Não é nada fácil a escalada emocional que é derrotar o próprio ego e
mais difícil, se não impossível, é provar a sua perfeição. Daqui nasce o
problema do FC Porto 2013/14, que é
também o - agora muito mais claro para todos - problema do seu treinador
ou, se quisermos, da sua concepção futebolística. Depois deste FC
Porto-Áustria Viena se continuará a falar de sorte e da falta dela. Do
que não se ouvirá falar é do que reduziria a cinzas as explicações de
ocasião para a falta de ordenamento colectivo da 'série Fonseca', o que
será o mesmo que dizer que a ideia do treinador portista não funciona em
campo e deixou, jogo a jogo, o FC Porto sobre as brasas que agora o
queimam.
Indo por aí se tornaria normal a explicação para os
erros crassos dos jogos para a Champions - que também já se tornaram
normais para a Liga. Mas para Paulo Fonseca essa [explicação] tinha um
só nome: Otamendi. O central argentino tem estado na origem de várias
perdas de bola completamente displicentes e, para esta importante
recepção aos austríacos, o técnico decidiu abdicar do internacional
argentino (apostando em Maicon) esperando com isso resolver o problema
dos golos oferecidos. Mas essa 'malapata' parece não ter cura singular
mas sim colectiva, isto porque aos 10 minutos esse vírus invadiu outro
jogador portista. A vítima, desta feita, foi Danilo que, com um passe
desmedido para o centro do terreno, ofereceu a Kienast a hipótese de
bater Helton ainda fora da área.
E se dissemos, acima, que o
problema é colectivo, esse é então da inteira responsabilidade do
treinador, porque, até ver, treinar não devia servir para desaprender de
jogar. Mas a verdade é que a 'Paços de Ferreirização' a que este Porto
foi sujeito roubou os níveis de confiança a uma equipa que não tinha por
hábito desperdiçar oportunidades de ouro como aquela que o Atlético
Madrid lhe ofereceu nesta 5.ª jornada da Liga dos Campeões. Uma prenda
colchonera que o FC Porto 'recusou' por não ter a mínima ideia de como
chegar à baliza de Lindner sem ser pela rudimentar tentativa que é
cruzar para área sempre, sempre e sempre. Algo que, ainda assim, serviu
para criar oportunidades mais que suficientes para bater uma equipa que,
com organização competente (e confiante em si mesma), sairia goleada do
Estádio do Dragão.
Daí que mais uma vez se vá falar em azar,
esquecendo-se que tudo tem uma explicação. Ora se para um jogador do FC
Porto já é, neste momento, quase impossível fazer dois passes sem errar
um, como será tendo a baliza pela frente? Adicione-se-lhe ainda a
pressão que é estar a perder pela terceira vez consecutiva em casa -
logo depois de já se ter empatado também para a Liga - e encontraremos a
razão para só Jackson (pudera!) ter conseguido bater Lindner. O resto
foi um rotativo Alex Sandro e a repetida rodagem do lugar que vai pondo
Fonseca em cheque. Defour, Josué e Lucho passaram de novo por lá, sem
ordem e sem organização suficiente para se tornarem recorrentes as
chegadas à área de um passado recente. É um facto que se perderam
Moutinho e James, mas é agora também cada vez mais aceite o facto de que
o mais grave foi ter perdido a ideia, o plano, o sistema, o estofo...
FC Porto-Áustria Viena, 1-1 (Jackson 48'; Kienast 11')
Foto: Lusa
www.facebook.com/agambeta
terça-feira, novembro 26
Curtíssimas.
1. A possibilidade de Fernando representar a Selecção Nacional está em cima da mesa de Paulo Bento. A minha opinião mantém-se e sou manifestamente contra a utilização de jogadores naturalizados quando existem alternativas óbvias para o lugar em questão.
2. Avança hoje o FCP na Liga dos Campeões, em casa, frente ao Áustria de Viena. Só a vitória interessa, apesar das contas complicadas. Paulo Fonseca fora da LC e o pavio ficará mais curto do que nunca.
3. Amanhã o Benfica defronta o Anderlecht e mesmo que vença, as contas continuarão muito complicadas. Não deve haver muitos benfiquistas optimistas, sequer, na vitória no jogo de amanhã.
2. Avança hoje o FCP na Liga dos Campeões, em casa, frente ao Áustria de Viena. Só a vitória interessa, apesar das contas complicadas. Paulo Fonseca fora da LC e o pavio ficará mais curto do que nunca.
3. Amanhã o Benfica defronta o Anderlecht e mesmo que vença, as contas continuarão muito complicadas. Não deve haver muitos benfiquistas optimistas, sequer, na vitória no jogo de amanhã.
segunda-feira, novembro 25
O 'protector' do FC Porto tem o universo à pega
São jogos como o FC Porto-Nacional que fazem esquecer a tão firme e
propalada certeza de que no Dragão qualquer treinador tem um lugar ao
sol. A incipiente declaração de que, para gerir os
destinos do (tri-)campeão nacional, 'qualquer um serve' não encontra
paralelo na mais trabalhada ideia de que, para vingar no FC Porto, são
precisos actos de coragem. E é aí que Paulo Fonseca perde imediatamente o
carinho da exigente massa associativa azul e branca. É que se André
Villas-Boas e Vítor Pereira 'agarraram' essa positiva atenção - que
Jesualdo nunca teve pelas razões explicadas a seguir - com uma atitude
de força (frente ao Benfica de Jesus), a Paulo Fonseca não se lhe
reconhece nada disso. Aliás basta colocar na cabeça dos adeptos
portistas os possíveis cenários para a deslocação à Luz para
imediatamente o semblante se lhes carregar. Ninguém, que frequenta o
Dragão, 'vê' em Paulo Fonseca a coragem que AVB e Vítor Pereira tiveram
nos encontros imediatos com Jesus e isso preocupa-os.
Se as derrotas na Champions se vão desculpando, se os pontos para perdidos para o campeonato também, a única coisa que salvará, ou castigará, um treinador do FC Porto é uma mostra de força, ou de fraqueza, contra o... Benfica. Foi assim na Supertaça de 2010, depois de uma pré-época nada entusiasmante, e foi assim em março de 2012 quando Vítor Pereira subtraiu um defesa e adicionou um ala para 'roubar' o título a Jesus. Esse é o tipo de actos que revela a vida difícil que um treinador pode ter na Invicta quando não entende a cultura do clube. E se há acto que Paulo Fonseca tomou enquanto líder dos azuis e brancos foi o de descaracterizar a equipa com uma desnecessária protecção a Fernando, que vai queimando todo o jogador que jogue naquele 'lugar do morto'.
De nada interessam, aos adeptos, os 77% de posse de bola com que a equipa acabou o jogo frente ao 'amaldiçoado' rival e de nada interessam as oportunidades desperdiçadas. Ao Tribunal, basta fazer 'pause' numa qualquer jogada ofensiva do FC Porto para perceber que o 'trinco' tem agora um gémeo siamês... à força. Lucho cola-se a Jackson, Josué deixa a ala orfã e Herrera e Fernando aumentam o 'fosso' quando ficam à espera de uma possível transição, a metros de distância. Ora, se proteger o 'trinco' parece uma opção segura, basta atentar o posicionamento dos dragões nesse momento do jogo para se perceber que Paulo Fonseca tem medo e não coragem. E isso é coisa que nem os adeptos portistas, nem o... universo, perdoam. E esse último derruba qualquer plano imperfeito sem piedade alguma. Resta ao treinador (em formação) do FC Porto ganhar coragem para na Luz ser tudo aquilo que não foi até agora. O que é mesmo que dizer que ou deixa Fernando sozinho, e liberta o seu gémeo, ou não resistirá à próxima queda na realidade (o FC Porto desloca-se à casa do Benfica a 12 de janeiro).
FC Porto-Nacional, 1-1 (Jackson 52'; Rondón 82')
Se as derrotas na Champions se vão desculpando, se os pontos para perdidos para o campeonato também, a única coisa que salvará, ou castigará, um treinador do FC Porto é uma mostra de força, ou de fraqueza, contra o... Benfica. Foi assim na Supertaça de 2010, depois de uma pré-época nada entusiasmante, e foi assim em março de 2012 quando Vítor Pereira subtraiu um defesa e adicionou um ala para 'roubar' o título a Jesus. Esse é o tipo de actos que revela a vida difícil que um treinador pode ter na Invicta quando não entende a cultura do clube. E se há acto que Paulo Fonseca tomou enquanto líder dos azuis e brancos foi o de descaracterizar a equipa com uma desnecessária protecção a Fernando, que vai queimando todo o jogador que jogue naquele 'lugar do morto'.
De nada interessam, aos adeptos, os 77% de posse de bola com que a equipa acabou o jogo frente ao 'amaldiçoado' rival e de nada interessam as oportunidades desperdiçadas. Ao Tribunal, basta fazer 'pause' numa qualquer jogada ofensiva do FC Porto para perceber que o 'trinco' tem agora um gémeo siamês... à força. Lucho cola-se a Jackson, Josué deixa a ala orfã e Herrera e Fernando aumentam o 'fosso' quando ficam à espera de uma possível transição, a metros de distância. Ora, se proteger o 'trinco' parece uma opção segura, basta atentar o posicionamento dos dragões nesse momento do jogo para se perceber que Paulo Fonseca tem medo e não coragem. E isso é coisa que nem os adeptos portistas, nem o... universo, perdoam. E esse último derruba qualquer plano imperfeito sem piedade alguma. Resta ao treinador (em formação) do FC Porto ganhar coragem para na Luz ser tudo aquilo que não foi até agora. O que é mesmo que dizer que ou deixa Fernando sozinho, e liberta o seu gémeo, ou não resistirá à próxima queda na realidade (o FC Porto desloca-se à casa do Benfica a 12 de janeiro).
FC Porto-Nacional, 1-1 (Jackson 52'; Rondón 82')
Bravo Leonardo!
Mais uma vitória importantíssima, agora em Guimarães. Não haja dúvida que o Sporting está a fazer um campeonato muito acima das expectativas. Com um terço do percurso já percorrido, e depois de já ter defrontado Benfica, Porto, Braga e Guimarães, estes três últimos fora de casa, um 2º lugar a um ponto do líder...
Já foram muitos os momentos em que, após um resultado menos bom, se perspectivava um queda vertiginosa. Mas a isso sempre se respondeu com uma vitória,
No entanto, como disse Leonardo Jardim, o Sporting não preparou uma estrutura para ser candidato e, sendo assim, dou, por agora, mais relevância ao facto de o Braga ver o Sporting por um canudo (11 pontos é muita fruta).
No jogo de ontem, a exibição não foi brilhante mas esta equipa tem muita ambição e vontade. Além disso, tem já uma dinâmica colectiva muito boa, e isso deve-se ao facto de ter o melhor treinador da Liga. É extraordinário o que Jardim fez com esta equipa.
Estamos também com "estrelinha" mas isso também só acontece com muito trabalho. Por exemplo, Slimani voltou a demonstrar que é um jogador muito importante, com uma eficácia fora do normal. Os jogadores, para serem determinantes, não precisam de ser virtuosos. Slimani não tem "pézinhos" mas marca que se farta (4 golos em 139 minutos) e aparece sempre que Montero não acerta.
Obviamente que o Sporting só podia melhorar depois da época passada. Mas não se esperava era um crescimento tão acentuado. Felizmente, o Sporting é, hoje, um clube muito diferente do que era em anos anteriores, muito mais unido, embalado pela força brutal dos seus adeptos, cada vez mais presentes. E aí, o mérito vai direitinho para o trabalho de Bruno de Carvalho e sua direcção.
Já foram muitos os momentos em que, após um resultado menos bom, se perspectivava um queda vertiginosa. Mas a isso sempre se respondeu com uma vitória,
No entanto, como disse Leonardo Jardim, o Sporting não preparou uma estrutura para ser candidato e, sendo assim, dou, por agora, mais relevância ao facto de o Braga ver o Sporting por um canudo (11 pontos é muita fruta).
No jogo de ontem, a exibição não foi brilhante mas esta equipa tem muita ambição e vontade. Além disso, tem já uma dinâmica colectiva muito boa, e isso deve-se ao facto de ter o melhor treinador da Liga. É extraordinário o que Jardim fez com esta equipa.
Estamos também com "estrelinha" mas isso também só acontece com muito trabalho. Por exemplo, Slimani voltou a demonstrar que é um jogador muito importante, com uma eficácia fora do normal. Os jogadores, para serem determinantes, não precisam de ser virtuosos. Slimani não tem "pézinhos" mas marca que se farta (4 golos em 139 minutos) e aparece sempre que Montero não acerta.
Obviamente que o Sporting só podia melhorar depois da época passada. Mas não se esperava era um crescimento tão acentuado. Felizmente, o Sporting é, hoje, um clube muito diferente do que era em anos anteriores, muito mais unido, embalado pela força brutal dos seus adeptos, cada vez mais presentes. E aí, o mérito vai direitinho para o trabalho de Bruno de Carvalho e sua direcção.
domingo, novembro 24
Nove curtas.
1. Jogo muito fraco na Luz onde, apesar de tudo, o Braga foi a melhor equipa. O Benfica apareceu sempre desligado, com pouca (ou nenhuma) capacidade atacante. Artur ainda tentou enfiar a bola dentro da baliza mas o melhor que conseguiu foi enviá-la à barra.
2. Exibições positivas dos centrais, de Enzo e de Matic. O resto foi uma nulidade assustadora. Ofensivamente a equipa foi quase zero e esta é uma boa oportunidade para se pensar em Cardozo. Lima não serve, Lima não chega aos calcanhares do paraguaio, mas também por isso foi muito mais barato.
3. Matic: brilhante momento, em que rouba a bola e faz sozinho o que a equipa nunca foi capaz de fazer. Markovic: nas laterais, desaparece. Custa que JJ insista neste erro crasso. Djuricic, muito mal. É altura de falar menos e jogar mais, não?
4. A vitória valeu três preciosos pontos, especialmente porque o FCP empatou. Mas, como quase sempre, a equipa não convenceu minimamente, teve alguma sorte e ficou aquela sensação de que o desastre está já ali, na próxima curva.
5. Villas-Boas e o seu Tottenham humilhados contra o City. Não apaga o razoável trabalho que tem sido feito pelo ex-FCP. Arsenal na liderança, até quando? E o MU em sexto, lugar estranho. Chelsea e Liverpool não largam o líder.
6. Barcelona, Real Madrid e Atlético com vitórias robustas. Este campeonato será mais disputado do que nos anos anteriores, seguramente.
7. Bayern Munich é quem manda na Alemanha depois de mais uma demostração de força e classe, ao vencer em Dortmund, por 3-0.
8. A Juve já é líder (com mais um jogo) e o AC Milão está num estrondoso 13º lugar.
9. O PSG continua o passeio interno e já tem mais 8 pontos do que o Mónaco.
2. Exibições positivas dos centrais, de Enzo e de Matic. O resto foi uma nulidade assustadora. Ofensivamente a equipa foi quase zero e esta é uma boa oportunidade para se pensar em Cardozo. Lima não serve, Lima não chega aos calcanhares do paraguaio, mas também por isso foi muito mais barato.
3. Matic: brilhante momento, em que rouba a bola e faz sozinho o que a equipa nunca foi capaz de fazer. Markovic: nas laterais, desaparece. Custa que JJ insista neste erro crasso. Djuricic, muito mal. É altura de falar menos e jogar mais, não?
4. A vitória valeu três preciosos pontos, especialmente porque o FCP empatou. Mas, como quase sempre, a equipa não convenceu minimamente, teve alguma sorte e ficou aquela sensação de que o desastre está já ali, na próxima curva.
5. Villas-Boas e o seu Tottenham humilhados contra o City. Não apaga o razoável trabalho que tem sido feito pelo ex-FCP. Arsenal na liderança, até quando? E o MU em sexto, lugar estranho. Chelsea e Liverpool não largam o líder.
6. Barcelona, Real Madrid e Atlético com vitórias robustas. Este campeonato será mais disputado do que nos anos anteriores, seguramente.
7. Bayern Munich é quem manda na Alemanha depois de mais uma demostração de força e classe, ao vencer em Dortmund, por 3-0.
8. A Juve já é líder (com mais um jogo) e o AC Milão está num estrondoso 13º lugar.
9. O PSG continua o passeio interno e já tem mais 8 pontos do que o Mónaco.
quarta-feira, novembro 20
Ronaldo e os piretes do futebol.
Quando há uns anos, Ronaldo fez um pirete para as bancadas da Luz, muita gente lhe caiu em cima (eu incluído). O gesto, apesar de reactivo, foi mau para o jogador que ofendeu milhões de adeptos e seus fãs.
Contudo, Ronaldo era um jovem algo imaturo ainda, e jogava já sob uma imensa pressão, num dos maiores clubes do mundo.
Hoje, o madeirense é um dos profissionais mais admirados do mundo, especialmente por colegas e treinadores. A sua dedicação ao jogo é ímpar e a sua natural forma de jogar tornam-no num dos melhores jogadores de sempre.
Todos nós devemos ver em Ronaldo um caso de sucesso, para o qual contribuiu o dom natural mas, também, muita entrega, muito trabalho, muita querer.
Hoje, o português está no topo de um mundo com sete mil milhões de pessoas.
Mas ainda há quem se lembre do tal pirete.
