Depois de perceber que um dos grandes argumentos apresentados por aqueles que consideram que Portugal fez uma qualificação miserável é "não ganhámos a nenhuma das equipas mais complicadas", não consigo deixar de pensar no óbvio: ao argumento, aparentemente com força, soma-se uma ilógica surpreendente.
Na tentativa vã de criticar a Selecção (vou acreditar que não se trata de ódios pessoais), recorre-se a tudo. Inclusivamente ao facto, já referido, de termos sido qualificados sem ter ganho alguns jogos. Não percebo qual é a conclusão de um argumento destes, lamento. Apenas percebo a ilógica.
Outros "refugiam-se" nas escolhas feitas. Mais uma vez, o objectivo conquistado fala por si. A qualidade do futebol também é uma crítica e aqui, contudo, não podia estar mais de acordo. Uma série de jogos fracos e alguns momentos de pouca entrega. Mas até aqui, compreende-se: houve dois momentos muitos altos, no Europeu e Mundial, ao que se seguiu uma natural "quebra". A motivação conta muito e, por vezes, os ciclos terminam quando ela não existe mais. A maioria dos jogos foram feitos com equipas que não instigam absolutamente nada nem ninguém. O excesso de jogos, contra equipas "miseráveis", abala a concentração, dispersa a vontade. Fosse o grupo resumido a 5 ou 6 equipas e a postura competitiva seria, quase de certeza, outra. Assim, é "despachar" os jogos contra as Arménias e depois logo se vê. Ainda não temos a mentalidade das grandes potências, mas para lá caminhamos.
Mas a mentalidade já mudou. Dantes, jogávamos "sem balizas". Agora, jogamos com elas e, pelos vistos, as queixas continuam. Também eu não fiquei eufórico com a passagem, era o mínimo. Mas é essa, precisamente, a grande conquista de Scolari e destes jogadores.
Depois de duas competições onde nos exibimos ao melhor nível, não "desculpar" uma qualificação menos convincente parece-me, sinceramente, exagerado e injustificável.
Os ataques de Scolari têm razão de ser, às vezes. Scolari, simplesmente, não se fica. Foi ofendido várias vezes, e a desconfiança no seu trabalho foi constantemente posta em causa (a sua competência é acompanhada e comprovada com os títulos que tem), especialmente por gente sem a mínima qualificação para o fazer. E, neste país, infelizmente, são muitos a fazê-lo, em variadíssimos sectores da nossa sociedade.
Lembro ainda a odiosa campanha anti-Ricardo, só para falar no pior momento de todos. Escolheram o alvo, tentando minar o grupo, a baliza, a defesa e por aí fora. Vieram as anedotas e tudo. Depois veio o "não convoca jogadores do FCP", argumento muito querido pelos mesmos que afirmam só termos chegado à Final do Euro porque a "espinha dorsal do Mourinho campeão é que era mas afinal, na Final, não foi" (este é dos mais hilariantes) e agora, que já os convoca, não jogamos nada. Scolari respondeu como sabe. Com duas espectaculares presenças em competições internacionais e agora, mais uma qualificação, pobrezinha, mas merecida e efectiva. O resto, é folclore montado por outros.
Na tentativa vã de criticar a Selecção (vou acreditar que não se trata de ódios pessoais), recorre-se a tudo. Inclusivamente ao facto, já referido, de termos sido qualificados sem ter ganho alguns jogos. Não percebo qual é a conclusão de um argumento destes, lamento. Apenas percebo a ilógica.
Outros "refugiam-se" nas escolhas feitas. Mais uma vez, o objectivo conquistado fala por si. A qualidade do futebol também é uma crítica e aqui, contudo, não podia estar mais de acordo. Uma série de jogos fracos e alguns momentos de pouca entrega. Mas até aqui, compreende-se: houve dois momentos muitos altos, no Europeu e Mundial, ao que se seguiu uma natural "quebra". A motivação conta muito e, por vezes, os ciclos terminam quando ela não existe mais. A maioria dos jogos foram feitos com equipas que não instigam absolutamente nada nem ninguém. O excesso de jogos, contra equipas "miseráveis", abala a concentração, dispersa a vontade. Fosse o grupo resumido a 5 ou 6 equipas e a postura competitiva seria, quase de certeza, outra. Assim, é "despachar" os jogos contra as Arménias e depois logo se vê. Ainda não temos a mentalidade das grandes potências, mas para lá caminhamos.
Mas a mentalidade já mudou. Dantes, jogávamos "sem balizas". Agora, jogamos com elas e, pelos vistos, as queixas continuam. Também eu não fiquei eufórico com a passagem, era o mínimo. Mas é essa, precisamente, a grande conquista de Scolari e destes jogadores.
Depois de duas competições onde nos exibimos ao melhor nível, não "desculpar" uma qualificação menos convincente parece-me, sinceramente, exagerado e injustificável.
