1 - Começa hoje mais uma jornada do campeonato e logo com o líder a receber o lanterna vermelha. Depois de passar com distinção as três provas de fogo (Porto, Setúbal e Braga) que se seguiram ao desaire com o União, ninguém conta com uma escorregadela do Sporting. Mas, nunca fiando, é preciso máxima concentração e garra. A mesma que tem permitido a esta equipa fazer reviravoltas empolgantes e vitórias ao cair do pano.
Jesus esteve brilhante na conferência de imprensa. Eu nem sei como ainda tem paciência para aqueles jornalistas. A certa altura, depois de ter esclarecido vários assuntos, inclusive o de Teo, Jesus foi confrontado com o seguinte desabafo de um jornalista: "Eu ia fazer uma pergunta sobre Teo mas assim vou fazer uma sobre futebol". Enfim...
2 - Quanto aos outros jogos, alguma esperança para o Guimarães-Porto e pouca para o Estoril-Benfica.
3 - E agora, o momento mais alto. Histórico, ainda que só diga alguma coisa a alguns de nós que frequentamos aqui o sector. É a transmissão em directo do Cova da Piedade-Juventude de Évora na CMTV, domingo, pelas 15h. Oportunidade para quem não conhece apreciar o bonito Estádio Municipal José Martins Vieira, situado num dos parques mais bonitos de Lisboa e arredores, o Parque da Paz.
sexta-feira, janeiro 15
quinta-feira, janeiro 14
The Revenant
A história de Hugh Glass (Leonardo Di Caprio) é bem capaz de permitir a Iñárritu a dobradinha nos Oscars. Contudo já sabemos a história de sempre na gala: no fim a estatueta de Melhor Actor irá para outro. Já Helton, por exemplo, não tem a figura de Di Caprio, nem tão pouco é o galã por quem o sexo feminino suspira, mas tal como Leo foi também bastante injustiçado. E por cada Casillas que lhe rouba o Oscar - antes Casillas do que Fabiano, é verdade - Helton renasce nas taças. O mítico guardião brasileiro - dono de qualidades físicas e humanas inestimáveis - foi de novo lançado às feras, mas ao contrário do diabólico urso, que em The Revenant deixou Hugh Glass à beira da morte, Helton teve de se ver com uma pantera 'das antigas'. No fim o guardião sufocou-a, depois de ter estado à beira de perecer. Não, o Boavista-Porto, apesar de ter tido todos os condimentos do sempre carismático dérbi portuense, não teve a qualidade da película de Alejandro González Iñárritu, mas que foi bom de ver... lá isso foi.
Sobretudo pelo regresso do Boavistão, aquele que sem medo se atira para cima dos adversários. Sem jeito, nem inteligência, é certo. Porém de pouco ambicioso não poderão apelidar Erwin Sánchez, ainda para mais depois de uma 2.ª parte onde os comandados do boliviano vão meter Portugal a falar... de cafeína (infelizmente, já sabemos como são essas coisas). Uma impiedosa marcação homem-a-homem na saída-de-bola do dragão et voilà: problemas de Lopetegui à vista. Sim, Rui Barros promoveu algumas alterações que melhoraram a qualidade de jogo dos azuis e brancos nas primeiras metades dos dois dérbis. Serão também contadas aqui as 'não-mudanças' - leia-se: poucas mexidas no 'onze' - que são, na realidade, a maior mudança de todas. Depois, dizíamos, a aproximação entre os jogadores e a atracção por terrenos interiores (nunca o ala e o lateral estão a queimar a mesma linha de passe, como irritantemente Lopi defendia) e a inversão do triângulo do meio-campo (hallelujah, gritam os portistas) permitem chegada à área, o tal jogo-interior, e o controle das transições adversárias longe da baliza. Tudo o que chateou o tribunal durante ano e meio, desfeito (e bem)... numa semana.
Assim, falar da 1.ª parte desta eliminatória dos quartos-de-final da Taça de Portugal é falar também no Oscar para melhor actor secundário. Brahimi, mais interior, não tem agora que passar por um... dois... três... para esperar pelo sucesso. Mais dentro, o argelino fica mais vezes no 'um-para-um' onde é, sabemos certamente, letal! Foi assim no desbloquear de um jogo que esperava mais golos e que pela falta deles haveria de fazer o FC Porto sofrer. Os postes impediram Marcano (ainda na 1.ª parte) e Aboubakar (no único apontamento perigoso dos portistas na segunda metade) de fabricar aquilo que seria a 'Corona' deste jogo de Taça. Mas sem o 0-2 e com o Boavista diabolicamente a ganhar cada segunda-bola como se a sua vida dependesse disso - já para não falar na paragem de cérebro de Giannelli Imbula, que reduziu os dragões a dez unidades - o FC Porto de Rui Barros demonstrou que ainda não transcendeu um erro que lhe pode valer a luta pelo título: a saída-de-bola é feita numa zona demasiado baixa e permite recuperações adversárias que deixam a sua baliza em ponto-de-mira. Depois, os laterais não esticam, nem os centrais tem capacidade de atrair pressão - nem tão pouco qualidade para o FC Porto ficar dependente deles nessa fase do jogo. A conclusão foi óbvia: jogou-se no meio-campo portista até ao fim e não se foi a prolongamento por milagre. Helton foi figura, por duas vezes, e se na primeira delas ofereceu a possibilidade de empate aos axadrezados, na segunda parou um penálti que poderia ditar um prolongamento e uma eliminação lastimável para o FC Porto. Helton foi de novo o renascido e no fim, mais uma vez, aproveitou bem a sua 2.ª vida. Já Hugh Glass... não sabemos. O melhor mesmo é verem aquele que será, por certo, o melhor filme do ano e desfrutarem dele como se fosse um... Arsenal-Liverpool.
Sobretudo pelo regresso do Boavistão, aquele que sem medo se atira para cima dos adversários. Sem jeito, nem inteligência, é certo. Porém de pouco ambicioso não poderão apelidar Erwin Sánchez, ainda para mais depois de uma 2.ª parte onde os comandados do boliviano vão meter Portugal a falar... de cafeína (infelizmente, já sabemos como são essas coisas). Uma impiedosa marcação homem-a-homem na saída-de-bola do dragão et voilà: problemas de Lopetegui à vista. Sim, Rui Barros promoveu algumas alterações que melhoraram a qualidade de jogo dos azuis e brancos nas primeiras metades dos dois dérbis. Serão também contadas aqui as 'não-mudanças' - leia-se: poucas mexidas no 'onze' - que são, na realidade, a maior mudança de todas. Depois, dizíamos, a aproximação entre os jogadores e a atracção por terrenos interiores (nunca o ala e o lateral estão a queimar a mesma linha de passe, como irritantemente Lopi defendia) e a inversão do triângulo do meio-campo (hallelujah, gritam os portistas) permitem chegada à área, o tal jogo-interior, e o controle das transições adversárias longe da baliza. Tudo o que chateou o tribunal durante ano e meio, desfeito (e bem)... numa semana.
Assim, falar da 1.ª parte desta eliminatória dos quartos-de-final da Taça de Portugal é falar também no Oscar para melhor actor secundário. Brahimi, mais interior, não tem agora que passar por um... dois... três... para esperar pelo sucesso. Mais dentro, o argelino fica mais vezes no 'um-para-um' onde é, sabemos certamente, letal! Foi assim no desbloquear de um jogo que esperava mais golos e que pela falta deles haveria de fazer o FC Porto sofrer. Os postes impediram Marcano (ainda na 1.ª parte) e Aboubakar (no único apontamento perigoso dos portistas na segunda metade) de fabricar aquilo que seria a 'Corona' deste jogo de Taça. Mas sem o 0-2 e com o Boavista diabolicamente a ganhar cada segunda-bola como se a sua vida dependesse disso - já para não falar na paragem de cérebro de Giannelli Imbula, que reduziu os dragões a dez unidades - o FC Porto de Rui Barros demonstrou que ainda não transcendeu um erro que lhe pode valer a luta pelo título: a saída-de-bola é feita numa zona demasiado baixa e permite recuperações adversárias que deixam a sua baliza em ponto-de-mira. Depois, os laterais não esticam, nem os centrais tem capacidade de atrair pressão - nem tão pouco qualidade para o FC Porto ficar dependente deles nessa fase do jogo. A conclusão foi óbvia: jogou-se no meio-campo portista até ao fim e não se foi a prolongamento por milagre. Helton foi figura, por duas vezes, e se na primeira delas ofereceu a possibilidade de empate aos axadrezados, na segunda parou um penálti que poderia ditar um prolongamento e uma eliminação lastimável para o FC Porto. Helton foi de novo o renascido e no fim, mais uma vez, aproveitou bem a sua 2.ª vida. Já Hugh Glass... não sabemos. O melhor mesmo é verem aquele que será, por certo, o melhor filme do ano e desfrutarem dele como se fosse um... Arsenal-Liverpool.
quarta-feira, janeiro 13
"Um milhafre faz o que pode"
terça-feira, janeiro 12
Bigger than Jesus?
São imensos, um rebanho deles, garantem. Não um magote que se destacou dos restantes, mas muitos, e todos juntinhos, cobertos pela bandeira de Portugal. Quase tão certo como possuirmos Cartão do Cidadão é sermos bons treinadores. Todos. Contudo, olhando para a nossa Liga, a primeira - não vamos insistir mais -, o bom futebol escasseia. Atira-se agora, por exemplo, a cartada do Paulo - que afinal era bom - ou a do Marco, Deus do Olimpo, que não perde... na Grécia. Nada contra os dois jovens técnicos, tirando o facto de, com Jorge Jesus, num dos rivais, não terem tido armas para destituir o técnico do 'título' que, hoje por hoje, merece mais que ninguém: o de melhor treinador da Liga Portuguesa. De longe.
É por isso de um vício recente que o FC Porto tem de se livrar: o de achar que qualquer vassoura lhe serve. Qualquer jovem e bem-falante técnico vai acordar a mística. Depois, no campo e no momento de ter mais para atacar do que um simples cruzamento, ou de um espaço entre sectores a gritar para as bancadas, a coisa fica preta - ou se quisermos, verde. Verde porque é a cor que Jesus, o mais evoluído dos técnicos da Liga, agora representa. Podia (ainda) ser vermelho que ia dar no mesmo. Sem concorrência à altura, Jorge, passeia a sua cultura táctica e mostra que saber defender e saber atacar é coisa que não está ao alcance da febre dos novos Villas-Boas. Anteriormente, lembro, eram os novos Mourinhos, que se digladiavam entre a arrogância e o saber táctico. Depois, na hora da verdade, metiam mais um central ou coisa que o valha. Fonseca, o novo Villas-Boas, meteu mais um trinco, Marco Silva, "a melhor coisa que aconteceu ao futebol desde Mourinho" ficou atrás do FC Porto de... Lopetegui - o 2.º round no Dragão abriu a passadeira a Tello - e a defesa subia quando tinha de descer e descia quando tinha de subir. Pode chegar na Grécia... mas aqui, lembrem-se, somos todos 'muita' bons.
Hoje, terça-feira, avança o DN, é Sérgio Conceição. O treinador "forte em todos momentos do jogo" (not!). É chamá-lo para se perceber que o corredor central não existe, nem a atacar nem a defender, e talvez o FC Porto fique com uma solução mais barata que Lopetegui... para fazer quase o mesmo - ou pior, visto que em Julen nem tudo era mau. Mas, dizia, hoje por hoje, para a imprensa e para a maioria dos adeptos, qualquer um serve. Resta saber se a SAD portista já transcendeu a mentalidade das vassouras e se agora percebe que é mesmo preciso (ser) bigger than Jesus. E logo o FC Porto, que soube sê-lo... por três vezes. Que devia saber como sê-lo mais algumas vezes, não se importando de dividir o protagonismo com o santo padroeiro de Lisboa - o tal que multiplica a qualidade em clubes já acostumados a Carvalhais e Quiques, a Camachos e Marcos, a Fernandos e Leonardos. Fica claro que nenhum serve. Mas para a generalidade, os Silvas e Fonsecas, os Leonardos e Conceições, seriam boas apostas. Valha-nos Deus quando o único na Liga que demonstra capacidade para ser treinador do FC Porto nem sequer é chamado para título. Outro Jorge gadelhudo e com 2.º nome de benfiquista (Simão), alguém que até já, a modos que, custou uma Liga ao FC Porto e apontou como se mete medo ao Dragão, é aposta arriscada? Não mais do que os nomes avançados, acho. Isto até porque AVB ou VP não estão (nada) disponíveis para salvar a casa. Até lá, sonhe-se, Jorge Simão e as duas soluções interinas, são as melhores apostas. E mesmo essas muito dificilmente roubarão a Liga a um leão indomável. Mas entre estas e as outras joga-se a não menos importante presença na Champions. Simão, Castro ou Barros, são, pelo menos, garante que o 1.º lugar não fugirá por muito - razão pela qual, não nos esqueçamos, se despediu Julen Lopetegui.
P.S. Messi não é o melhor do Mundo pela quinta vez. Messi é o melhor do Mundo, ponto final.
segunda-feira, janeiro 11
Primeira volta.
1. Com a vitória do Benfica na Madeira, terminou hoje a primeira volta do campeonato. Destaque mais uma vez para o bom número de golos marcados e para a liderança isolada do Sporting.
2. Vitória folgada e totalmente justa do Benfica contra o Nacional. Uma dezena de oportunidades de golo claras resultou em 4 golos, com Jonas a destacar-se. Ofensivamente a equipa esteve muito bem, a explorar o espaço cedido pelo adversário, pelas linhas, pelo meio, em progressão, em tabela. Defensivamente algumas falhas (o golo sofrido é inenarrável).
Gostei do Benfica hoje. Bom futebol, boas exibições individuais, vitória convincente, excelente maneira de fechar uma primeira metade do campeonato que começou mal.
Contudo, é inegável que o percurso tem melhorado: 10 jogos, 9 vitórias, 1 empate, muitos golos marcados, e vitórias em Braga e Guimarães. E com a qualificação para os oitavos da LC.
2. Vitória folgada e totalmente justa do Benfica contra o Nacional. Uma dezena de oportunidades de golo claras resultou em 4 golos, com Jonas a destacar-se. Ofensivamente a equipa esteve muito bem, a explorar o espaço cedido pelo adversário, pelas linhas, pelo meio, em progressão, em tabela. Defensivamente algumas falhas (o golo sofrido é inenarrável).
Gostei do Benfica hoje. Bom futebol, boas exibições individuais, vitória convincente, excelente maneira de fechar uma primeira metade do campeonato que começou mal.
Contudo, é inegável que o percurso tem melhorado: 10 jogos, 9 vitórias, 1 empate, muitos golos marcados, e vitórias em Braga e Guimarães. E com a qualificação para os oitavos da LC.
domingo, janeiro 10
Monumental!
Que jogaço! De facto, mais um grande jogo entre Sporting e Sp. Braga. Este e o jogo da taça foram os melhores jogos da época em Portugal. Mas o que convém ressaltar é mesmo a alma desta equipa do Sporting. Este ano tem conseguido várias reviravoltas mas esta foi estrondosa e contou com a preciosa ajuda dos adeptos que deram espectáculo. Normalmente sou pessimista nestas situações mas ao intervalo ainda acreditava na vitória. E não era só eu. A equipa saiu para os balneários sob fortes aplausos e voltou com a garra dos campeões.
Já vi que anda por aí muito boa gente a reclamar do penalty do Sporting. Mas alguém no seu perfeito juízo consegue afirmar que a bola, quando embate na mão do jogador minhoto, está fora da área? Aliás, se tentarmos perceber o ângulo, o mais provável que esteja não apenas em cima da linha mas sim dentro da área. Isto além de, mais uma vez, se esquecerem de outra mão, ainda mais clara e bem dentro da área, quando havia 1-2. Talvez quando passar a incredulidade da reviravolta, possam reconhecer o mérito do Sporting líder.
Já vi que anda por aí muito boa gente a reclamar do penalty do Sporting. Mas alguém no seu perfeito juízo consegue afirmar que a bola, quando embate na mão do jogador minhoto, está fora da área? Aliás, se tentarmos perceber o ângulo, o mais provável que esteja não apenas em cima da linha mas sim dentro da área. Isto além de, mais uma vez, se esquecerem de outra mão, ainda mais clara e bem dentro da área, quando havia 1-2. Talvez quando passar a incredulidade da reviravolta, possam reconhecer o mérito do Sporting líder.
sexta-feira, janeiro 8
quinta-feira, janeiro 7
Jornalismo?
Primeiro queria pedir desculpa ao Luís por publicar quase em cima do post dele. Mas achei que isto era importante.
Claro que Jorge Jesus não devia ter respondido daquela maneira. Aliás, nem devia ter respondido. Mas veja-se a pergunta do suposto jornalista...
Claro que Jorge Jesus não devia ter respondido daquela maneira. Aliás, nem devia ter respondido. Mas veja-se a pergunta do suposto jornalista...
Curtas de 2015.
2015 terminou e apenas por falta de tempo não fiz um apanhado daquilo que foi a primeira metade da época. Por isso, aqui ficam alguns pontos que penso merecerem destaque.
1. O Benfica, bi-campeão iniciou a época já em desvantagem, fruto de uma pré-época confusa, cheia de equívocos e com o peso da saída de Jesus para o grande rival.
2. O Sporting, pelo contrário, iniciou a época cheio de confiança, com a chegada de alguns reforços mas, acima de tudo, com a chegada do melhor treinador que poderia ter.
3. O FCP manteve Lopetegui, um mal-amado, e mandou vir mais algumas estrelas, com destaque para Casillas. O espanhol trouxe vendas de camisolas mas, penso, foi uma má gestão desportiva.
4. Esforço que o Sporting fez em manter William e Slimani, ao mesmo tempo que encostou Carrilho, numa acção que deu força ao grupo (e boa gestão desportiva, apesar de difícil).
