Quem tivesse chegado ontem a Portugal pela primeira vez e tivese asistido ao programa da Fátima Campos Ferreira, certamente ficava com a sensação que os árbitros em Portugal são os coitadinhos, uns incompreendidos, uns injustiçados. Enfim...
Quanto ao tema do debate relacionado com a introdução de meios tecnológicos, considero-me um vanguardista bastante moderado, e concordo com a introdução de alguns meios, por exemplo controle da linha de baliza e introdução do video-árbitro num número reduzidíssmo de situações - apenas e só em lances duvidosos dentro da grande área. Curiosamente, foi a pessoa mais idosa que participou no debate, o jornalista Artur Agostinho, quem defendeu mais afincadamente a introdução desses meios por forma a minimizar o erro. Dirimiram-se argumentos, uns mais válidos que outros, mas penso que sobre este assunto o debate foi muito positivo e esclarecedor. Cabe aqui uma palavra aos árbitros presentes (Pedro Proença, Pedro Henriques e Duarte Gomes) que nos deram exemplos de situações concretas de jogo, nas quais os meios tecnológicos poderiam ser benéficos ou prejudiciais.
Mas o momento da noite estava reservado para cerca da 01:45 horas (hora de Lisboa) quando Artur Agostinho chama à discussão o polémico lance protagonizado por Pedro Henriques e o seu auxiliar no recente Benfica-Sporting. O jornalista acusou-o ostensivamente de não ter visto o lance e mesmo depois do auxiliar lhe ter dito (e o jornalista afirma que o estádio ouviu) "jogou a bola com o braço, é penalti", este não ter assinalado grande penalidade. O árbitro decidiu falar, finalmente, publicamente do lance, e sucintamente disse que na altura em que a possível falta ocorreu o auxiliar lhe disse através do auricular, 6 vezes seguidas a expressão "é falta". Como não sabia ao que é que o auxiliar se referia, parou o jogo e dirigiu-se para junto dele a fim de saber o que é que ele tinha visto. Ao ser confrontado com a visão que o auxiliar teve do lance, ele, Pedro Henriques, disse-lhe que também tinha visto o lance e que na sua opinião não tinha havido incencionalidade de jogar a bola com o braço por parte do jogador do Benfica e que por isso iria reiniciar o jogo com uma bola ao solo. Artur Agostinho garantiu que o Pedro Henriques estava de costas
É uma justificação. Pode-se concordar ou não com a interpretação que o árbitro dá ao lance. Certamente que as opiniões se vão dividir. Eu, perante esta discussão, gostava de ver novamente as imagens para aferir da posição do árbitro e saber se ele está mesmo de costas e se consegue ou não ver o lance tão bem quanto o auxiliar.
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