Os ataques de Scolari têm razão de ser, às vezes. Scolari, simplesmente, não se fica. Foi ofendido várias vezes, e a desconfiança no seu trabalho foi constantemente posta em causa (a sua competência é acompanhada e comprovada com os títulos que tem), especialmente por gente sem a mínima qualificação para o fazer. E, neste país, infelizmente, são muitos a fazê-lo, em variadíssimos sectores da nossa sociedade.
Lembro ainda a odiosa campanha anti-Ricardo, só para falar no pior momento de todos. Escolheram o alvo, tentando minar o grupo, a baliza, a defesa e por aí fora. Vieram as anedotas e tudo. Depois veio o "não convoca jogadores do FCP", argumento muito querido pelos mesmos que afirmam só termos chegado à Final do Euro porque a "espinha dorsal do Mourinho campeão é que era mas afinal, na Final, não foi" (este é dos mais hilariantes) e agora, que já os convoca, não jogamos nada. Scolari respondeu como sabe. Com duas espectaculares presenças em competições internacionais e agora, mais uma qualificação, pobrezinha, mas merecida e efectiva. O resto, é folclore montado por outros.
PS: leiam este texto, se quiserem.
2 comentários:
1. O argumento aparentemente ilógico faz sentido pq nas equipas "complicadas" encontramos uma Sérvia e uma Finlandia. A crítica não teria feito sentido se as selecções em questão fosse Itália, Holanda, França, ou outras quaisqueres que não fossem de 2º ou 3º plano.
2. De facto, não deve ser fácil encontrar motivação para jogar contra Arménias e afins e tb sou da opinião que essas equipas já não deviam fazer parte destes grupos de qualificação.
No entanto, a motivação não é um requisito para se jogar minimamente à bola, principalmente para quem está a ser pago para isso. E se Scolari é reconhecido como um líder de Homens, às vezes tal não transparece.
Mas, se não há motivação para jogar contra as selecções miseráveis, deveria haver para jogar com as complicadas... Ou não conseguimos vencer a Finlandia em casa pq eles são muito fortes?
3. Mentalidade - aí concordo contigo. A barra, felizmente, subiu. E muita dessa confiança vem de Scolari.
4. Não creio que Scolari tenha sido muito posto em causa. E se o foi, terá sido apenas nos últimos meses. Julgo que os Portugueses foram muito (demasiado?) pacientes tendo em conta a forma como forma tratados e manipulados por Scolari.
5. Ricardo não é, nem nunca foi, um GR que transmite segurança à equipa. Ainda esta 4f tremi várias vezes com as suas saídas a cruzamentos. A campanha pró-Vitor Baía fazia tão mais sentido quanto aos prémios que ia recebendo (foi considerado o melhor GR europeu em 2004).
Foi a espinha dorsal de Mourinho que permitiu Portugal chegar à final. A espinha dorsal de Scolari não teria ganho um único jogo sequer.
Tentando rebater...
- Todas as seleções que defrontamos estão bastante abaixo de nós no ranking da FIFA.
- Excesso de jogos, é complicado compreender esse desgaste, pois tal como eu, haverão muito a jogar 2x por semana depois de um dia de trabalho (10 horas) e não sou profissional pago uns uns 30€ por mes para isso. Eles são profissionais e só fazem aquilo.
- Concordo a mentalidade da grande maioria dos portugueses é "a vaca da vizinha é maior do que a minha" e não perdem a mínima oportunidade para criticar tudo e todos.
- Relativamente ao Ricardo, considero claramente um guarda-redes muito abaixo do nível exigido para Portugal, na altura não havia a minima dúvida que os eleitos deveriam ser pela ordem: Baia e Quim e Ricardo.
Por ultimo a minha opinião: Coloco o tema apenas na questão de valores - nacionalismo/patriotismo. Considero que os que não valorizam esse valor, obviamente que os argumentos para defender scolari, deco e pepe, são claros (eficácia), por outro lado os que se refugiam nesses valores os argumentos acabam por ser (falta de eficária - afinal não ganhamos nada) e (in)eficiência corrente para atingir o que quer que seja.
"Eu compro o que é nosso" e sou contra qualquer tipo de naturalização "forçada"... Naturalização "forçada" que é bem diferente de alguem que veio para Portugal em pequeno e que exerceu o direito de escolha, ou os casos em que os familiares directos são de origem Portuguesa. Comparar a nacionalização de Bosingwa e Jorge Andrade com a de Deco e Pepe é totalmente diferente.
"Com o mal dos outro vivemos nós bem" e não é porque nas outras selecções há estrangeiros que nos devemos fazer o mesmo apenas pela ganância (até agora nao atingida) de ganhar.
Espero ter contribuido positivamente e parabéns pelo Blog.
Deixo aqui os meus parabens à selecção nacional (e todas as entidades e personalidades envolvidas) que não reflectindo na totalidade os meus valores passou à fase final do euro2008.
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