segunda-feira, julho 6

Trabalhar à Capello falar à Mourinho?

Uma das pré-épocas que me tem gerado imensa curiosidade é a do Vitória de Setúbal.

O clube do Sado tem-nos habituado a coisas boas (futebolisticamente) e más (pagamento de salários) e é uma das grandes referências clubísticas a nível nacional mas, desta feita, interessa-me por outras razões, não muito especiais como a seguir veremos mas importantes ao ponto de me suscitar esta curiosidade.

A primeira das razões chama-se Carlos Azenha. O ex-adjunto de Jesualdo viu chamadas para si as atenções, primeiro, fruto de um boato que rezava que os bons resultados de Jesualdo eram conseguidos pelo mérito dos seus adjuntos. Ora, bons resultados não se pode chamar aquilo que Jesualdo vinha fazendo. Medianos, vá lá... mas ainda assim já depositavam nas costas de Rui Águas o "quase mérito" que o professor conseguiu em Braga. No Dragão as coisas correram melhor e o professor, com Azenha ao lado, foi campeão duas vezes. A isto sim, se pode chamar bons resultados, mas a massa crítica não esteve com meias medidas e resolveu, mais uma vez, chamar a outro as responsabilidade de tal feito.

A 3ª época, a primeira sem Azenha, começou mal. A falta de um 6 no onze, a interrogação no sistema e jogadores a utilizar atrasaram a, poderosa, época do FCP. Mas qual foi o primeiro problema que os críticos apontaram? claro, a falta de Azenha.

Jesualdo desmistificou essa ideia e tem que ser hoje considerado como um homem competente, sabedor de futebol, goste-se ou não dos seus métodos. Os títulos validam a competência e Jesualdo terá que ser visto dessa forma. E Azenha? será, como vi escrito no Entre10, um bom treinador ou mais um fala barato?

Sejamos sinceros, ainda ninguém sabe. O pouco que se conhece de Carlos Azenha pôde ser visto no Domingo Desportivo, pois a maioria das pessoas não conhece o seu trabalho de campo, a sua visão do futebol, o seu modelo de jogo. Não se sabe se será um bom líder, um bom condutor de homens, se tem um modelo de jogo capaz, enfim ainda não se sabe nada. Fica a pérola: "Defender à Milan, atacar à Barcelona", para nos aguçar a curiosidade deste novo Vitória.

O segundo aspecto que me leva a escrever este post são as contratações sadinas para esta época. Sem muito dinheiro, ainda assim algum, Azenha decidiu-se por jogadores baratos e com algumas provas em escalões inferiores. Um deles vi-o jogar, esta época que findou, imensas vezes. Pimenta do Sp. Covilhã não me parece jogador para a I Liga. Fez uma época banal ao serviço dos leões da serra, marcando alguns golos é certo, mas sem a preponderância perpendicular ao estatuto que pensa ter na equipa. Não sei as intenções de Azenha, nem o que pensa fazer, mas não estou a ver Pimenta ser preponderante. Desvelando o véu haveria outros jogadores no Covilhã que até poderiam ser úteis mas os primeiros sentidos enganam muita gente. Sei também que Azenha contratou outro jogador da minha região, mais precisamente do Sertanense. Não o conheço, nunca o vi jogar mas ainda assim aplaudo a coragem (mesmo com a contratação de Pimenta) de formar uma nova equipa por inteiro, que ao que parece ainda terá a inclusão de sete defesas e um avançado.

Tarefa difícil para o homem que foi uma sombra difícil para Jesualdo se livrar. Agora será ao contrário, estará Azenha pronto para provar a sua competência?

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