5. Introdução de jovens de qualidade nos três grandes: Neves, André, Semedo, Guedes, Renato, João Mário, Gelson, Pereira. A selecção agradece.
6. Distinção: para mim, vai para João Mário. Tem muita classe e, desde o primeiro dia que demonstra muita personalidade em campo. É respeitador, e tem tudo para ser titular na selecção. Penso que lhe falta apenas mais um pouco de paixão, por vezes parece que é “demasiado” sério na forma de estar em campo e mesmo fora dele.
7. Muitos golos: os jornalistas preferem destacar as atoardas de Jesus, os adeptos, penso, podem andar satisfeitos com a quantidade de golos marcados.
8. O Estoril está 14º lugar, apenas a 1 ponto do 10º. E já não ganha há 10 jogos. O que é que isto diz do nosso campeonato?
9. FCP campeão de Inverno, mas com pés de barro.
10. Sporting mais equipa, não deslumbra, à imagem do que o Benfica do ano passado fez. Há consistência, há um modelo (bem visível) a funcionar.
11. Europa: apenas o Benfica mostrou alguma qualidade. O Sporting falhou a toda a linha, e nem o apuramento na Liga Europa disfarça. O FCP falhou inacreditavelmente. Parece-me que a próxima ronda será a última para todos, contudo.
12. O Benfica está “apenas” a 4 pontos do líder. Digo apenas porque continuo sem perceber muito bem como ganha tanto jogo. Ontem, cilindrou um Marítimo que venceu no Dragão e deu muito trabalho ao Sporting. Podem achar que estou a brincar, mas nem uma goleada me deixou tranquilo ou confiante. As coisas acontecem mas não se percebe muito bem como. Existe uma dinâmica ofensiva mas desorganizada, o que é compensado com a valia de alguns artistas do plantel, com destaque óbvio para Jonas e Gaitán.
13. O campeão: penso que os sportinguistas vão ao Marquês. A equipa de Jesus tem mostrado maturidade, alguma qualidade e, também, muita motivação. A aposta exclusiva no campeonato parece-me, já o escrevi anteriormente, uma boa decisão, nesta época.
14. O quê, o Sporting estava interessado num jogador antes de disputar um jogo contra a equipa que esse jogador representa? Ainda me lembro quando isto era considerado suspeito.
1. O Benfica, bi-campeão iniciou a época já em desvantagem, fruto de uma pré-época confusa, cheia de equívocos e com o peso da saída de Jesus para o grande rival.
2. O Sporting, pelo contrário, iniciou a época cheio de confiança, com a chegada de alguns reforços mas, acima de tudo, com a chegada do melhor treinador que poderia ter.
3. O FCP manteve Lopetegui, um mal-amado, e mandou vir mais algumas estrelas, com destaque para Casillas. O espanhol trouxe vendas de camisolas mas, penso, foi uma má gestão desportiva.
4. Esforço que o Sporting fez em manter William e Slimani, ao mesmo tempo que encostou Carrilho, numa acção que deu força ao grupo (e boa gestão desportiva, apesar de difícil).
5. Introdução de jovens de qualidade nos três grandes: Neves, André, Semedo, Guedes, Renato, João Mário, Gelson, Pereira. A selecção agradece.
6. Distinção: para mim, vai para João Mário. Tem muita classe e, desde o primeiro dia que demonstra muita personalidade em campo. É respeitador, e tem tudo para ser titular na selecção. Penso que lhe falta apenas mais um pouco de paixão, por vezes parece que é “demasiado” sério na forma de estar em campo e mesmo fora dele.
7. Muitos golos: os jornalistas preferem destacar as atoardas de Jesus, os adeptos, penso, podem andar satisfeitos com a quantidade de golos marcados.
8. O Estoril está 14º lugar, apenas a 1 ponto do 10º. E já não ganha há 10 jogos. O que é que isto diz do nosso campeonato?
9. FCP campeão de Inverno, mas com pés de barro.
10. Sporting mais equipa, não deslumbra, à imagem do que o Benfica do ano passado fez. Há consistência, há um modelo (bem visível) a funcionar.
11. Europa: apenas o Benfica mostrou alguma qualidade. O Sporting falhou a toda a linha, e nem o apuramento na Liga Europa disfarça. O FCP falhou inacreditavelmente. Parece-me que a próxima ronda será a última para todos, contudo.
12. O Benfica está “apenas” a 4 pontos do líder. Digo apenas porque continuo sem perceber muito bem como ganha tanto jogo. Ontem, cilindrou um Marítimo que venceu no Dragão e deu muito trabalho ao Sporting. Podem achar que estou a brincar, mas nem uma goleada me deixou tranquilo ou confiante. As coisas acontecem mas não se percebe muito bem como. Existe uma dinâmica ofensiva mas desorganizada, o que é compensado com a valia de alguns artistas do plantel, com destaque óbvio para Jonas e Gaitán.
13. O campeão: penso que os sportinguistas vão ao Marquês. A equipa de Jesus tem mostrado maturidade, alguma qualidade e, também, muita motivação. A aposta exclusiva no campeonato parece-me, já o escrevi anteriormente, uma boa decisão, nesta época.
14. O quê, o Sporting estava interessado num jogador antes de disputar um jogo contra a equipa que esse jogador representa? Ainda me lembro quando isto era considerado suspeito.
Para comentar
O que acham destas declarações de Jorge Jesus? identificam-se com elas?
Procurei palavras para as qualificar, mas não consigo. Tem tanto de bom treinador como de... (não consigo adjectivar).
Espero que o Rui Vitória não lhe dê troco.
Procurei palavras para as qualificar, mas não consigo. Tem tanto de bom treinador como de... (não consigo adjectivar).
Espero que o Rui Vitória não lhe dê troco.
Es lo que es/es lo que hay
Julen Lopetegui pode dar espectáculos de ignorância táctica a cada jogo de capital importância, mas os jornalistas que o questionam, nas salas de imprensa dos estádios onde deixa pontos, não são melhores no seu ofício do que o espanhol no dele. Interessa-lhes o lugar, o emprego, interessa-lhes o físico, o emocional, a consequência das más opções. Não lhes interessam essas mesmas opções e as ideias que estão por detrás delas. Por isso, vão direitos ao assunto com um chorrilho de frases-feitas e factos de algibeira para se atirarem ao espanhol. Tal como ele, meus caros, não sabem mais. Nem tampouco sabem como Lopetegui deixa pontos em estádios onde o adversário (já) sabe que lhe basta marcar um golo em tempo 'útil' para sobreviver - sendo que o do Dragão também já faz parte deles, desde que lhe perderam o medo. Se soubessem [os jornalistas] podiam contribuir para um discussão que levaria Julen Lopetegui a ter que reconhecer os seus erros. "Chispa de campeón", perguntam-lhe! E eles? sabem o que é isso?
Tinha Jesualdo "chispa de campeón", porque o foi três vezes? Não me parece (perguntem a Jesus). Tinha Adriaanse que o foi por uma vez, resgatando a Liga... ao Sporting? Também não me parece. E não tinham estes dois, como muitos mais que o foram de Dragão ao peito, porque não tinham, sequer, adversário para se gabarem de tal qualidade. Chispa de campeón... Até Fonseca vem à baila, ele que não foi mais que um zero à esquerda do seu esquema e que só com trabalho em Paços e em Braga consegue ser mais bem amado no Porto. Quando esteve, de facto e realmente, na Invicta foi o que se viu. Pior, bem pior, que o seu sucessor. Um sucessor que peca pelo quase, que peca pelo seu novo 'trivote' e que peca pelo capítulo defensivo - o mesmo que tenta controlar à força com uma posse-de-bola 'fácil' e 'segura' pelas faixas laterais. Uma posse que, na realidade, é a mais perigosa de todas porque os centrais não atraem pressão longe da baliza do FC Porto, porque os laterais e os extremos gastam uma e a mesma linha de passe, e porque, nunca por nunca, o trinco - o tal que dizem ter sido o melhor em Alvalade - nunca por nunca, lembro, ocupa o espaço à frente dos centrais, como faz figura de corpo presente na transição defensiva, quando essa 'posse' é perdida. Depois, o espaço entre defesa e meio-campo e entre meio-campo e ataque faz-nos pensar que estamos a ver jogos... nas Antas.
Julen é o típico treinador do quase - tal como muitos que o FC Porto conheceu aos rivais em anos já algo distantes. As suas (duas) equipas já mostraram espírito competitivo, já mostraram saber ir a estádios adversários controlar, mandar, dominar. Ambição tem ele (demasiada para as suas vulgares ideias) e ainda no sábado passado entrou a querer procurar o meio-campo do Sporting, conseguindo-o e criando as primeiras reais oportunidades do jogo. Com pena, para o portista comum, o lopi-team foi perdendo a tranquilidade própria e o respeito adversário. Pelos seus erros na escolha do onze e nas opções tácticas, demasiado antiquadas, o FC Porto sabe que o tiki-taka com molho de francesinha* é uma ilusão e que está, sempre, à beira de sofrer um golo que a sua organização ofensiva terá mil chances de anular. Contudo, essas mil chances esgotam-se no 'um-para-um' de extremos talentosos mas que teriam de ser 'Messis' para ultrapassarem as marcações individuais e as constantes dobras. Soluções? Perdas de bola ou cruzamentos, cruzamentos, cruzamentos. E, nesta quarta-feira, contra o Rio Ave, poderiam ser mesmo mil que o resultado seria o mesmo: a defesa dos vilacondenses a sacudir tudo o que apanhou, Cassio a agarrar, e a sacudir, também, tudo o que pôde. Resultado: mais de uma dezena de cantos, todos eles - menos um - batidos de novo, e à primeira, para a área. Sintomático.
Tudo à custa de um golo sofrido curiosamente conseguido com um ressalto no tal jogador que nunca por nunca ocupa o espaço que tem de ocupar. Culpa dele? ora essa... culpa de quem tem à disposição uma videoteca com jogos azuis e brancos que lhe podiam resolver problemas para os quais não sabe achar solução. Duvido mesmo que saiba que existam [os jogos e os problemas], tal é o atraso com que o basco parte para Jorge Jesus na compreensão do jogo e tal é a falta de portismo que ele apregoa. E se o «es lo que es/es lo que hay» das 'flashes' não se estende à ressaca do golo sofrido com o Rio Ave - desânimo profundo na cara do timoneiro que vê o Universo a conspirar contra ele e contra a sua equipa - nunca o FC Porto de Lopetegui sairá do buraco onde se meteu. Pelo contrário, continuará a gastar a enormidade de posse-de-bola em lances estéreis e a deixar os seus melhores jogadores com três a quatro adversários para ultrapassarem. O vulgar e mediano treinador português já percebeu isso. Só Julen é que ainda não. E o que é que isso faz dele? Alguém que não vira jogos já sabemos, e o resto?
*tiki-taka com molho de francesinha é uma expressão que li e adorei. Não me lembro é onde, pelo que só posso deixar esta estéril, como a posse do Julen, referência.
Tinha Jesualdo "chispa de campeón", porque o foi três vezes? Não me parece (perguntem a Jesus). Tinha Adriaanse que o foi por uma vez, resgatando a Liga... ao Sporting? Também não me parece. E não tinham estes dois, como muitos mais que o foram de Dragão ao peito, porque não tinham, sequer, adversário para se gabarem de tal qualidade. Chispa de campeón... Até Fonseca vem à baila, ele que não foi mais que um zero à esquerda do seu esquema e que só com trabalho em Paços e em Braga consegue ser mais bem amado no Porto. Quando esteve, de facto e realmente, na Invicta foi o que se viu. Pior, bem pior, que o seu sucessor. Um sucessor que peca pelo quase, que peca pelo seu novo 'trivote' e que peca pelo capítulo defensivo - o mesmo que tenta controlar à força com uma posse-de-bola 'fácil' e 'segura' pelas faixas laterais. Uma posse que, na realidade, é a mais perigosa de todas porque os centrais não atraem pressão longe da baliza do FC Porto, porque os laterais e os extremos gastam uma e a mesma linha de passe, e porque, nunca por nunca, o trinco - o tal que dizem ter sido o melhor em Alvalade - nunca por nunca, lembro, ocupa o espaço à frente dos centrais, como faz figura de corpo presente na transição defensiva, quando essa 'posse' é perdida. Depois, o espaço entre defesa e meio-campo e entre meio-campo e ataque faz-nos pensar que estamos a ver jogos... nas Antas.
Julen é o típico treinador do quase - tal como muitos que o FC Porto conheceu aos rivais em anos já algo distantes. As suas (duas) equipas já mostraram espírito competitivo, já mostraram saber ir a estádios adversários controlar, mandar, dominar. Ambição tem ele (demasiada para as suas vulgares ideias) e ainda no sábado passado entrou a querer procurar o meio-campo do Sporting, conseguindo-o e criando as primeiras reais oportunidades do jogo. Com pena, para o portista comum, o lopi-team foi perdendo a tranquilidade própria e o respeito adversário. Pelos seus erros na escolha do onze e nas opções tácticas, demasiado antiquadas, o FC Porto sabe que o tiki-taka com molho de francesinha* é uma ilusão e que está, sempre, à beira de sofrer um golo que a sua organização ofensiva terá mil chances de anular. Contudo, essas mil chances esgotam-se no 'um-para-um' de extremos talentosos mas que teriam de ser 'Messis' para ultrapassarem as marcações individuais e as constantes dobras. Soluções? Perdas de bola ou cruzamentos, cruzamentos, cruzamentos. E, nesta quarta-feira, contra o Rio Ave, poderiam ser mesmo mil que o resultado seria o mesmo: a defesa dos vilacondenses a sacudir tudo o que apanhou, Cassio a agarrar, e a sacudir, também, tudo o que pôde. Resultado: mais de uma dezena de cantos, todos eles - menos um - batidos de novo, e à primeira, para a área. Sintomático.
Tudo à custa de um golo sofrido curiosamente conseguido com um ressalto no tal jogador que nunca por nunca ocupa o espaço que tem de ocupar. Culpa dele? ora essa... culpa de quem tem à disposição uma videoteca com jogos azuis e brancos que lhe podiam resolver problemas para os quais não sabe achar solução. Duvido mesmo que saiba que existam [os jogos e os problemas], tal é o atraso com que o basco parte para Jorge Jesus na compreensão do jogo e tal é a falta de portismo que ele apregoa. E se o «es lo que es/es lo que hay» das 'flashes' não se estende à ressaca do golo sofrido com o Rio Ave - desânimo profundo na cara do timoneiro que vê o Universo a conspirar contra ele e contra a sua equipa - nunca o FC Porto de Lopetegui sairá do buraco onde se meteu. Pelo contrário, continuará a gastar a enormidade de posse-de-bola em lances estéreis e a deixar os seus melhores jogadores com três a quatro adversários para ultrapassarem. O vulgar e mediano treinador português já percebeu isso. Só Julen é que ainda não. E o que é que isso faz dele? Alguém que não vira jogos já sabemos, e o resto?
*tiki-taka com molho de francesinha é uma expressão que li e adorei. Não me lembro é onde, pelo que só posso deixar esta estéril, como a posse do Julen, referência.
quarta-feira, janeiro 6
Finalmente...
... a resposta de Rui Vitória, e com classe. Resposta dada, conversa terminada.
Espero que da parte dele fique por aqui e não alimente mais a "novela".
Espero que da parte dele fique por aqui e não alimente mais a "novela".
domingo, janeiro 3
O comando é NOS
No Sporting-Porto foi engraçado, quase acima de tudo, ver o confronto NOS-MEO estender-se às camisolas dos dois grandes, no embate que serviu de tira-teimas para quem ainda acreditava que, em futebol, os projectos desportivos não se sobrepõem a qualquer outro tipo de negócio. E, sim, o comando é NOS - e deixou de ser MEO - porque alguém teve a visão para resgatar/roubar/abrir portas a um treinador bicampeão. Assim o comando da MEO, que gerou um campeão de inverno com pés de barro, foi a Alvalade somente para provar que está dois, três, degraus abaixo de uma equipa que merece a liderança por inteiro. Por ser mais capaz, completa e eficaz. E até o talento, aqui, fica de fora, porque quem consegue criar um modelo que reduz as qualidades de Brahimi, Corona, Aboubakar, Rúben Neves, não pode ser bom. Não o era na liderança, não o é a dois pontos e nem o será em maio próximo - por mais ilusão (em bom português) que tenha.
O FC Porto é agora aquilo que foi em raros tempos nos últimos 30 anos e em muitas vezes nos últimos 60. Anda atrás dos líderes porque confiou que qualquer vassoura poderia substituir um bicampeão com grande mérito. E, apesar do Benfica ter caído no mesmo erro, alguém, que não os dragões, soube aproveitar. Ver Aboubakar falhar dois golos feitos não serve para invocar desculpas. Servirá sim para reconhecer que o estofo, e as estocadas, de campeão já não moram no Dragão. Pelo contrário, em Alvalade soube-se reconhecer a valia de um modelo superior - o mesmo que num 'detalhe' aproveitou de novo, e de maneira felina, um dos mais recorrentes erros da era Lopetegui: marcar ao homem nas bolas paradas.
Um detalhe Slim com responsabilidade Maxi, adjectivo que invoca também o lançamento que deu a vantagem ao Benfica na sua última vitória no Dragão - em dezembro de 2014. Ver a defesa portista à nora e a andar para onde o adversário quer, abrindo espaço aos matadores (antes Lima a bisar, agora Slimani), seria suficiente para qualquer estrutura que percebesse minimamente o que contrata. E ver a defesa leonina, sólida que nem uma rocha, nos bastantes pontapés-de-canto e livres que, ainda assim, o futebol portista conseguiu criar, deveria ser sintomático. Mas não é. Não é porque o ego - um ego de 30 anos - é gigante. Mas por mais que se repele, por mais que invoque ganas, e por mais que a atitude dos jogadores fosse, até, digna e competitiva, as ideias de Lopetegui são inferiores. E Jesus até na leitura do jogo conseguiu ser, de novo, superior.
