dragão.
Primeira parte horrível, onde passamos o tempo a ver jogar, sem pressionar, sem fazer uma jogada de ataque, nada.....ainda assim só estavamos a perder 1-0 num golo de grande classe de Jackson.

E foi assim que entramos na segunda parte. Lance estúpido de Cédric ( é o preço da juventude, espero crer), penalty para o Porto.
Mas entretanto, Lucho falhou e o guião perfeito para os azuis brancos começou a ficar em dúvida.
Entretanto, Wolfs em boa posição chuta na atmosfera e Helton salva o Porto numa defesa espectacular.
Começou a haver nervosismo no Dragão.
E é então que novamente, num filme já visto não sei quantas vezes, que o senhor árbitro ( que antes não teve dúvidas em expulsar um jogador do Sporting), "resolve" o jogo num penalty absolutamente pornográfico.
Até quando teremos que aguentar isto?

Registo ainda para aquilo que me começa a irritar profundamente no Sporting. Ter adeptos a chamar nomes á equipa antes do jogo começar, envergonha-me e muito.

Entretanto, o nosso campeonato começa agora. Afastados do titulo, fica a meta de lutar com o Braga pela Champions e de tentar algum brilharete nas taças.
Estou também curioso para ver o senhor que se segue...espero que seja Valverde.Nem que seja pela própria sugerência que o nome indica.

sábado, outubro 6

Benfica 2 - Beria-Mar 1

Hoje, ao contrário do que o treinador prometeu o Benfica foi uma equipa de serviços mínimos. O Beira-Mar entrou a ganhar, com a ajuda de Artur, que com uma saída em falso permitiu que o jogador aveirense cabeceasse para a baliza deserta. Pensava-se que o Benfica ia reagir e encostar o Beira-Mar às cordas, mas não, a equipa estava apática, não jogava, perdia passes atrás de passes, não conseguia ligar as jogadas e sentia-se que a equipa esperava dos rasgos de Gaitán e de Salvio (Jorge jesus achou isto futebol de muita qualidade). Uma bola no poste, rematada por Sálvio, fruto de um ressalto. O Beira-Mar conseguia incomodar através de um solitário Camará. Mesmo em cima do intervalo há um lance polémico na área do Beira-Mar que o árbitro, por indicação do fiscal de linha, assinalou penalti. Rodrigo,fazendo jus ao que o Benfica produzira, falhou.
Para a segunda parte, o Benfica apareceu mais movimentado e mais acutilante. Maxi marcou um golo de belo efeito, e logo depois Rodrigo deu a volta ao marcador. A partir daí percebeu-se que o Benfica estava satisfeito e o Beira-Mar apesar da vontade não conseguia mais.
Em suma, o Benfica fez um jogo bastante fraco, não se compreendendo tão parca exibição ante o último classificado.
Uma palavra de elogio para os adeptos que passaram o jogo a remar contra a maré e a puxar pelos jogadores.
Rui Costa não se livra da polémica pelo penalti assinalado. O lance é duvidoso, eu não marcaria, mas aceito, desde que o critério seja o mesmo, e quanto a isso, duvido.
 

Ó Oceano, amanhã não inventes....

...joga assim: Rui Patrício, Cédric, Boulahrouz, Rojo e Insua; Rinaudo, Elias e Schaars; Capel, Carrillo e Wolfs.
Vais ver que até sacamos um pontinho!!!

P.S - Ouve-se falar em Valverde por aí. Boa opção!!!

sexta-feira, outubro 5

quinta-feira, outubro 4

Faltam 10 minutos, mas isto não vai ficar por aqui.

Antecipo já a crónica final do jogo. Uma equipa que entra em jogo, já completamente perdida, sofrendo assim 3 golos em 3 remates do adversário, sujeita-se a este tipo de coisas.

Para Sá Pinto será mesmo o adeus. Não tem a estabilidade emocional de um líder e isso vê-se em campo.
A equipa empolga-se com a mesma facilidade com que se deprime.

No ano passado, ainda nos fez acreditar na UEFA, na Taça e até chegámos a pensar que o terceiro lugar era possível. Recuperou a equipa na base da garra e atitude, usando um bloco baixo, sem muita posse de bola, que nos grandes jogos nos servia. Este ano está a fazer-nos envergonhar.

A equipa pura e simplesmente não sabe o que fazer com a bola. Ninguém percebe quem são os titulares e os suplentes. Não criamos oportunidades de golos e marcamos pouquíssimos golos.

Isto da Hungria, são daquelas derrotas que eu pensava que já tinham ficado lá bem para trás.

E pergunto-me eu: que mais tem um treinador que fazer para ser despedido?

Melhor sorte para o próximo que vier... pois bem precisa!

Minuto 30 e já estou envergonhando...

... o futebol tem destas coisas. Quando se pensa que pior é impossível, apanhamos com surpresas destas.
Já nem sei o que mais dizer!!!

