sábado, fevereiro 13

TRIpartido? Não. TRI bem junto

É portentoso um jogador de 18 anos ter que aguentar com um meio-campo todo durante 90 minutos.

Renato Sanches < 3

5 estrelas em tudo. Até nas faltas que teve de fazer, porque, esforçado, não tinha ninguém (mais recuado) que as fizesse por ele. O meu apreço por esse 'miúdo', que num relvado é mais adulto que todos nós.

O Porto ganha bem. Ganha bem pela excelente 2.ª metade e pela leitura (fácil de fazer) que Lopetegui nunca percebeu: o bicampeão (na Luz), pela vertigem, dá demasiado controle aos adversários que o quiserem (ou conseguirem) ter.

Claro que há a leitura da eficácia. A mesma que fez a série verdadeiramente retumbante do Benfica (12 jogos? 13?). É isso que Rui Vitória (também) nunca percebeu. Hoje queixa-se da eficácia adversária. Curiosamente nunca se queixou da eficácia própria, quando Jonas e Mitroglou fizeram golos 'do nada''. Vindos de cruzamentos e de ressaltos que ninguém esperasse (que lhe desbloquearam jogos que evitaram o seu despedimento), Rui Vitória foi armando o seu 'curriculum benfiquista' com base em golos e não em plano (retirando o plano alheio, claro). Hoje precisou de um [plano]... e curiosamente (ou por Casillas, por karma, ou por não estar à espera) ele não apareceu  (Salvio? Carcela? Gaitán limitado em todo o corredor esquerdo?).

O Benfica é emocional. Joga com o resultado, com os golos. Marcou primeiro, justamente (e com um raríssimo e belíssimo golo por via de jogo interior), e deixou de acreditar que alguém lhe roubaria a vantagem. Com o golo de Herrera a salvar o FC Porto (antes de inúmeras transições defensivas que poderiam dar uma goleada histórica a favor dos encarnados), o intervalo deu ao Peseiro suicida aquilo que ele queria: bola no pé, sempre no pé, até fazer golo (foi isso que fez o Sporting do coruchense ser tão elogiado). Depois... depois, já não haviam transições para matar um dragão que (fechou, fechou, muito depois de saber que ia) entrar a desfalecer na Luz e lá ressuscitar .

Foi assim porque "há histórias que se repetem". E tanto o SLB - através da BTV - fez acreditar os benfiquistas que esta era um reedição do Clássico de há duas épocas, que se esqueceu de tudo o que o seu rival passou lá desde que há uma nova Luz. Tripartido??? Não... Tri... bem JUNTO! São três as equipas que perdem sem nós esperarmos. São três as equipas que ganham sem nós esperarmos. E, por tudo o que Benfica e FC Porto hoje (ontem) demonstraram, são três as equipas que têm direito a desejar o triunfo final. 
Mas como as caixas de comentários nos provaram: desejos são uma coisa, a realidade é outra.  

PS1: Chidozie: Peseiro começou a ganhar o jogo aí!

PS2: Jonas aparece sempre que o Benfica quer, e não o contrário.

7 comentários:

Hugo disse...

As declarações de RV no fim mostram que não percebeu porque perdeu o jogo e provavelmente vai perder também em Alvalade.
Totalmente de acordo com o Ps1. Tive logo um bom feeling quando vi o puto a titular. Peseiro teve-os no sítio

Marco Morais disse...

Hugo, devo dizer que esperei um Benfica mais retraído e menos exposto. Rui Vitória, em situações como as que Peseiro enfrentou com as lesões dos centrais, também os teve no sítio. Hoje, acabei o jogo encantado com Renato Sanches - apesar da vitória do Porto.

Depois, sim, concordo. A culpa nunca é dele, e o futebol é demasiado 'para-quedas'. Não vejo ali nada dele. E nem que visse, provavelmente saíria-lhe furado.

Mas de Peseiro não guardo só a vitória, nem a bela 2.ª parte. A exposição da primeira metade é suicida - especialmente nos cantos ofensivos. Mas que teve 'huevos' teve. Mostrou, além do mais, que está atento à realidade que se tem passado no futebol português e que sabe como o Porto se deve adequar - Chidozie é ezemplo disso, a equipa subida e o início de 2.ª parte (até ao golo) no meio-campo do Benfica também.

Que Peseiro seja enorme nos jogos fora não me surpreende. Foi por isso que fiquei contente com a sua contratação (UnitedxBraga; FeyenoordxSporting...). Joga sempre com enorme personalidade. Depois, como a equipa se superou, também ele vai ter de se 'superar' e alinhar a defensiva e proteger as transições (não é preciso tanta exposição defensiva para fazer golos).

Outro apontamento (que me esqueci no post) vai para a massa 'assobiativa' e para os jogadores: perceberam agora os adeptos que não é preciso aquela pressão infundada? e perceberam agora os jogadores que não é preciso terem medo do Estádio do Dragão.

Talvez Peseiro tenha hoje (ontem) ganho uma equipa. Talvez Peseiro tenha hoje ganho novos 'adeptos'.

Marco Morais disse...

*exemplo

Hugo disse...

Concordo a pressao dos adeptos nos jogos em Casa chega a rocar o ridiculo.
E o Renato Sanches tem tudo para ir longe. So espero que nao va parar as maos de um Van Gaal por exemplo

jamsilva disse...

Quem os teve no sitio foi o puto nigeriano. O espanhol tambem atirou com o andre silva para o fogo, so que este nao aguentou.

O jogo de ontem correu bem ao porto. podia ter dado 1-3 (duas oportunidades do Abougakar) como 4-0 (mitroglo, pizzi, e até Indi :) ) .
Houve muito Iker (que grande) nesta vitoria.

Quando ao Peseiro, pelo menos a mim já me conquistou, prefiro morrer a tentar do que na retranca ou sem avançados. E claro conseguir os 3 pontos foi importante :)

Pedro disse...

Ao ver o jogo de ontem lembrei-me várias vezes da nossa troca de ideias no post abaixo. A frase que disseste que RV usa o modelo de JJ. Ontem provou-se, novamente, a falência desse modelo nestes embates.

Depois as subs...enfim.

RV na conferência é o que a maioria dos adeptos percebe de bola. Pouco ou nada. RV não percebeu o que aconteceu, a maioria dos adeptos não percebe como o SLB foi campeão o ano passado nem como foram estes últimos seis anos.

Uma coisa positiva sai disto tudo: finalmente a malta comenta substituições e dá-lhes importância.

Marco Morais disse...

Concordo e acrescento que as cópias são sempre piores do que o original. Mas até o Porto acertar o Benfica podia ter ganho, com base no que foi fazendo até aqui. Alarmante foi um Porto em 'pré-época' conseguir roubar tanto controle ao Benfica - especialmente na 2.ª parte, onde lhe 'roubou' o jogo.