O jogo decidiu-se no tal detalhe da bola parada - como lembrou JJ - e até aí poderia pender para qualquer lado. Isto não fossem as diferenças gritantes nas opções que os jogadores, de uma e outra equipa, tomam com bola. O Sporting, entre-linhas, como caruncho na já podre madeira portista, avançou para uma 2.ª parte de conforto assente na inoperância da organização ofensiva portista. De lá saíram duas bolas ao poste e um golo gerados por um jogo-interior que sabe que a baliza fica no corredor central. E enquanto os portistas davam mais um toque para o lado, e enquanto os seus laterais e extremos ficavam sujeitos a uma primeira marcação e a uma seguinte dobra, Aboubakar primeiro, e André Silva depois, eram duas ilhas orfãs de extremos mentirosos - daqueles que realmente castigam, como o enorme Ruiz (hoje, o melhor do campeonato por força do modelo). Sim, o Sporting pode não ter feito o melhor negócio das operadoras (nenhum é bom) mas fez o melhor negócio quando investiu milhões no treinador. No FC Porto e, já agora, no Benfica, é tempo dos senhores 20/15/10 milhões serem um mister. Convém é perceber um pouco de futebol quando se contratarem. Mas isso, como já estamos fartos de saber, são outras contas - daquelas que não fazem capas.
P.S. Isto tudo sem falar em duplos-pivots.
O FC Porto é agora aquilo que foi em raros tempos nos últimos 30 anos e em muitas vezes nos últimos 60. Anda atrás dos líderes porque confiou que qualquer vassoura poderia substituir um bicampeão com grande mérito. E, apesar do Benfica ter caído no mesmo erro, alguém, que não os dragões, soube aproveitar. Ver Aboubakar falhar dois golos feitos não serve para invocar desculpas. Servirá sim para reconhecer que o estofo, e as estocadas, de campeão já não moram no Dragão. Pelo contrário, em Alvalade soube-se reconhecer a valia de um modelo superior - o mesmo que num 'detalhe' aproveitou de novo, e de maneira felina, um dos mais recorrentes erros da era Lopetegui: marcar ao homem nas bolas paradas.
Um detalhe Slim com responsabilidade Maxi, adjectivo que invoca também o lançamento que deu a vantagem ao Benfica na sua última vitória no Dragão - em dezembro de 2014. Ver a defesa portista à nora e a andar para onde o adversário quer, abrindo espaço aos matadores (antes Lima a bisar, agora Slimani), seria suficiente para qualquer estrutura que percebesse minimamente o que contrata. E ver a defesa leonina, sólida que nem uma rocha, nos bastantes pontapés-de-canto e livres que, ainda assim, o futebol portista conseguiu criar, deveria ser sintomático. Mas não é. Não é porque o ego - um ego de 30 anos - é gigante. Mas por mais que se repele, por mais que invoque ganas, e por mais que a atitude dos jogadores fosse, até, digna e competitiva, as ideias de Lopetegui são inferiores. E Jesus até na leitura do jogo conseguiu ser, de novo, superior.
O jogo decidiu-se no tal detalhe da bola parada - como lembrou JJ - e até aí poderia pender para qualquer lado. Isto não fossem as diferenças gritantes nas opções que os jogadores, de uma e outra equipa, tomam com bola. O Sporting, entre-linhas, como caruncho na já podre madeira portista, avançou para uma 2.ª parte de conforto assente na inoperância da organização ofensiva portista. De lá saíram duas bolas ao poste e um golo gerados por um jogo-interior que sabe que a baliza fica no corredor central. E enquanto os portistas davam mais um toque para o lado, e enquanto os seus laterais e extremos ficavam sujeitos a uma primeira marcação e a uma seguinte dobra, Aboubakar primeiro, e André Silva depois, eram duas ilhas orfãs de extremos mentirosos - daqueles que realmente castigam, como o enorme Ruiz (hoje, o melhor do campeonato por força do modelo). Sim, o Sporting pode não ter feito o melhor negócio das operadoras (nenhum é bom) mas fez o melhor negócio quando investiu milhões no treinador. No FC Porto e, já agora, no Benfica, é tempo dos senhores 20/15/10 milhões serem um mister. Convém é perceber um pouco de futebol quando se contratarem. Mas isso, como já estamos fartos de saber, são outras contas - daquelas que não fazem capas.
P.S. Isto tudo sem falar em duplos-pivots.
quinta-feira, dezembro 31
O verdadeiro negócio dos "grandes".
E fechamos 2015 com muitos milhões para todos, apesar de todas as discussões sobre quem ficou com mais.
Felizmente, ainda há coisas que não geram confusões e insultos, por serem factuais e não passíveis de discussão. Assim, fechamos o ano com as seguintes contas:
Títulos nacionais
Benfica 73
FCP 67
Sporting 46
Bom ano de 2016 para todos e já sabem, aconteça o que acontecer até Maio, o Benfica seguirá na liderança.
Felizmente, ainda há coisas que não geram confusões e insultos, por serem factuais e não passíveis de discussão. Assim, fechamos o ano com as seguintes contas:
Títulos nacionais
Benfica 73
FCP 67
Sporting 46
Bom ano de 2016 para todos e já sabem, aconteça o que acontecer até Maio, o Benfica seguirá na liderança.
quarta-feira, dezembro 30
O Sporting, na Taça da Liga (CTT)
Para além de 3 excelentes golos e uma vitória, o que me deixa mais satisfeito deste Sporting-Paços é ver que Matheus Pereira não enche as capas do jornais. Que continue assim, discretamente a deslumbrar. Faz tudo bem.
terça-feira, dezembro 29
Natal dos milhões.
Aos monstruosos negócios efectuados por Benfica e FCP, deve seguir-se o do Sporting. Independentemente das diferenças de valores, penso que os mesmos são "absurdos" para a nossa realidade.
Na verdade, e no final, o futebol português vai ficar mais limitado, e menos competitivo, a menos que os clubes médios consigam também eles alcançar bons valores pelos direitos de transmissão dos seus jogos - o que me parece muito pouco provável.
Tem sido engraçado assistir a tudo isto. Numa primeira fase (aquando do negócio Benfica/NOS, portistas e sportinguistas lançavam desconfianças, desdenhavam e desprezavam o negócio. Os benfiquistas, no entanto, mostravam-se cheios, irresistíveis e donos do mercado.
Entretanto veio o negócio FCP/MEO e os portistas facilmente se gabaram de terem alcançado o melhor negócio de sempre, mesmo que para isso tenham hipotecado tudo o que lhes pode render dinheiro. Nesta fase, muitos benfiquistas começaram a achar que o negócio com a NOS, afinal, não era nada de especial. Os sportinguistas, esses, estavam de fora e continuavam a maldizer, apresentando como grande argumento o facto de se estar a matar o futebol português, com a bipolarização.
Hoje, parece. o Sporting está a um pequeno passo de se juntar à NOS para mais um contrato milionário. Benfiquistas e portistas começam agora a insinuar que o clube de Alvalade está à venda.
Não sei bem onde se vai buscar tanto dinheiro. Nem sei bem que consequências tudo isto poderá ter para o futebol português. Contudo, serão três negócios fantásticos (com nuances, obviamente) para os três clubes.
Mas como vamos nós, adeptos, fazer? Pagar vários operadores? Gravar um jogo para podermos assistir a outro mais tarde? Como vão os clubes utlizar os montantes? Para comprar fornadas de jogadores ou para abater o passivo?
Na verdade, e no final, o futebol português vai ficar mais limitado, e menos competitivo, a menos que os clubes médios consigam também eles alcançar bons valores pelos direitos de transmissão dos seus jogos - o que me parece muito pouco provável.
Tem sido engraçado assistir a tudo isto. Numa primeira fase (aquando do negócio Benfica/NOS, portistas e sportinguistas lançavam desconfianças, desdenhavam e desprezavam o negócio. Os benfiquistas, no entanto, mostravam-se cheios, irresistíveis e donos do mercado.
Entretanto veio o negócio FCP/MEO e os portistas facilmente se gabaram de terem alcançado o melhor negócio de sempre, mesmo que para isso tenham hipotecado tudo o que lhes pode render dinheiro. Nesta fase, muitos benfiquistas começaram a achar que o negócio com a NOS, afinal, não era nada de especial. Os sportinguistas, esses, estavam de fora e continuavam a maldizer, apresentando como grande argumento o facto de se estar a matar o futebol português, com a bipolarização.
Hoje, parece. o Sporting está a um pequeno passo de se juntar à NOS para mais um contrato milionário. Benfiquistas e portistas começam agora a insinuar que o clube de Alvalade está à venda.
Não sei bem onde se vai buscar tanto dinheiro. Nem sei bem que consequências tudo isto poderá ter para o futebol português. Contudo, serão três negócios fantásticos (com nuances, obviamente) para os três clubes.
Mas como vamos nós, adeptos, fazer? Pagar vários operadores? Gravar um jogo para podermos assistir a outro mais tarde? Como vão os clubes utlizar os montantes? Para comprar fornadas de jogadores ou para abater o passivo?
segunda-feira, dezembro 21
Curtas.
1. Depois do empate contra o União da Madeira, só a vitória interessava ao Benfica, na recepção ao Rio Ave. Na Madeira a equipa foi incapaz de jogar em ataque organizado e muitos jogadores estiveram bem abaixo do que lhes é exigido. Contudo, penso que o planeamento foi péssimo, com um acumular de jogos desnecessário. Ainda por cima com Vitória a insistir sempre nos mesmos.
2. Sobre Rui Vitória há muito a dizer: a equipa não apresenta melhorias, vive das individualidades (uma realidade muito frequente em Jesus, especialmente nos primeiros 4 anos), não se entendem algumas opções, com destaque para o espremer de Guedes (tem apenas 18 anos, não tem descanso e começa a ser pesado para ele tamanha pressão, pois não está a ser defendido), a rábula com Djuricic, que passa de alternativa primária em Setúbal para o vazio na jornada seguinte, e para o desaparecimento completo de Talisca.
Mas há outras coisas a dizer sobre Rui Vitória: precisa de reforços, urgentemente, porque não podemos exigir vitórias constantes e uma boa caminhada na LC com uma equipa que perdeu em relação ao ano passado jogadores como Sálvio, Lima e Maxi E temos de juntar Luisão, Semedo e Gaitan, jogadores que têm passado demasiado tempo no estaleiro. As alternativas são poucas e sem ovos não se fazem omoletes (a menos que se esteja no mesmo clube há 5 anos e se dispute apenas uma competição em Dezembro).
3. O jogo com o Rio Ave foi uma espécie de Benfica de Mário Wilson. Jogadores nas suas posições mas sem dinâmicas, sem bloco e sem grande organização. Muito espaço entre linhas, compensado com o esforço de todos os jogadores. A classe de Jonas acabou com o sofrimento.
É verdade que a arbitragem foi uma vergonha (viu-se claramente que o árbitro ficou chateado com o golo madrugador de Jonas), mas isso não apaga o mau futebol praticado. A equipa nunca desistiu, é certo, e conseguiu até manter alguma calma na abordagem ao jogo nos últimos 20 minutos, mas tem de haver maior harmonia (um bocadinho, vá) entre os sectores. Aquilo às tantas parece que toda a gente pode desempenhar qualquer papel (o que não seria nada mau, desde que bem feito) e resulta numa grande confusão.
O Rio Ave fez um bom jogo. Especialmente na primeira parte, onde deu muito trabalho. Depois, sem pulmão, deixou-se arrastar e nem mesmo com lesões falsas se safaram. Faltou mais ambição.
4. Felizmente o Sporting perdeu e voltámos a aproximar-nos do topo. Quer-me parecer que continuamos a falhar no básico (qualidade de jogo) mas a esperança é a última a morrer. Especialmente quando vemos um adversário arrogante fora do campo - arrogância essa personificada no presidente Bruno de Carvalho, que insiste num permanente ataque ao Benfica -, e que em Dezembro disputa o mesmo número de competições.
5. O caso Doyen bateu para o lado do fundo e agora é fazer as contas. Continuo a pensar que os fundamentos do Sporting são bons e que a luta por um futebol mais limpo deve ser de todos. Se a forma foi a mais correcta? Não. Os compromissos são para ser assumidos, algo que parece não cativar muito Bruno de Carvalho. Mas isso é um problema dos sportinguistas.
6. Entretanto, o basco, já é líder.
2. Sobre Rui Vitória há muito a dizer: a equipa não apresenta melhorias, vive das individualidades (uma realidade muito frequente em Jesus, especialmente nos primeiros 4 anos), não se entendem algumas opções, com destaque para o espremer de Guedes (tem apenas 18 anos, não tem descanso e começa a ser pesado para ele tamanha pressão, pois não está a ser defendido), a rábula com Djuricic, que passa de alternativa primária em Setúbal para o vazio na jornada seguinte, e para o desaparecimento completo de Talisca.
Mas há outras coisas a dizer sobre Rui Vitória: precisa de reforços, urgentemente, porque não podemos exigir vitórias constantes e uma boa caminhada na LC com uma equipa que perdeu em relação ao ano passado jogadores como Sálvio, Lima e Maxi E temos de juntar Luisão, Semedo e Gaitan, jogadores que têm passado demasiado tempo no estaleiro. As alternativas são poucas e sem ovos não se fazem omoletes (a menos que se esteja no mesmo clube há 5 anos e se dispute apenas uma competição em Dezembro).
3. O jogo com o Rio Ave foi uma espécie de Benfica de Mário Wilson. Jogadores nas suas posições mas sem dinâmicas, sem bloco e sem grande organização. Muito espaço entre linhas, compensado com o esforço de todos os jogadores. A classe de Jonas acabou com o sofrimento.
É verdade que a arbitragem foi uma vergonha (viu-se claramente que o árbitro ficou chateado com o golo madrugador de Jonas), mas isso não apaga o mau futebol praticado. A equipa nunca desistiu, é certo, e conseguiu até manter alguma calma na abordagem ao jogo nos últimos 20 minutos, mas tem de haver maior harmonia (um bocadinho, vá) entre os sectores. Aquilo às tantas parece que toda a gente pode desempenhar qualquer papel (o que não seria nada mau, desde que bem feito) e resulta numa grande confusão.
O Rio Ave fez um bom jogo. Especialmente na primeira parte, onde deu muito trabalho. Depois, sem pulmão, deixou-se arrastar e nem mesmo com lesões falsas se safaram. Faltou mais ambição.
4. Felizmente o Sporting perdeu e voltámos a aproximar-nos do topo. Quer-me parecer que continuamos a falhar no básico (qualidade de jogo) mas a esperança é a última a morrer. Especialmente quando vemos um adversário arrogante fora do campo - arrogância essa personificada no presidente Bruno de Carvalho, que insiste num permanente ataque ao Benfica -, e que em Dezembro disputa o mesmo número de competições.
5. O caso Doyen bateu para o lado do fundo e agora é fazer as contas. Continuo a pensar que os fundamentos do Sporting são bons e que a luta por um futebol mais limpo deve ser de todos. Se a forma foi a mais correcta? Não. Os compromissos são para ser assumidos, algo que parece não cativar muito Bruno de Carvalho. Mas isso é um problema dos sportinguistas.
6. Entretanto, o basco, já é líder.
Bicho-da-madeira na árvore... dos outros
O Natal conta o que conta. E, por isso, mil e uma explicações se hão-de arranjar para o FC Porto voltar a festejar, cinco anos depois, uma liderança isolada no período festivo. Desde André Villas-Boas que os 'Bons Natais' não eram entoados desde o Dragão, num período que nem Vítor Pereira, nem Paulo Fonseca, conseguiram desfazer. Três lideranças, sim, mas... partilhadas com um adversário de registo para os portistas: Jorge Jesus. O adepto mais distraído chamar-lhe-ia Benfica. O mais confiante chamar-lhe-ia Sporting. Mas o verdadeiro 'culpado' dos poucos Natais descansados dos azuis-e-brancos dá mesmo pelo nome de... Jesus. Esse mesmo, o que num período de extrema confiança foi ultrapassado pelo aprendiz de feiticeiro e ficou, por essas alturas, a uns bons sete, oito, pontos da liderança em 2010/11. Confiança desmesurada? Talvez a mesma com que o Sporting encarou a viagem à Madeira que o fez saltar da liderança. "Nunca nos passou pela cabeça", garantiu Jorge. Mas talvez a cabeça de Danilo Dias tivesse sempre uma palavra a dizer. O Sporting conseguiu, num golpe de asa dado em junho, aproximar-se do lugar de discussão pelo título - algo que não perdeu e algo a que certamente terá acesso no período decisivo - mas teima em não mostrar regularmente a faceta que faz do seu conjunto aquele que tem mais potencial intrínseco para festejar em maio. Com a equipa tão subida a impedir e, até mesmo, a sufocar as saídas do adversário - com um imperial William a controlar as costas dessa pressão - os leões agigantam-se. Mas com pena dos adeptos leoninos, essa versão surge poucas vezes para o objectivo a que o Sporting se propõe.
Equilíbrios e leitura de jogo é aquilo que ainda falta ao Sporting de JJ. Ontem, na Madeira, os leões esqueceram-se de algo do qual só se lembraram no fim: o domínio territorial e mesmo o domínio em termos de oportunidades claras de golo, não é garante, em futebol, de coisa alguma. E o esforço leonino, impedido pelo guardião do União, poderia ser facilitado com algumas armadilhas que os leões ainda não aprenderam a montar. Desde logo a pouca mobilidade do ataque - os posicionamentos estão lá, mas as tabelas 'a la Saviola e Aimar' aparecerão quando? Para quando o baixar de bloco que atrai os adversários para os matar em transição? E para quando a tranquilidade que tudo isso traz a uma equipa que, na Liga, tem que ganhar, ganhar, ganhar...?
