terça-feira, setembro 25

O Demolidor

Assim de repente o super-herói DareDevil partilha duas características com Jesualdo Ferreira. A primeira, menos óbvia, só encontra paralelo na língua de Camões e nas mentes iluminadas dos tradutores de títulos e refere-se ao arranque fantástico e, lá está, demolidor, nesta nossa liga. A segunda numa cegueira crónica de que ambos padecem.

Ao super-herói parece que foram uns químicos que lhe caíram em cima quando era mais novo e que o privaram da visão mas que lhe aguçaram os outros sentidos. Com o nosso o outro herói a história é diferente. Que o professor nunca viu um boi (de bola, entenda-se) é relativamente consensual, basta analisar o percurso do dito. Depois de muito trabalho experiência acumulada e sacrifício e ao aproximar-se dos 60, ficou mais clarividente em relação ao jogo e, quando finalmente, começaram a aparecer resultados ficou ofuscado com o sucesso. Como se isto não bastasse corre o risco cada vez maior, fruto do avanço da idade, de vir a ter cataratas.

Eu já desconfiava disto, desde que é campeão que noto algo no discurso do sexagenário. Mas fiquei seguro quando à pergunta se fosse hoje se teria levado o Leandro Lima para o banco no jogo com o Liverpool respondeu que "Se calhar, tinha feito a mesma coisa". Porque é que só o Jesualdo é que acha que não devíamos ter ganho aquele jogo? Não vejo o porquê e acho que ele também não.

Se calhar é injusto este post. Às tantas até sou eu que não estou a ver bem. Mas acredito que a humildade, apesar de tudo, é necessária e essencial. E apregoar que não se tem medo de ninguém e não ter coragem para arriscar irrita-me. Tentar motivar uma equipa afirmando que ganhar é como lavar os dentes, quando os jogadores do plantel têm, quase todos, mais títulos que ele é ridículo.

Só peço três coisas ao J.R.: Vamos focar-nos naquilo que sabemos fazer bem, comprar um par de testículos e responder só sim e não nas conferências de imprensa
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