Contudo, Ronaldo era um jovem algo imaturo ainda, e jogava já sob uma imensa pressão, num dos maiores clubes do mundo.
Hoje, o madeirense é um dos profissionais mais admirados do mundo, especialmente por colegas e treinadores. A sua dedicação ao jogo é ímpar e a sua natural forma de jogar tornam-no num dos melhores jogadores de sempre.
Todos nós devemos ver em Ronaldo um caso de sucesso, para o qual contribuiu o dom natural mas, também, muita entrega, muito trabalho, muita querer.
Hoje, o português está no topo de um mundo com sete mil milhões de pessoas.
Mas ainda há quem se lembre do tal pirete.
terça-feira, novembro 19
Ibra procurou no bolso mas o bilhete esteve sempre no Coração de Ronaldo
Este
Capitão não é um sonho, é uma realidade! E é um privilégio que um País
que anda tanta vez amargurado, tanta vez descrente, possa ter um símbolo
de sucesso tão material como é Cristiano Ronaldo. Mas não só do 'reino
físico' se criou um líder que na hora da decisão soube dar algo que,
facilmente, se confunde com uma resposta a quem o subestima, mas que
para ele é a normal consequência de pensar bem e de executar melhor.
Quando tudo se alinha o sucesso bate à porta. E o sucesso de Ronaldo e
da Selecção Nacional são um exemplo para um Portugal tão (mas tão)
desunido que devia seguir o exemplo de uma equipa que com autoridade
parou uma possível tempestade.
E é tão bom quando na hora da verdade a sinceridade vem ao de cima. Não são precisas análises de maior a este Suécia-Portugal porque, no fim, Paulo Bento disse, e desabafou, tudo. Desde a entrada ansiosa, que não permitiu à equipa crescer tão cedo no jogo, à necessidade do equilíbrio posicional para o sistema não partir, à maturidade que se foi evidenciando à medida que a Selecção sentia que havia espaço nas costas da defensiva sueca, e, por fim, à tão real apetência para a equipa das quinas cair, para depois, jogar (bem) melhor quando está sob (imensa) pressão.
Paulo Bento não é, afinal de contas, um 'autista' e os 'sempre crentes' na Selecção de Todos Nós agradecem a sinceridade e a explicação das dificuldades que o seleccionador encontra para que a equipa reproduza o futebol brilhante que lhe é exigido. O resultado e o sucesso português neste segundo jogo do 'playoff' comprovam o trabalho que permitiu à equipa resistir à montanha-russa que foram os dois jogos com a Suécia. Assim, não foi mau de todo que a equipa portuguesa não conseguisse assumir (sempre) o jogo, até porque esta Suécia mostrou uma verdadeira 'organização inofensiva' e só de bola parada conseguiria criar perigo. Já Portugal, esse, tem Ronaldo! que é o mesmo que dizer que pode marcar em qualquer instante de qualquer jogo.
De facto, só na 'bola parada' Portugal deu asas a que os suecos (e Ibrahimovic) entrassem no jogo. De outra maneira não poderia ser, até porque as habituais (e poucas) alternativas, em bola corrida, da equipa de Erik Hamrén foram presa fácil para uma defensiva competente. Esse é um facto que não surpreende, até porque o gigante Adamastor que foi criado a partir de uma Suécia que discute, e esperneia em, qualquer resultado, nasceu da capacidade de realizar golos através de pontapés de canto e de livres frontais. Como, de resto, aconteceu, já depois de Ronaldo ter inaugurado o marcador (50').
E com o factor casa a poder fazer das suas, essa reviravolta no jogo poderia mesmo indiciar outra. Mas essa, a do playoff, foi travada por uma eficaz inteligência nacional que se traduziu na procura do seu líder. Com tanto espaço, e tão pouca oposição, Ronaldo assegurou a presença de Portugal no Mundial'2014, igualou Pauleta no topo dos melhores marcadores de sempre na Selecção e relegou um dos possíveis opositores à Bola d'Ouro para segundo plano. Tudo isso coube no Coração de um Capitão que não poderia ter escolhido melhor altura para assinar o segundo 'hat-trick' com o símbolo das quinas ao peito. É bom demais para ser verdade que uma dramática meia-hora (50' aos 80') possa ficar para os anais da história do futebol luso. Tanta vez aconteceu o contrário. E essa é a diferença que é ter este Ronaldo!
Suécia-Portugal, 2-3 (Ibrahimovic 68' e 72'; Ronaldo 50', 77' e 79')
Foto: EPA
E é tão bom quando na hora da verdade a sinceridade vem ao de cima. Não são precisas análises de maior a este Suécia-Portugal porque, no fim, Paulo Bento disse, e desabafou, tudo. Desde a entrada ansiosa, que não permitiu à equipa crescer tão cedo no jogo, à necessidade do equilíbrio posicional para o sistema não partir, à maturidade que se foi evidenciando à medida que a Selecção sentia que havia espaço nas costas da defensiva sueca, e, por fim, à tão real apetência para a equipa das quinas cair, para depois, jogar (bem) melhor quando está sob (imensa) pressão.
Paulo Bento não é, afinal de contas, um 'autista' e os 'sempre crentes' na Selecção de Todos Nós agradecem a sinceridade e a explicação das dificuldades que o seleccionador encontra para que a equipa reproduza o futebol brilhante que lhe é exigido. O resultado e o sucesso português neste segundo jogo do 'playoff' comprovam o trabalho que permitiu à equipa resistir à montanha-russa que foram os dois jogos com a Suécia. Assim, não foi mau de todo que a equipa portuguesa não conseguisse assumir (sempre) o jogo, até porque esta Suécia mostrou uma verdadeira 'organização inofensiva' e só de bola parada conseguiria criar perigo. Já Portugal, esse, tem Ronaldo! que é o mesmo que dizer que pode marcar em qualquer instante de qualquer jogo.
De facto, só na 'bola parada' Portugal deu asas a que os suecos (e Ibrahimovic) entrassem no jogo. De outra maneira não poderia ser, até porque as habituais (e poucas) alternativas, em bola corrida, da equipa de Erik Hamrén foram presa fácil para uma defensiva competente. Esse é um facto que não surpreende, até porque o gigante Adamastor que foi criado a partir de uma Suécia que discute, e esperneia em, qualquer resultado, nasceu da capacidade de realizar golos através de pontapés de canto e de livres frontais. Como, de resto, aconteceu, já depois de Ronaldo ter inaugurado o marcador (50').
E com o factor casa a poder fazer das suas, essa reviravolta no jogo poderia mesmo indiciar outra. Mas essa, a do playoff, foi travada por uma eficaz inteligência nacional que se traduziu na procura do seu líder. Com tanto espaço, e tão pouca oposição, Ronaldo assegurou a presença de Portugal no Mundial'2014, igualou Pauleta no topo dos melhores marcadores de sempre na Selecção e relegou um dos possíveis opositores à Bola d'Ouro para segundo plano. Tudo isso coube no Coração de um Capitão que não poderia ter escolhido melhor altura para assinar o segundo 'hat-trick' com o símbolo das quinas ao peito. É bom demais para ser verdade que uma dramática meia-hora (50' aos 80') possa ficar para os anais da história do futebol luso. Tanta vez aconteceu o contrário. E essa é a diferença que é ter este Ronaldo!
Suécia-Portugal, 2-3 (Ibrahimovic 68' e 72'; Ronaldo 50', 77' e 79')
Foto: EPA
Portugal vai ao Brasil!
E este rapaz é uma autêntica besta. Inacreditável, simplesmente inacreditável.
A equipa esteve toda bem, novamente, mas vacilou com o empate. Depois, bem, depois, vocês todos viram. Temos alma!
A equipa esteve toda bem, novamente, mas vacilou com o empate. Depois, bem, depois, vocês todos viram. Temos alma!
Jesus castigado 30 dias.
Jesus foi castigado com um mês e fica fora do banco do Benfica até ao jogo com o Setúbal. Falha, assim, cinco ou seis jogos, apenas.
Vamos ver como isto se vai reflectir no rendimento da equipa que já não é famoso e como vai o clube reagir a isto (ironia: é óbvio que os dirigentes do clube até devem achar alguma piada a estas vergonhas).
Sobre a justiça do castigo: a partir do momento em que se nega a agressão (foi julgado apenas gestos grosseiros e injúria, e não por agressão) ao polícia, pouco mais há a dizer. Contudo, seria mais adequado um castigo máximo, mesmo nesta moldura da não agressão (penso que é de três meses), até pela reincidência.
Lamento que o meu clube chafurde desta maneira. Mas é o que temos.
Vamos ver como isto se vai reflectir no rendimento da equipa que já não é famoso e como vai o clube reagir a isto (ironia: é óbvio que os dirigentes do clube até devem achar alguma piada a estas vergonhas).
Sobre a justiça do castigo: a partir do momento em que se nega a agressão (foi julgado apenas gestos grosseiros e injúria, e não por agressão) ao polícia, pouco mais há a dizer. Contudo, seria mais adequado um castigo máximo, mesmo nesta moldura da não agressão (penso que é de três meses), até pela reincidência.
Lamento que o meu clube chafurde desta maneira. Mas é o que temos.
segunda-feira, novembro 18
Bento I, o masoquista
A vitória sobre
a Suécia ajudou o País a dissipar dúvidas. Se antes a repetição das más
campanhas de qualificação colocava o Portugal futebolístico em estado
de sítio, depois do golo de Ronaldo a acalmia voltou. Mas essa
é sempre estranha até porque se confunde com letargia. No futebol o
importante são os golos e, nesse capítulo, Portugal parte com um de
vantagem para a segunda-mão do playoff de acesso ao Mundial'2014. Mas
esse magro 'um' não revelou no marcador a diferença de qualidade entre
as equipas, principalmente numa partida disputada em solo luso.
Portugal foi abnegado, esforçado e lutador mas, perdoem-nos, não foi inteligente. O golo de Ronaldo tudo disfarça, é certo, mas a verdade é que esse deslumbramento pode vir a ser o maior inimigo da Selecção. Importava depois do jogo questionar Paulo Bento sobre a opção que colocou Portugal, durante uma partida inteira, a favorecer a Suécia. Jogo demasiadamente directo, demasiadamente 'por fora', cheio de cruzamentos e passes longos. Dito assim, parece que estamos a falar de uma qualquer selecção nórdica, mas foi assim que Portugal, estranhamente, se bateu contra a Suécia.
Paulo Bento gosta de missões difíceis e isso transpira a cada palavra, a cada gesto, a cada decisão. E ninguém dúvida da dificuldade que é liderar a Selecção de todos nós. Aliás, a todos os outros que estão de fora (o autor destas linhas incluído) é, primeiro, fácil criticar e, segundo, fácil criar um plano que nunca se vai apresentar a jogo, que nunca será testado, partida a partida, como é o de Paulo Bento. Mas isso, graças a algo que se chama livre-arbítrio, não nos impede de achar que o 'general' está a ir pelo caminho errado.
E essa é também uma questão cultural. Se nos recordarmos do Euro'2012, até ao jogo com os campeões mundiais a Portugal foi sempre preciso sofrer desnecessariamente. A equipa das quinas só queria a bola, e só a trocava - aproveitando as características dos seus jogadores - depois de se deixar empatar ou depois de estar a perder. E a reacção à negatividade do resultado revelou sempre um Portugal esmagador, um Portugal convincente e dominador - até contra a Alemanha. E tão gritante foi esse facto que este humilde opinador chegou a pensar que seria impossível a Paulo Bento não reparar nele. Mas foi. Ó se foi...
Tal 'esquecimento' provocou-me a mesma reacção de espanto com que fui assistindo a todo o Portugal-Suécia, com excepção, claro, ao minuto 5. Nesse, Ronaldo decidiu-se pelo meio, e pelo passe a Meireles. O 'seringas' descobriu depois Moutinho a furar a defensiva sueca com uma excelente chegada à área. Tudo acabou com Isaksson batido e a bola na 'sua' malha lateral. Mas a mais portuguesa jogada do jogo não teve seguimento. Não mais se tentou ir pelo caminho estreito e escolheu-se a porta larga da 'perdição', a do lado de fora, aquela que os suecos abrem de propósito para 'sofrerem' com cruzamentos, fechando o meio e a sua baliza.
No entanto, vitória é vitória e como no Euro'2012 ninguém colocou a questão, também ninguém espere que ela seja colocada agora. De nada importa a Portugal que Paulo Bento goste de sofrer desde que haja resultados palpáveis. As meias-finais do torneio europeu foram um excelente resultado e a provável qualificação para o Mundial também o será. O sofrimento no meio disso tudo? Bem, esse, à boa maneira portuguesa, forma o carácter, não é?
Portugal foi abnegado, esforçado e lutador mas, perdoem-nos, não foi inteligente. O golo de Ronaldo tudo disfarça, é certo, mas a verdade é que esse deslumbramento pode vir a ser o maior inimigo da Selecção. Importava depois do jogo questionar Paulo Bento sobre a opção que colocou Portugal, durante uma partida inteira, a favorecer a Suécia. Jogo demasiadamente directo, demasiadamente 'por fora', cheio de cruzamentos e passes longos. Dito assim, parece que estamos a falar de uma qualquer selecção nórdica, mas foi assim que Portugal, estranhamente, se bateu contra a Suécia.
Paulo Bento gosta de missões difíceis e isso transpira a cada palavra, a cada gesto, a cada decisão. E ninguém dúvida da dificuldade que é liderar a Selecção de todos nós. Aliás, a todos os outros que estão de fora (o autor destas linhas incluído) é, primeiro, fácil criticar e, segundo, fácil criar um plano que nunca se vai apresentar a jogo, que nunca será testado, partida a partida, como é o de Paulo Bento. Mas isso, graças a algo que se chama livre-arbítrio, não nos impede de achar que o 'general' está a ir pelo caminho errado.
E essa é também uma questão cultural. Se nos recordarmos do Euro'2012, até ao jogo com os campeões mundiais a Portugal foi sempre preciso sofrer desnecessariamente. A equipa das quinas só queria a bola, e só a trocava - aproveitando as características dos seus jogadores - depois de se deixar empatar ou depois de estar a perder. E a reacção à negatividade do resultado revelou sempre um Portugal esmagador, um Portugal convincente e dominador - até contra a Alemanha. E tão gritante foi esse facto que este humilde opinador chegou a pensar que seria impossível a Paulo Bento não reparar nele. Mas foi. Ó se foi...
Tal 'esquecimento' provocou-me a mesma reacção de espanto com que fui assistindo a todo o Portugal-Suécia, com excepção, claro, ao minuto 5. Nesse, Ronaldo decidiu-se pelo meio, e pelo passe a Meireles. O 'seringas' descobriu depois Moutinho a furar a defensiva sueca com uma excelente chegada à área. Tudo acabou com Isaksson batido e a bola na 'sua' malha lateral. Mas a mais portuguesa jogada do jogo não teve seguimento. Não mais se tentou ir pelo caminho estreito e escolheu-se a porta larga da 'perdição', a do lado de fora, aquela que os suecos abrem de propósito para 'sofrerem' com cruzamentos, fechando o meio e a sua baliza.
No entanto, vitória é vitória e como no Euro'2012 ninguém colocou a questão, também ninguém espere que ela seja colocada agora. De nada importa a Portugal que Paulo Bento goste de sofrer desde que haja resultados palpáveis. As meias-finais do torneio europeu foram um excelente resultado e a provável qualificação para o Mundial também o será. O sofrimento no meio disso tudo? Bem, esse, à boa maneira portuguesa, forma o carácter, não é?
sexta-feira, novembro 15
Portugal 1 Suécia 0 - Ronaldo, pois claro.
Só vi a segunda parte e gostei bastante. Ritmo elevado, bom futebol, sempre sem perder "a cabeça" e um golo tardio mas totalmente merecido. A equipa jogou toda bem e metade já está.
Longe da classe de outros tempos, esta equipa conseguiu mesmo assim vulgarizar a Suécia e parte em vantagem para a segunda-mão, que não vai ser pêra-doce.
Excelente espectáculo de futebol, com o estádio cheio e uma arbitragem de grande nível.
Longe da classe de outros tempos, esta equipa conseguiu mesmo assim vulgarizar a Suécia e parte em vantagem para a segunda-mão, que não vai ser pêra-doce.
Excelente espectáculo de futebol, com o estádio cheio e uma arbitragem de grande nível.
terça-feira, novembro 12
Curtas.
1. Os adeptos do Eintracht Braunschweig, clube da primeira divisão alemã, fizeram circular uma imagem alusiva à morte de Robert Enke, que pode ser vista aqui. Obviamente que isto ultrapassa todos os limites mas, acredito, acaba por unir os verdadeiros adeptos que, na sua larga maioria, reprova cabalmente este tipo de episódios.
2. Amorim fica de fora durante algumas semanas e só joga para o ano. Não é um jogador que aprecio mas, na verdade, andava a convencer-me nos últimos jogos, com uma atitude bem mais madura em campo, resultando num futebol mais arriscado e vivo do que aquele que apresentava antes de ir para Braga.
3. O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, voltou a negar a responsabilidade que alguns adeptos do clube tiveram nos desacatos ocorridos nas imediações do estádio do Dragão. No geral tenho gostado da sua "carreira", e acho que tem feito mais bem do que mal ao clube mas, com estas declarações, somadas ao "palerma" com que apelidou Jesus, parecem indicar uma pelo menos ligeira alteração do caminho a seguir. Assim mais igual ao dos outros todos.