Foi impressionante a subida de qualidade, em alguns processos, por parte do Sporting. O que torna impressionante, também, o modo de operacionalizar de Jorge Jesus - Vítor Pereira, no Fenerbahçe, demorou muito mais tempo a acertar. Ainda assim, os quintais da Liga continuam a ser armadilhas para Jesus e qualquer outro. Tanto, que os dois pontos de vantagem que o FC Porto guarda para o Sporting, e os quatro que guarda para o Benfica, não são garante de nada. Um portista sonhador pode sempre dizer que uma vez quebrada a malapata (Lopetegui nunca tinha sido líder isolado, não obstante ter tido várias chances para o ser) o FC Porto de outros anos voltará, incólume. Mas esses eram outros tempos. Tempos em que a liderança estava sempre na mente, não havendo lugar a rotações desmesuradas, e desnecessárias, e não havendo lugar a períodos de recreação que tornaram a estratégia dos adversários num "queremos enervar o Dragão". O FC Porto entrou forte, marcou, geriu e acelerou de novo para um resultado esclarecedor e condizente com o que se exige ao seu conjunto. Danilo soltou-se e quebrou a monotonia de um 'duplo-pivot' que a lesão de André criou, sendo um dos jogadores mais influentes na vitória de um regresso natalício ao topo. O ex-Marítimo marcou de cabeça - é a par de Maicon a única arma para as bolas paradas que acabam na área do adversário - e ganhou o livre que deu o 2-0, numa incursão que prova a inversão de um triângulo que tem sido maldito para o FC Porto.
Contudo, convém relembrar, estes são dois pontos de vantagem que nada garantem. A incerteza de Lopetegui é bastante para continuar a separar e a qualificar jogos. Os 'grandes' - que merecem a atenção e a lupa do técnico para mais uma invenção - e os 'pequenos', onde a equipa é contagiada pela letargia criada pelo pensamento de que 'o golo aparece'. Ontem, com a liderança em jogo, o FC Porto forçou a vitória. Esse é o FC Porto que os adeptos pedem, e só Lopetegui vê semelhanças entre o de ontem e o ritual pastoso que são a maioria dos jogos da sua equipa.
O mesmo se aplica a um Benfica incapaz de criar perigo de bola corrida em boa parte dos seus jogos. Claro que na Luz, ambiente que acaba por empurrar para trás os adversários, o talento faz toda a diferença. E quando, desta feita, o Rio Ave explodiu fisicamente e o bloco-baixo o deixou à mercê do bicampeão, a vitória tornou-se incontestável. Tão incontestável como, pelo menos, dois penálties que ficaram por assinalar a favor dos encarnados e que, certamente, dariam outro descanso à equipa de Rui Vitória. Não houve penálties mas houve Jonas, o tal que já se mete(u) em questão para que o 'sistema' preferido de Vitória apareça. Parece-vos credível, trocar o Indiana por um qualquer sistema de... Rui Vitória? Perguntem a Alberto Bueno como é que o 'Jonas' portista se vê relegado para uma ala a troco de uns míseros minutos e a troco de manter o 'miolo combativo' que mete menos medo a um medroso por natureza. Coisas da bola, as mesmas que levam o patinho-feio Herrera (que belo golo!) a provar a anterior falta de chegada à área do sistema lopeteguiano. Agora imaginem que ao lado do mexicano aparecia(m) Bueno, ou Evandro, ou Sérgio Oliveira... de André ainda se lembram, não?
domingo, dezembro 20
Natal!
Há quantos anos é que o Sporting não pass o natal em 1 lugar? Ainda não foi desta...
Na Luz, mais um jogo com lances polémicos.
Votos de um feliz natal a todos
Na Luz, mais um jogo com lances polémicos.
Votos de um feliz natal a todos
sexta-feira, dezembro 18
A lição
Há semanas vi o Benfica espetar 6-0 ao Belenenses. Depois vi o FC Porto vencer o Chelsea no Dragão, assim como os dois jogos contra o 'doce' do seu grupo da Liga dos Campeões. E ainda tive tempo para ver o bicampeão ir ao Bonfim marcar quatro, para depois ler o seu técnico reclamar atenção para o seu ataque. Vi tudo isto mas não me enganei. Apontamentos há que permitem que equipas não tão fortes assim passem por equipas. E nem é preciso escrever mais do que equipas - coisa que FC Porto e Benfica, versões 15/16, não são. E muito dificilmente chegarão a sê-lo, adianto, por mais quatro ou cinco que dêem, por mais colossos que derrubem - como foi também o caso dos encarnados no Vicente Calderón. Dois 'conjuntos' que não me enganaram, dizia, porque lhes falta aquilo que faz as boas equipas. Paupérrimos a atacar e sem noções defensivas evoluídas, águias e dragões têm os seus treinadores a prazo. E se (só) o sucesso os salvará do despedimento, resta lembrar também que nem o sucesso os salvará da mediocridade. E a prová-lo está... José Mourinho.
É a liga do espectáculo, dos grandes golos, dos resultados incertos e dos craques mundiais. Das libras, dos contratos televisivos e dos bem apetrechados estádios. Mas tudo isso não faz da Premier a melhor liga do planeta. Não faz porque um Chelsea medíocre, como era o do ano passado, foi campeão. E se não fosse um Chelsea medíocre seria algo pior como o instável City ou o sempre verdinho Arsenal. Há um par de anos, pasmem, podia até ser um Liverpool sem qualidade individual milionária e que deixava o seu criativo no banco. Na Premier tudo pode ser incerto e por isso excitante, mas a única certeza é que o futebol jogado não tem nível suficiente para ser, sequer, considerado como melhor de alguma coisa. E só quem não percebe isto é que não percebe o que se passou com Mourinho na segunda metade do ano. O futebol já era mau - os apoios ofensivos e defensivos não existiam e as entrelinhas eram, e continuaram, buracos abertos ao caruncho a defender e zonas de laser verdejantes a atacar -, só era preciso que a realidade o confirmasse com um par de resultados negativos. Depois, como dar a volta sem soluções tácticas e técnicas para o fazer? É que os blues podem ter craques, mas se Mou não lhe dava os melhores posicionamentos, como não transformar cada craque dos pensioners numa espécie de herói contra o Mundo? O sucesso com o titulo em maio passado não quis dizer absolutamente nada, porque esse Chelsea nunca seria campeão em nenhum país que tivesse uma, ou duas, verdadeiras equipas.
Assim, por mais Evas Carneiros que se lembrem, o desaire de Mourinho é ideológico. É táctico, se quisermos. Por não perceber a evolução que o futebol sofreu, Mourinho iniciou a frequência na World School of Hard-Knocks. E só de lá sairá quando voltar a olhar para o jogo de agora e não para o jogo de há 10 anos. Já Rui Vitória e Lopetegui não correrão o risco de deixar quer Porto, quer Benfica, a 1 ponto da linha da água, mas já colheram a vergonha de ver meio Portugal perceber o quão atrasados estão os dois no que ao jogo diz respeito. E muito podem aprender um com o outro na falta de presença dos seus jogadores em zonas que hoje decidem o jogo, assim como na lateralização enfadonha e constante dos seus ataques. Meios-campos sem um pingo de criatividade e fé nos cruzamentos ou jogadas individuais (alô Brahimi! alô Gaitán!). Sim, Hazard também não ia gostar deles.
quinta-feira, dezembro 17
Miccoli é finito.
"O Benfica foi a mais bela experiência da minha carreira".
Miccoli.
O pequeno bombardeiro italiano decidiu pendurar as botas e ficam, também, penduradas para sempre as memórias dos benfiquistas. Provavelmente, no topo, o golo em Liverpool, logo seguido do golo contra o Lille na Liga dos Campeões, marcado de cabeça no último segundo, após um centro de Mantorras.
O talento puro de Miccoli não deu, contudo, para fazer uma carreira de grande sucesso. Mesmo assim, pelo que deu ao Benfica, obrigado, Miccoli!
Miccoli.
O pequeno bombardeiro italiano decidiu pendurar as botas e ficam, também, penduradas para sempre as memórias dos benfiquistas. Provavelmente, no topo, o golo em Liverpool, logo seguido do golo contra o Lille na Liga dos Campeões, marcado de cabeça no último segundo, após um centro de Mantorras.
O talento puro de Miccoli não deu, contudo, para fazer uma carreira de grande sucesso. Mesmo assim, pelo que deu ao Benfica, obrigado, Miccoli!
quarta-feira, dezembro 16
Contas acertadas
O meu post devia ser igual ao anterior.
É que de facto, depois do nevoeiro é mesmo um escândalo empatar com o União.
Quem joga assim não merece mais do que aquilo que tem.
O que faltou ontem? Qualidade... e um Jorge Sousa para desbloquear (ainda bem que não apareceu).
Quem não consegue ganhar a uma das equipas mais fracas da Liga, que há 3 dias tinha sido goleado pelo Paços, não merece ser campeão. Se tivesse sido apenas este jogo, era desculpável, mas a verdade é que o Benfica joga muito pouquinho. Os rivais não apresentam futebol de encher o olho, mas ganham, e isso é que conta.
segunda-feira, dezembro 14
quinta-feira, dezembro 10
Sporting 3 Besiktas 1
Não há dúvidas que esta equipa tem mentalidade ganhadora. Fantástica reacção ao golo turco, com muita classe de Bryan Ruiz e bailinho de Teo.
E, apesar de todas as críticas ao seu compromisso europeu, Jesus lá conseguiu o seu objectivo...
E, apesar de todas as críticas ao seu compromisso europeu, Jesus lá conseguiu o seu objectivo...
The Scientist
Os Coldplay são hoje das bandas mais gozadas. Cada clip, cada refrão, cada interminável tentativa de épica, são só cinzas de quem, no início, teve dois caminhos para escolher. Bem se enganou quem se deixou encantar pelo Parachutes ou por A Rush of Blood to the Head. A determinado momento os britânicos seguiram pela via que mais desejavam, não se colocando hoje em dúvida se eles quereriam fabricar boa música ou conquistar a maioria fácil de público. Hoje está à vista de todos. Tanto como aqueles pormenores linguísticos que vão separando o castelhano do português. Escrever "tenho a ilusão" numa qualquer frequência, de um qualquer curso, de uma qualquer universidade portuguesa, levanta a dúvida se o aluno não andará a consumir demasiado castelhano: O que quis dizer por ilusão, rapaz?
Lopetegui é aquilo que é. Não o que a cabeça dos portistas quis que ele fosse e não o que a cabeça dos adversários quer que ele seja. Uns e outros, na sua maioria, ligam aos resultados. Assim, Julen, foi aclamado na vitória caseira contra o Bayern e arrasado no massacre do Allianz. Nada de novo aqui, no fio-de-prumo do lugar-comum. Mas Lopetegui é mais do que isso, o que não quer dizer que, na realidade, seja algum treinador em que valha a pena o FC Porto apostar. Bem vistas as coisas nunca valeu. No entanto criou-se a ilusão - até ilusión serve, aqui - que sim, que na sua 2.ª época Julen Lopetegui perceberia como é o futebol (português). Mas Lopi não percebe, sequer, o que é o futebol. Não percebe porque quer triunfar como se as equipas de hoje não percebessem o que é o espaço central a atacar e a defender. Não percebe porque quer triunfar com um jogador a furar por entre uma muralha. Não percebe porque quer triunfar com uma posse-de-bola estéril, facílima por fora do bloco. E não percebe porque pensa triunfar ao impedir transições reforçando... o eixo central da defesa. Lopetegui é um Quique Flores, um Camacho, disfarçado de Guardiola. Não pelos resultados, mas pelo maneira com que os fabrica - pensando que o futebol se decide como nos anos 90.
Esta é a real faceta de Lopetegui. Um técnico que enganou a SAD portista com uma ideia moderna, mas que na sua 2.ª época pensa ganhar um jogo decisivo em Stamford Bridge abdicando da sua essência. Depois, é um técnico que na sua 2.ª época sentindo algo que comparou a uma religião (o portismo), consegue ter a 'ousadia' de querer virar um jogo decisivo com a táctica que usa para segurar jogos sofridos na Liga Portuguesa - fazendo entrar Rúben Neves para o lado do trinco. Lopetegui é um cagón dos anos 80/90 que a pensar assim nunca triunfará nos 10's do novo milénio. Simplesmente, no meio de toda a sua teoria, não escolheu bem. E não escolheu bem porque não sabe mais, não vê e nem sequer sente. Olhando para três centrais que, nem assim, ocupam bem o espaço central (onde por exemplo Willian entrou para selar a partida) e olhando para um Brahimi encarregue de aparecer na zona do ponta-de-lança, na zona do 10, na ala, e ainda vir buscar jogo atrás, percebe-se que Lopetegui não percebe nada de nada do que é o portismo. Esse sentimento ajudado a criar por um Mourinho que era ontem uma presa acessível mas que, mais do que isso, é o técnico que ajudou a criar aquele Porto que não muda em função de Adamastores. E que seria desse Porto se Mou tivesse entrado em Old Trafford com Pedro Emanuel em vez de McCarthy?
É só um lapso, pensou-se. Ao intervalo o 1-0, feito com a malapata do costume nos grandes jogos europeus dos azuis-e-brancos que não convencem (ou é um frango, ou um chouriço, ou um ressalto...) abria uma janela de oportunidade. A mesma, ou parecida, à que se abriu com uma nova aposta no basco para uma segunda época. E o que Julen fez - mantendo o erro - é parecido ao que tem feito. Ao menos é constante no erro, o basco. Talvez para tentar provar que num ambiente hostil - pensa ele - conseguirá provar a sua matriz, a sua ideologia, a sua filosofia, a sua, em suma, parvoíce. Tem um só repto, o técnico do FC Porto: provar a todos os ignorantes jornalistas e adeptos (do próprio clube ou adversários) que é ele que está certo. Isso, provavelmente, redundará numa terceira época a seco para o FC Porto. Pois uma equipa que nem com três centrais assume uma linha defensiva que não anda doida da sua cabeça a abanar a perseguir adversários em vez de fechar o espaço, não tem muito a conquistar enquanto Jorge Jesus estiver em Portugal. Se esta Liga, esta fraca Liga, não depender dos clássicos que faltam talvez Julen leve a sua avante. Mas isso é e será pura ilusão. Tal qual Liga Europa, onde haverá certamente algumas equipas com noção do que é preciso para travar este FC Porto: fechar bem o meio e esperar pela(s) oferta(s). Que o digam o poderoso Dynamo Kyiv e o espectacular 14.º classificado da Premier League.
Lopetegui é aquilo que é. Não o que a cabeça dos portistas quis que ele fosse e não o que a cabeça dos adversários quer que ele seja. Uns e outros, na sua maioria, ligam aos resultados. Assim, Julen, foi aclamado na vitória caseira contra o Bayern e arrasado no massacre do Allianz. Nada de novo aqui, no fio-de-prumo do lugar-comum. Mas Lopetegui é mais do que isso, o que não quer dizer que, na realidade, seja algum treinador em que valha a pena o FC Porto apostar. Bem vistas as coisas nunca valeu. No entanto criou-se a ilusão - até ilusión serve, aqui - que sim, que na sua 2.ª época Julen Lopetegui perceberia como é o futebol (português). Mas Lopi não percebe, sequer, o que é o futebol. Não percebe porque quer triunfar como se as equipas de hoje não percebessem o que é o espaço central a atacar e a defender. Não percebe porque quer triunfar com um jogador a furar por entre uma muralha. Não percebe porque quer triunfar com uma posse-de-bola estéril, facílima por fora do bloco. E não percebe porque pensa triunfar ao impedir transições reforçando... o eixo central da defesa. Lopetegui é um Quique Flores, um Camacho, disfarçado de Guardiola. Não pelos resultados, mas pelo maneira com que os fabrica - pensando que o futebol se decide como nos anos 90.
Esta é a real faceta de Lopetegui. Um técnico que enganou a SAD portista com uma ideia moderna, mas que na sua 2.ª época pensa ganhar um jogo decisivo em Stamford Bridge abdicando da sua essência. Depois, é um técnico que na sua 2.ª época sentindo algo que comparou a uma religião (o portismo), consegue ter a 'ousadia' de querer virar um jogo decisivo com a táctica que usa para segurar jogos sofridos na Liga Portuguesa - fazendo entrar Rúben Neves para o lado do trinco. Lopetegui é um cagón dos anos 80/90 que a pensar assim nunca triunfará nos 10's do novo milénio. Simplesmente, no meio de toda a sua teoria, não escolheu bem. E não escolheu bem porque não sabe mais, não vê e nem sequer sente. Olhando para três centrais que, nem assim, ocupam bem o espaço central (onde por exemplo Willian entrou para selar a partida) e olhando para um Brahimi encarregue de aparecer na zona do ponta-de-lança, na zona do 10, na ala, e ainda vir buscar jogo atrás, percebe-se que Lopetegui não percebe nada de nada do que é o portismo. Esse sentimento ajudado a criar por um Mourinho que era ontem uma presa acessível mas que, mais do que isso, é o técnico que ajudou a criar aquele Porto que não muda em função de Adamastores. E que seria desse Porto se Mou tivesse entrado em Old Trafford com Pedro Emanuel em vez de McCarthy?
É só um lapso, pensou-se. Ao intervalo o 1-0, feito com a malapata do costume nos grandes jogos europeus dos azuis-e-brancos que não convencem (ou é um frango, ou um chouriço, ou um ressalto...) abria uma janela de oportunidade. A mesma, ou parecida, à que se abriu com uma nova aposta no basco para uma segunda época. E o que Julen fez - mantendo o erro - é parecido ao que tem feito. Ao menos é constante no erro, o basco. Talvez para tentar provar que num ambiente hostil - pensa ele - conseguirá provar a sua matriz, a sua ideologia, a sua filosofia, a sua, em suma, parvoíce. Tem um só repto, o técnico do FC Porto: provar a todos os ignorantes jornalistas e adeptos (do próprio clube ou adversários) que é ele que está certo. Isso, provavelmente, redundará numa terceira época a seco para o FC Porto. Pois uma equipa que nem com três centrais assume uma linha defensiva que não anda doida da sua cabeça a abanar a perseguir adversários em vez de fechar o espaço, não tem muito a conquistar enquanto Jorge Jesus estiver em Portugal. Se esta Liga, esta fraca Liga, não depender dos clássicos que faltam talvez Julen leve a sua avante. Mas isso é e será pura ilusão. Tal qual Liga Europa, onde haverá certamente algumas equipas com noção do que é preciso para travar este FC Porto: fechar bem o meio e esperar pela(s) oferta(s). Que o digam o poderoso Dynamo Kyiv e o espectacular 14.º classificado da Premier League.
terça-feira, dezembro 8
Benfica 1 Atlético de Madrid 2.
