terça-feira, abril 14

The best you can is good enough

Ponto prévio: O que resulta contra os outros, pode não resultar ou então resultar muito menos contra o Manchester United.

O Porto surpreendeu em Old Trafford. Surpreendeu quem não o conhecia e até quem o conhecia, não acreditando que a equipa campeã da Europa, juntamente com o ambiente, não afectasse o jogo dos dragões. Uns esperavam retracção, outros um Manchester muito mais forte, outros até as duas, no que poderia dar um resultado devastador para a equipa portuguesa. Poucos esperavam o que aconteceu pois a história ditava que as equipas de Jesualdo se "acagaçam" nos grandes palcos e, mais precisamente, em Inglaterra.

Mas o factor surpresa já lá vai. O que quer que tenha sido aproveitado no Teatro dos Sonhos, dificilmente resultará no Dragão e, assim sendo, o grau de dificuldade aumenta.

Pessoalmente, não me desagradava o 2-1. Gritei a bom som, fiz 20 vezes a famosa "bengala" juntamente com uns estridentes "toma" como que a querer acreditar que o 2-2 de Mariano significava um bom resultado para os portistas, e até pode ser que sim mas também pode ser que não.

Juntamente com o golo do mal-amado argentino vieram pensamentos do género: "Basta fazer o que fizemos contra o Atlético" ou "basta empatar", "0-0 chega". Nada mais enganador. Na primeira das hipóteses sou peremptório a afirmar que não chega! Grande parte do jogo em casa contra o Atlético foi controlado pelos
colchoneros e ficamos dependentes da habilidade dos mesmos para passar. Aceleramos na 2ª parte, mas não aquilo que precisamos de acelerar para bater os Red devils. Estar dependente do que C. Ronaldo e companhia podem fazer é absurdo. Nas outras, pergunto: como se empata frente ao Manchester? e respondo: ou com muita sorte ou fazendo por isso, jogando o melhor que se sabe.

Retornando ao que espero do jogo, sei que no Dragão vai ser diferente, mais difícil. Para começar, a atitude (mais do que os nomes) vai ser diferente no United. O espaço para o tridente atacante do Porto vai ser menor, visto que Fergusson está já avisado para o poderoso contra-ataque portista. Um Manchester mais atacante, mais incisivo e melhor a defender vai exigir o melhor Porto da época.

Um jogo de campeões, para campeões e futuros campeões. Que Fernando e Cissokho acrescentem à licenciatura adquirida em Manchester um mestrado no Dragão, que Hélton seja a parede que foi em Old Trafford, que Rodriguez seja enorme outra vez, que Lisandro esteja mais eficaz, que o colectivo esteja imperial no posicionamento e, sobretudo, que não haja erros individuais de novo. Um Porto que não tem nada a perder, bem atrevido e inteligente, que chegou a esta fase dessa maneira.

Há poucas hipóteses, mas as poucas que existem resumem-se ao atrevimento, à fidelidade ao estilo de jogo e, claro, à sorte. O resultado nestes jogos depende de como os abordamos. Há uma semana gostei das palavras de Jesualdo e de Rodriguez pois notou-se nas mesmas uma vontade enorme de derrotar o colosso. Pois bem, mantenha-se a mesma atitude, sem "associações" a Atléticos ou a Vitórias e Estrelas, e somos bem capazes de estar a dois jogos de Roma.

Só um Porto que espere o melhor Manchester e que não tenha medo dele, passará!

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