O génio de um Bandido que rouba identidades

Não me parece especialmente justo que se diga que o Porto tenha feito, esta quarta-feira contra o Paris Saint-Germain, um grande jogo. E não me parece justo, principalmente, porque eu vi o jogo também. Há grandes diferenças entre uma exibição de gala e o que foi visto contra os novos-ricos parisienses e não há razão alguma para, desde o fim do jogo até este momento, eu ter sido bombardeado com as palavras 'identidade', 'controle', 'posse', 'pressão', 'superioridade inequívoca' e 'competência'. Daí até essas palavras serem totalmente engolidas por mim, o Porto teria mesmo que ter tido mais 'pressão', que desse maior 'controle' no último terço e que sobretudo se traduzisse mais cedo e por várias maneiras em mais golos. É que se não fosse a superior (e genial) finalização de James e toda a 'lengalenga' não seria mais que um 0-0.

Ganham e ainda criticam. Deve estar a pensar quem ficou extremamente satisfeito com a exibição portista, ao ponto de também lhe chamar 'de gala'. A exibição, meus amigos, não foi 'de gala' e é isso que faz escrever estas linhas. Se querem saber, também, a mesma não foi horrível, nem deprimente, mas parece-me claramente exagerado que se 'embandeire em arco' e que se entre no tom que o treinador do FC Porto trouxe consigo à 'flash' da Sporttv. Ora, o Porto enfrentou um Paris-SG que não quis jogar e que nunca criou problemas para o domínio que tanto Vítor Pereira gosta de evidenciar nas suas declarações. A luta pela posse foi também diminuta e as suas investidas atacantes reduzidas ao máximo por uma estratégia há muito vista pelos espectadores do Dragão quando treinadores italianos e 'italianos' o visitam. Aí, seria o mesmo que Tito Vilanova se viesse gabar de ter tido mais posse de bola na Luz.

E se estamos a falar de organização ofensiva poderemos dizer que ela raramente foi eficiente como apontam. O Porto insiste em controlar sem depois pensar no último terço, o que dá a ideia de que controla por controlar. Ou seja esse controle, tanta vez apregoado, traduz-se só na estatística e não permite que um PSG seja completamente empurrado para as cordas ao ponto de se ver que a sua estratégia 'Ancelottiana' poderia sair da Invicta com três ou quatro golos na bagagem para a cidade-luz. Não era difícil, bastava querer-se. Mas não se quis e enquanto isso se ia traduzindo na tímida transição defensiva portista (pressionar com os olhos) o relógio ia avançando dando razão a quem veio ao Porto jogar daquela maneira.

Sejamos sinceros, Carlo Ancelotti escolheu jogar assim porque sabia que isso lhe ia trazer vantagens. O estudo ao adversário não é feito ao acaso e a inconsequência portista decerto estava no seu bloco de notas. Inconsequência atrás de inconsequência, metade pressão metade contenção, e o resultado, no fim, tinha tudo para lhe dar razão. Isso se não estivesse em campo, um dos poucos jogadores no Mundo capazes de decidir, daquela maneira, o lance que resolveu o jogo.

Depois do excelente trabalho de Moutinho, Fernando desvia a bola dos defensores do PSG e a bola sobra para James. E ainda bem que foi para ele, porque, fosse outro, e a recepção era inevitável para depois se ver mais uma finta pela linha que daria um pontapé de canto ou cruzamento (que poderia ser inconsequente ou não). Mas James vê ouro onde os outros vêem entulho. E já depois de ter levantado os braços, o alquimista, quando vê a bola chegar já tinha visto o buraco da agulha por onde a sua superioridade técnica haveria de decidir o jogo. Sim, foi James que o decidiu e não o Deus externo (que aparentemente decide as coisas a seu bel-prazer sentado num qualquer lugar no Céu) que Vítor Pereira escolheu beijar a seguir ao golo do colombiano. Quem merecia, realmente, esse carinho e esse (porque não?) protagonismo, era um jogador que raramente vê do seu técnico a tão afamada 'liberdade total' que ele dá a outros com metade do génio do miúdo.

Pelas palavras do seu técnico, o seu talento a '10' não dá, a 'extremo' também não, se jogar com 'só' dois médios a equipa fica desequilibrada devido ao seu... talento. Pois parece que o miúdo não é médio (2+1=3) e que o seu talento desequilibra. Pois bem, é isso que nós queremos. Que 'El Bandido' continue a desequilibrar e a roubar as ideias ao seu 'mister'.

E o burro sou eu?

quarta-feira, outubro 3

Enorme James.

Já o escrevi aqui na época passada: este puto vai longe. Espero que, um dia, seja para patinar em relvados ingleses ou espanhóis e não no gelo da Rússia.

Hoje marcou um magnífico golo que o define enquanto jogador: rápido, cheio de técnica, inteligente e mortal.

Esse Grande futebol português!