4. Portugal defronta a Suécia e o duelo entre Ronaldo e Ibrahimovic promete. Considero que temos um "onze" capaz de vencer mas espero que Bento se deixe de Micaeis.
5. O golo que Matic marcou ao FCP no ano passado está na lista para a eleição do melhor golo. Pode ser votado aqui, entre outros.
2. Amorim fica de fora durante algumas semanas e só joga para o ano. Não é um jogador que aprecio mas, na verdade, andava a convencer-me nos últimos jogos, com uma atitude bem mais madura em campo, resultando num futebol mais arriscado e vivo do que aquele que apresentava antes de ir para Braga.
3. O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, voltou a negar a responsabilidade que alguns adeptos do clube tiveram nos desacatos ocorridos nas imediações do estádio do Dragão. No geral tenho gostado da sua "carreira", e acho que tem feito mais bem do que mal ao clube mas, com estas declarações, somadas ao "palerma" com que apelidou Jesus, parecem indicar uma pelo menos ligeira alteração do caminho a seguir. Assim mais igual ao dos outros todos.
4. Portugal defronta a Suécia e o duelo entre Ronaldo e Ibrahimovic promete. Considero que temos um "onze" capaz de vencer mas espero que Bento se deixe de Micaeis.
5. O golo que Matic marcou ao FCP no ano passado está na lista para a eleição do melhor golo. Pode ser votado aqui, entre outros.
domingo, novembro 10
Benfica-Sporting: os casos.
Sobre o jogo de ontem, o Marco Morais com a qualidade habitual fez o post da ordem. O post que agora faço serve apenas para se discutir os lances mais polémicos do jogo. Tentei não deixar nenhum de fora mas, se houver algum que considerem importante, deixem um comentário com o respectivo link, para que possa inseri-lo no post.
Deixo também a minha opinião sobre cada lance, que não deve ser confundida com a verdade suprema.
Algumas das imagens são meramente ilustrativas e foram todas retiradas do Sapo, do filme do resumo do jogo.
O dérbi nunca acaba com o apito do árbitro.
Imagem 1
Golo de Capel
Podemos ver que o pé de Capel está ligeiramente mais perto da linha da área do que qualquer parte do corpo do Garay. Fora-de-jogo, apesar de ter sido um magnífico golo. Contudo, aceita-se que o fiscal não tenha assinalado, tal é o preciosismo dos centímetros. Erro objectivo favorável ao Sporting.
Imagem 7
Golo de Luisão
O central benfiquista é agarrado por Rojo num lance para penálti. Nunca li nenhuma lei que diga que dentro da área não se aplica a lei da vantagem, apesar de ser algo que é repetido até à exaustão. Contudo, não me parece que o árbitro tenha esperado que a bola entrasse para deixar passar a falta. Se Patrício tivesse agarrado a bola, o lance passava sem ser falta marcada, parece-me evidente. Erro que beneficiou o Sporting, pelo penálti e pela expulsão do argentino.
Imagem 8
Lance de Almeida na área
O defesa encarnado estica o braço e é difícil não considerar o gesto como intencional, mesmo sendo à queima-roupa. Augusto Duarte pode não ter visto, dada a sua posição, como se pode observar na imagem. Erro objectivo que prejudicou o Sporting.
Imagem 9
Lance de Matic
Aparentemente a bola poderia ter tocado no braço de Piris mas na repetição a bola parece tocar apenas na coxa do defesa, subindo depois um pouco. Lance normal e bem ajuizado.
De resto, lances normais, sem qualquer influência no resultado. Sinceramente não entendo tanta lamúria do lado do Sporting, num jogo intenso e em que os erros foram repartidos.
No jogo do campeonato houve também erros e não se falou tanto na coisa.
O Sporting fez um bom jogo na Luz mas continuo a achar exagerados os epítetos que alguns insistem em proferir, como "equipa extraordinária". O Benfica teve mais oportunidades de golo e acabou por ter sorte no frango do Patrício. E no fim não convenceu muita gente.
Se há jogo que merecia ser decidido apenas com cinco penáltis para cada lado, era este.
Adenda
Imagem 10
Lance do golo de Luisão
O defesa encarnado faz o lançamento em corrida e como se vê na imagem, com o pé no ar, o que contraria a regra. O lance é rápido mas o árbitro deveria ter mandado repetir o lançamento. Lance que prejudicou o Sporting.
Deixo também a minha opinião sobre cada lance, que não deve ser confundida com a verdade suprema.
Algumas das imagens são meramente ilustrativas e foram todas retiradas do Sapo, do filme do resumo do jogo.
O dérbi nunca acaba com o apito do árbitro.
Imagem 1
Golo de Capel
Podemos ver que o pé de Capel está ligeiramente mais perto da linha da área do que qualquer parte do corpo do Garay. Fora-de-jogo, apesar de ter sido um magnífico golo. Contudo, aceita-se que o fiscal não tenha assinalado, tal é o preciosismo dos centímetros. Erro objectivo favorável ao Sporting.
Imagem 2 e 3
Golo de Cardozo
Aquele pezinho do paraguaio parece estar dois centímetros à frente, o que se pode mais ou menos confirmar na primeira imagem. Contudo, tenho algumas dúvidas no lance. É verdade que Cardozo vai beneficiar da posição anterior mas o passe de Amorim não é feito para ele. O passe foi claramente para trás, para a zona onde estava Markovic (penso eu) e acabou por ser um defesa do Sporting a colocar a bola a jeito do pé esquerdo do paraguaio. Ou seja, Cardozo estava fora-de-jogo quando a bola não foi jogada para ele? Se assim for, erro objectivo favorável ao Benfica, apesar de ser mais um lance de centímetros que se aceita.
Imagem 4 e 5
Lance entre Luisão e Montero
No momento fez-me lembrar um lance entre Beto e Liedson, de há uns anos. Depois de ver o lance, não consigo perceber onde terá havido falta. Parece que o brasileiro atinge o avançado leonino algures na parte lateral do corpo ou debaixo do braço mas, estranhamente, Montero cai como se tivesse sido atingido por um raio nas pernas e enrola-se, agarrado à canela. Sinceramente, e vi o lance várias vezes, não consigo ver como pode estar a queixar-se da canela, pois não foi tocado nessa parte do corpo. Ou seja, a minha conlusão é que Montero simulou um toque (se tivesse sido atingido onde parece ter-se-ia queixado aí, e não na canela). Podia ter visto um amarelo por simulação. Lance bem ajuizado.
Imagem 6
Lance do golo de Slimani
Mais uma vez, Montero a simular uma falta. Cavaleiro não fez falta nenhuma neste lance e é claro em imagem corrida que Montero se mandou para o chão. Lance mal ajuizado que viria a resultar no golo do empate, num lance, esse sim, perfeitamente legal. Erro que beneficiou o Sporting.
Golo de Luisão
O central benfiquista é agarrado por Rojo num lance para penálti. Nunca li nenhuma lei que diga que dentro da área não se aplica a lei da vantagem, apesar de ser algo que é repetido até à exaustão. Contudo, não me parece que o árbitro tenha esperado que a bola entrasse para deixar passar a falta. Se Patrício tivesse agarrado a bola, o lance passava sem ser falta marcada, parece-me evidente. Erro que beneficiou o Sporting, pelo penálti e pela expulsão do argentino.
Lance de Almeida na área
O defesa encarnado estica o braço e é difícil não considerar o gesto como intencional, mesmo sendo à queima-roupa. Augusto Duarte pode não ter visto, dada a sua posição, como se pode observar na imagem. Erro objectivo que prejudicou o Sporting.
Imagem 9
Lance de Matic
Aparentemente a bola poderia ter tocado no braço de Piris mas na repetição a bola parece tocar apenas na coxa do defesa, subindo depois um pouco. Lance normal e bem ajuizado.
De resto, lances normais, sem qualquer influência no resultado. Sinceramente não entendo tanta lamúria do lado do Sporting, num jogo intenso e em que os erros foram repartidos.
No jogo do campeonato houve também erros e não se falou tanto na coisa.
O Sporting fez um bom jogo na Luz mas continuo a achar exagerados os epítetos que alguns insistem em proferir, como "equipa extraordinária". O Benfica teve mais oportunidades de golo e acabou por ter sorte no frango do Patrício. E no fim não convenceu muita gente.
Se há jogo que merecia ser decidido apenas com cinco penáltis para cada lado, era este.
Adenda
Imagem 10
Lance do golo de Luisão
O defesa encarnado faz o lançamento em corrida e como se vê na imagem, com o pé no ar, o que contraria a regra. O lance é rápido mas o árbitro deveria ter mandado repetir o lançamento. Lance que prejudicou o Sporting.
Imagem 11
Lance de fora-de-jogo de Sílvio
Sílvio surge na esquerda e o lance foi mal ajuizado já que o lateral estava em jogo. A mim parece-me que a bola acaba por sobrar para Cardozo porque o Patrício já não se fez à bola, pois o árbitro já tinha apitado. É um erro que prejudicou o Benfica mas, aparentemente, podemos concluir que era um lance que seria anulado pelo guarda-redes do Sporting.
Lance, aqui.
Não lhe chamam Eterno por nada...
Isto é futebol! Como se um dérbi eterno não tivesse já magia
suficiente, inclui-lo na Taça de Portugal é incluir também a
condicionante de que quem perder, irremediavelmente, fica pelo caminho. E
isso é catapultar toda a emoção para níveis sobrenaturais onde não há
desvantagens que resistam, onde não há prognósticos e probabilidades.
Ninguém imaginaria, de novo, que este
Benfica-Sporting (para a terceira eliminatória da Taça) ficasse marcado
por mais um 'jogão' - este com sete (!) golos. E se durante a partida
tudo passou pela cabeça de quem o seguia, o melhor mesmo é fazer-se uma
edição DVD deste (super) clássico para os amantes do futebol verem até o
mesmo se gastar.
Golos, golos e mais golos. Eles vieram de todo o lado e foram marcados de todos os feitios. E o maior responsável nem é alguém insuspeito. Um paraguaio que desde que foi reintegrado tem sido o 'abono' de um sistema que pensava que podia viver sem ele. Mas não pode. Muito porque não há ninguém no plantel do Benfica tão especial e decisivo como Oscar Cardozo, por mais que o estilo tape com uma peneira o ego de quem o caracteriza. Como não ver que com um jogador destes o estilo é secundário? O futebol é enorme de mais para ser limitado a velocidade, técnica e drible. E o que se comenta, pejorativamente, em relação ao Tacuara é só o revelar de quão pequena é a visão do desporto-rei em quem insiste em tal ‘conversa’.
Mas muito mais há para falar. A começar pela 'vitória' que Jorge Jesus trouxe da Grécia. Não, o Benfica não ganhou o jogo frente ao Olympiacos mas ganhou um sistema (4-3-3) que lhe permite enfrentar os grandes jogos sem perder durante tanto tempo o domínio territorial das partidas. E esse encaixe táctico ao trio do meio-campo leonino (William Carvalho, Adrien e André Martins) levou a que a raça de Enzo Pérez fizesse prevalecer o futebol encarnado em grande parte de um primeiro tempo onde o Benfica foi tremendamente eficaz. E o Sporting também acabou por sê-lo, mas para contagem só teve o lance de Capel - que empatou a partida depois do primeiro golo de Cardozo.
Mas a vantagem criada na primeira-parte pelos encarnados nasceu de factores muito peculiares. As jogadas de golo começam antes da bola bater nas redes e no seu desenrolar vai-se esquecendo o que tornou possível com que elas chegassem ao sucesso. O segundo golo do Benfica nasce do delicioso pormenor de que Artur teve de pontapear a bola porque o Sporting colocou Montero e Wilson a 'marcar' Luisão e Garay – para o Benfica não sair a jogar. Na sequência da bola longa o Benfica foi mais forte e Enzo Pérez acabou por carregar a bola até Gaitán. E aí o génio do argentino encontrou a cabeça de Tacuara. Uma combinação que é, como se sabe, mortífera.
Os leões não conseguiam vergar o esquema ‘grego' de Jesus e a pressão no miolo era enorme, até para a pérola que é William Carvalho. O jovem 'trinco' cedeu e Gaitán (que grande jogo fez o argentino!) conduziu e entregou a um Rúben Amorim que se vê crescer com a nova opção de JJ. Já na área, não será difícil saber quem o médio encontrou para o Benfica fechar a primeira-parte com uma vantagem de dois golos que meteu toda a gente - que subestima o dérbi eterno - a pensar que os encarnados tinham o jogo na mão.
E provavelmente até teriam, no entanto sublinhe-se de novo que este não era um jogo de campeonato e que quem perdesse... caía fora. E nesse cenário o Sporting teria que aparecer (mais) no jogo. E se havia dúvida que assolava o coração de quem segue os leões era se a equipa conseguiria mesmo reproduzir o futebol 'das goleadas' de início de época, contra os maiores rivais. E dizemos ‘havia’ porque ela foi totalmente dissipada com a segunda-parte que a equipa de Leonardo Jardim fez na Luz. Conseguir levar o jogo a prolongamento foi um feito que veio do ‘ar’, onde o Benfica, desta época, tem estado cheio de vertigens.
Mas entre o golo de Maurício (63’) e o de Slimani (90’+2) foi tanta a nuance que importa referir também tudo o que levou a que o jogo oferecesse meia-hora ‘de borla’ a todos os que o seguiam. É que não foi só a falha da ‘zona’ do Benfica nas bolas paradas que levou o jogo para um emocionante prolongamento. Outros erros e mudanças tácticas fizeram com que leões e águias se equilibrassem num jogo apaixonante que foi uma verdadeira montanha-russa de emoções.
Desde logo, Leonardo Jardim foi lesto a mexer na equipa, e no sistema. O madeirense teve a coragem de abdicar de André Martins para lançar Slimani - já depois de Carrillo ter rendido Wilson Eduardo - e mudar a equipa para um 4-4-2 que seria bem perigoso no último terço do terreno. Mas para essa ofensiva leonina resultar os leões perderam, por minutos, o controlo da partida para um 4-3-3 de que Jesus parece aprender a gostar. E nesse momento o Benfica podia ter sentenciado o jogo com dois perigosos lances num só minuto: Markovic ao poste e a excelente defesa de Patrício a negar o 'poker' a Cardozo (83').
E aí o Benfica respirou fundo. Estava a ganhar e havia criado chances para matar um jogo que parecia estar na mão. Mas na equação apareceu um argelino que é mesmo bom de bola. Islam Slimani foi bom a tabelar e foi bom a aparecer. Primeiro acertou no poste - para não se dizer que alguém merecia mais que alguém - para depois (90'+2) subir às tais alturas que metem este Benfica tonto. Que loucura de jogo!
E no prolongamento não havia de ser diferente. Jesus mexeu também (tirou Pérez, lançou Lima, e voltou ao 4-4-2) e o jogo andou quase sempre partido. Tanto que (mais uma vez) ninguém esperaria que fosse uma enorme falha defensiva a decidir quem seguia em frente. Depois de tudo o que fez, Rui Patrício não merecia que ninguém da sua defesa deixasse a bola (que Sílvio lançou para a área) bater na relva sem antes a atacar. Luisão, rente ao solo, cabeceou caprichosamente uma bola que, caprichosamente também, passou por entre as pernas do guardião leonino levando o Benfica aos oitavos-de-final da Taça.
Ingrato ou não, o facto é que o futebol não parece importar-se com o adjectivo que tanta vez lhe atribuem. E o mesmo deverá fazer Duarte Gomes que não teve o auxílio das repetições em slow-motion que agora carregam contra si, em relação aos três lances polémicos da partida. Se 'sim' e se 'não', só a personagem 'Vigia', da Marvel, o poderá revelar. E pode ser que esse 'Mundo parelelo' venha na tal edição DVD que falámos acima.
Benfica-Sporting, 4-3* (Cardozo 12', 42' e 45' e Luisão 97'; Capel 37', Maurício 63' e Slimani 90'+2)
*após prolongamento
Foto: Lusa
Golos, golos e mais golos. Eles vieram de todo o lado e foram marcados de todos os feitios. E o maior responsável nem é alguém insuspeito. Um paraguaio que desde que foi reintegrado tem sido o 'abono' de um sistema que pensava que podia viver sem ele. Mas não pode. Muito porque não há ninguém no plantel do Benfica tão especial e decisivo como Oscar Cardozo, por mais que o estilo tape com uma peneira o ego de quem o caracteriza. Como não ver que com um jogador destes o estilo é secundário? O futebol é enorme de mais para ser limitado a velocidade, técnica e drible. E o que se comenta, pejorativamente, em relação ao Tacuara é só o revelar de quão pequena é a visão do desporto-rei em quem insiste em tal ‘conversa’.
Mas muito mais há para falar. A começar pela 'vitória' que Jorge Jesus trouxe da Grécia. Não, o Benfica não ganhou o jogo frente ao Olympiacos mas ganhou um sistema (4-3-3) que lhe permite enfrentar os grandes jogos sem perder durante tanto tempo o domínio territorial das partidas. E esse encaixe táctico ao trio do meio-campo leonino (William Carvalho, Adrien e André Martins) levou a que a raça de Enzo Pérez fizesse prevalecer o futebol encarnado em grande parte de um primeiro tempo onde o Benfica foi tremendamente eficaz. E o Sporting também acabou por sê-lo, mas para contagem só teve o lance de Capel - que empatou a partida depois do primeiro golo de Cardozo.