Derrota natural porque o Atlético de Madrid é muito mais equipa. Jogam de olhos fechados e tem muita qualidade individual. Acho que jogámos relativamente bem, contra uma das melhores equipas da Europa.
O assomo final merecia que Jimenez metesse a bolinha lá dentro mas o mexicano não parece ter nascido para isto.
Agora é rezar. Rezar muito.
Fisicamente foi muito desgastante e espero que a equipa consiga responder bem contra o Setúbal.
Terceira presença digna na fase de grupos da LC nos últimos 10 anos.
segunda-feira, dezembro 7
Um fim muito blue?
O Zé, sempre ele. Já alguém disse - não sei quem foi o primeiro a dizê-lo, garanto - que José Mourinho podia perder todos os jogos até ao final da sua carreira, que mesmo assim seria um técnico vencedor. E obviamente, não concordo. Nem acho que alguém possa concordar, mas como o 25 de abril serviu para cada um poder dizer o que pensa - e que bela vitória é essa! - não me incomoda que alguém defenda Mourinho até à exaustão. Afinal de contas, o Zé da Europa é o maior treinador português de sempre. Mas não venho aqui discutir que um vencedor é aquele que vence - e não aquele que venceu -, mas sim explanar também aquela doença muito futebolística - e não só - que faz com que defendamos uma ideia mental, esperando que a realidade corresponda às nossas expectativas.
Há coisa de um ano, o Borussia (o de Dortmund) penava na Bundesliga mas seguia firme na Champions. E na minha cabeça de romântico, era o Borussia de Klopp que devia ganhar a a prova rainha do futebol de clubes. Imaginei-o, pareceu-me possível, postei-o. Não se confirmou porque o futebol não se compadece, tanto assim, com histórias de encantar. E a realidade - a de que o Barcelona foi sem dúvida a melhor equipa da Europa, na temporada que passou - vence sem nos deixar espaço a lamúrias... realistas. A mim muito menos, adepto que sou dos blaugrana.
Hoje, muitos (não interessa se portugueses), esperam que um Chelsea moribundo ganhe a Champions League. É o conto-de-fadas fácil com que qualquer adepto sonha. O escândalo, a penúria e... o fim cheio de glória a provar a tudo e a todos que estavam enganados. E José Mourinho pode lográ-lo fabricando uma bela história, com não-sei-quantos festejos épicos contra o Mundo. Pode. Mas, agora, no caminho está a equipa que o levou ao sucesso. Que o levou a poder sentar-se no banco do Chelsea. E quando leio que esse jogo pode definir a sua continuidade em Stamford Bridge, lembro-me do irónico que seria o FC Porto 'roubar-lhe' a cadeira de sonho, a mesma que lhe ofereceu numa bandeja de ouro há onze anos.
Sim, Marco. Mas porque é que apoiaste o Dortmund e não apoias o Chelsea?
Ah o belo Borussia de Klopp. Poderia cair para a Bundesliga II ou até para a Regionalliga, que aquele futebol (me) encantaria sempre. Já o Chelsea, de Mourinho ou de outros que se lhe seguiram até Mou regressar, nunca me disse nada porque nunca o vi jogar... nada. Futebol foi aquilo que o Porto e o Inter (este a espaços) de Mourinho jogaram. Curiosamente foram as equipas com que o Special One ganhou a Champions. Será isso por acaso? Não saberemos.
Mas isto... isto é só o que acho que deveria acontecer (já percebeu o leitor que torço para que seja o FC Porto a provar que o futebol do seu melhor treinador de sempre é agora algo horrível). A realidade, essa, estará cá para, se assim entender, atirar todas estas palavras à lama. E eu não me importo, até porque sempre aprendo mais um pouco. Na realidade o FC Porto nunca ganhou em Inglaterra (em jogos oficiais) e não mostra organização defensiva para aguentar a pressão de Londres. O previsível reforço do meio-campo empurrará para trás uma equipa que deverá jogar com Tello para aproveitar os momentos de transição ofensiva, mas que ficará sujeita a um cerco à sua grande-área. Pois é, a realidade é tramada. Mas na maioria das vezes é-a porque nós queremos. E o que quer, e como o quer, Lopetegui, contará muito para o desfecho final destas histórias todas.
Há coisa de um ano, o Borussia (o de Dortmund) penava na Bundesliga mas seguia firme na Champions. E na minha cabeça de romântico, era o Borussia de Klopp que devia ganhar a a prova rainha do futebol de clubes. Imaginei-o, pareceu-me possível, postei-o. Não se confirmou porque o futebol não se compadece, tanto assim, com histórias de encantar. E a realidade - a de que o Barcelona foi sem dúvida a melhor equipa da Europa, na temporada que passou - vence sem nos deixar espaço a lamúrias... realistas. A mim muito menos, adepto que sou dos blaugrana.
Hoje, muitos (não interessa se portugueses), esperam que um Chelsea moribundo ganhe a Champions League. É o conto-de-fadas fácil com que qualquer adepto sonha. O escândalo, a penúria e... o fim cheio de glória a provar a tudo e a todos que estavam enganados. E José Mourinho pode lográ-lo fabricando uma bela história, com não-sei-quantos festejos épicos contra o Mundo. Pode. Mas, agora, no caminho está a equipa que o levou ao sucesso. Que o levou a poder sentar-se no banco do Chelsea. E quando leio que esse jogo pode definir a sua continuidade em Stamford Bridge, lembro-me do irónico que seria o FC Porto 'roubar-lhe' a cadeira de sonho, a mesma que lhe ofereceu numa bandeja de ouro há onze anos.
Sim, Marco. Mas porque é que apoiaste o Dortmund e não apoias o Chelsea?
Ah o belo Borussia de Klopp. Poderia cair para a Bundesliga II ou até para a Regionalliga, que aquele futebol (me) encantaria sempre. Já o Chelsea, de Mourinho ou de outros que se lhe seguiram até Mou regressar, nunca me disse nada porque nunca o vi jogar... nada. Futebol foi aquilo que o Porto e o Inter (este a espaços) de Mourinho jogaram. Curiosamente foram as equipas com que o Special One ganhou a Champions. Será isso por acaso? Não saberemos.
Mas isto... isto é só o que acho que deveria acontecer (já percebeu o leitor que torço para que seja o FC Porto a provar que o futebol do seu melhor treinador de sempre é agora algo horrível). A realidade, essa, estará cá para, se assim entender, atirar todas estas palavras à lama. E eu não me importo, até porque sempre aprendo mais um pouco. Na realidade o FC Porto nunca ganhou em Inglaterra (em jogos oficiais) e não mostra organização defensiva para aguentar a pressão de Londres. O previsível reforço do meio-campo empurrará para trás uma equipa que deverá jogar com Tello para aproveitar os momentos de transição ofensiva, mas que ficará sujeita a um cerco à sua grande-área. Pois é, a realidade é tramada. Mas na maioria das vezes é-a porque nós queremos. E o que quer, e como o quer, Lopetegui, contará muito para o desfecho final destas histórias todas.
Muita bola.
Depois da vitória tranquila deste fim-de-semana, o Benfica defronta já amanhã o Atlético de Madrid. Em caso de vitória, o Benfica garante o primeiro lugar e estabalece a melhor pontuação de sempre na fase de grupos da LC.
Certamente que não será fácil. Os espanhóis têm grandes jogadores e têm, certamente, o objectivo de liderar o grupo.
O Benfica deverá jogar com os melhores e claro, nesse lote, estará Sanches. O puto tem dado cartas e será, provavelmente, a peça que faltava no meio-campo. Provavelmente, Rui Vitória ainda está com algumas dúvidas na cabeça mas, até ver, Sanches não deverá sair da equipa.
No campeonato a luta continua. Contudo, parece cada vez mais difícil na medida em que nenhum dos adversários perde pontos. O Sporting continua com as vitórias magras e o FCP com algumas dificuldades mas, no fim, somam quase sempre os três pontos. O Braga parece ter cedido e já está quase fora do segundo lugar.
Na Quarta-Feira, vai ser muito interessante ver o Chelsea-FCP. Uma das equipas vai ficar pelo caminho, certamente. O que vai acontecer depois?
Este fim-de-semana quase não saí do sofá. No Sábado foi o City, o MU e o Chelsea, no Domingo, a Fiorentina e o Liverpool. O campeonato inglês é, de facto, especial.
Certamente que não será fácil. Os espanhóis têm grandes jogadores e têm, certamente, o objectivo de liderar o grupo.
O Benfica deverá jogar com os melhores e claro, nesse lote, estará Sanches. O puto tem dado cartas e será, provavelmente, a peça que faltava no meio-campo. Provavelmente, Rui Vitória ainda está com algumas dúvidas na cabeça mas, até ver, Sanches não deverá sair da equipa.
No campeonato a luta continua. Contudo, parece cada vez mais difícil na medida em que nenhum dos adversários perde pontos. O Sporting continua com as vitórias magras e o FCP com algumas dificuldades mas, no fim, somam quase sempre os três pontos. O Braga parece ter cedido e já está quase fora do segundo lugar.
Na Quarta-Feira, vai ser muito interessante ver o Chelsea-FCP. Uma das equipas vai ficar pelo caminho, certamente. O que vai acontecer depois?
Este fim-de-semana quase não saí do sofá. No Sábado foi o City, o MU e o Chelsea, no Domingo, a Fiorentina e o Liverpool. O campeonato inglês é, de facto, especial.
domingo, dezembro 6
Ainda bem...
...que o Sporting ganhou. Assim não é preciso dizer que Ofori, Trigueira e Marco Baixinho erraram propositadamente. O keeper da Académica estava especialmente inspirado, com aquele penalty estranho e um frango monumental que só não é destacado pela imprensa porque foi o Renato Sanches a rematar... Enfim, Tonéis há muitos mas líder só há um. Eis a diferença.
sábado, dezembro 5
O lugar do morto
O futebol vê-se melhor, sabemos, para o lado que está o vento. Por isso não sei se a propalada adivinhação sobre Renato Sanches - antes da confirmação feita à bomba pela miúdo, ontem à noite - faz muito sentido. Em causa não está a sua qualidade, mas sim o que foi dito de outras pérolas encarnadas antes delas realmente existirem. Vieira segue o seu caminho, é verdade, mas convém lembrar que de Rui Costa a Bernardo Silva, muitos Akwas e Joões Pereiras fizeram capas. Contudo, agora parece mais fácil acertar porque a margem de erro tornou-se bastante reduzida fruto da muita qualidade que há no Caixa Futebol Campus. Renato é craque, e até para quem não o acompanhou nestes anos em que ele foi despontando na formação encarnada, fica difícil não ir na onda. É o miúdo certo no lugar certo. Lugar esse que em tempos de Paulo Fonseca no FC Porto chamei de 'lugar do morto'. Ao lado do trinco, sempre ao lado, poucos sobrevivem. Josué, Defour e até Lucho souberam isso quando não fizeram esquecer Moutinho. No Benfica, depois de Enzo, foi Pizzi quem agarrou o lugar. Contudo, depois da saída de Jesus, a horizontalidade do duplo-pivot voltou a fazer escola. E Samaris, o mesmo Pizzi e Talisca fizeram nos encarndos a reentrée do tal 'lugar do morto'. Não atacam (bem), não defendem (alto). E o miúdo parece estar-se nas tintas para isso. Tem arranque, tem poder, tem técnica. Mas isso não vai aparecer ao lado de Fejsa, ou Samaris. Talvez por isso, na primeira-parte, o Benfica foi (quase) inofensivo.
Jardel e Lisandro não abriam e não chamavam a si a responsabilidade de desfeitear a primeira linha de pressão da Briosa. À frente, mesmo à frente, literalmente, Fejsa e o puto tentavam fazer tudo isso (com dois pesos mortos atrás), mas com menos uma ou duas opções de passe, pois, que se saiba, os auto-passes ainda não são boas soluções para as saídas-de-bola. Quer isto dizer que Fejsa e Renato (principalmente este) deviam estar dentro do bloco adversário e não a desenhar um despropositado quadrado que encravava o bicampeão na hora de sair a jogar, para desposicionar o adversário, para lhe ocupar o meio-campo, para controlá-lo e empurrá-lo. E se lembrarmos que a grande-área adversária fica bem mais longe da baliza de Júlio César, do que a linha de meio-campo, talvez se perceba melhor o que pretendo com estas linhas. Fejsa, pelo menos, demonstrou sabê-lo quando travou Gonçalo, depois de lhe oferecer a bola.
E se lembrarmos também que tudo isso mudou na segunda metade (com mão de Rui Vitória), teremos também uma explicação lógica para a subida de rendimento de Renato Sanches e, até, para o seu belo golo. Depois, claro, da já referida força e técnica, vem também o posicionamento. E a par de Fejsa, seria muito difícil o miúdo soltar-se e fabricar a imagem do fim-de-semana. Fica então o aviso para quando, daqui a alguns jogos, se cair na tentação de se criticar o miúdo. Atente-se no posicionamento e tente-se discernir aquilo que lhe foi pedido, antes de se atirarem as habituais bojardas que ferem também... Imbula. O belga naturalizado francês (assim não há problemas e toda a gente entende) sofre do mesmo mal. Lado a lado com Danilo (na maior parte do tempo) não se gastaria 1 milhão na tal força, explosão e técnica. Mas o FC Porto, no papel, gastou 20, só para perceber que o sistema de jogo que Lopetegui quer implementar não é mais que uma versão 2.0 da época de ruína que foi a 'Série Fonseca'. Basta repararmos que com Herrera (esse mesmo) a chegada à área resultou no golo que desbloqueou a primeira vitória de Julen na Madeira. Deve dar para ficarmos com uma ideia, não?
quinta-feira, dezembro 3
Lost: Series Finale
Enquanto a Liga não luta pela centralização dos direitos de transmissão,
os adeptos do FC Porto vão lutando, e esperneando, pela centralização
no modelo-de-jogo de Lopetegui. E que importante é ela, quando
percebemos que a 1.ª vitória do Lopi-Team na Madeira foi desbloqueada
pela chegada à área de um médio. Sim, Herrera pode tornar inenarráveis a
maior parte das suas decisões mas tem algo que lhe conferiu algum
destaque a época passada, e algo que muitos dos
seus concorrentes no 'miolo' portista não têm: chegada à área. Lá o
mexicano pode precisar de imensos remates para fazer um golo, mas quando
a solução mais óbvia passa pelo cruzamento é bem importante que algum
dos centro-campistas se digne a tornar mais difícil a missão dos
defensores. Para além do mais, Herrera, um patinho-feio lembre-se,
desfaz aquele horrível duplo-pivot que Lopetegui guardou para o seu FC
Porto 2.0. Quem diria que Hector, esse mesmo, faria valer, no meio
da sua timidez irracional, um Dragão de Ouro?
E enquanto deglutimos 400 milhões faseados por 10 anos - sempre ajuda à digestão - percebemos que equipas como o União da Madeira - mais preocupado em não sofrer que em marcar - não podem tornar atractivo o futebol português para o consumidor estrangeiro. Valerá a pena falar de centralização quando o futebol praticado pela maior parte das equipas, nos jogos contra os grandes, é tão pobre? Quem agradece é o FC Porto - e os outros dois colossos - que não têm granjeio algum em 'privatizar' essas STCP's e Carris do nosso futebol. Aconteceu na Madeira, depois do tal golo de Herrera, do excelente remate de Brahimi, do chouriço de Corona, e da cabeçada de Danilo. Um 0-4 tão ansiado noutras vezes, as mesmas que por duas épocas e seis episódios atazanaram os portistas na Ilha.
Isto porque a finalização devolveu, finalmente, karma positivo aos azuis-e-brancos, com três golos na primeira metade - suficientes para congelar qualquer tipo de reacção adversária, ao contrário do que tem sucedido com Marítimo e Nacional. Mascaradas na goleada e no final de série ficarão para a recepção ao Paços e para a visita a Stamford Bridge a mesma questões de sempre: até onde poderá chegar um futebol com um mínimo de corredor central e um controle do jogo feito na sua grande maioria por fora das zonas de perigo? A resposta será certamente tão animadora como aquela que se prevê para um futebol português que não aposta na sua essência (bom toque de bola, protagonismo no jogo) para dar lugar às invenções das suas velhas raposas matreiras. Tão matreiras... quanto amedrontadas pelo próprio jogo que lhes dá de comer. O que fariam com os milhões da Premier? O mesmo que Benítez no Real?
E enquanto deglutimos 400 milhões faseados por 10 anos - sempre ajuda à digestão - percebemos que equipas como o União da Madeira - mais preocupado em não sofrer que em marcar - não podem tornar atractivo o futebol português para o consumidor estrangeiro. Valerá a pena falar de centralização quando o futebol praticado pela maior parte das equipas, nos jogos contra os grandes, é tão pobre? Quem agradece é o FC Porto - e os outros dois colossos - que não têm granjeio algum em 'privatizar' essas STCP's e Carris do nosso futebol. Aconteceu na Madeira, depois do tal golo de Herrera, do excelente remate de Brahimi, do chouriço de Corona, e da cabeçada de Danilo. Um 0-4 tão ansiado noutras vezes, as mesmas que por duas épocas e seis episódios atazanaram os portistas na Ilha.
