quinta-feira, fevereiro 12

Período pós-clássico

A seguir ao jogo do clássico novas perspectivas se abrem. Como já aqui tinha dito, fazer previsões para clássicos é inútil pois as inúmeras componentes dos mesmos ultrapassam-nos.

E o período pós-clássico é agora vermelho. O Benfica não caiu no Dragão e mostrou ter jogo para se bater com um FCP que vinha em crescendo e que, em teoria, iria colocar os encarnados a 4 pontos de vantagem.

À parte de quaisquer penaltyes, sobre um qualquer Lucho ou Lisandro, sobre qualquer azelhice de Pedro Proença, importa denotar que o Benfica merecia ter ganho o jogo. E porquê? porque marcou! no seu melhor período o Benfica marca e o Porto no seu melhor período (seja ele maior ou não que o do Benfica) não vislumbrava chance de chegar ao golo, e para mim o jogo deve ser dissecado neste sentido.

Sabia que o perigo vinha das bolas paradas. O golo e a melhor chance do encontro são de cabeça e pertencem ao Benfica. O Porto demora em aproveitar o seu maior caudal ofensivo e isso equilibra o campeonato e favorece os autocarros que visitam o Dragão.

Mas nem tudo no Benfica foram "autocarros novos". Já tinha tido oportunidade de escrever que a equipa de Quique tem trabalho sem bola e, mais uma vez, mostrou-o. Fechando os espaços ao tridente ofensivo do Porto, os encarnados controlaram um Dragão que foi ficando sem oxigénio e sem ideias para desfeitiar Moreira que, surpreendentemente, acaba o jogo sem muito trabalho. Se os jogos fossem todos neste sentido, o Benfica seria campeão.

A bola, a bola é que atrapalha! Vendo o jogo de Alvalade, um pouco antes e no intervalo do clássico, oiço os meus amigos benfiquistas implorarem por Jorge Jesus. O futebol sexy do Cavalo Branco seduz e é "olhos nos olhos" como qualquer adepto de clube grande gosta. Obviamente eles saberão que no Benfica de Quique o príncipal distribuidor de jogo é Luisão. E porquê quando se tem Aimar?

No período antes do seu golo, o Benfica finalmente se soltou das ideias do seu treinador e pegou na bola, com qualidade, metendo o Porto em sentido ao estilo do "não quiseste tu, já te digo então!" Foi aí e em momentos na segunda parte que o Benfica à custa dos seus bons intérpretes jogou à imagem do Benfica. Mas eu que vos conheço tão bem, sei que querem mais, mais futebol, mais autoritarismo e à próxima que Quique falhar, volta tudo ao mesmo, é o chamado tampão do período pós-clássico.

Sei que como o campeonato está, o Benfica até se arrisca a ganhá-lo, mas querem mesmo estar dependentes da finalização do Porto?

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