Mas a vantagem criada na primeira-parte pelos encarnados nasceu de factores muito peculiares. As jogadas de golo começam antes da bola bater nas redes e no seu desenrolar vai-se esquecendo o que tornou possível com que elas chegassem ao sucesso. O segundo golo do Benfica nasce do delicioso pormenor de que Artur teve de pontapear a bola porque o Sporting colocou Montero e Wilson a 'marcar' Luisão e Garay – para o Benfica não sair a jogar. Na sequência da bola longa o Benfica foi mais forte e Enzo Pérez acabou por carregar a bola até Gaitán. E aí o génio do argentino encontrou a cabeça de Tacuara. Uma combinação que é, como se sabe, mortífera.
Os leões não conseguiam vergar o esquema ‘grego' de Jesus e a pressão no miolo era enorme, até para a pérola que é William Carvalho. O jovem 'trinco' cedeu e Gaitán (que grande jogo fez o argentino!) conduziu e entregou a um Rúben Amorim que se vê crescer com a nova opção de JJ. Já na área, não será difícil saber quem o médio encontrou para o Benfica fechar a primeira-parte com uma vantagem de dois golos que meteu toda a gente - que subestima o dérbi eterno - a pensar que os encarnados tinham o jogo na mão.
E provavelmente até teriam, no entanto sublinhe-se de novo que este não era um jogo de campeonato e que quem perdesse... caía fora. E nesse cenário o Sporting teria que aparecer (mais) no jogo. E se havia dúvida que assolava o coração de quem segue os leões era se a equipa conseguiria mesmo reproduzir o futebol 'das goleadas' de início de época, contra os maiores rivais. E dizemos ‘havia’ porque ela foi totalmente dissipada com a segunda-parte que a equipa de Leonardo Jardim fez na Luz. Conseguir levar o jogo a prolongamento foi um feito que veio do ‘ar’, onde o Benfica, desta época, tem estado cheio de vertigens.
Mas entre o golo de Maurício (63’) e o de Slimani (90’+2) foi tanta a nuance que importa referir também tudo o que levou a que o jogo oferecesse meia-hora ‘de borla’ a todos os que o seguiam. É que não foi só a falha da ‘zona’ do Benfica nas bolas paradas que levou o jogo para um emocionante prolongamento. Outros erros e mudanças tácticas fizeram com que leões e águias se equilibrassem num jogo apaixonante que foi uma verdadeira montanha-russa de emoções.
Desde logo, Leonardo Jardim foi lesto a mexer na equipa, e no sistema. O madeirense teve a coragem de abdicar de André Martins para lançar Slimani - já depois de Carrillo ter rendido Wilson Eduardo - e mudar a equipa para um 4-4-2 que seria bem perigoso no último terço do terreno. Mas para essa ofensiva leonina resultar os leões perderam, por minutos, o controlo da partida para um 4-3-3 de que Jesus parece aprender a gostar. E nesse momento o Benfica podia ter sentenciado o jogo com dois perigosos lances num só minuto: Markovic ao poste e a excelente defesa de Patrício a negar o 'poker' a Cardozo (83').
E aí o Benfica respirou fundo. Estava a ganhar e havia criado chances para matar um jogo que parecia estar na mão. Mas na equação apareceu um argelino que é mesmo bom de bola. Islam Slimani foi bom a tabelar e foi bom a aparecer. Primeiro acertou no poste - para não se dizer que alguém merecia mais que alguém - para depois (90'+2) subir às tais alturas que metem este Benfica tonto. Que loucura de jogo!
E no prolongamento não havia de ser diferente. Jesus mexeu também (tirou Pérez, lançou Lima, e voltou ao 4-4-2) e o jogo andou quase sempre partido. Tanto que (mais uma vez) ninguém esperaria que fosse uma enorme falha defensiva a decidir quem seguia em frente. Depois de tudo o que fez, Rui Patrício não merecia que ninguém da sua defesa deixasse a bola (que Sílvio lançou para a área) bater na relva sem antes a atacar. Luisão, rente ao solo, cabeceou caprichosamente uma bola que, caprichosamente também, passou por entre as pernas do guardião leonino levando o Benfica aos oitavos-de-final da Taça.
Ingrato ou não, o facto é que o futebol não parece importar-se com o adjectivo que tanta vez lhe atribuem. E o mesmo deverá fazer Duarte Gomes que não teve o auxílio das repetições em slow-motion que agora carregam contra si, em relação aos três lances polémicos da partida. Se 'sim' e se 'não', só a personagem 'Vigia', da Marvel, o poderá revelar. E pode ser que esse 'Mundo parelelo' venha na tal edição DVD que falámos acima.
Benfica-Sporting, 4-3* (Cardozo 12', 42' e 45' e Luisão 97'; Capel 37', Maurício 63' e Slimani 90'+2)
*após prolongamento
Foto: Lusa
Figuras:
Benfica: Cardozo, Enzo Pérez e Gaitán
Sporting: Adrien Silva, Slimani e William Carvalho
sábado, novembro 9
sexta-feira, novembro 8
É Benfica, é Sporting.
Obrigado, lisboetas. Por decidirem homenagear a história da cidade, do país.
Pena que alguns não compreendam conceitos como "participativo", "escolha livre" e "distinção".
Amanhã há dérbi na Luz. Que tudo corra bem, o que significa um bom jogo de futebol, com golos, emoção e espectáculo nas bancadas. E que vença o melhor, ou o pior.
Que não se aponte o dedo ao árbitro (por não haver motivos), que não se pegue fogo ao estádio, e que não haja violência casual.
Penso que estamos todos de acordo, nisto.
Pena que alguns não compreendam conceitos como "participativo", "escolha livre" e "distinção".
Amanhã há dérbi na Luz. Que tudo corra bem, o que significa um bom jogo de futebol, com golos, emoção e espectáculo nas bancadas. E que vença o melhor, ou o pior.
Que não se aponte o dedo ao árbitro (por não haver motivos), que não se pegue fogo ao estádio, e que não haja violência casual.
Penso que estamos todos de acordo, nisto.
quarta-feira, novembro 6
Brindes da 'Série Fonseca' oferecem sacrifício do Dragão à Mãe-Rússia
Já não surpreende ninguém que este FC Porto
comece os jogos de forma dominadora e que depois ofereça os pontos
necessários a uma qualificação que ainda não está perdida mas
que, provavelmente, escapará por entre as más decisões de um treinador
que conseguiu contaminar uma equipa outrora bem segura de si. O empate
(1-1) em São Petersburgo foi (só) mais um capítulo na longa lista de
erros colectivos e individuais de um FC Porto demasiado imberbe para uma
competição que tem como requerimento obrigatório equipas de barba rija.
Não que o Porto comece mal os jogos, porque não começa, mas porque esse gás não dura muito - muito por culpa da falta de carburador. Chamemos-lhe, aqui, colectivo ou, mais ironicamente, equipa que forma um sistema táctico que o treinador pretende a todo custo forçar a uma realidade que não se compadece com contenções. Contra o Zenit, Paulo Fonseca insistiu em atacar, e defender, com menos um jogador - tal como em todos os outros jogos da época. E se as características, e ambição, dos jogadores ainda vão disfarçando, de quando em vez, a falta de coragem do técnico, as exibições da equipa pedem que o duplo-pivot desapareça e dê lugar a um triângulo invertido que permite que o Porto jogue e recupere a bola mais subido no terreno - ficando, por consequência, mais perto da baliza do adversário.
De facto, só Paulo Fonseca continua a acreditar que, por exemplo, o Zenit não tenha dado 45 minutos de avanço aos portistas. Demasiado recuados no terreno, os russos deixaram o FC Porto instalar-se no seu meio-campo e lá sucumbiram à jogada que mais sucesso tem dado nas cambalhotas europeias desta 'Série Fonseca': Danilo sobe pela ala direita e encontra a chegada à área de Lucho.
E tudo parecia tão bem como quando se enterra a cabeça na areia e não se quer ver que, a partir daí, será sempre a descer. Desta vez o já habitual 'brinde' da defesa portista demorou mais que em Belém, mas não por muito. Cinco minutos bastaram para que a equipa não aguentasse a pressão e para que Helton desse a habitual 'casa' na Champions. E aqui com um cúmplice. Também Alex Sandro se viu ultrapassado por Hulk na jogada que deu o golo do empate ao Incrível.
Demasiados erros para uma equipa que mesmo tendo no sangue o ADN de outras conquistas, se esmorece na falta de coragem de um sistema táctico que as câmaras de TV confirmam quando apanham Defour constantemente a... 40 metros da baliza adversária. Já para não falar que é Fernando o elemento mais atacante do aberrante 'duplo-pivot'. Será preciso dizer mais? Será.
É que Spalletti decidiu que o Zenit não mais jogaria passivamente a ver o Porto circular a bola e, depois da intensa pressão dos russos operada durante toda a segunda metade, os dragões sentiram imensas dificuldades para sair a jogar. Que o diga Otamendi que achou que todas as ofertas que ele, e a equipa, têm dado durante a ainda curta época eram ainda poucas, e na mesma jogada, aos 51', conseguiu entregar a bola a um adversário e depois cometer um penálti claro (braço levantado na área).
Mas quando nem a defesa de Helton à grande penalidade de Hulk levanta o moral é porque a questão não vem mesmo do reino mental mas sim de uma ideia sem 'rei nem roque'. Paulo Fonseca assistia impávido a um FC Porto dominado e passivo (em todos os momentos do jogo) e só aos 75' (!) resolveu libertar Josué do sacrifício que é, para um médio de raíz, jogar preso a uma ala. Mas mais impressionante do que isso é que Fonseca acabou por nem gastar as três substituições (a saída de Lucho por Ghilas foi a última, aos... 86'), o que faz pensar que na cabeça do técnico tudo estava como previsto e mais não dava para fazer com o plantel que tem à disposição.
Daí que com essa ambição - revelada desde a atitude dos jogadores, ao seu nervosismo, passando pelas amarras tácticas e pelos erros infantis - talvez não seja demasiado castigo esta equipa ficar-se pela Liga Europa ou até por meio ano sabático. Isto para o treinador, porque para os adeptos o epíteto 'erro de casting' há muito que circula pelas suas bocas. E o tempo, esse, requer uma de duas coisas: ou evolução ou o desmoronar do castelo de cartas. E o mesmo começa a escassear para a primeira hipótese...
Zenit-FC Porto, 1-1 (Hulk 28'; Lucho 23')
Foto: UEFA
www.facebook.com/agambeta
Não que o Porto comece mal os jogos, porque não começa, mas porque esse gás não dura muito - muito por culpa da falta de carburador. Chamemos-lhe, aqui, colectivo ou, mais ironicamente, equipa que forma um sistema táctico que o treinador pretende a todo custo forçar a uma realidade que não se compadece com contenções. Contra o Zenit, Paulo Fonseca insistiu em atacar, e defender, com menos um jogador - tal como em todos os outros jogos da época. E se as características, e ambição, dos jogadores ainda vão disfarçando, de quando em vez, a falta de coragem do técnico, as exibições da equipa pedem que o duplo-pivot desapareça e dê lugar a um triângulo invertido que permite que o Porto jogue e recupere a bola mais subido no terreno - ficando, por consequência, mais perto da baliza do adversário.
De facto, só Paulo Fonseca continua a acreditar que, por exemplo, o Zenit não tenha dado 45 minutos de avanço aos portistas. Demasiado recuados no terreno, os russos deixaram o FC Porto instalar-se no seu meio-campo e lá sucumbiram à jogada que mais sucesso tem dado nas cambalhotas europeias desta 'Série Fonseca': Danilo sobe pela ala direita e encontra a chegada à área de Lucho.
E tudo parecia tão bem como quando se enterra a cabeça na areia e não se quer ver que, a partir daí, será sempre a descer. Desta vez o já habitual 'brinde' da defesa portista demorou mais que em Belém, mas não por muito. Cinco minutos bastaram para que a equipa não aguentasse a pressão e para que Helton desse a habitual 'casa' na Champions. E aqui com um cúmplice. Também Alex Sandro se viu ultrapassado por Hulk na jogada que deu o golo do empate ao Incrível.
Demasiados erros para uma equipa que mesmo tendo no sangue o ADN de outras conquistas, se esmorece na falta de coragem de um sistema táctico que as câmaras de TV confirmam quando apanham Defour constantemente a... 40 metros da baliza adversária. Já para não falar que é Fernando o elemento mais atacante do aberrante 'duplo-pivot'. Será preciso dizer mais? Será.
É que Spalletti decidiu que o Zenit não mais jogaria passivamente a ver o Porto circular a bola e, depois da intensa pressão dos russos operada durante toda a segunda metade, os dragões sentiram imensas dificuldades para sair a jogar. Que o diga Otamendi que achou que todas as ofertas que ele, e a equipa, têm dado durante a ainda curta época eram ainda poucas, e na mesma jogada, aos 51', conseguiu entregar a bola a um adversário e depois cometer um penálti claro (braço levantado na área).
Mas quando nem a defesa de Helton à grande penalidade de Hulk levanta o moral é porque a questão não vem mesmo do reino mental mas sim de uma ideia sem 'rei nem roque'. Paulo Fonseca assistia impávido a um FC Porto dominado e passivo (em todos os momentos do jogo) e só aos 75' (!) resolveu libertar Josué do sacrifício que é, para um médio de raíz, jogar preso a uma ala. Mas mais impressionante do que isso é que Fonseca acabou por nem gastar as três substituições (a saída de Lucho por Ghilas foi a última, aos... 86'), o que faz pensar que na cabeça do técnico tudo estava como previsto e mais não dava para fazer com o plantel que tem à disposição.
Daí que com essa ambição - revelada desde a atitude dos jogadores, ao seu nervosismo, passando pelas amarras tácticas e pelos erros infantis - talvez não seja demasiado castigo esta equipa ficar-se pela Liga Europa ou até por meio ano sabático. Isto para o treinador, porque para os adeptos o epíteto 'erro de casting' há muito que circula pelas suas bocas. E o tempo, esse, requer uma de duas coisas: ou evolução ou o desmoronar do castelo de cartas. E o mesmo começa a escassear para a primeira hipótese...
Zenit-FC Porto, 1-1 (Hulk 28'; Lucho 23')
Foto: UEFA
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terça-feira, novembro 5
Benfica perde, mas tudo está bem, com certeza.
Que se pode dizer? Uma boa exibição colectiva, talvez mesmo a melhor da época, a fazer lembrar o melhor da que passou, mas os mesmo vícios de sempre. Golos sofridos sem explicação, com Artur a ser pela enésima vez mal batido (aquela bola defende-se com o pé, não com as mãos).
Agora, injustiça? Injustiça é ter de gramar com vitórias morais frente a um Olympiacos que é apenas um adversário fraquinho. Injustiça é ver um clube que se construiu com vitórias a falhar consecutivamente. Injustiça é continuarmos a escrever uma história cheia de derrotas na maior prova do mundo do futebol de clubes. Injustiça é cultivar-se a derrota, o empate, porque a vitória é apenas uma possibilidade, entre outras, e nunca uma certeza de ser aquilo que mais se quer e deseja.
Os benfiquistas que ainda não entenderam a mediocridade em que o seu clube se encontra, talvez devessem procurar ler, ver e ouvir um pouco da sua história centenária.
O Benfica hoje perdeu, outra vez. Não interessa se bem, se mal, se com justiça ou com azar. Perdeu. E é disso e apenas disso que podemos ter a certeza. Perdemos. Outra vez.
Agora, injustiça? Injustiça é ter de gramar com vitórias morais frente a um Olympiacos que é apenas um adversário fraquinho. Injustiça é ver um clube que se construiu com vitórias a falhar consecutivamente. Injustiça é continuarmos a escrever uma história cheia de derrotas na maior prova do mundo do futebol de clubes. Injustiça é cultivar-se a derrota, o empate, porque a vitória é apenas uma possibilidade, entre outras, e nunca uma certeza de ser aquilo que mais se quer e deseja.
Os benfiquistas que ainda não entenderam a mediocridade em que o seu clube se encontra, talvez devessem procurar ler, ver e ouvir um pouco da sua história centenária.
O Benfica hoje perdeu, outra vez. Não interessa se bem, se mal, se com justiça ou com azar. Perdeu. E é disso e apenas disso que podemos ter a certeza. Perdemos. Outra vez.
Olympiacos-Benfica.: antevisão.
Para logo à noite:
Artur
Almeida e Siqueira
Luisão e Garay
Enzo e Matic
Gaitan (esq.)
Amorim (dir.)
Markovic
Cardozo
É obrigatório não perder mas com aquela ladaínha do "não é um jogo decisivo" fico com receio do que vai na cabeça dos jogadores.
O Olympiacos está longe de ser uma equipa de topo e Jesus tem, hoje, a oportunidade de inverter (um bocadinho só, claro) a tendência da sua carreira europeia fora de portas, recheada de derrotas.
Um empate é o mínimo exigível mas, de prefrência, com bom futebol, pois já não sabemos o que isso é.
Artur
Almeida e Siqueira
Luisão e Garay
Enzo e Matic
Gaitan (esq.)
Amorim (dir.)
Markovic
Cardozo
É obrigatório não perder mas com aquela ladaínha do "não é um jogo decisivo" fico com receio do que vai na cabeça dos jogadores.