Isto porque a finalização devolveu, finalmente, karma positivo aos azuis-e-brancos, com três golos na primeira metade - suficientes para congelar qualquer tipo de reacção adversária, ao contrário do que tem sucedido com Marítimo e Nacional. Mascaradas na goleada e no final de série ficarão para a recepção ao Paços e para a visita a Stamford Bridge a mesma questões de sempre: até onde poderá chegar um futebol com um mínimo de corredor central e um controle do jogo feito na sua grande maioria por fora das zonas de perigo? A resposta será certamente tão animadora como aquela que se prevê para um futebol português que não aposta na sua essência (bom toque de bola, protagonismo no jogo) para dar lugar às invenções das suas velhas raposas matreiras. Tão matreiras... quanto amedrontadas pelo próprio jogo que lhes dá de comer. O que fariam com os milhões da Premier? O mesmo que Benítez no Real?
terça-feira, dezembro 1
Atrás do leão
1 - Já muito se tinha criticado Lopetegui e a equipa nunca tinha
batido bem no fundo exibicionalmente. Agora imaginem o que será depois
de dois jogos em que qualquer ilusión que possa haver se desvanece
totalmente. Sempre disse que foram certos apontamentos, da passada
época, a assegurar a continuidade do basco. Jogos em que o FC Porto foi
de facto arrasador, os quais criados e impulsionados por uma força
impressionante no duelo individual defensivo. O FC Porto agigantou-se em
Basel e destruiu a equipa de Paulo Sousa no Dragão. Apanhou o verdinho
Sporting de Marco Silva e depois de meia-parte às turras pelo controle
do jogo vingou-se da Taça esfaqueando-o com profundidade. Até o Bayern
caiu no seu covil, depois de uma 1.ª parte onde saltam à vista os dois
primeiros golos. Mas foi na 2.ª que os dragões se sobrepuseram e
obrigaram Pep a reconhecer que o seu meio-campo não chegava. Até Boateng
teve de subir para trinco...
Viveu de ilusión, podemos dizer, até porque nada disso valeria título algum. Para os ganhar, Lopetegui teria de criar uma nova equipa, com valores bem mais completos que aquela que, lembre-se, não foi capaz de ganhar ao maior rival da pretérita temporada, nem ao Marítimo e Nacional na ilha, nem ao Belenenses no Restelo, nem ao Boavista em casa... Demasiados desaires para quem pensa que sabe tudo e que a Nação não sabe nada. Esquece-se Lopetegui, tal qual se esqueceu Fonseca, que os portistas - como escreve hoje MST n'A Bola - sabem reconhecer os sinais de sucesso. E de Lopetegui desconfiam desde aquele primeiro jogo de apresentação contra o Saint-Étienne: "Se calhar o treinador precisa de uma torre maior".
Precisará certamente de uma torre bem imponente para perceber que o seu 'miolo' perdeu a criatividade de Óliver e a segurança de Casemiro. Talvez por isso o 'duplo-pivot' que pretende incluir (à força) continue com os mesmos defeitos: não ataca com qualidade e não defende, sequer, o espaço à frente dos centrais. Danilo não sabe sequer o que é isso e Rúben continua pouco imperial a varrer aquela zona. Não porque seja fraco fisicamente, não porque seja um jogador com muito mais vocação ofensiva, mas porque o técnico nada pretende daquela zona. Bem posicionado, Neves chegava e sobrava para chegar primeiro às bolas. Mas de perfil com alguém e sem ninguém oferecer coberturas, o FC Porto é presa fácil para jogos onde controla com a bola de um lado ao outro, mas não cria, nem marca o suficiente para gerir e compensar uma organização defensiva que se exibe a anos-luz do ideal. E será difícil o FC Porto mudar, porque Lopetegui demonstra a cada flash pensar saber tudo sobre o jogo. Para ele o Porto domina e cria sempre imensas oportunidades. Empata ou perde por azar ou por erros dos árbitros. Vá-se lá saber porque a Invicta não o grama. Talvez os portistas não gostem de comer gelados com a testa. Talvez.
2- Não vai ser preciso esperar muito para as contas ficarem ao contrário. Com o Sporting em 1.º lugar e com penáltis a favor no último minuto, a maioria encontra(rá) outro bode expiatório. Agora é o Sporting que controla a Liga, os árbitros e os adversários (o que se vai falar de Tonel equivalerá ao caso Deyverson?). As parvoíces do costume impedem a maioria de perceber que os leões encaram os jogos como tem de encarar. Todos da mesma maneira, ou seja todos com períodos de muita pressão à beira da grande-área e baliza adversária. Sem recorrer a cruzamentos a cada ataque, os Sporting vai construindo várias formas de chegar à baliza. E mais, mudam por necessidade e não porque sim. Parece simples, mas são coisas destas que fazem os campeões. E Jesus sabe-o. O resto da estrutura confia nele e sabe quem manda no campo. Basta ler a última entrevista de BdC para se perceber isso e para se perceber quem é o maior candidato ao título.
3- Seguindo o Sporting-Belenenses lembrei-me, inevitavelmente, do Benfica-Belenenses. Era impossível não lembrar aquele jogo em que na Luz elas entraram todas. E se Júlio César se lembrasse de alvejar a baliza dos de Belém, aposto que ao final se leria 7-0 no marcador. Uma grande vitória, bem atípica, mas que não augurou nada de bom para as águias. Poucos minutos depois, já no Braga-Benfica, os encarnados marcam dois golos em três lances de ataque, obrigando o tão elogiado Braga a encontrar soluções que não envolvessem a sua já conhecida boa organização defensiva. E aí, Paulo, aí é que são elas! De duplo-pivot em riste (Paulo nunca o larga) o Braga partiu para cima. Contudo, daquela forma, as jogadas foram obrigatoriamente desviadas para a ala (e a boa exibição de Renato Sanches não explica tudo), ao mesmo tempo que as recuperações altas seriam uma miragem. O Benfica fechou e chamou ao jogo os seus dois melhores momentos. Fechar e soltar deu uma boa primeira-parte no Dragão e uma vitória no Calderón. No AXA, já nem era preciso arriscar tanto e por isso o bloco baixou até ficar confortável. Tanto que permitiu alguns apontamentos bastante perigosos e que poderiam relançar o jogo. Porém, o Benfica foi bem mais incisivo na finalização. Do lado bracarense a falta de convicção para fazer as bolas baterem no cordame foi gritante. Essa e também a falta de coragem de Fonseca que sabendo que tinha o jogo perdido nunca povoou o 'miolo'. Não se lembrou, portanto, das poucas alegrias que teve no Dragão, quando desenhava, já em sacrifício, um 3x3x4, que ainda lhe permitiu uns balões de oxigénio. Ontem preferiu salvaguardar-se numa estatística que indicou um Braga superior... mas derrotado. Num grande teria obrigatoriamente de usar o último recurso. Lutando pela Europa resta-lhe a consolação de ter dominado o bicampeão nacional, enviando três bolas ao ferro - ainda que tenha visto Gaitán meter também o seu travessão a abanar, e Pizzi arrancar um penálti que não seria assinalado.
P.S. Se notarem alguma aversão a 'duplos-pivots' é porque ela, de alguma forma, existe. Não existe naqueles que ocupam bem os espaços e que se desfazem quando têm de o fazer. Mas Porto e Braga sofrem a bom sofrer com uma opção que mete menos um a atacar e menos um a defender. Um duplo-pivot, de perfil, sem cobertura, não permitiria, por exemplo, aquilo que Moutinho fez no Dragão ou aquilo que Enzo fez na Luz. Talvez por isso, quando leio que Fonseca assenta as suas ideias num 4x4x2 igual ao de Jesus, fico com vontade de perguntar de quantos duplos-pivots campeões nacionais, nos últimos 15 anos, se lembram?
Viveu de ilusión, podemos dizer, até porque nada disso valeria título algum. Para os ganhar, Lopetegui teria de criar uma nova equipa, com valores bem mais completos que aquela que, lembre-se, não foi capaz de ganhar ao maior rival da pretérita temporada, nem ao Marítimo e Nacional na ilha, nem ao Belenenses no Restelo, nem ao Boavista em casa... Demasiados desaires para quem pensa que sabe tudo e que a Nação não sabe nada. Esquece-se Lopetegui, tal qual se esqueceu Fonseca, que os portistas - como escreve hoje MST n'A Bola - sabem reconhecer os sinais de sucesso. E de Lopetegui desconfiam desde aquele primeiro jogo de apresentação contra o Saint-Étienne: "Se calhar o treinador precisa de uma torre maior".
Precisará certamente de uma torre bem imponente para perceber que o seu 'miolo' perdeu a criatividade de Óliver e a segurança de Casemiro. Talvez por isso o 'duplo-pivot' que pretende incluir (à força) continue com os mesmos defeitos: não ataca com qualidade e não defende, sequer, o espaço à frente dos centrais. Danilo não sabe sequer o que é isso e Rúben continua pouco imperial a varrer aquela zona. Não porque seja fraco fisicamente, não porque seja um jogador com muito mais vocação ofensiva, mas porque o técnico nada pretende daquela zona. Bem posicionado, Neves chegava e sobrava para chegar primeiro às bolas. Mas de perfil com alguém e sem ninguém oferecer coberturas, o FC Porto é presa fácil para jogos onde controla com a bola de um lado ao outro, mas não cria, nem marca o suficiente para gerir e compensar uma organização defensiva que se exibe a anos-luz do ideal. E será difícil o FC Porto mudar, porque Lopetegui demonstra a cada flash pensar saber tudo sobre o jogo. Para ele o Porto domina e cria sempre imensas oportunidades. Empata ou perde por azar ou por erros dos árbitros. Vá-se lá saber porque a Invicta não o grama. Talvez os portistas não gostem de comer gelados com a testa. Talvez.
2- Não vai ser preciso esperar muito para as contas ficarem ao contrário. Com o Sporting em 1.º lugar e com penáltis a favor no último minuto, a maioria encontra(rá) outro bode expiatório. Agora é o Sporting que controla a Liga, os árbitros e os adversários (o que se vai falar de Tonel equivalerá ao caso Deyverson?). As parvoíces do costume impedem a maioria de perceber que os leões encaram os jogos como tem de encarar. Todos da mesma maneira, ou seja todos com períodos de muita pressão à beira da grande-área e baliza adversária. Sem recorrer a cruzamentos a cada ataque, os Sporting vai construindo várias formas de chegar à baliza. E mais, mudam por necessidade e não porque sim. Parece simples, mas são coisas destas que fazem os campeões. E Jesus sabe-o. O resto da estrutura confia nele e sabe quem manda no campo. Basta ler a última entrevista de BdC para se perceber isso e para se perceber quem é o maior candidato ao título.
3- Seguindo o Sporting-Belenenses lembrei-me, inevitavelmente, do Benfica-Belenenses. Era impossível não lembrar aquele jogo em que na Luz elas entraram todas. E se Júlio César se lembrasse de alvejar a baliza dos de Belém, aposto que ao final se leria 7-0 no marcador. Uma grande vitória, bem atípica, mas que não augurou nada de bom para as águias. Poucos minutos depois, já no Braga-Benfica, os encarnados marcam dois golos em três lances de ataque, obrigando o tão elogiado Braga a encontrar soluções que não envolvessem a sua já conhecida boa organização defensiva. E aí, Paulo, aí é que são elas! De duplo-pivot em riste (Paulo nunca o larga) o Braga partiu para cima. Contudo, daquela forma, as jogadas foram obrigatoriamente desviadas para a ala (e a boa exibição de Renato Sanches não explica tudo), ao mesmo tempo que as recuperações altas seriam uma miragem. O Benfica fechou e chamou ao jogo os seus dois melhores momentos. Fechar e soltar deu uma boa primeira-parte no Dragão e uma vitória no Calderón. No AXA, já nem era preciso arriscar tanto e por isso o bloco baixou até ficar confortável. Tanto que permitiu alguns apontamentos bastante perigosos e que poderiam relançar o jogo. Porém, o Benfica foi bem mais incisivo na finalização. Do lado bracarense a falta de convicção para fazer as bolas baterem no cordame foi gritante. Essa e também a falta de coragem de Fonseca que sabendo que tinha o jogo perdido nunca povoou o 'miolo'. Não se lembrou, portanto, das poucas alegrias que teve no Dragão, quando desenhava, já em sacrifício, um 3x3x4, que ainda lhe permitiu uns balões de oxigénio. Ontem preferiu salvaguardar-se numa estatística que indicou um Braga superior... mas derrotado. Num grande teria obrigatoriamente de usar o último recurso. Lutando pela Europa resta-lhe a consolação de ter dominado o bicampeão nacional, enviando três bolas ao ferro - ainda que tenha visto Gaitán meter também o seu travessão a abanar, e Pizzi arrancar um penálti que não seria assinalado.
P.S. Se notarem alguma aversão a 'duplos-pivots' é porque ela, de alguma forma, existe. Não existe naqueles que ocupam bem os espaços e que se desfazem quando têm de o fazer. Mas Porto e Braga sofrem a bom sofrer com uma opção que mete menos um a atacar e menos um a defender. Um duplo-pivot, de perfil, sem cobertura, não permitiria, por exemplo, aquilo que Moutinho fez no Dragão ou aquilo que Enzo fez na Luz. Talvez por isso, quando leio que Fonseca assenta as suas ideias num 4x4x2 igual ao de Jesus, fico com vontade de perguntar de quantos duplos-pivots campeões nacionais, nos últimos 15 anos, se lembram?
Benfica supera Braga.
Excelente vitória em Braga, um campo sempre muito complicado. Felizemente, ontem, voltou a haver Benfica e uma entrada de rompante tornou tudo mais fácil. Parabéns aos jogadores e a Rui Vitória. Continuamos na luta, o que acaba por ser um bom tónico.
Podia falar do árbitro, que não assinalou um penálti pornográfico sobre Pizzi ou que nem amarelou o defesa bracarense que derrubou Mitroglou que seguia isolado para a área, mas prefiro destacar o Renato Sanches. Que jogador.
Vitória tem agora um problema: Fejsa é melhor trinco do que Samaris e em condições deverá ser a primeira opção. Tirar Renato, não faz sentido, porque o puto tem tudo o que tem faltado à equipa, desde Dezembro passado. Lamentável apenas mais uma campanha difamatória dirigida a este jovem jogador, com origem bem definida, de gente que não consegue, porque não sabe, viver o futebol sem ser com ódio.
Entretanto, Jonas senta no banco e passou mais uma semana para a recuperação de Luisão, Nelson e Sálvio.
Gostei da equipa, gostei da atitude e, a espaços, gostei do futebol praticado. Defensivamente a equipa esteve razoável. Algumas falhas mas na verdade o quarteto defensivo ainda não conseguiu ser o mesmo dois jogos seguidos.
Agora é esperar que FCP e Sporting percam pontos para podermos voltar a acreditar na revalidação do título.
Podia falar do árbitro, que não assinalou um penálti pornográfico sobre Pizzi ou que nem amarelou o defesa bracarense que derrubou Mitroglou que seguia isolado para a área, mas prefiro destacar o Renato Sanches. Que jogador.
Vitória tem agora um problema: Fejsa é melhor trinco do que Samaris e em condições deverá ser a primeira opção. Tirar Renato, não faz sentido, porque o puto tem tudo o que tem faltado à equipa, desde Dezembro passado. Lamentável apenas mais uma campanha difamatória dirigida a este jovem jogador, com origem bem definida, de gente que não consegue, porque não sabe, viver o futebol sem ser com ódio.
Entretanto, Jonas senta no banco e passou mais uma semana para a recuperação de Luisão, Nelson e Sálvio.
Gostei da equipa, gostei da atitude e, a espaços, gostei do futebol praticado. Defensivamente a equipa esteve razoável. Algumas falhas mas na verdade o quarteto defensivo ainda não conseguiu ser o mesmo dois jogos seguidos.
Agora é esperar que FCP e Sporting percam pontos para podermos voltar a acreditar na revalidação do título.
segunda-feira, novembro 30
Curtas.
1. "No tempo de Sousa Cintra até lagosta havia. Champanhe, whisky, vinho do porto, cerveja, água das pedras, era um fartar de vilanagem." A questão é: e vouchers, havia?
2. Terá o Nuno Espírito Santo terminado a carreira quase antes de a ter começado?
3. Ronaldo, Messi e Neymar. Votava no Ronaldo, para o Ouro.
4. Marco Silva continua a fazer uma belíssima época. Não dá para... coiso?
5. Petit já não treina o Boavista. Fala-se em Jaime Pacheco. Foda-se!
6. Tiago de fora 4 meses ou mais. Moutinho pode mudar-se para Madrid.
2. Terá o Nuno Espírito Santo terminado a carreira quase antes de a ter começado?
3. Ronaldo, Messi e Neymar. Votava no Ronaldo, para o Ouro.
4. Marco Silva continua a fazer uma belíssima época. Não dá para... coiso?
5. Petit já não treina o Boavista. Fala-se em Jaime Pacheco. Foda-se!
6. Tiago de fora 4 meses ou mais. Moutinho pode mudar-se para Madrid.
sexta-feira, novembro 27
Lokomotiv 2 Sporting 4
Nada melhor que uma goleada na Rússia para fazer esquecer a humilhação albanesa.
O Sporting ontem fez um grande jogo. E aqui sim deu para provar a qualidade do plantel porque uma coisa é lançar um onze quase exclusivamente constituído por segundas escolhas. Outra é jogar com 4 ou 5 titulares e os restantes elementos serem jogadores menos utilizados. A dinâmica é completamente diferente e permite aos mais talentosos brilharem. Ruiz, Gelson, Matheus, João Mário e Montero, todos eles mostraram pormenores de grande classe. Ewherton é o melhor central do Sporting.
Agora falta vencer o Besiktas, em Alvalade. É bem possível uma vez que, com um onze semelhante ao de ontem, o Sporting foi superior em Istambul.
O Sporting ontem fez um grande jogo. E aqui sim deu para provar a qualidade do plantel porque uma coisa é lançar um onze quase exclusivamente constituído por segundas escolhas. Outra é jogar com 4 ou 5 titulares e os restantes elementos serem jogadores menos utilizados. A dinâmica é completamente diferente e permite aos mais talentosos brilharem. Ruiz, Gelson, Matheus, João Mário e Montero, todos eles mostraram pormenores de grande classe. Ewherton é o melhor central do Sporting.