Muitas vezes, temos aqui dito e repetido quase até à exaustão, o estado a que chegaram as coisas no futebol português e como tudo é mau e péssimo, quando lá fora as coisas são bastante diferentes.

Entretanto, hoje, numa notícia que quase passou despercebida, sabemos que a Selecção igualou o melhor ranking de sempre (3º posto) da FIFA, tendo só à frente a Espanha e a Alemanha.
É um ranking estranho dirão alguns. Por exemplo, como justificar a ausência do Brasil do top 10?! Concordo, mas ainda assim mostra um pouco o nível onde chegámos com o futebol.

Depois não é só estar em terceiro. A discutir a Bola de Ouro, temos também um jogador português. Como melhor treinador do mundo, certamente que teríamos que contar com Mourinho.
E, mesmo a nível de clubes, não me lembro de ver uma época em que tínhamos seis equipas nas competições europeiras.

Obviamente que há muita coisa mal feita cá dentro. Não estivéssemos nós na situação que estamos.

Mas, no futebol, como em algumas outras actividades, acho que isso em caso algum deverá omitir o trabalho... bem feito!

terça-feira, outubro 2

Benfica-Barcelona.

O jogo está a correr como era de prever: muito mais Barcelona e um Benfica expectante, com pouco espaço para jogar. Chega a ser enervante. O Barcelona já podia ter feito o segundo mas o Benfica também teve uma ou outra oportunidade. É pena que os catalães não tenham vindo "passear" a Lisboa e estejam a levar bastante a sério este jogo.

Resultado justo ao intervalo.

E pronto. Mais impressionante do que o jogo do Barcelona só mesmo a lesão de Puyol. O estilo dos espanhóis não me agrada nada, dá-me sono. Não fazem um centro, não rematam uma vez de fora da área, não marcam um livre para a área. Nada é feito ao acaso, retirando emoção ao jogo. Futebol também é espectáculo e este Barcelona pura e simplesmente não o dá (a menos que sejamos apaixonados pela arte da rabia).

O Celtic venceu fora e agora não se admitem mais pontos perdidos, se quisermos seguir em frente, claro.

A última vez...



... que o Barcelona perdeu com equipas portuguesas foi com o Belenenses, no Restelo, em 1987, com um golo do zairense Mapuata, nome que dá logo vontade de ir rever as cadernetas de cromos da época. Outros tempos em que o Belenenses era uma equipa forte, com alguns internacionais portugueses e estrangeiros de qualidade, em que pontificava o avançado Rui Salgado. Ah não, isso era na novela Palavras Cruzadas! Na realidade a estrela era o Mladenov mas havia o Jorge Martins, José António, Sobrinho, Galo, Paulo Monteiro, Jaime das Mercês, Chiquinho Conde...

Uns com Barcelona, PSG, Galatasaray....e nós com o Videoton!!!

Que inveja!!! e ainda estamos sujeitos a vir da Hungria com uma surpresa. Olhando para isto, fico com a convicção que há que exigir bastante mais a este Sporting. Preparamo-nos para mais uma época daquelas do "ya, virão melhores tempos". Mas temos que estar muito lá mais em cima, bolas!!!
E não jogar estes jogos na Champions que são os que fazem realmente vibrar, dão-me uma pena...

segunda-feira, outubro 1

Curtas.

1. O Benfica voltou ao comando da Liga depois de uma difícil deslocação a Paços de Ferreira. A equipa respondeu da melhor maneira ao empate contra a Académica e Lima bisou, fazendo esquecer a ausência do melhor ponta-de-lança estrangeiro de sempre da história do Clube.

2. Ainda em Paços, a equipa voltou a falhar muitos golos, alguns escandalosos e mais um penálti claro ficou por marcar, num lance de Gaitán (o lance com Garay não vi). Artur, no último minuto, salvou a equipa com uma excelente defesa e evitou nova injustiça.

3. O FCP perdeu dois pontos contra um Rio Ave sensação. O segundo golo dos homens da casa é qualquer coisa. Jackson continua a impressionar. Contratação acertada. Vitor Pereira surpreendeu-me com o discurso honesto que fez no final da partida.

4. Em Alvalade, não houve grande surpresa. As debilidades dos "leões" foram, mais uma vez, evidentes e, sinceramente, não vejo volta a dar. Sá Pinto não tem sido capaz de inverter a má qualidade do futebol apresentado e, por muito injusto que alguns possam considerar, acho que não tem capacidade (nem experiência, nem reconhecimento) para treinar um Clube como o SCP. Só as vitórias podem desmentir esta minha convicção.

5. Villas-Boas venceu o MU fora e relançou alguma esperança para o Tottenham. Não chega, como é evidente, mas foi um passo importante para ganhar algum ascendente sobre os adversários.

6. Liga dos Campeões: na Luz, o Barcelona é favorito e só uma grande exibição do SLB poderá evitar o óbvio. No Dragão, os milionários franceses não devem ser presa fácil. Estou curioso para os ver a jogar.