O Olympiacos está longe de ser uma equipa de topo e Jesus tem, hoje, a oportunidade de inverter (um bocadinho só, claro) a tendência da sua carreira europeia fora de portas, recheada de derrotas.
Um empate é o mínimo exigível mas, de prefrência, com bom futebol, pois já não sabemos o que isso é.
domingo, novembro 3
Curtas para todos.
1. Num fim-de-semana em que não consegui ver nenhum jogo, não faltam palavras para escrever. Sobre o Benfica, já li que foi bom, que foi mau, que foi assim-assim. Não deixa de ser preocupante esta falta de unanimidade mas será antes um sinal da falta de personalidade que a equipa encarnada tem revelado neste já longo "início de época".
2. Markovic é ouro, e aqueles pezinhos são diamantes. Aquilo é só classe, inteligência e beleza a jogar. Cardozo molhou a sopa pela sexta vez em sete jogos e a defesa não sofreu pela segunda jornada consecutiva. Optimismo na deslocação à Grécia? Não descobri ninguém que pense dessa forma.
3. O Sporting mostrou que psicologicamente está forte. No Dragão não tremeu apesar do golo sofrido cedo e fez o seu jogo, e ontem, frente ao Marítimo, reagiu bem aos dois golos dos madeirenses. Bom golo de Capel, um jogador que muito admiro, não só pela entrega mas, especialmente, porque tem qualidade. Apenas continuo a achar que desempenha um papel pouco preponderante na equipa.
4. No Restelo, o clube liderado pelo dragão de ouro que já esteve metido em grandes alhadas fez vida negra ao FCP mas, dizem, o clube do norte põs-se a jeito: continua com um futebol fraquinho e Fonseca sem capacidade para mais.
5. Entretanto, parece que Rui Cerqueira bateu em dois jornalistas. Quis confirmar toda a história, para conhecer os dois lados da mesma, mas nos meios de comunicação social deu-se um apagão ao estilo daquele que aconteceu há dois anos no Estádio da Luz. Exige-se um report qualquer.
6. Mais: enquanto os meus dentes rasgavam uma belíssima gamba grelhada, sentado estava eu numa mesa do restaurante Ramiro, em Lisboa, olho para a TV e vejo o Belenenses sair em contra-ataque. O fiscal de linha decidiu parar o lance, assinalando fora-de-jogo ao avançado belenense, que seguia isolado para a baliza.
Pareceu-me que o jogador estava atrás da linha do meio-campo mas, infelizmente, o realizador do jogo, transmitido pala SportTV, não achou o lance importante e não houve lugar a nenhuma repetição. O jogo estava a terminar.
7. Para aqueles que surgiram muito preocupados com a Benfica TV e os direitos que esta poderia adquirir, aqui está um excelente exemplo: o sistema existe há 30 anos e continua bem vivo. A Benfica TV, pelo que tenho visto, tem tido boas transmissões, com qualidade e equilíbrio nos comentários. E lances destes têm sempre repetição, mesmo que beneficiem o Benfica.
Num canal cuja qualidade média dos seus conteúdos roça o miserável (pelo menos quando não era paga), esta é uma boa novidade: há profissionalismo, isenção e qualidade nas transmissões dos jogos. Talvez o mal more noutro lado, num lado que vive já com a corda ao pescoço, que definha, e que está a jogar todas as suas últimas cartas. Pode ser que não chegue (o Porto Canal é outra vergonha, mas sobre isso falarei noutra ocasião para não misturar assuntos).
8. Fernando na Selecção? Façam isso.
2. Markovic é ouro, e aqueles pezinhos são diamantes. Aquilo é só classe, inteligência e beleza a jogar. Cardozo molhou a sopa pela sexta vez em sete jogos e a defesa não sofreu pela segunda jornada consecutiva. Optimismo na deslocação à Grécia? Não descobri ninguém que pense dessa forma.
3. O Sporting mostrou que psicologicamente está forte. No Dragão não tremeu apesar do golo sofrido cedo e fez o seu jogo, e ontem, frente ao Marítimo, reagiu bem aos dois golos dos madeirenses. Bom golo de Capel, um jogador que muito admiro, não só pela entrega mas, especialmente, porque tem qualidade. Apenas continuo a achar que desempenha um papel pouco preponderante na equipa.
4. No Restelo, o clube liderado pelo dragão de ouro que já esteve metido em grandes alhadas fez vida negra ao FCP mas, dizem, o clube do norte põs-se a jeito: continua com um futebol fraquinho e Fonseca sem capacidade para mais.
5. Entretanto, parece que Rui Cerqueira bateu em dois jornalistas. Quis confirmar toda a história, para conhecer os dois lados da mesma, mas nos meios de comunicação social deu-se um apagão ao estilo daquele que aconteceu há dois anos no Estádio da Luz. Exige-se um report qualquer.
6. Mais: enquanto os meus dentes rasgavam uma belíssima gamba grelhada, sentado estava eu numa mesa do restaurante Ramiro, em Lisboa, olho para a TV e vejo o Belenenses sair em contra-ataque. O fiscal de linha decidiu parar o lance, assinalando fora-de-jogo ao avançado belenense, que seguia isolado para a baliza.
Pareceu-me que o jogador estava atrás da linha do meio-campo mas, infelizmente, o realizador do jogo, transmitido pala SportTV, não achou o lance importante e não houve lugar a nenhuma repetição. O jogo estava a terminar.
7. Para aqueles que surgiram muito preocupados com a Benfica TV e os direitos que esta poderia adquirir, aqui está um excelente exemplo: o sistema existe há 30 anos e continua bem vivo. A Benfica TV, pelo que tenho visto, tem tido boas transmissões, com qualidade e equilíbrio nos comentários. E lances destes têm sempre repetição, mesmo que beneficiem o Benfica.
Num canal cuja qualidade média dos seus conteúdos roça o miserável (pelo menos quando não era paga), esta é uma boa novidade: há profissionalismo, isenção e qualidade nas transmissões dos jogos. Talvez o mal more noutro lado, num lado que vive já com a corda ao pescoço, que definha, e que está a jogar todas as suas últimas cartas. Pode ser que não chegue (o Porto Canal é outra vergonha, mas sobre isso falarei noutra ocasião para não misturar assuntos).
8. Fernando na Selecção? Façam isso.
sexta-feira, novembro 1
Fórmula Cardozo resolve problema académico
Num Académica-Benfica que ia chamando a atenção por o futebol dos encarnados andar enrolado em más decisões ofensivas, quem mais poderia resolver um problema que impedia a equipa de Jorge Jesus de conseguir a importante ligação com os golos? É mal-amado, é verdade, mas a cada jogo em que confunde alguns adeptos mais distraídos com o seu ritmo mais pausado, Oscar Cardozo arranja sempre solução para chegar às balizas adversárias. E não foi esta sexta-feira que o paraguaio deixou de provar que tem aquela atracção tão especial pelo sal do futebol.
Gaitán decidia mal, Ivan Cavaleiro não trazia o rasgo que dele se esperava, Lima não aparecia e Jorge Jesus desesperava. Pelo meio Djavan e Cleyton mostravam-se e João Real ia resolvendo defensivamente as fracas intenções encarnadas para bater Ricardo. Isto, claro, até Cardozo lembrar toda a gente que faz golos de toda a maneira e feitio. Foi num remate, de fora da área, aos 34', que o avançado que andou arredado dos relvados no princípio da época desbloqueou aquilo que já cheirava a problema difícil de resolver.
É que o Benfica atravessa uma fase de indecisões. Entre o futebol, da passada época, que levou os encarnados a tocar no céu, esteve o defeso e os maus resultados do começo da época que levaram Jorge Jesus a hesitar entre uma mudança mais profunda e um apostar no núcleo duro que atravessou fases brilhantes em 2012/2013. O técnico tem-se decidido por tentar recriar a fórmula passada mas, essa, só tem tido, até agora, um nome que ande perto do tal futebol que JJ quer.
E só a sua presença parece assustar os adversários. Como no segundo golo dos encarnados, quando a sombra de Cardozo parece atrapalhar os defesas da Académica, num lance que acabou com Marcelo Goiano a bater o seu colega Ricardo.
Depois há ainda um jogador que, por entre lesões, faz pensar que a renovação encarnada tem mesmo pernas para andar. Markovic apareceu em grande na fase inicial da época e parece que é vindo do banco que o sérvio mais desequilibra. Sempre que dele salta - um pouco como Quintero no FC Porto - o jogo encarnado sobe de ritmo e a baliza adversária fica mais perto. Lazar acabou por, também neste jogo, fazer aquilo que melhor sabe quando estabeleceu um resultado final demasiado penoso para uma Académica que é interessante mas que deixou Oscar Cardozo 'praxá-la' com facilidade.
Académica-Benfica, 0-3 (Cardozo 34', Marcelo Goiano 37' e Markovic 86')
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terça-feira, outubro 29
Eu estou contigo Cristiano
Não se trata de questionar a opinião subjectiva de uma pessoa. Todos nós somos livres de achar A,. B ou C melhor que D, E ou F. Ainda assim penso que o presidente da FIFA devia abster-se de comentários e opiniões em vésperas do anúncio dos candidatos a melhor do mundo.
Trata-se do enxovalho que o velho gagá (não há outra forma de qualificar quem age daquela maneira) que preside à FIFA fez a um jogador português que representa o nosso país, e que actualmente é o nosso maior símbolo futebolístico. As declarações do velho e o teatro são inqualificávei, ridículas e indesculpáveis.
Repito, o que releva aqui não é a opinião sobre se é o Messi ou o Ronaldo o melhor do mundo, ao contrário de tanta estupidez que se vai lendo na net (não sabia que havia tantos anti-Ronaldo em Portugal). Trata-se de gozar com uma pessoa, um futebolista que, se na opinião dele não é o melhor do mundo, será certamente um dos melhores do mundo.
Realmente, percebe-se muita coisa...
segunda-feira, outubro 28
Curtas.
1. Vitória fácil do Benfica sobre o Nacional da Madeira e três pontos ganhos ao Sporting. Mas, melhor do que isto, a equipa terá mostrado maior empenho o que, aliando à qualidade, é mais do que suficiente para 80% dos jogos do campeonato nacional.
2. Cardozo marcou o 100º golo na Luz e ainda fez uma excelente assistência para o golo de Siqueira. De pé direito não fez mais um belo golo por centímetros. O paraguaio já deixou a sua marca no clube, foi um excelente investimento e, a par de Simão, talvez o que maior rendimento apresentou durante muitos anos seguidos. Percebe-se que os nossos adversários se tenham mostrado implacáveis para com Cardozo depois da final da Taça, "exigindo" a sua saída. Já da parte de alguns benfiquistas, não consigo mesmo entender.
3. No clássico houve FCP a mais e Sporting a menos, pelos vistos. Dentro do campo temos o post do Marco, mas fora dele, temos imagens degradantes, que se repetem pela enésima vez, sem que nada aconteça a ninguém, pois não há responsáveis.
Também fora do campo, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, já mostrou ao que veio: a promiscuidade entre o clube e a câmara é para voltar em grande.
4. O Estoril continua a exibir toda a competência do seu treinador. 3-1 na Madeira, naquele campo onde o Benfica perdeu, lembram-se?
5. Barcelona mais forte, num jogo com dois penáltis escandalosos que ficaram por marcar. O Real vai continuar a apanhar bonés e já começa a dar pena ver o Ronaldo ali metido, num clube que não vence títulos.
6. Chelsea e Tottenham venceram à rasca e mantêm-se perto da liderança. O Arsenal continua na frente e o MU num irreconhecível oitavo lugar.
2. Cardozo marcou o 100º golo na Luz e ainda fez uma excelente assistência para o golo de Siqueira. De pé direito não fez mais um belo golo por centímetros. O paraguaio já deixou a sua marca no clube, foi um excelente investimento e, a par de Simão, talvez o que maior rendimento apresentou durante muitos anos seguidos. Percebe-se que os nossos adversários se tenham mostrado implacáveis para com Cardozo depois da final da Taça, "exigindo" a sua saída. Já da parte de alguns benfiquistas, não consigo mesmo entender.
3. No clássico houve FCP a mais e Sporting a menos, pelos vistos. Dentro do campo temos o post do Marco, mas fora dele, temos imagens degradantes, que se repetem pela enésima vez, sem que nada aconteça a ninguém, pois não há responsáveis.
Também fora do campo, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, já mostrou ao que veio: a promiscuidade entre o clube e a câmara é para voltar em grande.
4. O Estoril continua a exibir toda a competência do seu treinador. 3-1 na Madeira, naquele campo onde o Benfica perdeu, lembram-se?
5. Barcelona mais forte, num jogo com dois penáltis escandalosos que ficaram por marcar. O Real vai continuar a apanhar bonés e já começa a dar pena ver o Ronaldo ali metido, num clube que não vence títulos.
6. Chelsea e Tottenham venceram à rasca e mantêm-se perto da liderança. O Arsenal continua na frente e o MU num irreconhecível oitavo lugar.
domingo, outubro 27
Factura do clássico incluiu peso na área
Mais do que do resultado o FC Porto precisava de uma exibição convincente para apagar imagens que depois deste 'clássico' podem começar a soltar-se das mentes azuis e brancas. Ainda que com alguns pecados antigos, os campeões nacionais conseguiram segurar um Sporting que tem feito um campeonato apaixonante mas que nos dois jogos 'a doer' não conseguiu que o seu futebol fosse o maior protagonista.
Era uma das principais questões do clássico (mais do que saber o que Montero e Jackson poderiam fazer): Iria o Sporting conseguir mostrar no Dragão o futebol que o levou ao renascimento? E a resposta acabou por ser um 'não', sendo que a razão para esse facto está na capacidade de reacção de um FC Porto que, nos últimos jogos, andou adormecido e desgarrado mas que, quando mais precisou, soube aparecer (na área adversária) e dar uma mostra de força necessária à credibilidade de uma hegemonia que lhe vem pertencendo há vários anos.
Daí que pensar que se não fosse neste jogo, quando é que seria? quando é que o FC Porto iria correr? reagir? criar? em suma, jogar? A resposta, essa, foi dada com uma entrada em campo nada vertiginosa mas que indicou o caminho para o que acabou por ser o FC Porto-Sporting. Os dragões quando aceleraram conseguiram sempre entrar na área leonina e, ao invés, o Sporting mostrou sempre grande dificuldade em praticar um futebol que tem por costume usar o último reduto do adversário como parque de diversões.
A jogada que deu origem ao (indiscutível) penálti de Maurício sobre Alex Sandro é um dos exemplos para um maior uso do último terço por parte dos dragões. Mas para isso ser possível, o FC Porto contou com um Herrera de 'campo todo' e que apareceu, na primeira-parte, a jogar por dois. O mexicano é, com absoluta certeza, o elemento que faltava ao meio-campo portista e o seu jogo explica, em parte, a razão (confirmada por Leonardo Jardim) para o Sporting não ter conseguido impor o seu ADN no Dragão.
Mas não se pense que os leões não estiveram em campo. Isto porque a maior parte do seu jogo foi até bastante competente, mas tal facto só aumentava o mérito do FC Porto em não deixar fazer ao Sporting aquilo que mais gosta. Daí que, para ter reais hipóteses no jogo, o Sporting tivesse que ter aproveitado aquilo que tem sido um 'pecado capital' na equipa de Paulo Fonseca. Como bem demonstrou William Carvalho as bolas paradas continuam a ser o 'calcanhar de aquiles' deste Dragão, mas neste clássico os jogadores azuis e brancos souberam reagir e transcender tal falha.
De tal modo que, depois do empate, outro jogador de 'campo todo' apareceu - provando a teoria de que, quando acelerava, o Porto expunha as falhas defensivas do Sporting. Assim, não era dia para os dragões estarem na expectativa até porque o golo do lateral brasileiro teria de libertar obrigatoriamente os leões para a 'caçada' a um resultado mais favorável. E aí sim apareceu Montero... mas também (para azar do Sporting) Helton. O guardião salvou os dragões do empate e juntou o seu nome a uma lista de boas exibições que já contava com nomes como Herrera, Danilo e Silvestre Varela. Todos eles ajudaram a que o FC Porto fosse realmente mais forte no capítulo que acabou por decidir o jogo. As entradas na área desequilibraram a balança de um jogo dividido e a metáfora perfeita para exemplificar isso mesmo é o golo de Lucho, que 'selou' as contas e que aumenta para cinco pontos a diferença entre as duas equipas na classificação.
FC Porto-Sporting, 3-1 (Josué g.p. 11', Danilo 62' e Lucho 74'; William Carvalho 60')
quinta-feira, outubro 24
Taça de Portugal: mais um dérbi dos dérbis.
O sorteio da Taça de Portugal foi hoje e lançou um jogo quente: Benfica-Sporting. Não sabemos se as bolas estavam quentes ou frias mas será, certamente, mais um dérbi emocionante.
Principais jogos do sorteio:
Arouca-D. Chaves (2.ª Liga)
Olhanense-Sp. Braga
Rio Ave-Sertanense (CNS)
Famalicão (CNS)-Estoril
Marítimo-AD Oliveirense (CNS)
Académica-Académico Viseu (2.ª Liga)
V. Guimarães-FC Porto
Tondela (2.ª Liga)-P. Ferreira
V. Setúbal-Santa Maria (CNS)
Peyroteo, Miguel, vemos-nos no Silva Nunes para assistir ao Cova da Piedade (CNS)-Gil Vicente?