Agora falta vencer o Besiktas, em Alvalade. É bem possível uma vez que, com um onze semelhante ao de ontem, o Sporting foi superior em Istambul.
quinta-feira, novembro 26
Sorteio?
Braga-Sporting para a Taça. A seguir vai ser Porto-Sporting? No ano passado a falcatrua correu mal...
quarta-feira, novembro 25
Ponto morto
Um ponto só, era aquilo que o FC Porto precisava para seguir, já
esta terça-feira, para os oitavos-de-final da Champions League. Algo tão
pequeno e insignificante, pensou-se, escondeu uma verdadeira armadilha:
em caso de derrota, e de um resultado positivo do Chelsea em Israel,
seria preciso que os dragões fossem ganhar, na última jornada, onde
nunca o conseguiram fazer. Não falo só de Stamford Bridge mas de um país
inteiro, pois o FC Porto, em jogos oficiais, nunca ganhou em
Inglaterra. Um cenário de extrema dificuldade que ficou traçado depois
do Lopi-Team ter levado um banho... de realidade. E talvez tenham sido
mesmo aqueles 15 minutos iniciais - os melhores do FC Porto, ontem - a
dar a estocada final. Afinal de contas era só preciso um ponto, e o 1.º
classificado do grupo conseguia empurrar os ucranianos para o seu
meio-campo. Yarmolenko estava, afinal, enganado: o Dynamo não ia
controlar posse-de-bola alguma e ia ficar sujeito ao fogo do Dragão -
reduto onde o FC Porto não perdia desde a recepção ao Benfica da
pretérita temporada, em dezembro do ano passado.
Puro engano. Logo, logo, que os ucranianos se soltaram de uma teia que não era mais do que isso (não tinha arte nem engenho para criar reais oportunidades), se percebeu que Yarmolenko afinal não estaria tão enganado assim. O Dynamo subiu no terreno, roubou o protagonismo e começou a colocar a nu as evidentes fragilidades do FC Porto. Evidentes, perceba-se, para quem sabe que não basta ganhar muita vez, ou até não perder, para que as equipas sejam perfeitas. E mesmo nas vitórias, o FC Porto de Lopetegui revela sempre, mas sempre, indicadores que poderão vir a tombá-lo num futuro próximo. A começar pelas decisões, quase sempre incompreensíveis, do técnico basco - que desta vez deixou André André de fora do 'onze' inicial, para acabar numa defesa que deixa muito espaço e que não é bem protegida à frente do centrais. Ora, sobra a dúvida: para quê um duplo-pivot (Danilo e Rúben Neves) se nenhum deles protege o espaço à frente de Indi e Marcano?
Depois, o golpe de misericórdia! Não falo de um penálti, que parece evidente, e que deu a vantagem ao Dynamo Kyiv, mas na constante opção pelo jogador que o cometeu. Imbula não é, de todo, um mau jogador, nota-se. Contudo não é por não o ser que não se nota que o francês (ou belga, como quisermos) é vitima da sua constante escolha para um sistema que não o privilegia. Por deixá-lo nas funções de organizador - para as quais não tem capacidade - ou por deixá-lo bem próximo do trinco - onde fica sem chegada à área. E com Danilo e Rúben Neves sem essa mesma chegada à área, fica difícil que o FC Porto actual seja mais do que um conjunto que circula a bola de um lado ao outro à procura de um milagre. E Aboubakar, Tello (que noite horrível) e Brahimi queixam-se disso. Foi enorme a distância entre o trio-de-ataque portista e aquela espécie de 'trivote' que nem com boa vontade chega para atacar ou defender.
Obviamente, com a desvantagem, e o mau futebol praticado, o Dragão entrou em erupção. Assobios e mais assobios que sublinharam durante, toda a segunda metade, a incapacidade da equipa em ultrapassar um Dynamo que fechou bem por dentro - onde o FC Porto não gosta de jogar - e que mostrou, a quem quis ver, a enorme distância a que ficam, uns dos outros, os jogadores portistas na altura de 'atacar'. Sempre que a bola chegava à ala, o FC Porto ficava preso. Lopetegui decidiu que Brahimi seria a causa, mas Corona - e o inenarrável Tello de ontem - provaram que o defeito estava no modelo. Assim quando o FC Porto já não conseguia dar dois passes seguidos - vitima de um 4x4x2 (com Osvaldo e Aboubakar na frente) que acabou de vez com o meio-campo e com o ataque - já Casillas tinha confirmado - com uma abordagem infantil - o segundo golo dos ucranianos - aquele que ajudou a confirmar com números uma das piores exibições de sempre de um Lopi-Team que tem disfarçado muita coisa com uma posse-de-bola estéril e com individualidades que resolvem na frente. E esta 2.ª versão, nem conta com aquela força na reacção à perda e no duelo individual que ajudou que a 1.ª não despedisse o basco. E se depois lembrarmos que com uma só substituição (ao intervalo André rendeu Maxi) Lopetegui conseguiu mudar toda a linha defensiva de posição, não é preciso muito para percebermos que esta experiência do basco em Portugal não é mesmo mais do que isso: mais uma experiência (atrás de experiência).
Puro engano. Logo, logo, que os ucranianos se soltaram de uma teia que não era mais do que isso (não tinha arte nem engenho para criar reais oportunidades), se percebeu que Yarmolenko afinal não estaria tão enganado assim. O Dynamo subiu no terreno, roubou o protagonismo e começou a colocar a nu as evidentes fragilidades do FC Porto. Evidentes, perceba-se, para quem sabe que não basta ganhar muita vez, ou até não perder, para que as equipas sejam perfeitas. E mesmo nas vitórias, o FC Porto de Lopetegui revela sempre, mas sempre, indicadores que poderão vir a tombá-lo num futuro próximo. A começar pelas decisões, quase sempre incompreensíveis, do técnico basco - que desta vez deixou André André de fora do 'onze' inicial, para acabar numa defesa que deixa muito espaço e que não é bem protegida à frente do centrais. Ora, sobra a dúvida: para quê um duplo-pivot (Danilo e Rúben Neves) se nenhum deles protege o espaço à frente de Indi e Marcano?
Depois, o golpe de misericórdia! Não falo de um penálti, que parece evidente, e que deu a vantagem ao Dynamo Kyiv, mas na constante opção pelo jogador que o cometeu. Imbula não é, de todo, um mau jogador, nota-se. Contudo não é por não o ser que não se nota que o francês (ou belga, como quisermos) é vitima da sua constante escolha para um sistema que não o privilegia. Por deixá-lo nas funções de organizador - para as quais não tem capacidade - ou por deixá-lo bem próximo do trinco - onde fica sem chegada à área. E com Danilo e Rúben Neves sem essa mesma chegada à área, fica difícil que o FC Porto actual seja mais do que um conjunto que circula a bola de um lado ao outro à procura de um milagre. E Aboubakar, Tello (que noite horrível) e Brahimi queixam-se disso. Foi enorme a distância entre o trio-de-ataque portista e aquela espécie de 'trivote' que nem com boa vontade chega para atacar ou defender.
Obviamente, com a desvantagem, e o mau futebol praticado, o Dragão entrou em erupção. Assobios e mais assobios que sublinharam durante, toda a segunda metade, a incapacidade da equipa em ultrapassar um Dynamo que fechou bem por dentro - onde o FC Porto não gosta de jogar - e que mostrou, a quem quis ver, a enorme distância a que ficam, uns dos outros, os jogadores portistas na altura de 'atacar'. Sempre que a bola chegava à ala, o FC Porto ficava preso. Lopetegui decidiu que Brahimi seria a causa, mas Corona - e o inenarrável Tello de ontem - provaram que o defeito estava no modelo. Assim quando o FC Porto já não conseguia dar dois passes seguidos - vitima de um 4x4x2 (com Osvaldo e Aboubakar na frente) que acabou de vez com o meio-campo e com o ataque - já Casillas tinha confirmado - com uma abordagem infantil - o segundo golo dos ucranianos - aquele que ajudou a confirmar com números uma das piores exibições de sempre de um Lopi-Team que tem disfarçado muita coisa com uma posse-de-bola estéril e com individualidades que resolvem na frente. E esta 2.ª versão, nem conta com aquela força na reacção à perda e no duelo individual que ajudou que a 1.ª não despedisse o basco. E se depois lembrarmos que com uma só substituição (ao intervalo André rendeu Maxi) Lopetegui conseguiu mudar toda a linha defensiva de posição, não é preciso muito para percebermos que esta experiência do basco em Portugal não é mesmo mais do que isso: mais uma experiência (atrás de experiência).
segunda-feira, novembro 23
Será saudosismo do Benfica dos anos 90?
A época do Benfica está a ser marcada pelas derrotas contra o Sporting. É compreensível, especialmente porque Jesus está sentado no banco de Alvalade. Os três jogos tiveram três contextos diferentes mas o resultado foi sempre o mesmo: vantagem para os leões.
Tentar perceber o porquê destas derrotas é o que tem de ser feito por alguém que perceba de futebol. No Benfica, claramente, não há quem o consiga fazer. Vitória tem um discurso fraquíssimo mas o pior mesmo continua a ser a forma pouco harmoniosa como a equipa se apresenta em jogo.
O plantel é medíocre e desequilibrado. E não é o mesmo que o do ano passado, por muito que nos esforcemos. Comparar a presença de Maxi e Lima, jogadores da casa, com um contexto técnico e táctico bem trabalhado por Jesus (e este com 6 épocas de trabalho no clube), com a chegada de Nélson (que fez meia dúzia de jogos) e Mitroglou, é não entender que o futebol é muito mais do que qualidade individual.
Na época passada, para se vencer o campeonato, foi preciso que, por esta altura, já o Benfica estivesse fora da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal. No campeonato, a única competição que valeu o esforço, a equipa apresentava muitas dificuldades e os jogos convincentes eram poucos.
Aliás, pela lógica dos adversários, o Benfica seguia na frente porque era beneficiado pelas arbitragens. Os mesmíssimos que ontem faziam análises especulativas e cirúrgicas, e que hoje, e apenas hoje, se lembram que o jogo afinal tem 90 minutos e que o árbitros erram para os dois lados, na maior parte das ocasiões.
Ou seja, o Benfica, por esta altura, era uma equipa com um só objectivo, longe da Europa a sério, onde em 6 épocas fomos ficando cada vez mais pequenos. A grandeza do clube, apesar do bicampeonato, era frequentemente questionada, até.
Vitória é, claramente, carne para canhão. Substituir Jesus seria sempre muito complicado, a menos que viesse alguém do mesmo valor. Jesus conhece o campeonato nacional como ninguém e adquiriu no Benfica uma experiência que mais nenhum outro teve oportunidade de adquirir.
Jesus teve enormes palntéis, com enormes jogadores (também aprendeu com estes, seguramente). Pelo contrário, Vitória, teve um gordo, um Carcela e o regresso de Sílvio (cum camandro).
Entretanto, e um pouco contra a corrente, o Benfica está a fazer uma bela Liga dos Campeões, coisa que Jesus apenas conseguiu fazer uma vez em 6 épocas (e podemos somar o desastre europeu que está a fazer no Sporting). Mas, será suficiente? Não. Porque haverá de calhar sempre um tubarão qualquer que nos aniquilará sem piedade. Mas aí, seria igual se houvesse Jesus (ou pior).
Mas não será suficiente, dizia. Porque a festa do povo é mesmo a do campeonato. A do Marquês. E Jesus sabe-o bem. Sempre o defendi e por isso mesmo tenho de concordar com esta estratégia: crescer, ser forte, ser dominador, cá dentro, em primeiro lugar. Aparentemete é isso que o Sporting está a fazer. E bem.
Esta coisa da claque ir ao Seixal, de ex-dirigentes aparecerem no jornal a queimar o treinador, de jogadores a fazer promessas de dedicação nunca deram resultado. Porque o resultado disto tudo é responsabilidade de Luis Filipe Vieira e esse nunca é alvo de ataques.
O homem máximo do Benfica viu o jogo no balneário de Alvalade. Não consigo imaginar forma mais cobarde de encarar o adversário. O presidente do Benfica comporta-se como um ratinho, diminui o clube e a força da equipa, aparecendo à tona quando não deve e desaparecendo sempre que lhe é conveniente.
Tudo isto, contudo, não nos conforta muito. A equipa, mesmo tendo um nível individual medíocre, tem de jogar mais. Como se exigia a Jesus (mesmo que não se ganhe o campeonato).
Se acredito que as coisas vão melhorar? Não, sinceramente. As debilidades tácticas da equipa, incapaz de jogar em posse, incapaz de jogar em bloco, incapaz de criar ofensivamente, são demasiado evidentes. E ou muito me engano ou não vai haver grande evolução neste sentido.
Seria preciso haver tempo para Vitória, como houve para Jesus. O problema é que a "estrutura", os génios, não entenderam que a fasquia subiu (o Benfica é Bicampeão!) e para mantê-la, seria preciso dotar o plantel de armas como Saviola, Cardozo, Ramires, Markovic, Witsel, Javi, Maxi, Lima, e tantos outros que foram oferecidos a Jesus. E claro, que Vitória tivesse mãozinhas para isso.
Não sei se o treinador do Benfica chega ao fim da época. Sei apenas que o grande responsável por tudo isto vai chegar. Como sempre.
Tentar perceber o porquê destas derrotas é o que tem de ser feito por alguém que perceba de futebol. No Benfica, claramente, não há quem o consiga fazer. Vitória tem um discurso fraquíssimo mas o pior mesmo continua a ser a forma pouco harmoniosa como a equipa se apresenta em jogo.
O plantel é medíocre e desequilibrado. E não é o mesmo que o do ano passado, por muito que nos esforcemos. Comparar a presença de Maxi e Lima, jogadores da casa, com um contexto técnico e táctico bem trabalhado por Jesus (e este com 6 épocas de trabalho no clube), com a chegada de Nélson (que fez meia dúzia de jogos) e Mitroglou, é não entender que o futebol é muito mais do que qualidade individual.
Na época passada, para se vencer o campeonato, foi preciso que, por esta altura, já o Benfica estivesse fora da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal. No campeonato, a única competição que valeu o esforço, a equipa apresentava muitas dificuldades e os jogos convincentes eram poucos.
Aliás, pela lógica dos adversários, o Benfica seguia na frente porque era beneficiado pelas arbitragens. Os mesmíssimos que ontem faziam análises especulativas e cirúrgicas, e que hoje, e apenas hoje, se lembram que o jogo afinal tem 90 minutos e que o árbitros erram para os dois lados, na maior parte das ocasiões.
Ou seja, o Benfica, por esta altura, era uma equipa com um só objectivo, longe da Europa a sério, onde em 6 épocas fomos ficando cada vez mais pequenos. A grandeza do clube, apesar do bicampeonato, era frequentemente questionada, até.
Vitória é, claramente, carne para canhão. Substituir Jesus seria sempre muito complicado, a menos que viesse alguém do mesmo valor. Jesus conhece o campeonato nacional como ninguém e adquiriu no Benfica uma experiência que mais nenhum outro teve oportunidade de adquirir.
Jesus teve enormes palntéis, com enormes jogadores (também aprendeu com estes, seguramente). Pelo contrário, Vitória, teve um gordo, um Carcela e o regresso de Sílvio (cum camandro).
Entretanto, e um pouco contra a corrente, o Benfica está a fazer uma bela Liga dos Campeões, coisa que Jesus apenas conseguiu fazer uma vez em 6 épocas (e podemos somar o desastre europeu que está a fazer no Sporting). Mas, será suficiente? Não. Porque haverá de calhar sempre um tubarão qualquer que nos aniquilará sem piedade. Mas aí, seria igual se houvesse Jesus (ou pior).
Mas não será suficiente, dizia. Porque a festa do povo é mesmo a do campeonato. A do Marquês. E Jesus sabe-o bem. Sempre o defendi e por isso mesmo tenho de concordar com esta estratégia: crescer, ser forte, ser dominador, cá dentro, em primeiro lugar. Aparentemete é isso que o Sporting está a fazer. E bem.
Esta coisa da claque ir ao Seixal, de ex-dirigentes aparecerem no jornal a queimar o treinador, de jogadores a fazer promessas de dedicação nunca deram resultado. Porque o resultado disto tudo é responsabilidade de Luis Filipe Vieira e esse nunca é alvo de ataques.
O homem máximo do Benfica viu o jogo no balneário de Alvalade. Não consigo imaginar forma mais cobarde de encarar o adversário. O presidente do Benfica comporta-se como um ratinho, diminui o clube e a força da equipa, aparecendo à tona quando não deve e desaparecendo sempre que lhe é conveniente.
Tudo isto, contudo, não nos conforta muito. A equipa, mesmo tendo um nível individual medíocre, tem de jogar mais. Como se exigia a Jesus (mesmo que não se ganhe o campeonato).
Se acredito que as coisas vão melhorar? Não, sinceramente. As debilidades tácticas da equipa, incapaz de jogar em posse, incapaz de jogar em bloco, incapaz de criar ofensivamente, são demasiado evidentes. E ou muito me engano ou não vai haver grande evolução neste sentido.
Seria preciso haver tempo para Vitória, como houve para Jesus. O problema é que a "estrutura", os génios, não entenderam que a fasquia subiu (o Benfica é Bicampeão!) e para mantê-la, seria preciso dotar o plantel de armas como Saviola, Cardozo, Ramires, Markovic, Witsel, Javi, Maxi, Lima, e tantos outros que foram oferecidos a Jesus. E claro, que Vitória tivesse mãozinhas para isso.
Não sei se o treinador do Benfica chega ao fim da época. Sei apenas que o grande responsável por tudo isto vai chegar. Como sempre.
