segunda-feira, junho 30

O exemplo espanhol

Já de algum tempo para cá que assisto a uma espécie de complexo de inferioridade em relação aos "nuestros hermanos". Que eles se desenvolveram, que eles é que sabem e que lá na Espanha é que é bom. Esquecem-se alguns outros indicadores. Inflação, preço da habitação, contratos precários, enfim, conversa para outros lugares. No entanto, no desporto, não há dúvidas. Em Espanha trabalha-se muito melhor qualquer tipo de desporto do que em Portugal. São campeões de Formula 1, Ténis, Motociclismo, Andebol, Voleibol, Basquetebol, etc. Aliás, não há país hoje em dia que tenha melhor palmarés desportivo do que eles nos ultimos anos. Pelo menos em desportos colectivos.

O futebol era uma espécie de ovelha negra neste palmarés de sucesso. Tinham pavor aos quartos de final, não sentiam as cores da selecção, tinham um campeonato feito para as grandes estrelas mundiais e não havia espaço para as jovens promessas espanholas. Muitos anos viveram eles com isto. Hoje já nada parece fazer sentido. A selecção espanhola é campeã europeia e com inteira justiça.


A fórmula de sucesso é muito parecida com aquela que parecia existir no nosso país até há não muito tempo.
Sucessos nas camadas jovens, grandes valores lançados nos seus clubes de origem, jogadores com qualidade técnica acima da média, toque de bola, até algumas naturalizações algo polémicas. Fórmulas muito parecidas.


No entanto, para mim começam a existir algumas pequenas diferenças. Diferenças que podem explicar o sucesso de uns e o não sucesso de outros. Eles ainda ganham campeonatos nas categorias mais jovens. Nós, ultimamente, raramente somos apurados para uma fase final. Eles ainda têm jogadores espanhóis nas principais equipas espanholas que por vezes chegam a ser formados nos próprios clubes, independentemente do poderio financeiro que têm. No plantel do Porto e Benfica do ano que vem, ainda estou para ver. Basicamente não confundiram capacidade competitiva com excessivo número de estrangeiros no seu futebol. Esta é apenas uma das algumas reflexões que faço desta vitória espanhola.

Como o post já vai longo e não me quero armar em colunista do Jogo na secção Comentários, fico-me por aqui.

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