Principais jogos do sorteio:
Arouca-D. Chaves (2.ª Liga)
Olhanense-Sp. Braga
Rio Ave-Sertanense (CNS)
Famalicão (CNS)-Estoril
Marítimo-AD Oliveirense (CNS)
Académica-Académico Viseu (2.ª Liga)
V. Guimarães-FC Porto
Tondela (2.ª Liga)-P. Ferreira
V. Setúbal-Santa Maria (CNS)
Peyroteo, Miguel, vemos-nos no Silva Nunes para assistir ao Cova da Piedade (CNS)-Gil Vicente?
Ronaldo gosta delas mais novas...
... mas esta Velha Senhora não é nada de se deitar fora. Enquanto jogou com onze jogadores a Juve deixou sempre o Bernabéu de pé
atrás. Isto até Chiellini se tornar na segunda figura deste Real
Madrid-Juventus. E dizemos 'segunda'
porque em campo estava um ser com um magnetismo incontornável. O mesmo que
lhe permitiu atrair para si todos os momentos-chave do jogo. O
portentoso jogador que é Cristiano Ronaldo segurou o jogo a favor dos
merengues e, como é hábito, deixou tudo o resto para segundo plano.
Ainda a Juventus media o seu '4-3-3' (na Serie A, Antonio Conte faz jogar a Vecchia Signora em 3-5-2) e já Ronaldo perfurava a sua nova linha defensiva. Logo aos 4' (para quê mais tarde?) o português aproveitou um movimento interior de Di Maria para traçar uma diagonal que acabou cheia de sucesso.
Mas seria uma pena que o belo plano de jogo que a Juventus levou a Chamartín se afundasse logo ali. Pirlo e Cia trataram de mostrar que a campeã italiana se faz também de muito critério com bola e, assentando-a de pé para pé, os italianos iam daí então, a pouco e pouco, dominando o jogo. Contudo as investidas de Carlos Tévez não chegavam para bater o regressado Iker Casillas. Era preciso algo que é como 'kriptonite' para o Real Madrid: Os 'blancos' caíram na armadilha de pressionar alto uma saída de bola desde Buffon e deixaram destapado o espaço que a Juventus ia utilizar para empatar o jogo. Foi Llorente - ao aproveitar uma defesa incompleta de Casillas a um cabeceamento de um incompreensivelmente solto Pogba - o autor da poética justiça que era a Juventus não continuar em desvantagem no marcador.
Saídas de bola e pressões que dão em golo... sofrido, fazem lembrar o Real do próximo adversário para a Liga (Barcelona-Real Madrid, sábado, 17.15), e talvez isso lhe tenha despertado a raiva. Isto porque, depois do empate, foi altura de novo repentismo merengue e altura também de Chiellini começar a aparecer no jogo. O central italiano não pôde com Sérgio Ramos e, por entre a confusão habitual que se dá sempre que há quatro centrais na área, derrubou o espanhol. Um penálti claro que Ronaldo não haveria de desperdiçar.
Dois erros defensivos que foram pagos bem caro por uma Juventus que mostra saber dominar territorialmente o Real Madrid mas que não aguenta a velocidade blanca. E como não há dois sem três... seria uma arrancada de Ronaldo a decidir, de vez, o jogo. No 'um para um' com (adivinhem...) Chiellini o português foi naturalmente mais forte e o italiano usou, e abusou, do braço para o travar. Com naturalidade, depois da jogada, Giorgio acabou expulso gorando assim as reais possibilidades que a Juventus tinha de surpreender os merengues.
A partir daí instalou-se um enorme bocejo no Bernabéu, que só foi interrompido pelo, já viral, 'pontapé na atmosfera' de Vidal. O chileno deveria pedir cartão amarelo para o fantasma 'Gasparzinho' visto que aquilo é coisa que não se faz. Mas, brincadeiras à parte, a rivalidade destes dois colossos é séria e assim são também as contas do Grupo B, que ditam que no Juventus Stadium a Velha Senhora não pode deixar escapar de novo este 'Ronal' Madrid.
Real Madrid-Juventus, 2-1 (Ronaldo 4 e 29 g.p.; Llorente 22')
Grupo B - Liga dos Campeões
Real Madrid 9
Galatasaray 4
Juventus 2
FC Copenhaga 1
Foto: Getty Images
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Ainda a Juventus media o seu '4-3-3' (na Serie A, Antonio Conte faz jogar a Vecchia Signora em 3-5-2) e já Ronaldo perfurava a sua nova linha defensiva. Logo aos 4' (para quê mais tarde?) o português aproveitou um movimento interior de Di Maria para traçar uma diagonal que acabou cheia de sucesso.
Mas seria uma pena que o belo plano de jogo que a Juventus levou a Chamartín se afundasse logo ali. Pirlo e Cia trataram de mostrar que a campeã italiana se faz também de muito critério com bola e, assentando-a de pé para pé, os italianos iam daí então, a pouco e pouco, dominando o jogo. Contudo as investidas de Carlos Tévez não chegavam para bater o regressado Iker Casillas. Era preciso algo que é como 'kriptonite' para o Real Madrid: Os 'blancos' caíram na armadilha de pressionar alto uma saída de bola desde Buffon e deixaram destapado o espaço que a Juventus ia utilizar para empatar o jogo. Foi Llorente - ao aproveitar uma defesa incompleta de Casillas a um cabeceamento de um incompreensivelmente solto Pogba - o autor da poética justiça que era a Juventus não continuar em desvantagem no marcador.
Saídas de bola e pressões que dão em golo... sofrido, fazem lembrar o Real do próximo adversário para a Liga (Barcelona-Real Madrid, sábado, 17.15), e talvez isso lhe tenha despertado a raiva. Isto porque, depois do empate, foi altura de novo repentismo merengue e altura também de Chiellini começar a aparecer no jogo. O central italiano não pôde com Sérgio Ramos e, por entre a confusão habitual que se dá sempre que há quatro centrais na área, derrubou o espanhol. Um penálti claro que Ronaldo não haveria de desperdiçar.
Dois erros defensivos que foram pagos bem caro por uma Juventus que mostra saber dominar territorialmente o Real Madrid mas que não aguenta a velocidade blanca. E como não há dois sem três... seria uma arrancada de Ronaldo a decidir, de vez, o jogo. No 'um para um' com (adivinhem...) Chiellini o português foi naturalmente mais forte e o italiano usou, e abusou, do braço para o travar. Com naturalidade, depois da jogada, Giorgio acabou expulso gorando assim as reais possibilidades que a Juventus tinha de surpreender os merengues.
A partir daí instalou-se um enorme bocejo no Bernabéu, que só foi interrompido pelo, já viral, 'pontapé na atmosfera' de Vidal. O chileno deveria pedir cartão amarelo para o fantasma 'Gasparzinho' visto que aquilo é coisa que não se faz. Mas, brincadeiras à parte, a rivalidade destes dois colossos é séria e assim são também as contas do Grupo B, que ditam que no Juventus Stadium a Velha Senhora não pode deixar escapar de novo este 'Ronal' Madrid.
Real Madrid-Juventus, 2-1 (Ronaldo 4 e 29 g.p.; Llorente 22')
Grupo B - Liga dos Campeões
Real Madrid 9
Galatasaray 4
Juventus 2
FC Copenhaga 1
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quarta-feira, outubro 23
Benfica perde pontos: decisivamente fraco.
Como se adivinhava, o Benfica foi incapaz de praticar um futebol digno desse nome frente a um Olympiacos que é uma equipa porreira e tal, mas que é da segunda divisão europeia (quase terceira). Mais uma vez, a equipa surge desligada do jogo, uma estranha apatia, a entrada de Cavaleiro num jogo da Liga dos Campeões, a manutenção de Gaitán até aos 80'. Tudo isto faz parte de um filme bem conhecido dos benfiquistas.
A equipa está uma miséria e não há volta a dar. Que se apoie durante os 90' mas, por favor, já chega deste pesadelo. Luis Filipe Vieira tem de apresentar a demissão e levar consigo Jesus. Já. Ontem. Ainda se podem juntar os cacos e fazer uma boa época.
Mas Jesus tinha razão: o jogo não era decisivo porque ainda vamos à Bélgica e podemos perfeitamente ficar em quarto lugar.
A equipa está uma miséria e não há volta a dar. Que se apoie durante os 90' mas, por favor, já chega deste pesadelo. Luis Filipe Vieira tem de apresentar a demissão e levar consigo Jesus. Já. Ontem. Ainda se podem juntar os cacos e fazer uma boa época.
Mas Jesus tinha razão: o jogo não era decisivo porque ainda vamos à Bélgica e podemos perfeitamente ficar em quarto lugar.
Benfica na Liga dos Campeões.
Nem de propósito, o post anterior foca uma questão que venho alertando há vários anos, especialmente desde que o investimento na equipa principal aumentou e todas as condições foram oferecidas àquele que é por muitos considerado como o melhor treinador português a seguir a Mourinho.
Também a propósito, as mais recentes declarações de Jesus, na antevisão do jogo desta noite contra o Olimpiacos, deixam-me nervoso e (novamente) abismado perante tamanha falta de exigência, de sentido de obrigação e de Benfica.
Diz Jesus que este jogo é importante, mas não é decisivo. O desplante, merece uma recção contundente, pelo menos da minha parte:
"Jorge, vai pró caralho mais a tua mania de desceres a fasquia da exigência e mostrares que estás todo cagado, pá. Já não te podia ouvir, agora já nem ler. E quando te vejo a ofender os teus jogadores só me apetece mandar-te para uma sala escura durante três meses, a pão e água.
Então, primeiro dizes que o PSG é de outro planeta, logo, inacessível fica o primeiro lugar no grupo. Agora dizes que este jogo não é decisivo? Então qual vai ser o jogo decisivo? Quando perdermos este e o próximo e tivermos de ir à Bélgica ganhar ou quando recebermos a tal equipa estratosférica (estarás a contar que os franceses repitam a gracinha do Barcelona e venham cá jogar com os suplentes)?
A minha paciência esgotou-se. Não tens estaleca para um Clube como o Benfica. Não aprendeste nada nestes últimos anos e a tua cagúfa sobrepõe-se ao querer ganhar. Para o Benfica todos os jogos são decisivos, especialmente aqueles em que vamos defrontar o nosso concorrente directo na luta pela continuidade na Liga dos Campeões. Entendes isto? Estamos ao nível de um Olimpiacos e é ganhando-lhes que podemos subir de nível. Mas como tu não queres ganhar, porque os jogos decisivos (que por sinal, perdes sempre) devem ser aqueles que não vamos jogar (ou talvez cheguem na Liga Europa), estamos mal.
Hoje, mais uma vez, tens a oportunidade de mostrar a tua qualidade (que a tens, por muito escondida que pareça por vezes estar). Mexe na equipa. Põe a técnica e a táctica a jogar à bola. Obriga os teus jogadores a lutarem pela bola, pelos golos, pela vitória. O Benfica não quer empates nem derrotas, caralho. Vê lá se entendes isso.
Também a propósito, as mais recentes declarações de Jesus, na antevisão do jogo desta noite contra o Olimpiacos, deixam-me nervoso e (novamente) abismado perante tamanha falta de exigência, de sentido de obrigação e de Benfica.
Diz Jesus que este jogo é importante, mas não é decisivo. O desplante, merece uma recção contundente, pelo menos da minha parte:
"Jorge, vai pró caralho mais a tua mania de desceres a fasquia da exigência e mostrares que estás todo cagado, pá. Já não te podia ouvir, agora já nem ler. E quando te vejo a ofender os teus jogadores só me apetece mandar-te para uma sala escura durante três meses, a pão e água.
Então, primeiro dizes que o PSG é de outro planeta, logo, inacessível fica o primeiro lugar no grupo. Agora dizes que este jogo não é decisivo? Então qual vai ser o jogo decisivo? Quando perdermos este e o próximo e tivermos de ir à Bélgica ganhar ou quando recebermos a tal equipa estratosférica (estarás a contar que os franceses repitam a gracinha do Barcelona e venham cá jogar com os suplentes)?
A minha paciência esgotou-se. Não tens estaleca para um Clube como o Benfica. Não aprendeste nada nestes últimos anos e a tua cagúfa sobrepõe-se ao querer ganhar. Para o Benfica todos os jogos são decisivos, especialmente aqueles em que vamos defrontar o nosso concorrente directo na luta pela continuidade na Liga dos Campeões. Entendes isto? Estamos ao nível de um Olimpiacos e é ganhando-lhes que podemos subir de nível. Mas como tu não queres ganhar, porque os jogos decisivos (que por sinal, perdes sempre) devem ser aqueles que não vamos jogar (ou talvez cheguem na Liga Europa), estamos mal.
Hoje, mais uma vez, tens a oportunidade de mostrar a tua qualidade (que a tens, por muito escondida que pareça por vezes estar). Mexe na equipa. Põe a técnica e a táctica a jogar à bola. Obriga os teus jogadores a lutarem pela bola, pelos golos, pela vitória. O Benfica não quer empates nem derrotas, caralho. Vê lá se entendes isso.
terça-feira, outubro 22
Cultura de mediocridade.
Existem vários motivos para o Benfica andar arredado de vitórias nos últimos anos. Uns exógenos ao clube, em relação aos quais pouco se pode fazer, mas existem também as razões endógenas. Dentro destas, uma que me salta à vista como muito evidente é a cultura de mediocridade neste momento instalada.
Isto é ainda mais preocupante quando os três líderes (LFV, Jesus e Luisão) parecem partilhar de uma visão pouca ambiciosa para o clube. Alguns exemplos, apenas recorrendo à memória:
1. LFV: "Não me podem exigir títulos".
2. Jesus (depois de uma vitória por 1-0 e de uma exibição fraca, contra uma equipa da 3a divisão, a propósito de ter lançado alguns jovens da equipa B): "Se tivesse corrido mal já andavam pessoas a falar".
3. Luisão: insulta adeptos, depois de mais uma exibição fraca da equipa.
Isto apenas demonstra que nenhum dos líderes tem noção do que é (ou deveria ser) a equipa da Luz. Só assim se explica que se celebre uma vitória contra o Marítimo como se se acabasse de ter ganho a Champions (ainda hoje acho que foi aí que perdemos a liga do ano passado).
Só assim se explica que não se tenha ganho a final do Jamor do ano passado a um banal Vitória de Guimarães.
Só assim se explica a atitude dos jogadores do Benfica em todos os jogos desta época (o único jogo razoável foi contra o Anderlecht, uma das equipas europeias mais fraquinhas que vi na luz nos últimos anos).
Espero que 4ª feira o Benfica comece a inverter esta tendência, mas a história recente diz-nos o contrário. De qualquer forma, lá estarei para apoiar a equipa e também aplaudir o grande Saviola!
1. LFV: "Não me podem exigir títulos".
2. Jesus (depois de uma vitória por 1-0 e de uma exibição fraca, contra uma equipa da 3a divisão, a propósito de ter lançado alguns jovens da equipa B): "Se tivesse corrido mal já andavam pessoas a falar".
3. Luisão: insulta adeptos, depois de mais uma exibição fraca da equipa.
Isto apenas demonstra que nenhum dos líderes tem noção do que é (ou deveria ser) a equipa da Luz. Só assim se explica que se celebre uma vitória contra o Marítimo como se se acabasse de ter ganho a Champions (ainda hoje acho que foi aí que perdemos a liga do ano passado).
Só assim se explica que não se tenha ganho a final do Jamor do ano passado a um banal Vitória de Guimarães.
Só assim se explica a atitude dos jogadores do Benfica em todos os jogos desta época (o único jogo razoável foi contra o Anderlecht, uma das equipas europeias mais fraquinhas que vi na luz nos últimos anos).
Espero que 4ª feira o Benfica comece a inverter esta tendência, mas a história recente diz-nos o contrário. De qualquer forma, lá estarei para apoiar a equipa e também aplaudir o grande Saviola!
segunda-feira, outubro 21
Avançados
1 - Montero é um fora de série. Bem sei que o jogo de ontem não serve para tirar conclusões, mas aqueles 1º e 3º golos são reveladores e reforçam o que já se viu dele. Acertámos em cheio neste jogador.
2 - Slimani marcou um golo e sinalizou ao treinador do Alba que pode contar com ele para o ano. Do que vi até agora, não acredito que tenha muito sucesso em portugal.
2 - Slimani marcou um golo e sinalizou ao treinador do Alba que pode contar com ele para o ano. Do que vi até agora, não acredito que tenha muito sucesso em portugal.
Suécia no caminho para o Brasil.
Portugal vai defrontar a Suécia no apuramento para o Mundial do Brasil. O desvio ainda é grandinho mas, de facto, devia ter sido um pouco mais comedido quando escrevi num post anterior que, caso não nos calhasse a França, era certo que estaríamos presentes no Brasil.
A Suécia é, actualmente, uma selecção ao nível da nossa. Além disso, são extremamente competitivos e este embate não vai ser nada fácil.
Teremos de estar ao nosso melhor nível, em ambos os jogos. Um bom desempenho de Patrício, Pepe, Moutinho, Nani e Ronaldo, será a chave do sucesso.
A Suécia é, actualmente, uma selecção ao nível da nossa. Além disso, são extremamente competitivos e este embate não vai ser nada fácil.