Sporting 2 Benfica 1
Pouco há a dizer quando uma equipa é tão superior a outra, tanto a nível técnico como táctico. O Sporting é, neste momento, muito melhor equipa que o Benfica. E isso foi mais evidente no sábado do que nos dois jogos anteriores, mesmo o 3-0 da Luz. Veja-se que o Benfica apresentou-se em Alvalade como a equipa pequena que defronta um grande. Mas fê-lo ainda pior do que as equipas pequenas. Ainda não tinha aparecido em Alvalade, na presente época, uma equipa tão defensiva, tão a jogar para o pontinho (o que é ridículo pois era um jogo a eliminar). Na segunda parte foi notório que o único objectivo do Benfica era levar o jogo para as grandes penalidades. E quase o conseguiu, também com a complacência do árbitro que permitiu todo o tipo de entradas violentas por parte dos encarnados. De facto, com um árbitro rigoroso em termos disciplinares o Benfica teria acabado o jogo com uns 7 jogadores. Se as entradas de Sílvio sobre Adrien, de Samaris sobre Gelson, de Jonas sobre João Mário, ou as duas vezes em que Eliseu pontapeou a bola contra adversários caídos, não são para vermelho, não sei bem o que será. E vai-se falar disto? Não, vai-se falar do Slimani, com certeza... E dos jogadores a caminho do hospital (a ambulância para Gaitán demorou mais de uma hora a chegar e percebia-se que algo estava mal com a cabeça do argentino. Há um lance em que vai a correr e cai desamparado sem que ninguém lhe toque).
Rui Vitória mostrou-se algo desesperado e não é caso para menos. Tem um plantel caro mas desequilibrado e não consegue fazer nada com ele. E depois vê-se ali metido no meio de uma estrutura mais preocupada em abafar as conferências de imprensa de Jorge Jesus do que em tentar perceber o que vai mal dentro de casa. E Rui Vitória acaba por entrar no jogo e desgasta-se. Acabará a época?
Entretanto, confirmando a minha previsão, União da Madeira e Benfica foram eliminados e já podem antecipar o jogo em atraso...
Rui Vitória mostrou-se algo desesperado e não é caso para menos. Tem um plantel caro mas desequilibrado e não consegue fazer nada com ele. E depois vê-se ali metido no meio de uma estrutura mais preocupada em abafar as conferências de imprensa de Jorge Jesus do que em tentar perceber o que vai mal dentro de casa. E Rui Vitória acaba por entrar no jogo e desgasta-se. Acabará a época?
Entretanto, confirmando a minha previsão, União da Madeira e Benfica foram eliminados e já podem antecipar o jogo em atraso...
sexta-feira, novembro 20
Futebol.
Amanhã há dérbi para a Taça de Portugal e uma das equipas, no final do jogo, terá menos um troféu para ganhar.
Ao contrário do que seria de esperar, os últimos dias têm sido relativamente calmos, apenas com uma ou outra bojarda.
Faz hoje uma semana que todos nós, mais uma vez, pudemos assistir no conforto do nosso sofá, a mais um atentado à humanidade e à paz. E nesse conforto, penso, nasceu um novo confronto quando pudemos, também pela enésima vez, reflectir sobre o que tinha acabado de acontecer.
Quando me refiro ao clima de guerrilha que se instalou no futebol português, nunca posso compará-lo ao verdadeiro clima de guerra que a realidade insiste em revelar-nos.
Mas, se nos lembrarmos do que se diz, da forma como se dizem algumas coisas, da forma como se extremam posições, o paralelismo, por ténue que seja, faz algum sentido.
Da minha parte, continuarei a levar o futebol a sério, como, aliás, ele merece. Mas, a partir de agora, e porque sei, até, que existe já quem o faça (o Marco Morais, por exemplo, mas há mais por essa blogosfera fora), o caminho das minhas palavras, e mesmo da minha atitude, será diferente. E diferente como? Apenas mais positivo, mais agregador, mais festivo.
Se queremos um futebol melhor, temos mesmo de ter um mundo melhor.
Ao contrário do que seria de esperar, os últimos dias têm sido relativamente calmos, apenas com uma ou outra bojarda.
Faz hoje uma semana que todos nós, mais uma vez, pudemos assistir no conforto do nosso sofá, a mais um atentado à humanidade e à paz. E nesse conforto, penso, nasceu um novo confronto quando pudemos, também pela enésima vez, reflectir sobre o que tinha acabado de acontecer.
Quando me refiro ao clima de guerrilha que se instalou no futebol português, nunca posso compará-lo ao verdadeiro clima de guerra que a realidade insiste em revelar-nos.
Mas, se nos lembrarmos do que se diz, da forma como se dizem algumas coisas, da forma como se extremam posições, o paralelismo, por ténue que seja, faz algum sentido.
Da minha parte, continuarei a levar o futebol a sério, como, aliás, ele merece. Mas, a partir de agora, e porque sei, até, que existe já quem o faça (o Marco Morais, por exemplo, mas há mais por essa blogosfera fora), o caminho das minhas palavras, e mesmo da minha atitude, será diferente. E diferente como? Apenas mais positivo, mais agregador, mais festivo.
Se queremos um futebol melhor, temos mesmo de ter um mundo melhor.
sexta-feira, novembro 13
quarta-feira, novembro 11
É o colinho leonino...
Naldo é suspenso automaticamente por dois jogos enquanto decorrerá um processo disciplinar que o pode levar a parar, no mínimo, dois meses!. Enquanto isso, o provocador de toda a situação é multado em... 40 euros!!!! Uma vez vi o Lito Vidigal no Ikea de Loures. Parecia desorientado. Mas agora percebo... Ele não sabia que a piscina de bolinhas era no espaço infantil, no piso inferior...
terça-feira, novembro 10
Só dá Sporting
É Sporting para aqui, Sporting para ali. Não se fala noutra coisa. O presidente do Arouca, não sei a mando de quem, diz: "Assim é fácil o Sporting ser campeão". O treinador do mesmo clube faz as figuras mais ridículas da história do futebol (ah, Naldo, devias ter-lhe enfiado um biqueiro depois daquele mergulho e nem assim merecerias a expulsão). Os paineleiros e outros adeptos rivais que escrevem artigos de opinião em jornais tentam desesperadamente criar um colinho leonino, quando os factos "dizem" precisamente o contrário. O Benfica inventa processo contra o actual treinador do Sporting e recusa chegar a acordo para prolongar este conflito até ao final da época. Estamos perante um grande momento de fervor anti-sportinguista...
segunda-feira, novembro 9
Jesus já era do Sporting quando ainda era do Benfica.
"No documento, o Sporting confirma que foi assinado um princípio de acordo com o treinador a 3 de junho, depois de um jantar na noite antes, onde marcaram presença o técnico, o seu advogado Miguel Henrique e o presidente dos leões, Bruno de Carvalho."
In Record
Ou seja, Jorge Jesus assumiu um compromisso com o Sporting quando ainda tinha um contrato com o Benfica. Mas, pergunto, existe aqui alguma ilegalidade? É assim, linear?
Lembro-me da contratação de Domingos, que ainda era treinador do Braga, e ainda antes do Braga se deslocar a Alvalade na última jornada, num jogo que decidia o terceiro lugar no campeonato. Não me lembro de alguém ter sido castigado, ou de se terem levantado suspeitas.
In Record
Ou seja, Jorge Jesus assumiu um compromisso com o Sporting quando ainda tinha um contrato com o Benfica. Mas, pergunto, existe aqui alguma ilegalidade? É assim, linear?
Lembro-me da contratação de Domingos, que ainda era treinador do Braga, e ainda antes do Braga se deslocar a Alvalade na última jornada, num jogo que decidia o terceiro lugar no campeonato. Não me lembro de alguém ter sido castigado, ou de se terem levantado suspeitas.
Curtas.
1. O Benfica venceu num jogo quase de solteiros contra casados. A qualidade individual vai disfarçando a pouca qualidade colectiva. Contudo, depois de um jogo europeu bastante exigente, podemos facilmente cair na tentação de desculpabilizar o jogo menos conseguido. O problema é mesmo ser a mediocidade apresentada pela equipa uma constante. Rui Vitória tem muito trabalho pela frente e, se se fez esta aposta, devemos mantê-la até ao fim da época, altura em que devem ser feitos os balanços (especialmente porque a equipa continua com margem de manobra e tem feito uma CL bastante razoável).
2. O título está entregue, depois do que se viu ontem em Arouca. Um Sporting muito mau, sem criatividade atacante, com alguns jogadores bastante medianos, como Téo, por exemplo. Jesus fez o que fez no Benfica da época passada e a expectativa dos sportinguistas é a mesma. Contudo, com as ajudas que têm tido, é caso para dizer que não há grandes motivos para preocupações.
As faixas estão encomendadas e o embaraço é tanto que muitos sportinguistas já optam pela estratégia à Bruno de Carvalho: sempre em frente, sempre em frente, sempre em frente.
Negar o penálti do Arouca, invocar falta no lance do Adrien, e não aceitar a expulsão de Naldo, é fruto apenas da vergonha que sentem por tão descarado benefício. Seria mais fácil admitirem que foram ajudados e seguir em frente (são coisas que acontecem) mas a táctica seguida é a surdez absurda e o confronto permanente com a sanidade mental dos outros. Claro que se ao menos o Benfica jogasse bem, a coisa ainda se fazia, mas assim, não vale a pena.
São os justos campeões e agora é apostar mais ainda na CL e tentar garantir o acesso à mesma, tarefa que não será fácil para Rui Vitória.
O FCP não sei o que terá a dizer sobre isto, mas será sempre um problema entre o clube de Pinto da Costa e o de Bruno de Carvalho.
3 . Espanha: Barça e Real separados por 3 pontos, com o Atlético logo atrás, ainda na disputa pelo título. A propósito, vale a pena ver a reacção do Simeone ao golo da vitória, marcado a um minuto do fim. Sem Messi, Neymar tem sido o destaque da competição, com Ronaldo a parecer menos motivado (falta-lhe o argentino?).
4 Alemanha: Bayern na frente, obviamente, com o Borussia a 5 pontos. O problema para os homens de Dortmund é que quando jogaram com os bávaros, levaram 5, o que assinala bem as diferenças entre as duas equipas. Além disso, os comandados de Guardiola jogam muito à bola e até fico com suores frios só de pensar num jogo entre os alemães e o Benfica.
5. França: o PSG segue imparável, com 10 pontos sobre o Lyon. Di Maria tem sido a estrela e deve começar a ser difícil manter a motivação desta equipa num campeonato cada vez menos disputado e interessante. O Mónaco de Jardim, está em nono.
6. Inglaterra: destaque óbvio para o Chelsea de Mourinho, que ocupa o 16º lugar. O português mostra-se impotente para dar a volta à situação mas só quem não tem acompanhado a carreira do português pode estar surpreendido. Um plantel cheio de qualidade individual que, no campo, é incapaz de produzir qualquer coisa parecida com bom futebol. A arrogância de Mourinho é implacável, até para com ele próprio. É sempre triste vermos alguém a definhar mas a verdade é que o setubalense traçou o seu próprio caminho, afastando-se cada vez mais dos princípios que o levaram ao topo. Ganhar, muitas vezes, não chega.
Os 4 primeiros estão separados por 4 pontos, sendo que o título deverá cair para o City, dada a irregularidade do Arsenal e as dificuldades do MU. O Liverpool de Klopp segue em décimo e dos três jogos que vi desta equipa, nenhum deles me convenceu minimamente, mas diz que já se notam diferenças... Um clube que dispensa o Markovic merece muito pouco.
7. Itália: 4 primeiros separados por 4 pontos, como em Inglaterra. A Fiorentina de Paulo Sousa está na liderança, apesar das 3 derrotas em 12 jogos. O Inter está de volta ao topo e a campeã Juventus ocupa o 7º lugar, a 11 pontos dos "viola".
2. O título está entregue, depois do que se viu ontem em Arouca. Um Sporting muito mau, sem criatividade atacante, com alguns jogadores bastante medianos, como Téo, por exemplo. Jesus fez o que fez no Benfica da época passada e a expectativa dos sportinguistas é a mesma. Contudo, com as ajudas que têm tido, é caso para dizer que não há grandes motivos para preocupações.
As faixas estão encomendadas e o embaraço é tanto que muitos sportinguistas já optam pela estratégia à Bruno de Carvalho: sempre em frente, sempre em frente, sempre em frente.
Negar o penálti do Arouca, invocar falta no lance do Adrien, e não aceitar a expulsão de Naldo, é fruto apenas da vergonha que sentem por tão descarado benefício. Seria mais fácil admitirem que foram ajudados e seguir em frente (são coisas que acontecem) mas a táctica seguida é a surdez absurda e o confronto permanente com a sanidade mental dos outros. Claro que se ao menos o Benfica jogasse bem, a coisa ainda se fazia, mas assim, não vale a pena.
São os justos campeões e agora é apostar mais ainda na CL e tentar garantir o acesso à mesma, tarefa que não será fácil para Rui Vitória.
O FCP não sei o que terá a dizer sobre isto, mas será sempre um problema entre o clube de Pinto da Costa e o de Bruno de Carvalho.
3 . Espanha: Barça e Real separados por 3 pontos, com o Atlético logo atrás, ainda na disputa pelo título. A propósito, vale a pena ver a reacção do Simeone ao golo da vitória, marcado a um minuto do fim. Sem Messi, Neymar tem sido o destaque da competição, com Ronaldo a parecer menos motivado (falta-lhe o argentino?).
4 Alemanha: Bayern na frente, obviamente, com o Borussia a 5 pontos. O problema para os homens de Dortmund é que quando jogaram com os bávaros, levaram 5, o que assinala bem as diferenças entre as duas equipas. Além disso, os comandados de Guardiola jogam muito à bola e até fico com suores frios só de pensar num jogo entre os alemães e o Benfica.
5. França: o PSG segue imparável, com 10 pontos sobre o Lyon. Di Maria tem sido a estrela e deve começar a ser difícil manter a motivação desta equipa num campeonato cada vez menos disputado e interessante. O Mónaco de Jardim, está em nono.
6. Inglaterra: destaque óbvio para o Chelsea de Mourinho, que ocupa o 16º lugar. O português mostra-se impotente para dar a volta à situação mas só quem não tem acompanhado a carreira do português pode estar surpreendido. Um plantel cheio de qualidade individual que, no campo, é incapaz de produzir qualquer coisa parecida com bom futebol. A arrogância de Mourinho é implacável, até para com ele próprio. É sempre triste vermos alguém a definhar mas a verdade é que o setubalense traçou o seu próprio caminho, afastando-se cada vez mais dos princípios que o levaram ao topo. Ganhar, muitas vezes, não chega.
Os 4 primeiros estão separados por 4 pontos, sendo que o título deverá cair para o City, dada a irregularidade do Arsenal e as dificuldades do MU. O Liverpool de Klopp segue em décimo e dos três jogos que vi desta equipa, nenhum deles me convenceu minimamente, mas diz que já se notam diferenças... Um clube que dispensa o Markovic merece muito pouco.
7. Itália: 4 primeiros separados por 4 pontos, como em Inglaterra. A Fiorentina de Paulo Sousa está na liderança, apesar das 3 derrotas em 12 jogos. O Inter está de volta ao topo e a campeã Juventus ocupa o 7º lugar, a 11 pontos dos "viola".
O meu comentário ao Arouca-Sporting
Quem não chora, não mama.
Viva a verdade desportiva! (a la Bruno de Carvalho).
Para efeitos de registo: nos últimos 3 jogos, o Sporting viu serem-lhe perdoados pelo árbitro 4 penaltis contra, e um a favor. Realmente, não é preciso gastar dinheiro em vouchers.
Viva a verdade desportiva! (a la Bruno de Carvalho).
Para efeitos de registo: nos últimos 3 jogos, o Sporting viu serem-lhe perdoados pelo árbitro 4 penaltis contra, e um a favor. Realmente, não é preciso gastar dinheiro em vouchers.
domingo, novembro 8
É capaz de ter sido "à campeão"...
Slimani passou 89 minutos a fazer asneiras mas lá estava para dar 3 pontos valiosíssimos num jogo sofrido e numa altura em que estávamos reduzidos a 10 unidades. Que grande vitória!
sexta-feira, novembro 6
quarta-feira, novembro 4
Parecendo que não, passar a fase de grupos (ou chegar lá) é capaz de dar jeito, ó NFWJ.
Nunca fui a uma meia-final ou final da Liga dos Campeões e tenho algumas dúvidas de que lá vá se continuar aqui (em Portugal). Mas não tenho dúvidas de que se sair, logo na primeira época fora de Portugal vou consegui-lo.
Jorge Jesus
Não podia mesmo deixar de passar esta maravilhosa capa. Contudo, se a imagem é absolutamente patética, a mesma só nos dará vontade de rir (eu estive, sem exagero, duas horas e um quarto sem conseguir parar de rir).
Já o conteúdo, bem, esse até dá para uma discussão. Não me refiro ao "nobody fucks with Jesus" (ahahahahahaha) mas toda a entrevista é uma repetição de uma que deu no final do seu segundo título nacional.
O homem está mais inchado do que nunca, apesar de disfarçar cada vez melhor. Na minha opinião, este caminho não é para ele e era completamente escusado fomentar este papel que lhe fica tão mal.
Jesus é um castiço e tem a sua graça (os sportinguistas só perceberam isto agora), mas esta falta de tino acaba invariavelmente por prejudicar mais do que ajudar. O maluco do troca tintas do seu amigo Sérgio é que podia dar-lhe umas dicas, mas parece que está mais preocupado com o fim de linha de Luisão.
Por falar no capitão, vitória muito saborosa ontem, na Liga dos Campeões. O futebol praticado foi pouco consistente, pouco apoiado e acho mesmo que foi um jogo espremido, com destaque positivo para Guedes, Gaitan, Julio e Talisca.
O apuramento está muito perto mas ainda faltam dois jogos. Na Liga dos Campeões é caso para dizer: nobody fucks with Vitória! Ahahahahahaha
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