Teremos de estar ao nosso melhor nível, em ambos os jogos. Um bom desempenho de Patrício, Pepe, Moutinho, Nani e Ronaldo, será a chave do sucesso.
quinta-feira, outubro 17
O Império contra-ataca... pouco (mas marca muito)
A pouco menos de um dia para o embate que promete fazer os seguidores da Serie A largarem tudo, analisar a imaculada campanha de um dos seus intervenientes em nada será descabido. Isto porque os seus números estão a impressionar e a despertar uma enorme curiosidade na Europa do futebol. Na próxima sexta-feira estarão frente a frente a AS Roma e o Nápoles (primeiro e segundo classificados) mas as atenções estão centradas nos romanos, que, desde que começou a época, contam por vitórias todos os jogos realizados conseguindo um fantástico 'goal-average' de 20-1.
E podia até acontecer que está série vitoriosa da equipa de Rudi Garcia fosse algo parecido com uma enorme coincidência, não fosse o facto de os giallorossi já terem vencido equipas como o Parma, Sampdoria e Inter (fora de casa, 1-3, 0-2 e 0-3) e Lazio e Bolonha (no Olímpico de Roma, 2-0 e 5-0). A já referida vitória contra a Internazionale foi a cereja no topo do bolo, até porque comprovou que estes romanos são bem maleáveis e, até ver, inquebráveis.
Não são adjectivos muito usados para descrever equipas de futebol, é certo. Mas talvez não se usem assim tanto porque poucas equipas conseguem um rendimento tão alto utilizando recursos que podem ser considerados antagónicos. É que a esta Roma tanto se lhe dá defender mais abaixo, ou mais acima, ter a bola ou não a ter, que o rendimento é o mesmo. Equilíbrio é a palavra de ordem e o futebol atacante que os 20 golos marcados apregoam é conseguido por uma excelente envolvência de quase todas as unidades no ataque. Assim, nos momentos que os romanos não têm bola (que até são em percentagem elevada para o que os números sugerem), o critério italiano está lá e permite-lhes segurar adversários mais 'nervosos' e intensos (como o Inter por exemplo).
Mas é no ataque que esta Roma se distingue do estereótipo criado, há muito, pelo Calcio. A posse é feita lentamente para afastar as probabilidades de erro e a sua qualidade e visão é garantida pelo eterno Totti e pelo bósnio Pjanic. Com a descida de Francesco Totti até ao meio-campo (é utilizado por Rudi Garcia como falso 9) a abertura desse espaço é usado pelas diagonais de um dos dois alas: Gervinho ou Florenzi (Ljacic também entra nestas contas e entra para 'abanar' os jogos).
No entanto, esta dinâmica não teria metade do rendimento sem o excelente uso que a AS Roma faz de uma posição que é levada pouco em conta pelos adeptos. São os laterais (Maicon e Balzarretti) que desbloqueiam o que muitas vezes está preso a movimentações que já começam a ser evidentes aos olhos dos 'allenatores' adversários. Com a sua subida os 'cadeados' abrem e deixam espaço para as chegadas de Pjanic e para as já referidas entradas de Gervinho e Florenzi, sempre com o maestro Totti e guiar a orquestra, com De Rossi e Castan, ou Strootman, a vigiar as possíveis, e raras, transições.
A formação romana é por isso, e sem qualquer dúvida, completíssima porque garante um desdobramento eficaz que tem sido inquebrável, já que a equipa trata a bola de maneira a que o jogo 'nunca' (consideração obviamente relativa) parta. Assim apanhar os giallorossi desprevenidos tem sido impossível para adversários que depois são batidos pela grande diferença que faz utilizar-se (bem) os laterais, e as restantes unidades de ataque, na manobra ofensiva.
Estas são as chaves do novo 'Império Romano' que enfrenta esta sexta-feira duro teste ao seu recente domínio. A dois pontos, o Nápoles de Rafa Benítez está à espreita e por isso a legião vai fazer tudo para o que o Olímpico continue invicto. As reais chances da surpresa romana podem muito bem estar neste duelo, até porque sem competições europeias pela frente o scudetto pode vir a ser um sonho bem real.
Sexta-feira, 18 de outubro de 2013
AS Roma-Nápoles, 19.45h Sport-TV1
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Curtas.
1. Volta a Taça de Portugal e a oportunidade para jogadores menos utilizados poderem mostrar o que valem. É assim nos três grandes que terão pela frente adversários muito inferiores.
2. A Benfica TV chega aos 250 mil assinantes o que resulta num excelente resultado. Tendo em conta a depressão do universo benfiquistas depois das derrotas do final da época e da crise económica que se vive no país, são números, diria, espantosos.
Ao que parece, o Benfica fez um acordo com a ZON e fez um encaixe a rondar os 30M por um ano, independentemente do número de adesões. Ou seja, o Benfica, para já, não ganha nenhum euro das subscrições. Tal acontecerá apenas para o ano.
3. Até ao fim do ano o Benfica não pode perder nenhum jogo se quer manter intactas as esperanças em vencer alguma competição. O plantel tem de render mais, pois qualidade não falta. É uma pena não podermos contar com Sálvio, mas Jesus terá de fazer muito melhor. Ainda não se viu bom futebol para os lados da Luz.
4. Finalmente, Bruno de Carvalho entra na palhaçada. Ao dizer que se não fossem os árbitros o Sporting já estaria em primeiro, revela duas coisas: que anda muito desatento aos jogos do Benfica (ao contrário do que disse) e aos jogos do seu próprio clube, e que teve pouco inteligência por proferir uma frase que atinge os árbitros (e nós sabemos como eles ficam com o sentimento corporativista estimulado sempre que o Sporting os critica), nada resolve, e só serve para arma de arremesso dos adversários já na próxima vez que Montero voltar a marcar um golo ilegal.
2. A Benfica TV chega aos 250 mil assinantes o que resulta num excelente resultado. Tendo em conta a depressão do universo benfiquistas depois das derrotas do final da época e da crise económica que se vive no país, são números, diria, espantosos.
Ao que parece, o Benfica fez um acordo com a ZON e fez um encaixe a rondar os 30M por um ano, independentemente do número de adesões. Ou seja, o Benfica, para já, não ganha nenhum euro das subscrições. Tal acontecerá apenas para o ano.
3. Até ao fim do ano o Benfica não pode perder nenhum jogo se quer manter intactas as esperanças em vencer alguma competição. O plantel tem de render mais, pois qualidade não falta. É uma pena não podermos contar com Sálvio, mas Jesus terá de fazer muito melhor. Ainda não se viu bom futebol para os lados da Luz.
4. Finalmente, Bruno de Carvalho entra na palhaçada. Ao dizer que se não fossem os árbitros o Sporting já estaria em primeiro, revela duas coisas: que anda muito desatento aos jogos do Benfica (ao contrário do que disse) e aos jogos do seu próprio clube, e que teve pouco inteligência por proferir uma frase que atinge os árbitros (e nós sabemos como eles ficam com o sentimento corporativista estimulado sempre que o Sporting os critica), nada resolve, e só serve para arma de arremesso dos adversários já na próxima vez que Montero voltar a marcar um golo ilegal.
terça-feira, outubro 15
Olá, sou o João Moutinho, como posso assisti-lo?
Há certos adversários que são como a suposta 'abertura fácil' dos
pacotes de leite. Em teoria são simples de abrir mas qualquer 'nervoso
miudinho' suja a bancada da cozinha. Imaginemos agora
como deve estar a cozinha da FPF, visto que, nesta qualificação para o
Mundial'2014, muito leite foi derramado pela Selecção com adversários
que em teoria seriam fáceis de 'abrir'.
E o caso do Luxemburgo - como Israel e Irlanda do Norte em terras lusas - até podia ser um desses (já nunca se sabe). Mas no Cidade de Coimbra a Selecção Nacional teve um João Moutinho com 'pulso firme' e com uma simplicidade tão afiada como uma boa faca. Da imaginação do jogador do Mónaco nasceram os três golos que fizeram o resultado do Portugal-Luxemburgo que fechou as contas do Grupo F da zona europeia.
Portugal apresentou-se sem Pepe e sem Ronaldo, e Paulo Bento apostou em Luís Neto e em Silvestre Varela para os substituir. Por opção o seleccionador prescindiu de Rúben Micael (por Josué) e fez regressar Hélder Postiga e Fábio Coentrão ao 'onze'. Mas a Selecção anda com uma confiança em si própria tão negra, como a camisola que usou nesta partida, que as alterações em nada mudaram um futebol que vem sendo, de há vários jogos a esta parte, bem frouxo.
Daí que a permanência de João Moutinho seja uma lufada de ar fresco, até porque como se sabe o médio nunca joga mal, estando por isso sempre uns furos acima da prestação de uma equipa pouco alegre, pouco assertiva e pouco dinâmica. Moutinho é o antónimo disso tudo. Basta reparar como o 'motor' luso descobriu a diagonal de Varela no primeiro golo, ou como na incrível sucessão de tabelas, com Postiga e Nani, onde o seu calcanhar achou o extremo do United no segundo golo do jogo. E se isso não bastar acrescente-se uma rara assistência de... cabeça, para ajudar também Hélder Postiga a regressar à equipa com um golo.
E enquanto Moutinho dava aulas em Coimbra a Rússia ia empatando com o Azerbaijão (1-1), realçando ainda mais que a qualificação directa acabou perdida por culpa própria e que o 'playoff' acaba por ser um justo castigo para o futebol que a equipa das quinas apresentou ao longo da caminhada.
Portugal-Luxemburgo, 3-0 (Varela 30', Nani 37 e Postiga 79')
www.facebook.com/agambeta
E o caso do Luxemburgo - como Israel e Irlanda do Norte em terras lusas - até podia ser um desses (já nunca se sabe). Mas no Cidade de Coimbra a Selecção Nacional teve um João Moutinho com 'pulso firme' e com uma simplicidade tão afiada como uma boa faca. Da imaginação do jogador do Mónaco nasceram os três golos que fizeram o resultado do Portugal-Luxemburgo que fechou as contas do Grupo F da zona europeia.
Portugal apresentou-se sem Pepe e sem Ronaldo, e Paulo Bento apostou em Luís Neto e em Silvestre Varela para os substituir. Por opção o seleccionador prescindiu de Rúben Micael (por Josué) e fez regressar Hélder Postiga e Fábio Coentrão ao 'onze'. Mas a Selecção anda com uma confiança em si própria tão negra, como a camisola que usou nesta partida, que as alterações em nada mudaram um futebol que vem sendo, de há vários jogos a esta parte, bem frouxo.
Daí que a permanência de João Moutinho seja uma lufada de ar fresco, até porque como se sabe o médio nunca joga mal, estando por isso sempre uns furos acima da prestação de uma equipa pouco alegre, pouco assertiva e pouco dinâmica. Moutinho é o antónimo disso tudo. Basta reparar como o 'motor' luso descobriu a diagonal de Varela no primeiro golo, ou como na incrível sucessão de tabelas, com Postiga e Nani, onde o seu calcanhar achou o extremo do United no segundo golo do jogo. E se isso não bastar acrescente-se uma rara assistência de... cabeça, para ajudar também Hélder Postiga a regressar à equipa com um golo.
E enquanto Moutinho dava aulas em Coimbra a Rússia ia empatando com o Azerbaijão (1-1), realçando ainda mais que a qualificação directa acabou perdida por culpa própria e que o 'playoff' acaba por ser um justo castigo para o futebol que a equipa das quinas apresentou ao longo da caminhada.
Portugal-Luxemburgo, 3-0 (Varela 30', Nani 37 e Postiga 79')
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segunda-feira, outubro 14
A Selecção não é para o Micael.
Acho incrível que se empate com Israel em casa e não vale muito a pena apontar o erro de Patrício para justificar mais um mau jogo da equipa de Paulo Bento.
Acredito que ainda temos alguma matéria prima para fazer uma selecção razoável, capaz de, na base da força e da entrega, chegar longe em competições como o Mundial.
Agora, caro Paulo Bento, insistir na nulidade do Micael, começa a roçar a estupidez. É um péssimo jogador e não compreendo como é que se vê ali seja o que for: não tem inteligência - é, até, bastante burro -, não tem remate, o passe é banal. O que faz ali?
Com certeza que se a opção é Josué, mais vale apostar neste. Pelo menos mostra algum potencial e ainda tem margem de progressão. O Micael é que não. Por favor.
Se escaparmos à França estaremos, certamente, no Mundial do Brasil.
Acredito que ainda temos alguma matéria prima para fazer uma selecção razoável, capaz de, na base da força e da entrega, chegar longe em competições como o Mundial.
Agora, caro Paulo Bento, insistir na nulidade do Micael, começa a roçar a estupidez. É um péssimo jogador e não compreendo como é que se vê ali seja o que for: não tem inteligência - é, até, bastante burro -, não tem remate, o passe é banal. O que faz ali?
Com certeza que se a opção é Josué, mais vale apostar neste. Pelo menos mostra algum potencial e ainda tem margem de progressão. O Micael é que não. Por favor.
Se escaparmos à França estaremos, certamente, no Mundial do Brasil.
sexta-feira, outubro 11
Porque nem tudo é mau...
Há também coisas que me encvhem de orgulho. Uma delas é o facto do Benfica não ter abandonado o Fábio Faria. A vida é mais do que uns toques na bola. O futebol também deve ser solidariedade.
terça-feira, outubro 8
Notas soltas
- Após as miseráveis declarações de Luisão, que não são virgens, o mundo benfiquista já se insurgiu. O Benfica não é o presidente, muito menos este. O jogadores têm que ganhar pelo Benfica e não por cause do indivíduo A, B ou C. Depois dos amuos com os assobios justificados, mais uma fora do sítio daquele que devia, em primeira linha, personificar o espírito benfiquista. Se calhar personifica e eu é que não estou habituado.
- Parece que Josué terá cuspido num jogador do Arouca no passado fim de semana. O arouquense tratou de minimizar o episódio, mas dizem que há imagens que atestam a coisa. Insúa foi castigado com 2 jogos na época passada. Aguardemos...
- Bruno de Carvalho continua a capitalizar créditos junto dos adeptos. Desta vez foi visitar os que caíram no fosso. E assim se vai reacendendo a mística sportinguista. Com pequenos actos se fazem grandes obras.
- Mota saiu do Setúbal. O setúbal muda notoriamente para pior. É que apesar de tudo, Mota ainda é um treinador. Já Couceiro...
- Quem é o próximo a cair? JJ? Costinha? Jesualdo? Eu aposto claramente no Costinha.
domingo, outubro 6
Benfica, ufa, ufa.
Mais um jogo muito pobre dos encarnados frente a um Estoril que continua a surpreender pela organização e pelo bom futebol que pratica. No fim, é verdade, ganhámos três pontos onde o FCP perdeu dois mas, quem viu o jogo, sabe que as coisas podiam perfeitamente ter corrido mal.
O Benfica entrou razoavelmente bem, marcou um golo e acabou. Isto aos 15 minutos. Depois assistimos ao habitual nesta época: saída com a bola até ao meio-campo e bola bombeada lá para a frente.
O Estoril reagiu ao golo mas parecia incapaz de fazer mossa. À beira do intervalo, Lima desperdiça um penálti, num sinal claro da incapacidade ofensiva da equipa de Jesus. Na minha opinião, o lance foi mal ajuizado, pois o jogador estorilista não teve qualquer intenção em tocar na bola com o braço. Felizmente, então, o brasileiro falhou.
Segunda parte, mais do mesmo. Até à entrada de Cardozo, a equipa da Luz foi um zero absoluto, melhorando um pouco com a entrada do paraguaio que, mais uma vez, fez um magnífico golo - e ainda ofereceu outro a Lima.
Entretanto, o Estoril jogava com 10 e não parecia. Nunca o Benfica foi capaz de ganhar superioridade, apesar de ter mais um jogador. Mas a verdade é que o Estoril abusava da agressividade e depois do árbitro ter perdoado um vermelho por agressão a Maxi, voltou a contar com a benevolência do homem do apito numa entrada sobre Siqueira (que continua sem me convencer minimamente). Maxi acabou por ser expulso o que acentou ainda mais a diferença de critério do árbitro.
Enfim. Três pontos conquistados, muita insegurança, faltas cometidas sem necessidade, reveladoras de nervosismo e de falta de inteligência, um golo sofrido em mais um pontapé de canto e um futebol muito, muito fraco.
O Benfica entrou razoavelmente bem, marcou um golo e acabou. Isto aos 15 minutos. Depois assistimos ao habitual nesta época: saída com a bola até ao meio-campo e bola bombeada lá para a frente.
O Estoril reagiu ao golo mas parecia incapaz de fazer mossa. À beira do intervalo, Lima desperdiça um penálti, num sinal claro da incapacidade ofensiva da equipa de Jesus. Na minha opinião, o lance foi mal ajuizado, pois o jogador estorilista não teve qualquer intenção em tocar na bola com o braço. Felizmente, então, o brasileiro falhou.
Segunda parte, mais do mesmo. Até à entrada de Cardozo, a equipa da Luz foi um zero absoluto, melhorando um pouco com a entrada do paraguaio que, mais uma vez, fez um magnífico golo - e ainda ofereceu outro a Lima.
Entretanto, o Estoril jogava com 10 e não parecia. Nunca o Benfica foi capaz de ganhar superioridade, apesar de ter mais um jogador. Mas a verdade é que o Estoril abusava da agressividade e depois do árbitro ter perdoado um vermelho por agressão a Maxi, voltou a contar com a benevolência do homem do apito numa entrada sobre Siqueira (que continua sem me convencer minimamente). Maxi acabou por ser expulso o que acentou ainda mais a diferença de critério do árbitro.
Enfim. Três pontos conquistados, muita insegurança, faltas cometidas sem necessidade, reveladoras de nervosismo e de falta de inteligência, um golo sofrido em mais um pontapé de canto e um futebol muito, muito fraco.
Onda verde
O Sporting de Montero vai embalado. Vários jogadores estão num processo de afirmação impensável há uns meses. Falo por exemplo de Cédric, Adrien ou William, jogadores que estavam condenados a "desaparecer" mas que, ao invés, podem até tornar-se selecionáveis para o Brasil.
Paradoxalmente, creio que este bom inicio e a consequente pressão sobre a equipa que daí advém, será o principal inimigo desta equipa. Se por um acaso dos deuses o Sporting vencer no Dragão, será muito complicado continuar a manter o discurso de outsiders e temo que essa pressão seja demasiada para esta equipa.
Bruno de Carvalho pediu um mínimo de 32 mil Gameboxes vendidas. Ainda estamos longe desse número. Nem mesmo a boa época que está a ser feita tem aumentado a presença de sportinguistas no estádio.
O ambiente em Alvalade tem sido eléctrico. E tenho o feeling que está mais perto o dia em que as restantes bancadas acompanhem a Curva Sul em algum dos hinos do momento.
Paradoxalmente, creio que este bom inicio e a consequente pressão sobre a equipa que daí advém, será o principal inimigo desta equipa. Se por um acaso dos deuses o Sporting vencer no Dragão, será muito complicado continuar a manter o discurso de outsiders e temo que essa pressão seja demasiada para esta equipa.
Bruno de Carvalho pediu um mínimo de 32 mil Gameboxes vendidas. Ainda estamos longe desse número. Nem mesmo a boa época que está a ser feita tem aumentado a presença de sportinguistas no estádio.
O ambiente em Alvalade tem sido eléctrico. E tenho o feeling que está mais perto o dia em que as restantes bancadas acompanhem a Curva Sul em algum dos hinos do momento.
quinta-feira, outubro 3
De tanto bater o coração do Benfica parou...
Em Paris acontecem muitas coisas fantásticas, mas não para as equipas
portuguesas. À semelhança do que já havia acontecido com o FC Porto, na
passada época (os dragões perderam no Parque dos Príncipes
a oportunidade de se qualificarem em primeiro lugar do grupo), o
Benfica deu também um claro indicador do estatuto das equipas
portuguesas fora-de-casa em jogos a contar para a Champions League.
Querer trazer para Portugal primeira vitória lusa, em solo parisiense, não passou de um mero desejo. De facto, a derrota por 3-0 às mãos do PSG junta aos (maus) indicadores dados neste início de época, outro - e também ele muito importante.
Nada de melhor há para se aferir as capacidades de uma equipa portuguesa, do que um jogo em casa do adversário mais forte da fase-de-grupos da Liga dos Campeões. E se, noutras épocas, os encarnados conseguiram boas prestações em estádios como Old Trafford, Anfield (e até Camp Nou), o desaire desta terça-feira ensombra, e de que maneira, o 'sonho' encarnado de ser um dos protagonistas da milionária competição.
As aspirações não caem por terra é certo (há ainda muitos jogos e tempo para outras opções) mas a fraca exibição da equipa não consegue escapar à ideia de que a manutenção de Jorge Jesus, e do núcleo duro da passada época, talvez tenha sido uma aposta precipitada. É que tudo tem o seu tempo e depois de um final de época extremamente desgastante, e infeliz, talvez as condições para a evolução da equipa se tenham esgotado em maio de 2013.
A prová-lo estão os resultados, até esta altura, no campeonato, e o facto do Benfica não ter conseguido fazer em Paris aquilo em que é reconhecidamente forte. Se com bola, o Benfica de Jorge Jesus sempre deixou muito a desejar nas (suas) 'etapas de montanha', sem ela o colectivo mostrou sempre equilíbrio e coesão. Mas isso, esteve longe de acontecer frente a um PSG que no seu estádio, já se sabe, entra sempre com intenções extremamente ofensivas.
Aos encarnados faltou coesão para travar Ibrahimovic (por duas vezes) e Marquinhos, mas faltou sobretudo estofo para impor o seu futebol na capital francesa, e é agora um facto que o coração do Benfica parou e tem de ser, urgentemente, reanimado para se atingirem os bons níveis de pulsação de outras épocas. Restará saber as opções para essa reanimação...
Paris St. Germain-Benfica, 3-0 (Ibrahimovic 5' e 30', Marquinhos 25')
www.facebook.com/agambeta
Querer trazer para Portugal primeira vitória lusa, em solo parisiense, não passou de um mero desejo. De facto, a derrota por 3-0 às mãos do PSG junta aos (maus) indicadores dados neste início de época, outro - e também ele muito importante.
Nada de melhor há para se aferir as capacidades de uma equipa portuguesa, do que um jogo em casa do adversário mais forte da fase-de-grupos da Liga dos Campeões. E se, noutras épocas, os encarnados conseguiram boas prestações em estádios como Old Trafford, Anfield (e até Camp Nou), o desaire desta terça-feira ensombra, e de que maneira, o 'sonho' encarnado de ser um dos protagonistas da milionária competição.
As aspirações não caem por terra é certo (há ainda muitos jogos e tempo para outras opções) mas a fraca exibição da equipa não consegue escapar à ideia de que a manutenção de Jorge Jesus, e do núcleo duro da passada época, talvez tenha sido uma aposta precipitada. É que tudo tem o seu tempo e depois de um final de época extremamente desgastante, e infeliz, talvez as condições para a evolução da equipa se tenham esgotado em maio de 2013.
A prová-lo estão os resultados, até esta altura, no campeonato, e o facto do Benfica não ter conseguido fazer em Paris aquilo em que é reconhecidamente forte. Se com bola, o Benfica de Jorge Jesus sempre deixou muito a desejar nas (suas) 'etapas de montanha', sem ela o colectivo mostrou sempre equilíbrio e coesão. Mas isso, esteve longe de acontecer frente a um PSG que no seu estádio, já se sabe, entra sempre com intenções extremamente ofensivas.
Aos encarnados faltou coesão para travar Ibrahimovic (por duas vezes) e Marquinhos, mas faltou sobretudo estofo para impor o seu futebol na capital francesa, e é agora um facto que o coração do Benfica parou e tem de ser, urgentemente, reanimado para se atingirem os bons níveis de pulsação de outras épocas. Restará saber as opções para essa reanimação...
Paris St. Germain-Benfica, 3-0 (Ibrahimovic 5' e 30', Marquinhos 25')
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quarta-feira, outubro 2
O Benfiquinha foi às compras em Paris.
Mais uma experiência doentia do Benfica na Europa, mais uma exibição paupérrima da melhor equipa dos últimos 30 anos.
Jesus continua a destruir o sonho dos benfiquistas e Vieira tem de sair abraçado a este incompetente.
A equipa não tem personalidade, está um autêntico farrapo. Cinco anos depois, acho que o facto de se manterem nos seus lugares diz tudo sobre esta gente.
Mais uma vez, vergados. E vamos ver se o PSG decide começar a jogar à bola na segunda parte.
Miserável, humilhante e desastroso. E o pior é já este aparente desinteresse entre os benfiquistas. Terrível.
Jesus continua a destruir o sonho dos benfiquistas e Vieira tem de sair abraçado a este incompetente.
A equipa não tem personalidade, está um autêntico farrapo. Cinco anos depois, acho que o facto de se manterem nos seus lugares diz tudo sobre esta gente.
Mais uma vez, vergados. E vamos ver se o PSG decide começar a jogar à bola na segunda parte.
Miserável, humilhante e desastroso. E o pior é já este aparente desinteresse entre os benfiquistas. Terrível.
Ir buscar a prenda debaixo do colchão e ficar preso nas molas
A julgar pelo início deste Porto-Atlético a dívida que os dragões
contraíram aos adeptos, na passada sexta-feira frente ao Guimarães, iria
ser paga com pompa e circunstância. Com
uma entrada fulgurante, o FC Porto passou 16 minutos dentro meio-campo
colchonero a tentar achar a prenda que havia faltado ao aniversário do
clube, no último jogo da Liga Portuguesa frente ao Vitória de Guimarães.
Os dragões procuraram e acharam, num quarto-de-hora fantástico que
culminou com o excelente golo do inevitável Jackson Martínez. O
colombiano voltou a marcar para a Champions e o 1-0 devolvia ao Dragão o
optimismo que contrastou com o pessimismo dos dias que anteviram a
partida.
É que sendo a 'Champions' o indicador máximo da qualidade do jogo portista, este duelo com o líder da Liga BBVA (a par com o Barcelona), poderia deixar antever o que este FC Porto de Paulo Fonseca pode fazer na milionária competição. Noutros anos, sucederam-se eliminações nos 'oitavos' com equipas do calibre deste Atlético (Schalke, Málaga e até Arsenal) e o desejo de ver a equipa com 'a pata' de cima da equipa de Diego Simeone era por isso mais que evidente.
Mas o resto do jogo garantiu, sem absoluta dúvida, que este Porto ainda não pode dar aquilo que, por exemplo, a equipa da passada época mostrou contra Paris St. Germain e Málaga. Em casa os dragões asfixiavam os adversários com um estrangulamento que durava uma partida inteira, num claro contraste com o que este 'novo' FC Porto fez a seguir ao golo da vantagem nesta 2.ª jornada da fase-de-grupos da Liga dos Campeões.
Com surpresa absoluta, a seguir ao golo, o FC Porto baixou linhas e deixou o Atlético bem mais confortável. A equipa de Diego Simeone pôde respirar e armar o seu jogo, com a diferença de que, com os dragões mais recuados, pôde também aumentar a intensidade na bola dividida e - passe o pleonasmo - dividir um jogo que tinha sido até então de sentido único.
Não foi logo visível a subida de produção colchonera, mas o passar dos minutos da primeira-parte já mostrava melhor o Atlético aos adeptos que seguiram a equipa até ao Estádio do Dragão e que se encontravam bem perto da baliza de Helton. Os madrilenos puderam assim ver, em grande plano, o desvio de Raúl García, a um pontapé de canto, a fazer embater a bola na barra da baliza azul e branca. Um primeiro aviso, portanto...
O apito de Howard Webb para o intervalo trouxe assim uma velha questão. É que dizer, por estes dias (e jogos) que se espera(va) mais Porto na segunda metade, é quase redundante, mas esse era o sentimento geral depois do regresso das equipas ao relvado. Voltaria aquela intensidade de fazer corar madrilenos? essa era a pergunta que se impunha e ao qual o resto da partida se encarregou de responder... negativamente.
Não. O FC Porto dominador não voltou (à excepção de cinco minutos depois da entrada de Quintero, aos 68') e o que se seguiu foi um braço de ferro que o Atlético ganhou claramente.
E não que os dragões não tivessem a intenção de atacar, mas a subida de intensidade por parte do Atlético engoliu a saída de bola de um FC Porto que já por si só erra demasiados passes. E daí que as chegadas colchoneras à área portista premiassem claramente uma equipa que estava a fazer mais por isso, castigando a outra - que tinha o 'pássaro na mão' e não quis desacelerar e guardá-lo em segurança.
O jogo partiu, o Porto não conseguia segurar a bola (nem o Atlético), e as faltas à entrada da área pareciam solução. Mas não eram. É que se de livre se ganha, também de livre se empate e... se perde. Godín, aos 58', foi o primeiro a 'estrear' esta época as redes de Helton no Dragão e o guardião brasileiro fica (muito) mal na fotografia de um lance em que podia ter feito bem melhor.
E longe já ia o tempo em que o FC Porto dominava. Paulo Fonseca tentou recriar a 'experiência' e fez entrar Licá e Quintero (por Josué e Lucho) e conseguiu (algum) ascendente que não se reflectiu no controle da partida. O '10' colombiano do FC Porto até poderia ter marcado (de livre, aos 70') mas os passes teimavam em sair sempre lado, impedindo o Porto de conseguir segurar a bola e crescer definitivamente para virar o marcador.
E se a essas 'indecisões' lhe juntarmos a displicência com que foi abordada a bola parada defensiva que acabou por decidir a partida, aos 86' (livre estudado em que Turan aparece sozinho a 'fuzilar' Helton), teremos obrigatoriamente de deixar de pensar no FC Porto de Paulo Fonseca como 'produto acabado' e começar a pensar em dar uma longa margem de progressão à equipa do ex-pacense.
FC Porto-Atlético Madrid, 1-2 (Jackson 16'; Godín 58' e Turan 86')
www.facebook.com/agambeta
É que sendo a 'Champions' o indicador máximo da qualidade do jogo portista, este duelo com o líder da Liga BBVA (a par com o Barcelona), poderia deixar antever o que este FC Porto de Paulo Fonseca pode fazer na milionária competição. Noutros anos, sucederam-se eliminações nos 'oitavos' com equipas do calibre deste Atlético (Schalke, Málaga e até Arsenal) e o desejo de ver a equipa com 'a pata' de cima da equipa de Diego Simeone era por isso mais que evidente.
Mas o resto do jogo garantiu, sem absoluta dúvida, que este Porto ainda não pode dar aquilo que, por exemplo, a equipa da passada época mostrou contra Paris St. Germain e Málaga. Em casa os dragões asfixiavam os adversários com um estrangulamento que durava uma partida inteira, num claro contraste com o que este 'novo' FC Porto fez a seguir ao golo da vantagem nesta 2.ª jornada da fase-de-grupos da Liga dos Campeões.
Com surpresa absoluta, a seguir ao golo, o FC Porto baixou linhas e deixou o Atlético bem mais confortável. A equipa de Diego Simeone pôde respirar e armar o seu jogo, com a diferença de que, com os dragões mais recuados, pôde também aumentar a intensidade na bola dividida e - passe o pleonasmo - dividir um jogo que tinha sido até então de sentido único.
Não foi logo visível a subida de produção colchonera, mas o passar dos minutos da primeira-parte já mostrava melhor o Atlético aos adeptos que seguiram a equipa até ao Estádio do Dragão e que se encontravam bem perto da baliza de Helton. Os madrilenos puderam assim ver, em grande plano, o desvio de Raúl García, a um pontapé de canto, a fazer embater a bola na barra da baliza azul e branca. Um primeiro aviso, portanto...
O apito de Howard Webb para o intervalo trouxe assim uma velha questão. É que dizer, por estes dias (e jogos) que se espera(va) mais Porto na segunda metade, é quase redundante, mas esse era o sentimento geral depois do regresso das equipas ao relvado. Voltaria aquela intensidade de fazer corar madrilenos? essa era a pergunta que se impunha e ao qual o resto da partida se encarregou de responder... negativamente.
Não. O FC Porto dominador não voltou (à excepção de cinco minutos depois da entrada de Quintero, aos 68') e o que se seguiu foi um braço de ferro que o Atlético ganhou claramente.
E não que os dragões não tivessem a intenção de atacar, mas a subida de intensidade por parte do Atlético engoliu a saída de bola de um FC Porto que já por si só erra demasiados passes. E daí que as chegadas colchoneras à área portista premiassem claramente uma equipa que estava a fazer mais por isso, castigando a outra - que tinha o 'pássaro na mão' e não quis desacelerar e guardá-lo em segurança.
O jogo partiu, o Porto não conseguia segurar a bola (nem o Atlético), e as faltas à entrada da área pareciam solução. Mas não eram. É que se de livre se ganha, também de livre se empate e... se perde. Godín, aos 58', foi o primeiro a 'estrear' esta época as redes de Helton no Dragão e o guardião brasileiro fica (muito) mal na fotografia de um lance em que podia ter feito bem melhor.
E longe já ia o tempo em que o FC Porto dominava. Paulo Fonseca tentou recriar a 'experiência' e fez entrar Licá e Quintero (por Josué e Lucho) e conseguiu (algum) ascendente que não se reflectiu no controle da partida. O '10' colombiano do FC Porto até poderia ter marcado (de livre, aos 70') mas os passes teimavam em sair sempre lado, impedindo o Porto de conseguir segurar a bola e crescer definitivamente para virar o marcador.
E se a essas 'indecisões' lhe juntarmos a displicência com que foi abordada a bola parada defensiva que acabou por decidir a partida, aos 86' (livre estudado em que Turan aparece sozinho a 'fuzilar' Helton), teremos obrigatoriamente de deixar de pensar no FC Porto de Paulo Fonseca como 'produto acabado' e começar a pensar em dar uma longa margem de progressão à equipa do ex-pacense.
FC Porto-Atlético Madrid, 1-2 (Jackson 16'; Godín 58' e Turan 86')
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terça-feira, outubro 1
Perder assim é uma merda em 4 frases
Grande primeira parte da equipa.
.
Entrada medrosa no segundo tempo anulou tudo de bom que se fez até aí.
Desconcentração no final atirou os três pontos para Madrid.
Esta equipa tem muito que crescer e tem que ser coerente e mais confiante.
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Entrada medrosa no segundo tempo anulou tudo de bom que se fez até aí.
Desconcentração no final atirou os três pontos para Madrid.
Esta equipa tem muito que crescer e tem que ser coerente e mais confiante.
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